Capela da Exaltação da Santa Cruz

IPA.00014511
Portugal, Viseu, Lamego, Penude
 
Arquitectura religiosa, novecentista. Capela de planta em cruz latina, com coberturas interiores de madeira em masseira, iluminada por pequenas frestas cruciformes, rasgadas nas fachadas laterais. Fachada principal em empena, rasgada por portal em arco abatido e fachadas rematadas em cornija. Duas torres sineiras ladeiam um conjunto de sete pequenas capelas. Interior com retábulos de madeira com telas pintadas.
Número IPA Antigo: PT011805170148
 
Registo visualizado 804 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta em cruz latina, composta por nave, transepto saliente e capela-mor pouco profunda, de disposição horizontalista das massas, com correspondência entre exterior e interior e cobertura homogénea de oito águas. Fachadas em cantaria granítica aparente com aparelho isódomo, percorrida por embasamentos de cantaria e remates em friso e cornija saliente em papo de rola, suportando cruzes de secção octogonal sobre os cunhais e empenas. Fachada principal, voltada a O., rasgada por portal em arco abatido moldurado contendo friso com inscrição, e porta de duas folhas, tendo disposta em cruz, nos seus madeiramentos, inscrição. Sobrepujam o portal duas outras lápides contendo inscrições, a primeira com um baixo-relevo alusivo a uma Cruz radiante, contendo ao centro a inscrição, e que nasce, na aparência, de uma roseira, dispondo-se em volta dela nova inscrição e, entre dois dos caules volutados da roseira, um alfa e um ómega, este último invertido; a segunda lápide, em forma de pergaminho, contém inscrição. Fachada lateral esquerda virada a N., rasgada, na nave, por duas janelas gradeadas em forma de cruz latina com moldura de cantaria saliente e, na capela-mor e faces E. dos braços do transepto por janela idêntica. No transepto, surge, na face O., pórtico com vão de arco abatido sobrepujado por inscrição. No topo do transepto, duas lápides, a inferior com a gravação de três cruzes contendo, cada uma delas, uma inscrição; a lápide superior contém uma planta do recinto da capela e uma inscrição picada e ilegível *1. Fachada lateral direita virada a S., idêntica à oposta, encontrando-se, na face O. do braço do transepto e sobre o pórtico, inscrição; a lápide superior contém dois ramos de rosas, duplamente cruzados, desenvolvendo-se, à sua volta, inscrição. Fachada posterior em empena, com duas lápides sobre pequena fresta moldurada, uma delas com motivos geométricos simbolizando o sol, a lua e 12 estrelas, com inscrições, sendo sobrepujada por outra lápide contendo o baixo-relevo de uma cruz rodeada por um ramo florido de onde nascem seis pequenas cruzes, contendo inscrição. INTERIOR rebocado e pintado de branco, com elementos estruturais em cantaria granítica, com cobertura de madeira em masseira com molduras compondo caixotões, com medalhão central no cruzeiro e pavimento constituído por lajes de granito cobertas