Igreja dos Terceiros de São Francisco

IPA.00016849
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Igreja de confraria / irmandade, a primeira a utilizar a linguagem neoclássica no Porto, sob projecto de António Pinto de Miranda de 1794, que também executou o risco do retábulo-mor, construído pelo afamado entalhador Manuel Moreira da Silva. Fachada principal dividida em dois andares, com quatro colunas dóricas-romanas assentes em alto embasamento no andar inferior e quatro colunas jónicas no superior. Frontão triangular de tímpano quebrado. Programa iconográfico da fachada principal composto pelas estátuas da Humildade e Penitência nos intercolúnios do primeiro andar e pelas estátuas da Fé, Esperança e Caridade sobre o frontão. Igreja de nave única longitudinal e capela-mor mais baixa e estreita com tectos em abóbada de berço decorados, tal como as paredes, com estuques relevados e pinturas de cenas angélicas. Guarda-vento, coro-alto e dois retábulos em talha branca e dourada em cada parede da nave. O retábulo-mor segue o mesmo estilo dos colaterais e apresenta uma tribuna em arco pleno ladeada por dois pares de colunas compósitas douradas. Capela e sacristia adossadas a todo o comprimento da igreja, do lado do Evangelho. Linguagem arquitectónica neoclássica na fachada, com linhas simples e sem a profusão decorativa barroca, que se continua a usar em época coeva. O arquitecto recorreu às ordens clássicas e ao frontão triangular de acordo com modelos clássicos, mas fez avançar os panos laterais, salientando os volumes e imprimindo-lhes um movimento adicional. As estátuas que ornamentam a fachada apresentam uma escala contida e inspiram-se nos modelos greco-latinos. No interior, retábulos, estuques e pinturas murais remetem-nos para um ambiente romântico erudito, de influência italiana. decoração de estuques bem como os retábulos colaterais são da autoria de Luís Chiari, um dos introdutores do neoclacissismo italiano em Portugal. A igreja destaca-se pelo eruditismo, modernidade e coerência na utilização do novo estilo. O cemitério privado da ordem, em cripta abobadada e assente em arcos plenos, procura a analogia com as catacumbas de Roma.
Número IPA Antigo: PT011312130251
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja de confraria / irmandade  Ordem de São Francisco - Franciscanos Terceiros

