Igreja Paroquial de Vila Nova de Tazém / Igreja de Nossa Senhora da Assunção

IPA.00012048
Portugal, Guarda, Gouveia, Vila Nova de Tazem
 
Arquitectura religiosa, revivalista neoromânica e neogótica. Igreja paroquial de planta longitudinal com torre sineira na fachada, formando exo-nártex, nave, capela-mor de perfil curvo e sacristia e anexo adossados às fachadas laterais, com coberturas interiores em falsas abóbadas de berço, iluminada uniformemente por janelas em arco de volta perfeita, rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal em forma de torre, de três registos escalonados, com cobertura em coruchéu piramidal e formando exo-nártex, com acesso pelas três faces, através de vãos em arco de volta perfeita. Fachadas circunscritas por cunhais de cantaria, encimados por pináculos piramidais bastante altos, de influência gótica, rematadas em friso e cornija, as laterais marcadas por contrafortes de cantaria e portas travessas, em arco de volta perfeita. Interior com coro-alto, contendo órgão de organização neoclássica e decoração de inspiração barroquizante, baptistério e púlpito no lado do Evangelho. Arco triunfal de volta perfeita, ladeado por retábulos de talha dourada neogóticos, esquema que se aplica à decoração dos retábulos laterais, do mor e dos confessionários.
Número IPA Antigo: PT020906210085
 
Registo visualizado 357 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por torre sineira quadrangular, formando exo-nártex, nave rectangular, capela-mor de perfil curvo e sacristia e anexo adossados às fachadas laterais e posterior, de massa verticalizante e volumes escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na nave e capela-mor e de quatro no anexo, sendo em coruchéu piramidal, rebocado, pintado de branco e encimado por catavento, na torre. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento em cantaria de granito, com cunhais de cantaria, escalonados, tornando os ângulos contrafortados, encimados por altos pináculos piramidais de decoração rendilhada, as laterais marcadas por contrafortes escalonados, em cantaria, sendo todos os vãos emoldurados em cantaria de granito. Fachada principal, virada a O., formada pela torre saliente, de quatro registos, o inferior em cantaria e rasgado, nas três faces, por arcos de volta perfeita, o imediato por janela mainelada, de duplo arco de volta perfeita, com espelho vazado e ornado por óculo; encontra-se encimado por amplo óculo circular com moldura de cantaria; no terceiro registo, surge relógio circular e, nas faces laterais, óculo, com o mesmo perfil; o registo superior possui quatro ventanas em arco de volta perfeita, de dupla arquivolta, a exterior assente em mísulas, rematada em friso, cornija, platibanda e, nos ângulos, pináculos piramidais. A ladear a torre e reentrantes, são visíveis duas meias-empenas, de dois registos, o inferior em cantaria, ambos rasgados por uma ampla janela em arco de volta perfeita. Ao exo-nártex acede-se por portão metálico pintado de verde, com elementos decorativos pintados a branco, com cobertura em falsa abóbada de aresta, sendo o acesso ao interior processado por arco de volta perfeita, protegido por portada de madeira pintada de verde, de três folhas e bandeira. Nos pilares que flanqueiam o acesso, surgem duas lápides com inscrições. As fachadas laterais são semelhantes, de disposição simétrica, formando cinco panos, divididos pelos contrafortes, o central rasgado por porta travessa em arco de volta perfeita, protegido por duas folhas de madeira pintada de verde e almofadadas, sendo os escudetes metálicos e ornados por carranca; os panos laterais possuem janela com o mesmo perfil, assente em cornija. Os anexos possuem porta de volta perfeita, flanqueada por duas janelas do mesmo perfil, sendo visíveis, sobre este, duas janelas da