Igreja dos Lóios / Convento dos Lóios em Évora

IPA.00001167
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
 
Arquitectura religiosa, gótica, maneirista, barroca. Igreja salão, típica da arquitectura tardo-gótica mendicante portuguesa meridional, que tem como fonte de inspiração mais evidente a Igreja de São Francisco (PT040705100017) e a Sé (PT040705120016) das quais parece querer replicar soluções estruturais e decorativas como por exemplo os ábacos das colunas da nave.Túmulos renascentistas; Retábulo-mor de talha protobarroco,de linhas clássicas e ornamentos contidos, concebido como enquadramento da tribuna, de grandes proporções; tribuna dos donatários barroca. Salientam-se o universo de túmulos e lajes sepulcrais, em particular os túmulos de Dom Manuel de Melo, num estilo híbrido aflamengado de renascimento e estertores flamejantes, e de seu filho, reiteradamente atribuído a Nicolau Chantrene, bem como as lâminas sepulcrais de bronze*. O ornato comemorativo de Tânger esplêndido espécimen do gótico flamejante. Os azulejos de soberba qualidade da nave e capela-mor. A tribuna dos donatários de delicados e finíssimos lavores.
Número IPA Antigo: PT040705210018
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Congregação dos Cónegos Seculares de São João Baptista - Frades Lóios

Descrição

Planta longitudinal de nave única, composta pela ábside poligonal e transepto, a que falta o braço S.. Cobertura diferenciada em telhado de duas águas na nave e cruzeiro e radial na ábside. A fachada principal dispõe-se em três registos articulados verticalmente: no 1º rasga-se o vão em arco abatido de acesso ao nártex, descarregando em grossas colunas de ábacos sextavados com capitéis vegetalistas e bases poliédricas; de cobertura ogival é fechado lateralmente e sob ele desponta o pórtico de arquivoltas em arco quebrado, assentes em colunelos de mármore branco com capitéis graníticos de ornamentos vegetais; a arquivolta central apoia-se em dois finíssimos colunelos; a verga é emoldurada por pequena edícula em cantaria, simulando beirado de telhado de linha quebrada, assente em finos colunelos de capitéis que carregam sobre a queda da arquivolta exterior. No segundo registo janela rectangular e no supremo entablamento definindo a cimalha ligeiramente seccionada pela abóbada do nártex. À ombreira do lado do Evangelho encosta-se ornato comemorativo dos feitos em Tânger por Dom Rodrigo de Melo, em pedra de Ançã; é constituído por coluna com capitel e base sextavados que suporta um dossel cónico rematado por fogaréu; dois serafins de longas cabeleiras aneladas abrem cortinado deixando ver o motivo heráldico no interior, envolvido em folhagem de carvalho, de elmo subjugado de borla a guardar escudo a três quartos dos Melos, tendo por baixo enrolamento pergamináceo com epígrafe comemorativa. Fachadas laterais de cinco panos definidos pelos contrafortes e com beirados adornados por friso contínuo de efeitos trilobados que se prolonga pela ábside. Cabeceira de testeira radial hexagonal, com os panos, marcados de contrafortes nos vértices e rasgados por longas frestas de arco de volta perfeita. INTERIOR: ampla nave única de cinco tramos com cobertura ogival de arestas vivas nervuradas e com fechos heráldicos; arcos formeiros e arcos torais de sólidas arestas nervuradas descarregando em finas colunas de capitéis vegetalistas e ábacos em bocel circular; no primeiro tramo encaixa-se o coro-alto e o nártex; paramentos laterais integralmente forrados por azulejos historiados e rasgados de amplos janelões quadrangulares. Arco triunfal de três arquivoltas em arco quebrado envolvido, pelo exterior, por arco perfeito em alvenaria, com paramento revestido a azulejos na continuação dos da nave. Capela-mor de três tramos com cobertura ogival os dois primeiros e radial o fundeiro; painéis cerâmicos polícromos revestem quase integralmente os paramentos; retábulo-mor de talha, de tribuna com trono piramidal destinado à exposição do Santíssimo Sacramento.

Acessos

Largo Conde de Vila Flor

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910

Enquadramento

Urbano, na encosta rochosa escarpada da cumeeira da acrópole, alcantilada quase na cota suprema, integrada num complexo de construções que se desenvolveram a partir do castelo medieval, harmonizada com a envolvência, fronteira ao templo de Diana (PT040705120014).