Descrição

Planta poligonal composta por nave única e capela-mor mais estreita e baixa, rectangulares, dispostas em eixo, a que se adossa lateralmente a O. corpo longitudinal, mais baixo, correspondente a capela e sacristia. Disposição horizontal das massas, contrariada pelas estátuas do acrotério e ático da fachada principal, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachada principal orientada a S., em cantaria de granito aparente, de dois registos, definidos por entablamento com triglifos, e de três panos delimitados por colunas avançadas, sobre pilastras, as do primeiro registo dóricas-romanas e as do segundo jónicas. No primeiro registo, as colunas assentam em embasamento alteado em dois registos e apresentam nos intercolúnios imagens de vulto da Humildade no lado esquerdo e da Penitência no lado direito. No pano central, portal axial de ombreiras e verga rectas encimado por cartela, com inscrição, rematada por cornija. Em cada pano do segundo registo, rasga-se janelão, com gradeamento em losangos, encimado por cornija com óvulos, sendo maior o janelão central. É rematada por frontão de tímpano quebrado, com entablamento avançado e suportado nos extremos pelas colunas do segundo registo, apresentando-se a cornija decorada com óvulos. No tímpano, ao centro, surge em relevo o brasão da ordem, encimado pela coroa real. Sobre o frontão, em posição central e sobrelevada, a imagem da Fé e nas extremidades do ático as imagens da Esperança e Caridade. INTERIOR de nave única dividida em seis tramos e capela-mor em três tramos. Coberturas da nave e capela-mor em abóbada de berço, ritmada por arcos torais, com uma janela com verga de arco abaulado em cada tramo. Assentam em entablamento com dentídulos, na nave sobreposto por muro divido por pilastras toscanas, suportado por pilastras compósitas assentes em pedestais que ritmam as paredes laterais. Paredes e coberturas rebocadas e decoradas com estuques relevados e pinturas a fresco e pavimento em lajes de granito, revestido na nave por tábuas de madeira longitudinais. Na parede fundeira, portal protegido por guarda-vento em madeira de planta quadrangular e coro-alto em arco abatido assente em pedestais nas paredes laterais do sub-coro e servido por varanda avançada com guarda-corpo em talha branca e dourada. Apresenta órgão de tubos com caixa em talha branca e dourada. Paredes laterais da nave simétricas. No segundo e último tramo, porta de ombreiras e verga rectas, sobreposta por frontão circular decorado no tímpano por grinaldas e volutas, sobre o qual surge janela de sacada com grinalda na base, guarda-corpo em talha branca e dourada e frontão triangular. No terceiro tramo, retábulo de talha branca e dourada de invocação a São Luís Rei de França do lado da Epístola e a Santa Margarida Cortona do lado do Evangelho. No tramo central, púlpitos confrontantes, assentes em coluna de pedra adossada, com guarda-corpo semicircular em madeira, dividido em três campos decorados com ramagens, e porta com cornija em arco canopial sobre grinalda. Sobre estes, janela de sacada semelhantes às descritas, com frontão circular e rosetão no tímpano. No quinto tramo, retábulo em talha branca e dourada de invocação a Santa Isabel do lado da Epístola e a Nossa Senhora da Conceição do lado do Evangelho. Arco triunfal de volta perfeita com pé direito marcado por pilastras compósitas de três faces. Sobre o arco, entablamento com urnas nas extremidades assentes em mísulas, sobreposto por pano de cantaria enquadrado por pilastras toscanas e decorado pelos escudos da Ordem e de Portugal encimados por coroa régia e rematado por frontão circular. Capela-mor com paredes laterais simétricas, rasgadas nos tramos dos extremos por porta de ombreiras e verga rectas sobreposta por dois frisos concêntricos circulares sobrepostos por frontão em arco canopial, encimada por janela de sacada semelhante às da nave, com frontão em arco inflectido. Nos tramos centrais, mais largos, surge, de cada lado, cadeiral em talha encerada, sobreposto por janela de sacada com frontão em arco canopial. Retábulo-mor, sobre supedâneo de granito de três degraus, em talha branca e dourada, de planta côncava e um só eixo vertical. Sotobanco composto por mesa de altar ladeada por quatro embasamentos decorados por composições de ramagens e flores. Banco com sacrário em forma de templete com porta em arco pleno com imagem de Cristo envolta em raios lanceolados, em relevo e dourada. Assentes nas extremidades do banco imagens de vulto. A ladear a porta do sacrário dois pares de colunas estriadas sobrepostas por entablamento e cobertura em cúpula onde assenta pomba de asas abertas. Nicho central em arco pleno a albergar trono de sete degraus, ladeado por dois pares de colunas compósitas estriadas e douradas a sustentarem entablamento onde assentam, no alinhamento das colunas quatro imagens femininas de vulto e douradas. Frontão triangular quebrado com uma imagem feminina reclinada em cada extremo e no vértice dois anjos a segurarem cruz latina. Adossada do lado do Evangelho e com acesso pelas portas laterais da nave, surge a CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS DORES, de planta longitudinal que, tal como a sacristia, possuí pavimento em tábuas de madeira envernizadas, paredes rebocadas e pintadas de branco e tecto em abóbada abatida com relevos vegetalistas em estuque. Na parede fundeira, coro-alto apoiado nas paredes laterais, com balaustrada em madeira, servido por duas portas, e no sub-coro rasgam-se duas portas. Parede do lado da Epístola rasgada por duas portas, entre as quais surge retábulo em talha encerada de invocação da padroeira, e parede oposta com três janelas. Parede testeira com retábulo em talha encerada de invocação a Santo António, ladeado por duas portas, que dão acesso à sacristia. SACRISTIA de planta quadrangular com tecto em abóbada de barrete de clérigo ornamentado por relevos vegetalistas e de iconografia episcopal e pinturas de temática religiosa. Apresenta duas portas na parede lateral a ladear arcaz de pau-brasil com três espelhos, três janelas na parede oposta e entre as janelas duas mesas de apoio com espelhos. Na parede fundeira, retábulo em talha encerada de invocação a Nossa Senhora da Conceição e na testeira retábulo em talha encerada de invocação a São Francisco com Cristo Morto na Cruz ladeado por duas portas com acesso a compartimento de apoio à sacristia. Neste surge lavabo em pedra com taça semicircular apoiada em balaústre e espaldar em dois registos, com cartela rectangular de ângulos truncados no registo inferior e no superior duas pilastras com mísulas a enquadrarem vaso oval com torneira cravada no bojo, rematadas por entablamento onde assenta urna em pedestal atravessada por grinalda.

