Igreja Paroquial de Bela / Igreja de Nossa Senhora das Neves

IPA.00015337
Portugal, Viana do Castelo, Monção, Bela
 
Arquitectura religiosa. Igreja paroquial de planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, tendo adossado sacristia e torre sineira. Fachada principal terminada em empena, rasgada por portal de verga abnatida e janela com a mesma modinatura e formando brincos rectos. Fachadas laterais com cunhais apilastrados e terminadas em friso e cornija.
Número IPA Antigo: PT011604060061
 
Registo visualizado 301 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, tendo adossada a sacristia e, à direita, torre sineira quadrada. Fachadas rebocadas e pintadas, com molduras dos vãos em cantaria. Fachada principal terminada em empena, com cornija, coroada por cruz sobre plinto, de cunhais apilastrados coroados por pináculos sobre plintos paralelepipédicos; é rasgada por portal de verga abatida com moldura terminada em cornija, sobrepujada por janela, com o mesmo tipo de verga e formando brincos rectos, gradeada. Torre sineira de três registos, separados por cornija ou friso, com cunhais apilastrados, abrindo-se no primeiro porta de verga recta, e abrindo-se no terceiro registo, em cada uma das faces, sineiras de arco de volta perfeita, sobre pilastras, na frontaria formando inferiormente avental, e sendo coberta por cúpula bolbosa. Fachadas laterais terminadas em friso e cornija sobrepujada por beirada simples.

