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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta retangular composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, tendo adossada à fachada lateral esquerda capela exterior e sacristia e à lateral direita torre sineira quadrada e anexos rectangulares. Volumes escalonados com coberturas em telhados de duas águas na igreja e de uma na capela, sacristia e anexos. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais da igreja apilastrados e coroados por pináculos piramidais sobre plintos paralelepipédicos, terminadas em friso e cornija de betão sobreposta por beirada simples. Fachada principal virada a SO., com embasamento de cantaria, terminada em empena, com friso e cornija, coroada por cruz latina de cantaria de braços trilobados sobre plinto paralelepipédico, e, nos cunhais, por pináculos piramidais com bola. É rasgada por portal de verga recta de moldura recortada nos ângulos superiores e sobre o fecho, e por duas janelas rectangulares de molduras simples, as quais ladeiam nicho albergando imagem pétrea de São José com o Menino, sobre mísula, e com moldura rectangular, decorada por elementos fitomórficos e com a inscrição A. 1960. Torre sineira sensivelmente recuada de dois registos, separados por friso e cornija, tendo no primeiro relógio de Jerónimo de Braga sobre a data de 1972 relevada e no segundo, em cada uma das faces, sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras, albergando frontal e lateralmente dois sinos; remate em pináculos piramidais sobre os cunhais e cobertura em coruchéu piramidal de pedra, coroado por cruz latina em ferro. Fachada lateral esquerda rasgada por porta travessa de verga recta simples, e duas janelas de capialço; a sacristia e a capela exterior são percorridas por friso de cantaria e separadas por pilastra, sendo a primeira alteada; lateralmente é rasgada por porta de verga recta e, superiormente, janela rectangular, ambos sem moldura. A capela é rasgada por porta de verga recta ladeada por vãos rectangulares protegidos por balaustrada de cantaria, permitindo visualizar o seu interior. Na fachada lateral direita o anexo ao longo da nave possui dois pisos, sendo rasgado por porta de verga recta com moldura recortada e inscrita com 1922, por um outro sem moldura, janela de capialço e, no segundo piso, por janela de peitoril, com caixilharia de guilhotina e fresta. O segundo anexo é cego. De ambos os lados, rasgam-se na capela-mor janela de capialço. Fachada posterior da capela-mor rasgada por vão quadrangular e terminada em empena, e o anexo da fachada lateral direita por janela rectangular de capialço. INTERIOR da capela de Santa Ana com as paredes em cantaria aparente, com as juntas tomadas e pavimento de lajes. Na parede testeira abre-se portal de ligação à igreja, de verga recta, enquadrado por estrutura em arco de volta perfeira, com chanfro e sobre mísulas. No interior dispõem-se as imagens de vestir do Senhor dos Passos e da Virgem. Sobre mesa de altar colocada do lado esquerdo do vão, existe a imagem de Santa Ana. |
Acessos
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Paços, Rua da Igreja |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, isolado no exterior da aldeia, integrado em plataforma adaptada ao declive acentuado do terreno, sobretudo na fachada posterior, onde surge sobrelevada à estrada que contorna a plataforma, formando adro. Este é protegido por muro, com acessos laterais por portões de ferro. Em frente da igreja dispõem-se três bancos de madeira e o portão de ligação ao cemitério da freguesia, datado de 1926. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo) |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 17 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1523 / 1546 - data do Tombo da igreja; 1626 - data do primeiro registo de óbitos documentado; 1627 - data do primeiro registo de casamentos documentado; 1641, Julho - o governador da Galiza, o Marquês de Valparaizo, enviou um exército de oitocentos homens para retaliar o ataque português de D. João de Sousa, incendiando as igrejas de Cristóval e Paços, casas e searas das freguesia; 1646 - obrigação à fábrica do Santíssimo Sacramento, a favor dos moradores da freguesia, por quererem colocar o Santíssimo na sua igreja, devido à grande necessidade; 1654 - data do primeiro registo de baptismos documentado; 1755, 1 Novembro - não sofreu ruína alguma no terramoto; 1758, Maio - segundo o vigário Manuel José Pinheiro nas Memórias Paroquiais, a freguesia pertencia ao Arcebispado de Braga, comarca de Valença, termo de Melgaço, sendo da Casa de Bragança; tinha 200 vizinhos e 647 pessoas; a igreja, com orago de Santa Maria de Passos, ficava isolada, sem vizinho algum e quase no meio do lugar; tinha três altares, o altar-mor onde estava colocada a imagem de Nossa Senhora da Luz e o Apóstolo São Barnabé, o colateral do Evangelho dedicado a Nossa Senhora da Conceição e o colateral da Epístola a São Sebastião; tinha uma irmandade das Almas; o pároco era vigário, apresentado pelo mosteiro do Salvador de Paderne, tendo de ordenado anual 20$000, excepto o pé de altar; o produto dos dízimos era 400$000 para o dito mosteiro; encostada à capela-mor e da parte de fora da mesma, existia uma capela de Santa Ana, milagrosa *1; à capela concorria muito povo no dia da sua festa, do Reino de Portugal e da Galiza; 1922 - data inscrita na porta travessa da fachada lateral direita, possivelmente assinalando a construção do anexo ao longo da nave; 1926 - data do portão do cemitério; 1952 - data do portão central de acesso ao adro; 1960 - data inscrita na moldura do nicho da frontaria assinalando grande reforma na igreja; 1972 - data inscrita sob o relógio da torre sineira. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura rebocada e pintada ou em cantaria de granito aparente; pináculos, cruzes, frisos, algumas cornijas, molduras dos vãos, balaustradas e outros em cantaria de granito; cornijas de betão; portas de madeira; caixilharia de alumínio; vidros martelados; grades em ferro; algerozes metálicos; cobertura de telha. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Carlos A. Brochado - O sistema defensivo da vila de Melgaço. Dos castelos da reconquista ao sistema abaluartado. Melgaço: 2002; CAPELA, José Viriato - As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga: Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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EM ESTUDO. *1 - Nas Memórias Paroquiais referia-se que, segundo tradição antiga, se dizia que a imagem de Santa Ana tinha vindo pelo rio Minho abaixo juntamente com um sino chamado de Santa Ana, e não só na freguesia, mas em toda a parte que se ouvisse tocar o sino, não havia "pedraça", nem raio; dizia-se que o motivo da capela estar de fora se devia ao facto de que, depois da imagem ter aparecido nos limites da freguesia e ter sido colocada dentro da igreja, ela no dia seguinte aparecia sempre da parte de fora; assim, foi entendido que a imagem queria estar onde pudesse ver o rio, motivo que levou a construir-se a capela exterior à igreja; |
Autor e Data
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Paula Noé 2010 |
Actualização
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