Descrição Complementar

No panteão dos fundadores e no subcoro inúmeras lajes sepulcrais em mármore branco. No cruzeiro, na Capela do Santíssimo Sacramento, os aparatosos túmulos de Dom Manuel de Melo e seu filho Dom Francisco de Melo; o primeiro, consta de arca tumular embebida em edícula de vão em arco abatido, com verga de molduras simples cavalgada, nas quedas, por medalhões de efígie que saiem em enrolamento de voluta simples por sobre o arco, a rematar em querubins soprando trompas; vai cair sobre duas atarracadas pilastras de capitéis ornados de parras, rematadas na face frontal por colunelos canelados com capitéis figurando caras de anjos; lavradas na parede fundeira, sobre a arca, as armas do jacente. O segundo tem a arca embebida em edícula da ordem coríntia, de frontão recto pelo interior corre vão de arco perfeito, ladeado de medalhões de efígie; sobre a arca, igualmente as armas do jacente. As fúnebres epígrafes ocupam, nos dois casos, os panos fronteiros das caixas das arcas. No segundo tramo da nave, do lado do Evangelho, a tribuna dos donatários de balaústres de mármore branco, firmada em três cachorros lavrados que erguem baldaquino apilastrado em talha de madeira, com paramento frontal profusamente ornado e encimado pelo brasão dos Melos apresentado por dois querubins. No terceiro tramo, fronteiro, púlpito com base em mármore de gomos radiais.

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

ENATUR

Época Construção

Séc. 15 / 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1485 - fundação por Dom Rodrigo Afonso de Melo, escudeiro mor de D. Afonso V, que quis entregar a guarda de seu féretro e panteão aos frades da congregação de Santo Elói, provendo-os para isso de terras suas, na praça de armas do castelo medieval, para edificarem o mosteiro; 1491 - sagração; Séc. 15 / 16 - lâminas sepulcrais de bronze de Rui de Sousa e sua mulher D. Branca de Vilhena; Séc. 16 - construção do subcoro sendo então integralmente removido o paramento original da frontaria; construção do nártex sunstituindo provavelmente um primitivo nártex quatrocentista; 1630, década de - feitura retábulo-mor; Séc. 17 / 18 - reforma do alçado da empena frontaria; Séc. 18, início - tribuna dos donatários na nave; 1755 - gravemente atingido pelo terramoto sofreu reparos que desfiguraram a traça original; 2011, 13 de Setembro - publicado no DR, nº 176, 2ª Série, Declaração de rectificação de anúncio n.º 281/2011, alterando o prazo para apresentação de propostas relativo ao concurso público Empreitada de Intervenção no Espaço Público da Acrópole de Évora e Área Envolvente - Acrópole XXI.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma

Materiais

Cantaria de granito, alvenaria, mármore de Estremoz em elementos secundários.

Bibliografia

PROENÇA, Raul e SANTOS, Reynaldo dos, Guia de Portugal, Vol. 2, Lisboa, 1927; TAROUCA, Pe. Carlos Silva e CHICÓ, Mário Tavares, A Igreja dos Loios, A Cidade de Évora, nº 9 e 10, 1946; ESPANCA, Túlio, História da Casa Cadaval, Cadernos de História de Arte Eborense, Vol. XXI, Évora, 1960; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, Vol. VI, Lisboa, 1966; CHICÓ, Mário Tavares, A Arquitectura Gótica em Portugal, Lisboa, 1981; DIAS, Pedro, A Arquitectura Manuelina, Porto, 1988; SILVA, José Custódio Vieira da, O Tardo-Gótico em Portugal - A Arquitectura no Alentejo, Lisboa, 1989; LAMEIRA; Francisco, O Retábulo em Portugal, das origens ao declínio, Revista Promontório Monográfica História da Arte, Universidade do Algarve, nº1, Outubro, 2005.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Intervenção Realizada

DGEMN: 1937 - Restauro geral.

Observações

EM ESTUDO. *1 - DOF...compreendendo as campas de bronze.

Autor e Data

Manuel Branco 1993

Actualização

 
 
 
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