Acessos

Largo de São Francisco

Protecção

Incluído na Zona Histórica da Cidade do Porto (v. PT011312070086) e Centro Histórico da Cidade do Porto (v. PT011312140163); incluído na Zona Especial de Protecção da Igreja de São Francisco (v. PT011312130005) e da Casa do Infante (v. PT011312130012)

Enquadramento

Urbano, integrado no Núcleo de São Francisco, desenvolvido em plataforma granítica elevada em relação à R. do Infante D. Henrique, com acesso por escadaria de granito. A O. adossa-se à Casa do Despacho da Venerável Ordem de São Francisco (v. PT011312130040) e a E. a corpo pertencente ao Palácio da Bolsa (v. PT011312130051), sobre o qual se eleva a sineira da igreja de São Francisco.

Descrição Complementar

ESTUQUES: Paredes e tectos decorados com relevos de estuque dourado sob fundo branco, com grinaldas, quadrifólios, rosetões e ramagens em composições simétricas, e nas abóbadas com pinturas murais policromas de anjos e putti entre nuvens, ordenadas em molduras ovais nos tramos maiores e rectangulares de ângulos truncados nos mais pequenos; INSCRIÇÕES: Sobre o portal axial, cartela com inscrição: PAVETE / AD SANCTUARIUM MEUM / EGO DOMINÓS; RETÁBULOS: Na nave, quatro retábulos em talha branca e dourada, idênticos, de planta côncava e um só eixo vertical, com mesa de altar avançada e de secção tronco-cónica invertida, banco com pedestais avançados nas extremidades e predela central com decoração de ramagens enroladas a dourado. Nicho em arco pleno de plana semi-hexagonal a albergar imagem do orago, sobreposto por entablamento com dentídulos com os extremos avançados e sobre mísulas, onde assentam duas imagens de anjos a dourado. Ático com frontão curvo sobre painel quadrangular que ostenta em relevo três cabeças aladas numa nuvem envolta em raios lanceolados. O retábulo de Nossa Senhora da Conceição possuí sacrário em forma de templete de planta em hemiciclo, com cobertura em cúpula revestida a escamas e rematada por crucifixo. Na capela de Nossa Senhora das Dores, retábulo do orago, em talha encerada, com planta côncava e nicho de volta perfeita. Mesa de altar de perfil convexo, banco com nicho central em arco abatido e fechado com vidro, ladeado por quatro pedestais com colunas compósitas, estriadas, rematadas por entablamento. Colunas exteriores recuadas e apoiadas em mísulas. Corpo central em arco pleno com imagem do orago. Ático com painel quadrangular a albergar "Coração de Nossa Senhora" envolto em raios lanceolados, rematado por frontão curvo e ladeado por duas imagens femininas sobre o entablamento. Na mesma capela, do lado da Epístola, retábulo de Santo António de planta recta e um eixo vertical. Mesa de altar de perfil convexo, banco com nicho oval fechado com vidro. Corpo central em arco pleno com imagem do orago, ladeado por pilastras e rematado por cornija a que sobrepõe frontão curvo, avançado e assente em mísulas. Decoração de motivos vegetalistas em relevo. Na sacristia, retábulo de Nossa Senhora da Conceição semelhante ao de Santo António, exceptuando sacrário em forma de templete com planta e cúpula em hemiciclo no centro do banco. Também na sacristia, retábulo de "São Francisco a descer Cristo da Cruz", semelhante ao de Nossa Senhora das Dores, exceptuando nicho oval e fechado com vidro no centro do banco, colunas exteriores completamente apoiadas em pedestais e ático com frontão curvo sem painel; TALHA: Em cada parede lateral da capela-mor, cadeiral em talha encerada com banco corrido, espaldar alteado em dois registos e dividido em sete painéis quadrados ornados com florões no registo inferior e em três painéis separados por pilastras no registo superior e decorados com ramagens. Remate com urnas nas extremidades e grinaldas cruzadas ao centro.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: António Pinto de Miranda (1794, 1795, 1799); Vicente Mazzoneschi (1795). CARPINTEIROS: André de Almeida (1645-1646); António Lopes Fernandes; Bento da Silva (1687); Domingos Nunes (1683); António Gomes (1683); José da Rocha (1688-1690); Manuel Moreira (1685, 1686); Mestre Castro (1673). ENSAMBLADOR: António de Almeida (1667, 1669-1670); António Gomes (1683-1684); Bento da Silva (1687-1689); Domingos Nunes (1683-1684); Francisco Dinis (1645-1646); Manuel Garcia (1644); Manuel Moreira (1686); Valério da Silva (1689-1692). ENTALHADORES: Filipe da Silva (11687, 689-1690); João da Costa (1690-1691); Manuel da Fonseca (1690-1691); Manuel Moreira da Silva (1794, banqueta da capela-mor); Roque Nunes (1658). ESCULTORES: António de Almeida (1669); Bernardo Moreira (1799); João José Braga (modelação das estátuas do acrotério); Manuel Joaquim Alves Sousa Alão 1799); Miguel de Almeida (1689-1691). FERREIROS: João da Costa (1670). IMAGINÁRIOS: João da Silva (1687, 1688, 1689); João Nunes (1673-1674); Manuel de Almeida (1690); Manuel Joaquim Alves de Sousa (1799, imagem do Senhor Ressuscitado na porta do sacrário do retábulo-mor e adornos no retábulo-mor). ORGANEIROS: Padre Lourenço da Conceição Sousa (1731); Manuel de Sá Couto (1799). OURIVES: José Ferreira de Meireles (cálice e cruz da estátua da Fé no acrotério). PEDREIROS: João Moreira (1686), João Salgado de Almeida (1798), José Correia (1798), Manuel Pereira, Marcos Gonçalves (1676, 1680), Pascoal Frez. (1685). PINTORES: Francisco de Araújo (1667); Inácio Pinto (1669); João Correia (1691-1692); João da Silva (1673-1674; 1686-1693); José da Silva (1673); Francisco Vieira (1799); Custódio José Teixeira (1800/1803); José Teixeira Barreto (painel da tribuna-mor); Luís Chiari (1795, 1795/1798); Manuel Correia (1695-1696). PINTOR - DOURADOR: Francisco da Rocha (1673-1674); Francisco da Silva (1650-1653); Francisco de Araújo (1667); João Vieira Pinto (1689-1690); Manuel Lopes (1633-1635); Manuel Nunes Melendes (1654-1656); Manuel Taveira (1689-1690); Miguel Correia (1683-1684).

