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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Palacete
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Descrição
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De planta rectangular de dois pisos, com a frente E. de três pisos, e um torreão num dos ângulos de quatro pisos. Também a O. adossado um corpo de planta rectangular alongada, de quatro pisos, apresentando os vãos do último piso entaipados. Volumes articulados, com coberturas em telhado diferenciadas, de duas águas no corpo principal, donde ressaltam dois volumes de águas furtadas alinhados a S. e N. de cornija rebocada saliente e em arco pleno. O volume de três pisos e os torreões respectivamente de três e quatro águas. Destaque para pequena cúpula no ângulo SO. Todo o edifício rebocado é rematado superiormente por platibanda recortada por elementos cerâmicos, constituindo ameias. Das fachadas lisas destacam-se como elementos salientes na fachada N. ao nível do piso térreo uma bow window e uma varanda saliente no 2º piso, apoiada em cachorros cerâmicos. O acesso à casa faz-se na fachada E. através de uma escada de tiro, com guardas cerâmicas. Todos os alçados são modulados por vãos de sacada triplos ou vãos simples de duas folhas encimados por arcos em ferradura onde se inserem caixilhos de ferro com vidros lisos coloridos sugerindo rosáceas. As sacadas são construídas por elementos cerâmicos, com recurso a formas circulares. No INTERIOR, o edifício organiza-se articulando no piso térreo as áreas da cozinha, sanitários e refeitórios. No segundo piso a partir do hall de entrada um corredor com lambrim de azulejos padrão permite o acesso ás diversas salas de aula. Nos últimos pisos, as áreas da creche. O segundo piso, pela decoração dos tectos dos diferentes compartimentos, desde o hall, corredor e salas de aula, seria o piso nobre da casa. Estes tectos em estuque relevado apresentam-se excessivamente decorados por um enorme geometrismo associadas a formas vegetalistas algumas com referências à Arte Nova. |
Acessos
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Santa Marinha, Rua Mouzinho de Albuquerque, n.º 271 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, isolado, ergue-se sobre plataforma elevada, na parte superior da encosta escalonada a S. do núcleo fabril 2 da Fábrica das Devesas (v. PT011317160136). Posição de destaque e domínio sobre todo o conjunto das Devesas. O lote, onde se insere a casa, de planta trapezoídal, apresenta um acesso entre muros a partir da R. Mouzinho de Albuquerque, que confronta com o limite do terreno a S.. Numa posição oposta a este acesso, um outro na R. de Almeida Costa, através de um portal integrado num muro, constitui um percurso no sentido N.-S., que ladeia a casa junto à fachada E.. Este percurso, faz a distribuição aos diferentes socalcos actualmente urbanizados, onde se insere o Pavilhão Joaquim Oliveira Lopes, e à plataforma adjacente à Casa onde se insere um lago de planta ondulada. No enfiamento do percurso a N. o conjunto de habitações da R. de Almeida Costa, e na proximidade o Asilo de António de Almeida Costa (v. PT011317160037). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Educativa: jardim de infância |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1865 - Fundação da Fábrica de Cerâmica das Devesas por António Almeida Costa; séc. 20 - provável construção da Casa do Costa; 1915, 7 de Novembro - morre António Almeida e Costa *2, tendo por testamento legado as suas propriedades ao Asilo António de Almeida Costa e Creche D. Emília de Jesus Costa, cujo funcionamento confiou às creches de Santa Marinha, designando uma Comissão Administrativa, para que se encarrega-se da respectiva administração; 1937, 16 Julho - a Comissão Administrativa, transfere para a Misericórdia de Gaia a administração do Asilo António de Almeida Costa e Creche D. Emília de Jesus Costa; 1938, 1 Janeiro - formaliza-se a transferência para a Misericórdia de Gaia, ficando, então, além do Asilo e Creche, todos os valores da herança a cargo da Misericórdia *3; 1991, 6 Julho - inauguração do Pavilhão Joaquim Oliveira Lopes *4, benfeitor da Misericórdia (pavilhão multi-usos: ginástica, concertos, bailado, colóquios e etc); 1999, 14 Abril - despacho de classificação do conjunto. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista |
Materiais
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Paredes exteriores em alvenaria de tijolo revestidas a reboco; cobertura em estrutura de madeira revestida a telha marselha; paredes interiores rebocadas e ou estucadas; tectos estucados; pavimentos revestidas a soalho de madeira mosaico cerâmico; caixilharias de madeira ou ferro pintadas. |
Bibliografia
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Fábrica Cerâmica e de Fundição das Devesas, António Almeida da Costa & Cª., Vila Nova de Gaia, Catálogo, Real Typ. Limt. Lusitana, Gaya - Porto, 1910; LOPES, A. Teixeira, Ao correr da pena. Memórias de uma vida..., Vila Nova de Gaia 1968; VILA, Romero, A Fábrica do Costa das Devesas, in Amigos de Gaia, Vila Nova de Gaia, Maio 1979, pp. 5 a 10; 1ª Exposição de Cerâmica de Gaia, Catálogo da Exposição Temporária, Amigos de Gaia com Casa - museu Teixeira Lopes, 1979; SILVA, Germano, Vitória, Porto 1995; CORDEIRO, José Manuel, As Fábricas portuenses e a produção de azulejos de fachada (Sécs XIX - XX), in Azulejos no Porto, Catálogo da Exposição Temporária - Mercado Ferreira Borges, Câmara Municipal do Porto, Porto, 1996; LUÍS, Agustina Bessa, O Porto em vários sentidos, Lisboa 1998; SILVA, Francisco, A Misericórdia de Vila Nova de Gaia, 1929-1999, Porto 1999. |
Documentação Gráfica
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SCMVNG:AH; CMVNG |
Documentação Fotográfica
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DGEMN:DSID, SIPA; SCMVNG: AH |
Documentação Administrativa
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DGEMN:DSID; SCMVNG: AH; CMVNG |
Intervenção Realizada
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SCMVNG: Anos 80 - Pintura exterior do imóvel e reparações gerais; 1990/91 - construção do Pavilhão Joaquim Oliveira Lopes; 2000 - em obras. |
Observações
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*1 - Sabe-se que após a morte de António de Almeida Costa a casa esteve devoluta durante algum tempo. *2- no testamento " depois de dispor algumas verbas a favor de familiares e de instituições e entidades diversas, legou o remanescente da sua grande fortuna - terrenos, prédios, etc. - ao Asilo António de Almeida Costa e Creche D. Emília de Jesus Costa (nome da sua falecida esposa), cujo funcionamento confiou ás creches de Santa Marinha, designando uma Comissão administrativa, para que se encarregasse da respectiva administração, e conferindo à mesma o direito de, se tal se mostrasse aconselhável e conveniente, transferir a direcção e manutenção do Asilo e da Creche para quem melhor pudesse garantir o seu bom funcionamento."; *3 - " ficando desde então todos os valores da herança assim como o funcionamento do Asilo (actual Lar António de Almeida Costa) e da Creche D. Emília de Jesus Costa a cargo da Misericórdia..."; *4 - Joaquim de Oliveira Lopes, nascido em Avintes e emigrante no Brasil, foi um dos homens que participou na reunião de 27 Novembro de 1928, que levou à formação da Misericórdia de Gaia. Com a venda dos prédios do Brasil, legados à Misericórdia foi construído o actual Hospital de Gaia. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 2000 |
Actualização
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