Palacete na Alameda das Linhas de Torres / Villa Sousa

IPA.00011508
Portugal, Lisboa, Lisboa, Lumiar
 
Palacete eclético. Destaca-se o trabalho esculturado das cantarias da fachada principal, bem como o frequente recurso ao arco de volta perfeita e aos colunelos, característico da obra de Norte Júnior.
Número IPA Antigo: PT031106180693
 
Registo visualizado 1641 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

De planta definida por rectângulo de perímetro irregular, apresenta volumetria escalonada, actualmente sem cobertura (*1). Com superfície murária em reboco pintado, compõe-se de 3 pisos (um deles parcialmente enterrado e outro limitado a corpo a S.). Alçado principal a O., com embasamento separado por friso de cantaria e perfurado por janelas iluminantes de peito. Sobre este embasamento desenvolvem-se 2 corpos sendo um deles, o corpo a S., recuado em planta relativamente ao outro, e articulado com varanda de perímetro coincidente com o respectivo recuo. Este apresenta piso térreo rasgado por dupla janela de sacada inscrita em arco de volta perfeita em cantaria, com vão decorado com motivos esculpidos. Sobre este conjunto regista-se, ao nível do 1º andar, a abertura de janelas de peito inscritas numa arcatura - de 5 vãos de volta perfeita suportada por colunelos - servidas por varandim de base em cantaria suportado por mísulas e com guarda metálica. Este corpo é superiormente rematado por cornija muito destacada. O corpo a N., apresenta-se dominado pela abertura de janela de sacada com guarda metálica em ferro forjado ladeada por 2 janelas de peito todas em arco de volta perfeita, integradas em arquivolta animada por decoração relevada. O conjunto é superiormente rematado por pano de muro curvo delimitado por volutas e interrompido, ao centro, por painel em reboco decorado com medalhão circular precedido por festão e sobrepujado por ática curva. Acede-se ao INTERIOR através de lanço recto de escadas com patamar, contíguo ao alçado lateral N. do corpo a N., que articula com este alçado - no qual se localiza a entrada principal - e com corpo recuado. (*2)

Acessos

Alameda das Linhas de Torres, n.º 22. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,762336, long.: -9,156035

Protecção

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado, em propriedade com perímetro delimitado por muro com gradeamento. A definir gaveto entre a Alameda das Linhas de Torres e a Azinhaga de Entre Muros, e em posição sobrelevada relativamente aos mesmos. Em posição fronteira à Casa de Nossa Senhora do Carmo ( v. PT031106180693 )

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa singular e pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Manuel Joaquim Norte Júnior (1911). CONSTRUTOR: Zacarias Gomes Lima (1910).

Cronologia

c. 1910 - 1969 - é proprietário José Pedro Carreira de Sousa; 1910, Setembro - abertura e enchimento de caboucos, construção de muros de vedação do terreno e barraca provisória para arrecadação; Dezembro - início da construção do edifício, sendo proprietário José Pedro Carreira de Sousa, conforme projecto do arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior (1878-1962) e sendo responsável pela obra o construtor civil Zacarias Gomes Lima; colocação de escada de ferro de acesso à chaminé; 1911, Agosto - construção de uma capoeira; Novembro implantação de jardim com gruta, cascata com regato e estufa de ferro; 1912 - o edifício recebe o Prémio Valmor; 1915, Julho - construção de um muro a vedar a propriedade; 1920 - edificação de uma cocheira no terreno envolvente; 1932 - obras de transformação; 1937, Julho - construção de uma garagem; 1938 - encontra-se instalada no edifício a Legião Portuguesa; 1968 - José Pedro Carreira de Sousa passa a residir na Avenida Estado Unidos da América, 140, 5º Esq.; o proprietário mandou demolir dois anexos, que serviam de cavalariças, picadeiro e vacaria; 1970 - o edifício é propriedade de José Maria Gonçalves e de Joaquim Dias Pinho; 1975 - os terrenos são propriedade da SOLATU - Sociedade Familiar de Administração de Propriedades para Lavoura e Turismo, SARL; 1981 - o edifício encontra-se em vias de ser demolido; 1987 - o edifício já se encontrava em ruínas; 2003 - apenas resta a fachada.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro, azulejos

Bibliografia

AAVV, Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987 ; PEDREIRINHO, José Manuel, História do Prémio Valmor, Lisboa, 1988 ; FERNANDES, José Manuel, JANEIRO, Maria de Lurdes, TOSTÕES, Ana Cristina, CÂMARA, Fernanda, A Arquitectura do Princípio do Século em Lisboa (1900 - 1925); Lisboa, 1991 ; CONSIGLIERI, Carlos, RIBEIRO, Filomena, VARGAS, José, ABEL, Marília, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa - Benfica, Carnide, Lumiar, Ameixoeira, Charneca, Lisboa, 1993, http://arqpapel.fa.utl.pt/jumpbox/node/74?proj=Casa+Jos%C3%A9+Carreira+de+Sousa+-+Vila+Sousa, 19 Setembro 2011.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CML: Arquivo de Obras, Procº nº 32682

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1933, Fevereiro - obras de limpeza e reparações interiores e exteriores; 1936, Abril - reparação do muro de vedação da propriedade; INQUILINO: 1938, Fevereiro - limpezas e reparações interiores, caiação de tectos, lavagem de azulejos e pintura de caixilharias; Março - reparação das coberturas e da clarabóia; PROPRIETÁRIO: 1940, Setembro - reparação do telhado e muro de vedação da propriedade; 1941, Setembro - obras gerais de limpeza e beneficiação; 1944, Outubro - pinturas interiores em tectos e paredes; 1947, Abril - levantamento de um muro; 1947, Dezembro - reparação e pintura do portão de acesso à garagem; 1948, Dezembro - reparação e pintura do portão de acesso à propriedade; 1953, Maio - obras gerais de limpeza da propriedade; 1962, Novembro - pintura exterior de um porta e de uma porta.

Observações

*1 - motivado pelo avançado estado de degradação do imóvel. *2 - dado o péssimo estado de conservação do imóvel e da vegetação circundante, não foi possível confirmar se ainda se mantém a bow-window do alçado lateral S. que articulava, segundo planta existente, com sala de jantar, e muito menos a traça interior do mesmo.

Autor e Data

Teresa Vale, Maria Ferreira e Sandra Costa 2001

Actualização

 
 
 
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