com madeira corrida. Coro-alto constituído por placa de betão, ao qual se acede por escada em caracol do mesmo material. No transepto, do lado do Evangelho, um altar composto por retábulo de madeira pintada de branco, de planta recta de três eixos divididos por pilares almofadados contendo três pinturas a óleo, alusivos à Paixão de Cristo, a São Pedro e a Santo André, com molduras douradas compostas por profusão de pontas de diamante. Do lado da Epístola, altar semelhante com três pinturas, uma alusiva ao "Achamento da Cruz" e dois santos laterais. O retábulo-mor, com trabalhados e lavrados em talha dourada, tem pinturas a óleo, alusivas à "Deposição de Cristo no túmulo" e dois santos crucificados; os plintos contêm as letras "A", "M", "O" e "R", e remata em entablamento e cornija saliente inferiores sobre friso em dentilhão. O ático é recortado por três arcos de volta perfeita que rematam cada um dos eixos verticais, sendo compostos por pequenas molduras de forma semicircular onde se encontram apostas cruzes floridas. Sobre a banqueta, um sacrário de talha dourada, com motivos fitomórficos insculpidos, delimitado por colunas estriadas e rematadas por pináculos, e um Cristo crucificado assente sobre um "Agnus Dei". Duas portadas laterais com cruzes radiantes em talha dourada e contendo, ao centro, a expressão "IHS", inserem-se na estrutura do retábulo permitindo o acesso à estreita sacristia que se localiza em plano posterior ao do altar.O ANEXO, de planta rectangular, é composto pelo corpo de sete pequenas capelas, adossadas lateralmente, e por duas torres sineiras nos seus extremos. As coberturas das capelas são compostas por lajes graníticas enquanto que as torres sineiras possuem coberturas de forma cruciforme de cantaria de oito águas, formadas por cunhas dispostas em empena em todos os alçados. Fachada voltada a O. composta pelas sineiras, unidas pelo corpo da sete capelas, em aparelho isódomo de cantaria. Nos panos das sineiras, idênticos, rasga-se, em plano intermédio, porta em arco abatido com moldura saliente, antecedidos por escadaria de dez degraus, e, no registo superior, ventana em arco abatido. Nos panos das pequenas capelas, rematados por cunhas de granito salientes dispostas em empena, rasgam-se sete portas, nos braços inferiores das cruzes formadas pela moldura de cantaria saliente. Fachadas N. e S. das sineiras compostas por janela em arco abatido entaipado, ao nível do piso intermédio, e, no registo superior, por ventana de arco abatido. Remates compostos por cunhas salientes dispostas em empena. Fachada posterior cega nos registos inferiores e rasgada, no piso superior das sineiras, por ventana de vão abatido e remate composto por cunhas dispostas em empena. Na sineira S., rasga-se porta em arco abatido de acesso ao passadiço que se forma sobre as capelas em plano posterior às suas empenas. Um pequeno carrilhão composto por três sinos pende das ventanas da torre sineira S. *2.

