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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo planta retangular
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Descrição
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Edifício de dois pisos com planta rectangular composta, resultado da justaposição de fases construtivas diferentes, coberto com telhado de duas águas. A fachada principal, orientada a O., mostra três panos, dois dos quais delimitados por pilastras: uma zona com frente mais estreita com a alvenaria de pedra à vista, o pano principal e um terceiro pano, um pouco recuado. É no pano principal que se abre o portal em arco abatido, ladeado por duas janelas gradeadas e uma outra porta, também de acesso às lojas. No andar nobre, e no eixo do portal descentrado, rasga-se a janela de sacada em arco abatido, cuja moldura se prolonga na cornija. Lateralmente observam-se várias janelas de lintel recto e moldura saliente. O remate superior é constituído pela cornija, interrompida pelo frontão curvo descentrado que integra a pedra de armas. O alçado lateral S. é cego, enquanto no lado oposto se vêem duas portas, uma delas com lintel e ombreiras biselados, à qual se acede através de um lanço de degraus. O alçado posterior, encoberto a partir da rua pelo muro que delimita o logradouro, compreende dois panos. Na zona equivalente ao pano principal abrem-se pequenas janelas de lintel recto e sem moldura que iluminam o 2º piso, pois as janelas superiores correspondem já ao nível do sotão. Este pano é rematado por cornija de meia-cana. O outro corpo mostra um pequeno átrio descoberto, ao lado do qual se ergueu a cozinha, observando-se a data de 1859 na parede. O espaço interno encontra-se dividido em duas alas. O piso térreo é integralmente ocupado pelas lojas, pavimentadas com seixo miúdo. A partir daqui só é possível o acesso ao andar através de escadas de serviço em madeira. A ausência de uma caixa de escadas centralizada obriga a que o acesso ao 2º piso seja feito pelas traseiras, junto à cozinha, onde se pode ver a antiga entrada, com três portas em arco abatido. A compartimentação do andar nobre é feita através de um longo corredor que atravessa todo o edifício, sendo a divisão das duas alas marcada apenas por uma porta. As divisões mais amplas e melhor iluminadas, incluindo o salão nobre, encontram-se orientadas para a frente da casa, enquanto a zona posterior integra compartimentos de menor dimensão. A ala N. tem comunicação para a área construída mais antiga, onde antes se situava a cozinha. Os pavimentos são soalhados e os tectos possuem forro em madeira, tal como acontece no sotão. |
Acessos
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Rua dos Pinas |
Protecção
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Incluido na Zona Especial de Protecção do Castelo de Linhares (v. PT020903080002) |
Enquadramento
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Urbano. Situa-se na zona mais alta e declivosa da povoação. Ocupa quase a totalidade do lado E. da R. dos Pinas, uma via estreita, paralela à R. Direita e que constitui uma ligação secundária ao Lg. da Igreja. Sobretudo a partir do andar nobre, é possível obter uma visão panorâmica sobre o Castelo e a envolvente natural. Para além do logradouro confinante com o edifício, faz parte da propriedade um outro quarteirão situado a E. da R. do Outeiro, incluindo espaço hortícola e zona de lazer antes ajardinada. Na proximidade é ainda visível uma construção autónoma, com pátio, onde se situavam as cavalariças. |
Descrição Complementar
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O logradouro do edifício apresenta-se compartimentado transversalmente por muros de alvenaria, compreendendo portanto três recintos desnivelados. O primeiro recinto, ajardinado, integra o acesso à propriedade e à casa, e inclui um tanque. No recinto contíguo observa-se um telheiro sustentado por grande pilar em cantaria, onde se abrigam pequenas construções complementares. Por fim, o terceiro recinto, que possui uma porta carral entaipada, conserva ainda o pilar com arestas chanfradas onde se apoiaria um outro telheiro. Ao lado existe a antiga casa da forja, com acesso directo para a via pública. Embora não fazendo parte da mesma parcela cadastral, o solar inclui uma outra propriedade localizada na R. do Cimo ou do Outeiro: trata-se de uma vasta área cultivável (a antiga horta), dividida por três patamares desnivelados devido á irregularidade topográfica. O interesse deste espaço reside no facto de integrar pequenas zonas de lazer: através do aproveitamento dos muros divisórios e tirando partido da organização de diversos lanços de escadas, observam-se bancos e floreiras em cantaria, numa zona onde o terreno surge pavimentado com seixo miúdo. Destaca-se igualmente o tanque quadrangular, conservando os respectivos canais e rodeado por muros e bancos corridos. Num outro quarteirão, em parte também orientado para a R. do Outeiro, uma construção conserva no pátio um pilar com arestas chanfradas pertencente á zona das antigas cavalariças. |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Residencial: casa |
Propriedade
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Privada, pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 16 - construção da primeira casa da família, atendendo à presençaa dos vãos biselados (zona integrada na ala N.); 1770 - construção do solar da família Pina de Aragão Costa; 1859 - data epigrafada na parede exterior E., talvez referente à construção da actual cozinha (interiorizando a antiga entrada) e a uma hipotética remodelação da fachada principal. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Granito, cantaria e alvenaria, com e sem revestimento rebocado; madeira; telha de aba e canudo |
Bibliografia
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OLIVEIRA, Manuel Ramos de, Celorico da Beira e o seu Concelho, Celorico da Beira, 1939; NEVES, Vítor Pereira, Três Jóias Esquecidas, Marialva, Linhares e Castelo Mendo, Castelo Branco, 1993; ABRANTES, Leonel, Linhares Antiga e Nobre Vila da Beira, Folgosinho, 1995. |
Documentação Gráfica
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Proprietários |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1985 - substituição do telhado, construção de instalações sanitárias. |
Observações
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*1 - estas informações são referentes à ala S., pois a outra parte da casa encontra-se generalizadamente em mau estado. *2 - neste número não está incluída a superfície da horta-jardim que tem cerca de 2500 m2. |
Autor e Data
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Margarida Conceição 1997 |
Actualização
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