capela-mor, de volta perfeita e assentes em cornija. A fachada posterior tem, no anexo, duas janelas de volta perfeita, sendo visível, sobre este, o perfil curvo da capela-mor, rasgado por janela de volta perfeita, assente em cornija. INTERIOR formado por corredor de acesso à nave, tendo, nas paredes laterais, dois vãos de volta perfeita, o do Evangelho de acesso ao baptistério, rebocado e pintado de branco, com pavimento em lajeado de granito, iluminado por janela de vidro colorido, representando o "Baptismo de Cristo", contendo pia baptismal em mármore branco, assente em plinto e elementos galbado e estriado, sendo a bacia de perfil curvo, com a zona inferior gomeada, coberta por tampa de madeira pintada, a imitar marmoreados; o vão oposto liga a uma escada de acesso ao coro-alto. A nave é rebocada e pintada de branco, com cobertura em abóbada de berço, rebocada e pintada de branco, assente em friso e cornija de cantaria, e pavimento de madeira com corredor central lajeado. O portal axial e as portas travessas são ladeadas por pias de água benta gomeada. Coro-alto assente sobre o endo-nártex, com guarda de madeira em falsa balaustrada, assente em cornija de cantaria, tendo, ao centro, um grande órgão. As janelas do coro estão protegidas por vidro colorido figurativo, representando cenas da vida de Cristo. Confrontantes, confessionários de madeira em branco, de duplo genuflexório e com remates em pináculos e falsas platibandas rendilhadas. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular, assente em mísula de cantaria, com guarda plena ornada por edículas e colunelos, com acesso por vão em arco de volta perfeita, rasgado na parede e sobrepujado por baldaquino ornado por lóbulos entrelaçados e pináculo rendilhado. Confrontantes, dois retábulos laterais, de talha pintada de branco e dourado, dedicados a Nossa Senhora de Fátima, no lado do Evangelho, e a Santa Teresinha, no lado oposto. Arco triunfal muito amplo, de volta perfeita, arrancando da cornija que sustenta a cobertura da nave e assente em altas pilastras de fustes almofadados, sendo flanqueado por dois retábulos colaterais de talha pintada de branco e dourado, dispostos em ângulos e dedicados a Nossa Senhora da Conceição (Evangelho) e ao Sagrado Coração de Jesus (Epístola); ambos estão protegidos por teia metálica. A capela-mor está elevada por um degrau rebocada e pintada de branco, com pavimento em lajeado de granito e cobertura em abóbada de berço assente em friso e cornija de cantaria, ostentando pintura a representar o firmamento e, ao centro, reserva ovalada a representar "Anjos a adorar o Santíssimo". As janelas possuem vidro colorido, com decoração geométrica, excepto a axial, com cena religiosa. Sobre supedâneo de três degraus, o retábulo-mor de talha pintada de branco e dourado, de planta recta e três eixos definidos por quatro pilares, rematados por pináculos rendilhados, assentes em plintos paralelepipédicos, o central com tribuna de perfil trilobado, de dupla arquivolta assente em dois colunelos, tendo o interior curvo, adaptando-se ao perfil da abside, formando apainelados, cobertura em falsa cúpula e trono expositivo de cinco degraus, encimados por baldaquino; na base, sacrário embutido; os eixos laterais formam apainelados rectilíneos, que enquadram mísula, protegida por baldaquino; na base, portas em arco de volta perfeita, de dupla arquivolta sobre dois colunelos, protegidas por duas folhas, de acesso à tribuna; cada um dos eixos remata em empena, a central mais alta e com cruz latina no vértice, e as laterais com urna; altar paralelepipédico, em frente do qual surge a mesa de altar, em cantaria de granito, assente em dois pilares. Nas paredes laterais, surgem, confrontantes, duas portas em arco de volta perfeita, de acesso à sacristia e à sala de reuniões.