Acessos

Em Penude, pela EN 2, no lugar de Matancinha, a cerca de 70 m da EN; Gauss: M- 222.498 m, P- 454.749 m, CMP, Fl. 137

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Peri-urbano, a meia-encosta, delimitado pelos muros do próprio adro que separam o recinto da via pública a N. e a E., e de terrenos de cultivo nos restantes lados, com edifícios habitacionais oitocentistas e novecentistas alguns deles incaracterísticos. Nas proximidades, para E., junto à EN, localiza-se o cruzeiro seiscentista do Senhor Crucificado.

Descrição Complementar

Fachada principal, contém friso com a inscrição: "+ TERRIBILIS EST LOCUS ISTE +"; na cruz da porta, a inscrição: "CRUX AVE SPES ÚNICA", "LOCUS ISTE" e "PUAH * NETUEPUDS EST"; sobrepujam o portal duas lápides contendo inscrições: "IHS" e "C I - O VOS OMNES QUI TRANSITIS PER VIAM ATTENDITE ET VIDETE SI EST DOLOR SICUT DOLOR MEUS", e em campo as iniciais: "SPQR", "JNRJ", "MVRM". A segunda lápide, em forma de pergaminho, contém a inscrição: "OPERAM NON PERDIT / QUI DEO LABORAT / ( PIO IX ) * * * * * * * / OS FUNDADORES D ESTA / CAPELLA RESOLVERAM / DEDICÁLA A S CRUZ DE / JESUS FONTE PERENNE / DE INNUMERAS GRAÇAS / DANDO PRINCIPIO AOS / SEUS TRABALHOS A 15-4-1917 / SALVE O CRUZ / PRECIOSA". No portal do transepto, na fachada lateral esquerda, a inscrição: "+ HIC EST DOMUS DEI +", e, em plano superior, uma lápide contendo um "IHS" estilizado em baixo-relevo, e em volta a inscrição: "AVE O CRUX SANCTI / OR UNIVERSIS / CRUX STATIN EAN / SANAVIT TUAM CRUCEM / ADORAMUS DOMINE / O CRUX AVE SPES / UNICA". No topo do transepto, duas lápides, com as inscrições: "C. BONI L. POENITENTIA", "C. JESU C. INFINITUS AMOR" e "C. MALI. L. DESPERATIO", e "S.TA HELENA / SALUTAREM / CRUCEM / QUAESIVIT / ET INVE / NIT". No pórtico da fachada oposta, "+ HIC EST PORTA COELLI +", e, em plano superior, uma lápide contendo um "IHS" estilizado, em baixo relevo, e em volta a inscrição: "PER SANCTAM CRUCEM / LIBERATI SUMUS / ARBOR ORNATA AB / CIS PURPURA / CRUX AB OMNI / BUS VENERATUR / AEGNAVIT A / LIGNO DEUS". No topo do transepto, duas lápides, a inferior com a gravação de uma cruz contendo a inscrição: "CRUX JESU O PLEBEUS AMICTUS AVE", e em sua volta a inscrição: "NOS AUTEM / GLORIA / AI OPOR / TET IN CRU / CE DOMINI / NOSTRI / JESU CHRIS / TI UI / EST / SALUS VI / TA ET RESU / RRECTIO NOS / TRA PER QUEM / SALVATI ET LIBE / RATI SUMUS AVE CRUX"; a lápide superior tem a inscrição. "A 1.ª PEDRA FOI ASSENTE NO DIA DA EXALTAÇÃO DA STA CRUS 14-9-1917". Lápide da fachada posterior tem a inscrição: "MULIER AMIOTA SOLE ET LUNA / SUB PEDIBUS EJUS T IN OA / PITE EJUS CORONA STE / LARUM DUODECIM" "A MAE DE DEUS PISOU TODOS / OS VICIOS VESTIU-SE DE TO / DAS AS DORES E CORO / OU-SE COM TODAS / AS VIRTUDES"; na segunda lápide, a inscrição: "COLOCOU-SE A PRI / MEIRA CRUX / NESTA / CA / PELA / DA ST CRUX / NO / AVE O CRUX / JESUS - 14-9-17". No interior, inscrições pintadas nos panos centrais incluem as seguintes expressões: "CRUX REGNAT, CRUX REPELLIT OMNE CRIMEN", "O CRUX ADMIRABILIS RESTITUTIO SALUTUM".

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Padre Justino Augusto de Freitas; CINZELADOR: António "Fivelas", de Cambres. PEDREIRO: Hipólito e seus dois filhos, de Magueija; CARPINTEIROS: Augusto Paulo e "Lamelas", de Matança.