Cronologia

1633 - fundação da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, instalando-se numa capela dos claustros do convento de São Francisco; 1633-1635 - feitura de um altar portátil, um Crucificado, um São Francisco de roca, encarnada por Manuel Lopes, e uma Santa Isabel da Hungria; 1639 - início da construção de uma capela privada; 1641-1642 - feitura das grades e castiçais da capela 8$000; 1644 - feitura dos rompantes e entablamento da capela por Manuel Garcia, por 6$600; 1645 - 1646 - feitura de tocheiros por André de Almeida por 2$000; feitura do retábulo por Francisco Dinis, por 23$000; 1646 - edificação de uma capela no lugar da atual igreja; 1647-1648 - feitura do retábulo de Cristo, por $790; 1649, 12 setembro - feitura e pintura de quatro meios-corpos para o retábulo; 1650-1653 - douramento dos retábulos e molduras da capela, por Francisco da Silva, por 80$000; 1654-1656 - pintura, douramento dos painéis e legendas da capela por Manuel Nunes Melendes; 1657 - construção de nova capela nos claustros do convento de São Francisco; 1658 - 1660 - feitura das armas da Ordem para o arco triunfal por Roque Nunes, por 2$500; pintura do arco da capela-mor; 1667, 22 maio - contrato para o douramento do retábulo de Santo Cristo por Francisco de Araújo; 1669, fevereiro - março - feitura da imagem do Senhor atado à coluna por António de Almeida, por 10$000 e pintura da mesma; 11 agosto - pagamento a Inácio Pinto pela pintura da Casa do Despacho; 1670 - compra de uma grade e outros elementos ao ferreiro João da Costa; 1673, início - feitura de umas grades pelo carpinteiro Castro, por 1$500; 1673 - 1674 - feitura de novo retábulo por João Nunes e quadros da capela; pintura do retábulo por João Silva; 1673-1676 - feitura da imagem do Santo Cristo e pintura; feitura da charola de Nossa Senhora da Conceição por 4$000; feitura da imagem de Cristo morto por 12$000; 1674 - pagamento dos quadros do retábulo novo por 15$000; douramento dos caixilhos dos quadros novos pelo pintor Francisco da Rocha por 2$000; douramento dos retábulos da capela; 1676, 27 abril - arrematação da construção da capela nova pelo mestre pedreiro Marcos Gonçalves; 1676 - 1681 - construção da capela nova no lugar da atual igreja; 1680, 8 fevereiro - novo contrato com o mestre pedreiro Marcos Gonçalves para alterações na nova capela; 1679 - pintura do retábulo da Casa do Despacho por 2$500; 1681 - feitura das pirâmides de madeira para os retábulos por $800; junho - execução de um órgão para o coro por 52$000; 1682 - feitura dos remates dos retábulos por 5$000; feitura dos painéis de talha para as paredes pelos carpinteiros Domingos Nunes e António Gomes, por 230$000; feitura dos remates das capelas de Nossa Senhora da Conceição e de Santa Rosa por 22$000; pintura dos painéis de Santa Isabel da Hungria e Santa Clara por Miguel Correia, por 5$000; 1682-1683 - feitura da imagem de São Francisco para o altar-mor e remate dos retábulos por 14$000; feitura dos quadros das paredes da igreja por 25$000; 1683-1684 - pintura dos painéis e caixilhos por Miguel Correia; feitura do retábulo e forro da capela-mor da nova igreja por Domingos Nunes e António Gomes; 1685 - lajeamento da igreja e execução das escadas do pátio pelo mestre pedreiro Pascoal Frez, por 165$000; 1686 - o mestre pedreiro João Moreira é pago para desfazer e tornar a fazer as escadas do pátio; 17 julho - contrato do forro da Capela com