Igreja Paroquial de Paços / Igreja de Santa Ana

IPA.00015235
Portugal, Viana do Castelo, Melgaço, União das freguesias de Chaviães e Paços
 
Arquitectura religiosa, seiscentista e novecentista. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, interiormente com iluminação axial e bilateral. Fachadas rebocadas e pintadas, a principal terminada em empena e rasgada por portal de verga recta e duas janelas. Fachadas lateral esquerda rasgada por porta travessa de verga recta e janelas de capialço, na nave, e de ambos os lados uma outra na capela-mor; a posterior termina em empena.
Número IPA Antigo: PT011603100069
 
Registo visualizado 443 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta retangular composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, tendo adossada à fachada lateral esquerda capela exterior e sacristia e à lateral direita torre sineira quadrada e anexos rectangulares. Volumes escalonados com coberturas em telhados de duas águas na igreja e de uma na capela, sacristia e anexos. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais da igreja apilastrados e coroados por pináculos piramidais sobre plintos paralelepipédicos, terminadas em friso e cornija de betão sobreposta por beirada simples. Fachada principal virada a SO., com embasamento de cantaria, terminada em empena, com friso e cornija, coroada por cruz latina de cantaria de braços trilobados sobre plinto paralelepipédico, e, nos cunhais, por pináculos piramidais com bola. É rasgada por portal de verga recta de moldura recortada nos ângulos superiores e sobre o fecho, e por duas janelas rectangulares de molduras simples, as quais ladeiam nicho albergando imagem pétrea de São José com o Menino, sobre mísula, e com moldura rectangular, decorada por elementos fitomórficos e com a inscrição A. 1960. Torre sineira sensivelmente recuada de dois registos, separados por friso e cornija, tendo no primeiro relógio de Jerónimo de Braga sobre a data de 1972 relevada e no segundo, em cada uma das faces, sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras, albergando frontal e lateralmente dois sinos; remate em pináculos piramidais sobre os cunhais e cobertura em coruchéu piramidal de pedra, coroado por cruz latina em ferro. Fachada lateral esquerda rasgada por porta travessa de verga recta simples, e duas janelas de capialço; a sacristia e a capela exterior são percorridas por friso de cantaria e separadas por pilastra, sendo a primeira alteada; lateralmente é rasgada por porta de verga recta e, superiormente, janela rectangular, ambos sem moldura. A capela é rasgada por porta de verga recta ladeada por vãos rectangulares protegidos por balaustrada de cantaria, permitindo visualizar o seu interior. Na fachada lateral direita o anexo ao longo da nave possui dois pisos, sendo rasgado por porta de verga recta com moldura recortada e inscrita com 1922, por um outro sem moldura, janela de capialço e, no segundo piso, por janela de peitoril, com caixilharia de guilhotina e fresta. O segundo anexo é cego. De ambos os lados, rasgam-se na capela-mor janela de capialço. Fachada posterior da capela-mor rasgada por vão quadrangular e terminada em empena, e o anexo da fachada lateral direita por janela rectangular de capialço. INTERIOR da capela de Santa Ana com as paredes em cantaria aparente, com as juntas tomadas e pavimento de lajes. Na parede testeira abre-se portal de ligação à igreja, de verga recta, enquadrado por estrutura em arco de volta perfeira, com chanfro e sobre mísulas. No interior dispõem-se as imagens de vestir do Senhor dos Passos e da Virgem. Sobre mesa de altar colocada do lado esquerdo do vão, existe a imagem de Santa Ana.

Acessos

Paços, Rua da Igreja

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado no exterior da aldeia, integrado em plataforma adaptada ao declive acentuado do terreno, sobretudo na fachada posterior, onde surge sobrelevada à estrada que contorna a plataforma, formando adro. Este é protegido por muro, com acessos laterais por portões de ferro. Em frente da igreja dispõem-se três bancos de madeira e o portão de ligação ao cemitério da freguesia, datado de 1926.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1523 / 1546 - data do Tombo da igreja; 1626 - data do primeiro registo de óbitos documentado; 1627 - data do primeiro registo de casamentos documentado; 1641, Julho - o governador da Galiza, o Marquês de Valparaizo, enviou um exército de oitocentos homens para retaliar o ataque português de D. João de Sousa, incendiando as igrejas de Cristóval e Paços, casas e searas das freguesia; 1646 - obrigação à fábrica do Santíssimo Sacramento, a favor dos moradores da freguesia, por quererem colocar o Santíssimo na sua igreja, devido à grande necessidade; 1654 - data do primeiro registo de baptismos documentado; 1755, 1 Novembro - não sofreu ruína alguma no terramoto; 1758, Maio - segundo o vigário Manuel José Pinheiro nas Memórias Paroquiais, a freguesia pertencia ao Arcebispado de Braga, comarca de Valença, termo de Melgaço, sendo da Casa de Bragança; tinha 200 vizinhos e 647 pessoas; a igreja, com orago de Santa Maria de Passos, ficava isolada, sem vizinho algum e quase no meio do lugar; tinha três altares, o altar-mor onde estava colocada a imagem de Nossa Senhora da Luz e o Apóstolo São Barnabé, o colateral do Evangelho dedicado a Nossa Senhora da Conceição e o colateral da Epístola a São Sebastião; tinha uma irmandade das Almas; o pároco era vigário, apresentado pelo mosteiro do Salvador de Paderne, tendo de ordenado anual 20$000, excepto o pé de altar; o produto dos dízimos era 400$000 para o dito mosteiro; encostada à capela-mor e da parte de fora da mesma, existia uma capela de Santa Ana, milagrosa *1; à capela concorria muito povo no dia da sua festa, do Reino de Portugal e da Galiza; 1922 - data inscrita na porta travessa da fachada lateral direita, possivelmente assinalando a construção do anexo ao longo da nave; 1926 - data do portão do cemitério; 1952 - data do portão central de acesso ao adro; 1960 - data inscrita na moldura do nicho da frontaria assinalando grande reforma na igreja; 1972 - data inscrita sob o relógio da torre sineira.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada ou em cantaria de granito aparente; pináculos, cruzes, frisos, algumas cornijas, molduras dos vãos, balaustradas e outros em cantaria de granito; cornijas de betão; portas de madeira; caixilharia de alumínio; vidros martelados; grades em ferro; algerozes metálicos; cobertura de telha.

Bibliografia

ALMEIDA, Carlos A. Brochado - O sistema defensivo da vila de Melgaço. Dos castelos da reconquista ao sistema abaluartado. Melgaço: 2002; CAPELA, José Viriato - As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga: Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO. *1 - Nas Memórias Paroquiais referia-se que, segundo tradição antiga, se dizia que a imagem de Santa Ana tinha vindo pelo rio Minho abaixo juntamente com um sino chamado de Santa Ana, e não só na freguesia, mas em toda a parte que se ouvisse tocar o sino, não havia "pedraça", nem raio; dizia-se que o motivo da capela estar de fora se devia ao facto de que, depois da imagem ter aparecido nos limites da freguesia e ter sido colocada dentro da igreja, ela no dia seguinte aparecia sempre da parte de fora; assim, foi entendido que a imagem queria estar onde pudesse ver o rio, motivo que levou a construir-se a capela exterior à igreja;

Autor e Data

Paula Noé 2010

Actualização

 
 
 
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