Cronologia

1867, 24 Julho - nascimento de Justino Augusto de Freitas, filho de José Casimiro Granginho e de D. Guilhermina Augusta de Freitas, por sua mãe, primo direito do Padre Manuel Gonçalves da Costa, abade de Penude; teve um único irmão, Luís, antigo aluno do colégio da Lapa *3; 1910, 18 Fevereiro - nomeado capelão de Nossa Senhora do Outeiro, em Penude até ser suspenso, pouco antes da sua morte, ocorrida em 11.11.1935; 1912, desde 20 Junho - começa a celebrar 2.ª missa, aos domingos e dias santos, na capela de São Silvestre de Quintela; 1916 / 1917 - atenta a forte devoção do povo de Matancinha, bem como o facto de costumar rezar o terço, e ocasionalmente praticar outras devoções, em volta do cruzeiro do Senhor Crucificado, que se encontrava num pequeno largo a meio da povoação, poderá ter despertado a ideia da erecção de uma capela, logo perfilhada pelo Padre Justino que traçou a planta "gravando-a à navalha num cepo de castanho"; a pedra foi cortada na lombada fronteira, entre Camba e a ponte de Reconcos, onde se pode observar a chamada "Cruz do Padre Justino", cravada sobre um penedo ovalado, numa face do qual foi gravada a inscrição: "Esta Cruz foi feita a 30/X/1917. Ó Boa Cruz, por ti me receba quem por ti me remio. S.to André"; e na outra face do mesmo penedo: "Salve, ó Cruz preciosa"; os terrenos foram oferecidos por Avelino Capela e pelo Padre Albino Alves Pereira; 1917, 15 Abril - início dos trabalhos para a edificação da capela *4, de acordo com inscrição de uma das cartelas insertas na fachada principal; 1917, 14 Setembro - colocação da primeira pedra, de acordo com a inscrição contida numa cartela do braço lateral direito da capela; as obras ficaram a cargo dos pedreiros Hipólito e filhos, de Magueija, dos carpinteiros Augusto Paulo e "Lamelas", de Matança, sendo o cinzelador António "Fivelas", de Cambres; encomenda das telas pintadas a mestres portuenses, através de Luís de Freitas, irmão do Padre Justino; 1921 - a obra encontra-se concluída, faltando, no entanto, a concessão da licença para a sagração da capela; devido a esse facto o Padre Justino e seus seguidores decidem formar uma "Sociedade de Culto", com escritura pública comercial firmada com mais de 100 assinaturas, lavrada por notário da Avenida da Boavista, no Porto, de nome Sancho; seguiram-se tempos de incerteza quanto à sagração da capela, devido às dissidências havidas entre o capelão e o abade de Penude, Padre Manuel Gonçalves da Costa, que não tinha, anteriormente, aprovado a colocação do seu nome em lápide a consagrar a erecção da capela, tendo o Padre Justino picado todas a letras da referida inscrição; 1924, 30 Outubro - o prelado, na pessoa do bispo coadjutor D. Agostinho, envia ao pároco de Penude, Padre Costa, a minuta do decreto de consagração, após ter conseguido o compromisso, de uma comissão representativa da "Seita", de que seriam respeitadas todas as leis eclesiásticas referentes a capelas públicas, incluindo a condição de a capela ficar sujeita à jurisdição do legítimo pároco da freguesia, exigindo, ainda, a dissolução da "Sociedade", desistindo posteriormente dessa formalidade devido às dificuldades legais daí decorrentes *5; 1924, 4 Novembro - publicação do decreto a autorizar a benção da capela de Matancinha *6; 1925, inícios Janeiro - cerimónia de sagração e bênção da capela da capela da Exaltação da Santa Cruz, com exclusão das construções anexas; 1928, 21 Junho - publicação do "Interdito e declaração de scismáticos", no Boletim da Diocese (1929, p. 48), com leitura pública nas igrejas paroquiais da cidade de Lamego, Penude, Arneiros, Magueija e Petrarouca, em que são feitos vários considerandos sobre os factos ocorridos e sobre a contumácia e soberba do réu, Padre Justino, que já lhe valera a pena de suspensão, concluindo por declarar cismáticos todos os que interromperam a comunhão com o pároco da freguesia, proibir a leitura dos escritos espalhados pelo Padre e lançar o interdito à capela da Matancinha, dentro da qual ninguém no futuro poderia entrar sob pena de pecado mortal; 1928, depois de - com a interdição da capela, a comunidade passou a reunir-se numa casa particular vizinha onde fazia meditação diária pela manhã e recitava o terço à tarde; aos Domingos e Sextas-feiras, o terço, meditação dos mistérios, salve rainha e ladainhas eram cantados por toda a assistência com música expressamente composta pelo maestro Saldanha Júnior, músicas essas cujos originais ainda se conservam; 1932, cerca - o Padre Manuel Gonçalves da Costa manda retirar o cruzeiro de pedra seiscentista do Senhor Crucificado, que se encontrava perto da capela, num pequeno largo a meio da povoação, para a beira da Estrada Nacional; 1935, 11 Novembro - falecimento do Padre Justino, que se tinha recolhido ao seu casarão do Grandal, que um dia tinha sido idealizado para instalar um convento, "sede de formação de apóstolos e santos de um cristianismo renovado", indo a enterrar em campa rasa no cemitério paroquial; 1935, depois de - a capela volta a abrir ao público, com sujeição à legitima autoridade do pároco de Penude; séc. 20, década de 80 - edificação de coro-alto em betão, com guarda de madeira com motivos cruciformes e alterações no interior das pequenas capelas, a expensas de João e José Ribeiro; década de 90 - cobertura do piso da capela com madeira corrida.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Granito na estrutura, cimento, tijolo, telha cerâmica, madeiras de castanho e de pinho, ferro forjado, vidro, bronze, pintura a óleo, talha e talha policromada.

