Igreja Paroquial de Roussas / Igreja de Santa Marinha

IPA.00015252
Portugal, Viana do Castelo, Melgaço, União das freguesias de Vila e Roussas
 
Arquitectura religiosa, seiscentista e oitocentista. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, interiormente com iluminação axial e bilateral. Fachadas rebocadas e pintadas, a principal terminada em frontão triangular sem retorno, e rasgada por portal de verga recta encimado por frontão triangular e janela. Fachadas laterais rasgadas por porta travessa de verga recta e janelas de capialço na nave e capela-mor; a posterior termina em empena.
Número IPA Antigo: PT011603160086
 
Registo visualizado 391 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta de nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, tendo adossado à fachada lateral direita torre sineira quadrangular e à oposta sacristia rectangular. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e sacristia, mas estas dispostas perpendicularmente, e coruchéu piramidal na torre, também de telha, coroado por cruz latina luminosa. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com cunhais apilastrados na nave e torre sineira e em alhetas na capela-mor e sacristia, coroados por pináculos piramidais com bola sobre plintos paralelepipédicos, e terminadas em friso e cornija, sobreposta por beirada simples. Fachada principal a O., terminada em frontão triangular sem retorno, rematado por cruz latina sobre acrotério, e rasgado por portal de verga recta de moldura recortada no topo, encimado por friso, com fresta de arejamento, e frontão triangular; sobre este abre-se janela. Torre sineira sensivelmente recuada da frontaria, de dois registos, separado por friso, o segundo rasgado, em cada uma das faces, por sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras e albergando sino; no primeiro registo integra silhar decorado com motivo enxaquetado, que deverá ter pertencido à primitiva igreja e no ângulo tem gárgula de canhão. Fachadas laterais rasgadas na nave por porta travessa de verga recta e moldura simples e duas janelas de capialço e, na capela-mor por uma outra janela e, na lateral esquerda, por uma fresta; ainda nesta fachada, a sacristia, terminada em empena coroada por cruz latina sobre acrotério, é rasgada por porta de verga recta e óculo circular. Fachada posterior tem a capela-mor terminada em empena, igualmente coroada por cruz latina de braços quadrangulares sobre plinto paralelepipédico; num plano superior possui lápide inscrita, encimada por friso moldurado e cornija, apresentadno ainda vestígios de policromia. INTERIOR com quatro retábulos na nave.

Acessos

Rua da Igreja. WGS84 (graus decimais): lat.: 42.103393º, long.: -8.250786º (2010)

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, isolado no interior da aldeia, de povoamento disperso, junto à estrada, integrado em adro, delimitado por muro de alvenaria rebocada e pintada, com acesso lateral e posterior, onde o muro termina em cornija sobrepujada por merlões decorativos. O adro possui pavimento de paralelos e calçada à portuguesa, com guias de granito, integrando lápide sepulcral inscrita. Paralela à fachada lateral direita desenvolve-se o cemitério mais antigo e, do lado oposto da estrada, o mais recente. Junto a este existem ainda umas Alminhas.

Descrição Complementar

A lápide na fachada posterior da capela-mor tem a seguinte inscrição, em 7 regras: BLASIVS DE ANDRADA DA GAMA A BBAS, INVTROQ LIVRE LAVREATG A EVN DAMENTIS ERE XII - MDCLXXXX.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1509 - data do Tombo da igreja; 1566 - instituição da Confraria do Santísssimo Sacramento pelo abade da paróquia Tristão de Castro e seus fregueses; 1590 - doação de bens para património da ermida de Nossa Senhora do Rosário, a favor de Tristão de Castro, abade de Roussas, filho de Lopo de Castro e D. Isabel Soares, dos Soares de Tangil, que fez a dita ermida para nela se celebrar os ofícios divinos lhe dotando os bens necessários para a sua assistência; 1596, 4 Dezembro - escritura de doação feita pelo Pe. Tristão de Castro, para a fábrica da Capela da Nossa Senhora do Rosário, na Igreja; doava o seu campo e casa que tinha no lugar de Parada, freguesia de Chaviães, chamada Campo da Parada, que era dízimo a Deus do dito campo e casa e que até então davam anualmente 21 alqueires de pão meado da medida nova; doava ainda 12 alqueires de pão de renda dízima a Deus Domingos Alvares, de Vilela, 6 alqueires da medida nova do campo debaixo da porta das casas e outros 6 alqueires que lhe pagavam os herdeiros que ficaram de Gregório Meirinho da Granja, do Campo de Codessas, situado em Real; doava tudo isto para a fábrica e reparo da dita igreja, que já estava acabada de todo o necessário para nela se poder administrar os ofícios divinos; 1609, 10 Julho - data do testamento de Abade Tristão de Castro, feito nas suas casas de morada em Surribas, onde determina ser sepultado na Capela da Igreja de Santa Marinha de Roussas, diante do Santíssimo; no dia do seu enterro deviam dizer-se trinta missas com ofícios de nove lições, com três missas cantadas, a primeira do Espírito Santo, a segunda da Virgem Nossa Senhora e a terceira de dia de réquiam e terço e no final do ano outras tantas pela mesma ordem, totalizando noventa missas; deixou a capela e coisas a ela pertencentes a um dos seus seis filhos, Gregório de Castro e seus herdeiros; 1626 - data do primeiro registo de óbitos documentado; 1627 - data do primeiro registo de baptismos e de casamentos documentado; 1690 - data da inscrição na fachada posterior referente à reconstrução da igreja à custa do benemérito abade da freguesia, Brás d'Andrade da Gama; 1755, 1 Novembro - não sofreu ruína alguma no terramoto; 1758, 11 Maio - segundo o abade Cleto José de Azevedo Sotto Maior nas Memórias Paroquiais, a freguesia era do arcebispado de Braga, comarca de Valença, termo de Melgaço; tinha 207 moradores e 758 pessoas de sacramento e 43 menores, totalizando 701; a igreja não tinha nave alguma e tinha cinco altares: o altar-mor onde estava colocado o Santíssimo Sacramento, a padroeira Santa Marinha, Santo António, São Brás, Santa Quitéria e Santa Rosália, o altar colateral da Epístola onde estava a imagem da Senhora do Rosário, o do Evangelho onde estavam as imagens de São Sebastião e Santa Luzia, o altar lateral da Epístola das Almas com uma imagem do Santo Cristo e o do Evangelho um outro com as imagens da Senhora do Socorro e São Domingos; tinha uma irmandade das Almas; o pároco era abade apresentado pelo padroeiro de D. Manuel de Meneses, governador da cidade de Tui e morgado da casa do Porto, e podia ter 500$000de renda; antigamente a apresentação da igreja era "in solidum" de D. Gaspar de Menezes morgado da casa do Porto situada na Galiza, Bispado de Tui, e nesta data era alternada, sendo um ano do dito morgado e outro à Mitra Primaz; 1870 - reconstrução da igreja.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; pináculos, cruzes, frisos, cornijas, pináculos, molduras dos vãos, e outros em cantaria de granito; portas de madeira; vidros simples; cobertura de telha.

Bibliografia

Coord. SILVA, Isabel, Dicionário Enciclopédico das Freguesias, vol. 3, Matosinhos, 1997; ESTEVES, Augusto César, Obras Completas, vol. 1, tomo 1, Melgaço, 2003; IDEM, Obras completas nas páginas do Notícias de Melgaço, vol. 1, tomo 2, Melgaço, 2003; CAPELA, José Viriato, As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Noé 2003

Actualização

 
 
 
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