Acessos

Rua D. Olímpia Ferrão

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, situado no fundo de uma enorme avenida bordejada por árvores (tílias e plátanos), onde se situam vários edifícios públicos e residenciais. A fachada posterior confina com campos de cultivo. À volta do imóvel, desenvolve-se um adro enorme, calcetado a paralelepípedos de duas cores e guias de granito acastanhado e cinza, pontuado por plátanos e tílias; na zona da torre, o adro está pavimentado com lajes de granito, tendo escadas de acesso às fachadas laterais. Os corpos da torre e nave têm adossados canteiros com cameleiras, protegidos por grades de ferro pintadas de verde. Junto à nave, no lado esquerdo, torneira. No lado esquerdo, desenvolve-se o Jardim D. Laura Artiaga, com buxos recortados, bancos, canteiros com flores e Monumento aos Combatentes do Ultramar. No enfiamento, surge, na rotunda, estátua com busto de bronze do Dr. Joaquim Borges e D. Maria Cândida, oferecido em 17-11-1946 e uma fonte, inaugurada em 1916.

Descrição Complementar

Na fachada principal, surgem duas lápides, a do lado esquerdo em mármore negro, com a inscrição: "A VIRGEM PEREGRINA / NA SUA CAMINHADA DE BENÇÃOS / DE 3 - 10 / 7 / 1988 / A NOSSA GRATIDÃO / ANO SANTO MARIANO". No lado oposto, lápide de mármore com a inscrição: "Á / MIRACULOSA VIRGEM PEREGRINA / NA SUA CAMINHADA DE BENÇÃOS E GRAÇAS / NESTE LUGAR VENERÁDA EM 15 / 16 - 5 - 949 / HOMENAGEM DE CORAÇÕES AGRADECIDOS / Laudate Semper Mariam". A caixa do órgão forma cinco castelos, dois deles constituindo as ilhargas, o central proeminente, unificados pela cornija do remate e divididos por pilastras ornadas por elementos vegetalistas; os castelos possuem os tubos em disposição diatónica protegidos por gelosias em boca de cena, com decoração fitomórfica rendilhada; cada um deles tem, na base, mísula vegetalista e remate em falsa cúpula ornada por decoração vazada; sobre a cúpula do castelo central, surge vaso florido, que liga aos pináculos dos ângulos por festão. Consola em janela, ladeada por apainelados com dcoração de acantos, onde surgem os botões dos registos, sete em cada um dos lados. No lado esquerdo, porta de verga recta, de acesso ao mecanismo do mesmo. Os retábulos laterais são semelhantes, de planta recta e três eixos, o central proeminente, divididos por quatro colunelos dourados, de fuste liso e capitel de inspiração coríntia, encimados por pináculos rendilhados e assentes em plintos paralelepipédicos com as faces almofadadas, os exteriores sobre colunas; o eixo central possui nicho de perfil apontado, com moldura dourada, rendilhada na zona do arco, com o interior curvo, formando apainelados e cobertura em falsa cúpula, contendo plinto facetado com a imagem do orago; os eixos laterais possuem mísulas com imaginária; o remate é homogéneo, curvo e ornado por acantos enrolados sobre os laterais e em empena angular no centro, criado falso tímpano ornado por elementos lobulados; altar simples, sustentado por três colunas de fuste liso e capitel de inspiração coríntia. Os retábulos colaterais são semelhantes, de planta convexa e três eixos definidos por quatro colunelos semelhantes aos dos retábulos anteriores; ao centro, nicho semelhante aos anteriores e, nos laterais, duas mísulas, encimadas por baldaquinos; cada um dos eixos rematam em empena angular, a central proeminente, ornada por elementos lobulados e encimada por cruz, sendo os laterais decorados por elemento fitomórfico e laçaria, rematado em florão.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Figueiredo e Silva (1894); MESTRE de OBRAS: José Pereira (1894); ORGANEIRO: Padre António Duarte Moura (1902); PINTOR: Fernando Rodrigues Lourenço (atr., 1894); RELOJOEIRO: Jerónimo de Braga (séc. 20).

Cronologia

1894, 20 Outubro - lançamento da primeira pedra, por iniciativa do Dr. Joaquim Borges Garcia de Campos, médico local; traça do arquitecto Figueiredo e Silva e obras de José Pereira; pintura da cobertura, atribuída a um pintor local, Fernando Rodrigues Lourenço; 1902 - execução do órgão pelo Padre António Duarte Moura, natural de Viseu; 1903, 27 Abril - inauguração do imóvel, construído por iniciativa do Padre Moura Viseu; 1916 - D. João Alves Matoso, bispo da Guarda, criou o arciprestado de Vila Nova de Tazém, sendo o primeiro arcipreste o Padre Dr. João Homem de Figueiredo; o arciprestado integra as freguesias de Cativelos, Girabolhos, Lagarinhos, Lajes, Pinhanços, Rio Torto e Vila Nova de Tazém.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, rebocada; modinaturas, pináculos, cunhais, pilastras, pavimentos em cantaria de granito; coberturas, retábulos, órgão, confessionários, portas, guarda e baldaquino do púlpito em madeira; janelas com vidro martelado ou colorido e caixilhos de ferro; teias dos retábulos colaterais em ferro; coberturas exteriores em telha.

Bibliografia

BRAVIO, Paulo, Vila Nova de Tazém na História (Apontamentos), in Separata do Boletim da Casa do Concelho de Gouveia, ano XIX, n.º 14, Maio de 1972; MOTA, Eduardo, Corografia setecentista do concelho de Gouveia, Gouveia, 1992; Dicionário enciclopédico das freguesias, vol. 2, Matosinhos, 1998; ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vol. II, Viseu, 2001; CD Portugal Século XXI - Guarda, Matosinhos, 2001.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20 - tratamento de rebocos e pinturas; restauro das coberturas e limpeza das cantarias.

Observações

Autor e Data

Paula Figueiredo 2006

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login