Bibliografia

COSTA, M. Gonçalves da, Penude e Magueija - paróquias beiraltinas, Lamego, 1975; COSTA, M. Gonçalves da, Seminário e seminaristas de Lamego: monografia histórica; Lamego, 1990; CD Portugal Século XXI - Viseu, CD 1, Matosinhos, 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMLamego

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CML

Documentação Administrativa

CML; Câmara Eclesiástica de Lamego; Fábrica Paroquial de Penude

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, década de 80 - edificação de coro-alto em betão, com guarda de madeira com motivos cruciformes e alterações no interior das pequenas capelas; 1990, década de - cobertura do piso da capela com madeira corrida.

Observações

*1 - A planta do recinto que surge na lápide é um pouco diversa do projecto que foi concretizado, notando-se que teve uma inscrição que se encontra picada e que, segundo Gonçalves da Costa, rezaria: "FORAM FUNDADORES DESTA CAPELA O P. MANUEL GONÇALVES DA COSTA, P. ALBINO ALVES PEREIRA E O P. JUSTINO AUGUSTO DE FREITAS" (COSTA, 1975, p. 183); *2- o carrilhão de sinos original pertenceu anteriormente ao Santuário da Senhora dos Remédios, tendo sido oferecido à capela de Santa Cruz a quando da sua edificação; *3 - Justino de Freitas foi autorizado, em 30 de Abril de 1883, através de provisão episcopal, a utilizar hábito talar e sobrepeliz nas funções religiosas da paróquia; em 1884, ao completar 17 anos matriculou-se no seminário diocesano como externo, ficando a residir no Paiol, em casa de seu tio que era capelão do Santuário da Senhora dos Remédios; em 1885 encontrava-se já a frequentar as aulas do seminário como interno, gratuito; em 25 de Julho de 1894, obtém licença para a celebração da primeira missa, desempenhando nos anos seguintes e até 1910, o cargo de prefeito do seminário de Lamego; *4 - na planta primitiva estava prevista uma capelinha em honra do Anjo da Guarda, em frente da principal, dedicada à Exaltação da Santa Cruz, seguida de outras 7, em memória das 7 Dores de Nossa Senhora, disposta ao longo do caminho que desce até à EN, intento, no entanto, abandonado por acarretar demasiada despesa, pelo que se erigiram as 7 capelinhas na retaguarda do templo, entre as duas torres sineiras, ficando o espaço intermédio com a função de cemitério; *5 - o requerimento da sagração, segundo as disposições canónicas, deveria ser apresentado pelo abade, sendo que em caso de se julgar inconveniente a benção da capela, deveria o mesmo ser comunicado à prelatura; *6 - no mesmo decreto se diz que "em vista das informações do pároco e de outras pessoas e por os mais interessados terem assinado uma escritura na Câmara Eclesiástica, pela qual se obrigavam a não dar ao templo um destino diferente daquele para que fora construída, e proverem às despesas para a manutenção do culto, o Bispo relevava-os da falta de licença para a construção da obra, por estar persuadido de que o fizeram por desconhecimento da lei"; mais se regista que "a capela seria pública, em tudo sujeita à jurisdição do pároco, que nela podia exercer acções paroquiais e impedir os actos contrários à disciplina eclesiástica; os encarregados poriam à sua disposição as alfaias sempre que ele lá quisesse celebrar"; desse modo, autorizava o vice-reitor do seminário, cónego Joaquim Pereira Pedrosa e Sousa a proceder à bênção da capela e a celebrar nela a primeira missa, depois de ser lido o decreto ao povo e, no fim, lavrar-se-ia o respectivo auto assinado pelo sagrante, pároco e outras pessoas.

Autor e Data

Gustavo Almeida 2002

Actualização

 
 
 
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