Acessos

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Peri-urbano, isolado. Ergue-se fora do lugar, no cimo de um monte com eucaliptal, em plataforma sobrelevada, rodeada por muro formando adro, precedido por escadaria frontal. Perto do adro, ergue-se cruzeiro de cruz simples sobre plinto.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1514 / 1532, entre - figura no título das igrejas da comarca de Valença para o arcebispado de Braga, redigido entre o ano de 1514 e o da morte de D. Diogo de Sousa, em 1532, sob a denominação de ""Sancta Oginha"; 1546 - no Memorial feito pelo vigário Rui Fagundes feito, no tempo de D. Manuel de Sousa, a igreja aparece anexa ao mosteiro de São João de Longos Vales, chamando-se na época "Sancta Ougia"; 1520 - esse mosteiro era da apresentação do Papa, tendo como anexas as igrejas de Barbeita e de Santa Maria de Cales; 1539 - Paulo III concedeu o priorado a D. Duarte, filho de D. João III; 1551 - bula de Júlio III anexando o mosteiro ao Colégio de Jesus de Coimbra, e com ele as igrejas de Cambeses, Messegães, Pias e Sago; séc. 16 - a igreja constituía uma vigararia anexa ao padroado da Companhia de Jesus, do Colégio de Coimbra; 1715 - a Companhia de Jesus dava ao reverendo vigário da freguesia as casas em que vivia, sobradadas e térreas, com estrebaria, palheiro, uma corte com lata vinha, deveza e pomar, tudo junto das ditas casas, e ainda uma horta sem água; desviada da casa dava-se-lhe uma outra terra que levava uma "fanega" de pão de semeadura, e onde havia latas, hortas, árvores de espinho e lameiros para erva; 1758, 7 Maio - a freguesia pertencia ao arcebispado de Braga, à comarca eclesiástica de Valença e à secular de Viana, termo de Monção; a igreja, fora do lugar e num monte, tinha três retábulos; o maior, onde estava o Santíssimo Sacramento, a imagem de Nossa Senhora das Neves, no lado do Evangelho, a imagem de São Bento, no da Epístola e, em cima da tribuna, um Menino Jesus; o retábulo colateral do Evangelho, dedicado às Almas, tinha pintado as Almas e possuia as imagens de Santa Quitéria, São Brás, São Bartolomeu e um Menino Jesus; o retábulo da Epístola era dedicadoao Santo Cristo, tinha uma grande e venerável imagem do Santo Cristo, e possuia as imagens de São Sebastião, de Santo António, de São Vicente Ferreira, de Santa Luzia e de Santa Bárbara; todos os altares eram priviligiados para os Irmãos defuntos e a igreja tinha uma Irmandade das Almas; a freguesia tinha um legado que rendia 52$000, os quais se gastavam todos os anos em azeite para alumiar o Santíssimo Sacramento; o pároco era vigário, era apresentado anualmente pelo reverendo Superior dos Mosteiros de São Fins e São João de Longos Vales da Companhia de Jesus, rendendo a freguesia 50$000 para o páraco; a freguesia apresentava aos padres da Companhia um rendimento de 210$338; 1759, 3 Setembro - expulsão da Companhia de Jesus, revertendo todos os seus bens para o erário régio; 1774, 4 Julho - provisão de D. José incorporando todos os bens da extinta Companhia de Jesus no património da Universidade de Coimbra, que assumiu a sua administração; pouco depois visitaram-se todas as igrejas da antiga Companhia de Jesus; a igreja de Bela, situada no termo de Monção e distante três quartos da vila e meia de légua, era um edifício humilde e grosseiro, mas sem maior indecência, achando-se as paredes firmes e duráveis a capela-mor era correspondente e tinha um retábulo, de muito má escultura, mas como ainda prometia duração e estava sofrivelmente dourado, podia conservar-se; o mesmo se dizia do forro que era liso e mal feito, mas ainda durável; o pavimento era de cantaria, mal unido, mas não muito indecente; a sacristia era da mesma obra da capela-mor, estava forrada de guarda pó de madeira e castanho, durável, tinha um caixão para os paramentos capaz de servir e o pavimento era de cantaria, mais bem unido que o da capela-mor; o corpo da Igreja pertencia ao povo; as casas da residência eram novas, feitas pelo fisco pouco antes da acção régia, constando de duas casas de sobrado com suas lojas e cozinha; o Passal era pequeno, mas de boa cultura e poderia render anualmente até 12$000; a Universidade de Coimbra apresentava o Cura na Igreja e cobrava os dízimos e as primícias da Freguesia; tinha a obrigação de reparar ou reedificar a capela-mor, sacristia e casas da residência, e dar todos os paramentos necessários para o uso da capela-mor e sacristia, porque o corpo da Igreja com tudo o que lhe tocava pertencia aos fregueses; devia dar ainda a côngrua suficiente ao cura, que então era de 8$000 sem ajuda alguma para vinho e hóstias, ou cera (a Câmara costumava antigamente dar alguma coisa para aqueles guizamentos); devia pagar ao Cabido de Valença 60 alqueires de pão meado, ao Arcediago 48 alqueires, 150 cabaços de vinho e $546 em dinheiro; havia na Igreja um legado de 40$000 anuais para estarem continuamente quatro luzes diante do Santíssimo Sacramento; 1835, 5 Maio - decreto incorporando nos Bens Próprios Nacionais os bens pertencentes à Universidade de Coimbra, que continuava, no entanto, a usufruir dos seus rendimentos; 1848, 21 Novembro - decreto delimitando como bens da Universidade de Coimbra apenas os edifícios estritamente necessários para o seu funcionamento, situados em Coimbra; 1977, 3 Novembro - passou a pertencer à diocese de Viana do Castelo.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; pilastras, pináculos, plintos, cruz e molduras dos vãos em cantaria de granito; porta de madeira; cobertura de telha.

Bibliografia

MATA, Joel, A situação económica dos Jesuítas de São Fins e Longos Vales, em 1759 in Estudos Regionais, vol. 3, Viana do Castelo, 1986, p. 132 - 138; CAPELA, José Viriato, Monção nas Memórias Paroquiais de 1758, Monção, 2003; www.freguesias de portugal.com, 21 Outubro 2008; www.ttonline.iantt.pt, 20 Outubro 2008.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

IAN/TT: Dicionário Geográfico, vol. 6, memória 83, pp. 603 - 610; Universidade de Coimbra: Igrejas da Universidade de Coimbra, Tomo II, Cota - Depósito 14, Secção 8. E, Estante 5, Tabela 9, Nº. 560; Arquivo Distrital de Braga (datas extremas: 1611 - 1900 (não consultada))

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Noé 2008

Actualização

 
 
 
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