Manuel Moreira, por 400$000; 1686-1689 - feitura e douramento dos florões por João da Silva; 1687 - pagamento de 31$000 pela execução de grades a Bento da Silva; obras no retábulo-mor por João da Silva e execução da imaginária da tribuna por 12$000; 1687-1689 - feitura do trono e tribuna do retábulo-mor por Filipe da Silva; feitura de umas grades para a igreja por Bento da Silva; 1687-1688 - douramento do retábulo-mor por João da Silva; 1688 - João da Silva faz o douramento do retábulo-mor e caixilhos do corpo da igreja, por 240$000, e o douramento dos florões no sub-coro; 1688-1689 - feitura de um novo coro pelo irmão José da Rocha; feitura das grades do coro por Bento da Silva; 1689 - douramento das molduras junto às grades do coro por João da Silva por 15$000; 1689-1690 - feitura de 2 painéis e molduras por Filipe da Silva; execução dos arcazes por José da Rocha, pintados por João da Silva e com as ferragens douradas por João Vieira Pinto; pintura do azulejo, estrelas no teto e pintura do teto da sacristia por Manuel Taveira; 1689-1691 - feitura das imagens em pedra de Santa Isabel da Hungria e São Francisco por Miguel de Almeida; 1689-1692 - feitura das grades do púlpito, bufete, cadeiras e banquetas por Valério da Silva; 1690 - pagamento de 5$030 ao imaginário Manuel de Almeida pelo resto da imagem de Santa Isabel Rainha da Hungria; douramento das molduras junto às grades do coro por João da Silva; 1690-1691 - feitura das custódias por Manuel da Fonseca; 1691-1692 - feitura dos quadros pelo padre João Correia e douramento das molduras; 1692-1693 - douramento das frestas da igreja, por João da Silva; 1695-1696 - pintura dos seguintes dos altares de Nossa Senhora da Conceição e Santa Rosa pelo Padre Manuel Correia; 1690-1691 - feitura do retábulo de Santa Isabel da Hungria por João da Costa; 1711 - acrescento da capela-mor; 1731, 15 abril - encomenda de um orgão ao Padre Lourenço da Conceição Sousa; 1746 - douramento da caixa do órgão; incêndio da Casa do Despacho, contígua à capela; 1749, 30 julho - execução de um portativo por 12$826; 1788 - circulam pedidos de esmolas para a construção de nova igreja e cemitério; 1794 - venda de terrenos na cerca do convento de São Francisco pelos religiosos, para a ampliação da igreja, por 1600$000; encomenda do risco da nova igreja a António Pinto de Miranda por 144$000 *1; Manuel Moreira da Silva executa o risco da tribuna, retábulo e sacrário; 1795 - decisão de fazer o cemitério subterrâneo sob o corpo da igreja, de acordo com projeto de António Pinto de Miranda e Vicente Mazzoneschi; 26 março - admissão do entalhador italiano Luís Chiari na obra; 1795 - 1798 - Luís Chiari executa os quatro altares colaterais da nave, o altar da sacristia, o púlpito, cadeiras, grades da capela-mor e tribuna, as portas da igreja, quatro cruzes para os altares colaterais, quatro peanhas, seis castiçais para o altar-mor e os estuques da igreja e sacristia; 1798 - execução do pátio da igreja pelo mestre pedreiro José Correia; 16 maio - início do vazamento do corpo da igreja para a construção do cemitério privado da ordem, subterrâneo, pelo mestre pedreiro João Salgado de Almeida; 1799, 8 maio - encomenda dos painéis de Nossa Senhora da Conceição, Santa Isabel, São Luís de França e Santa Margarida de Cortona para os altares da nave, ao pintor Francisco Vieira, a viver em Londres, por 211$000; 26 junho - encomenda das estátuas da Humildade e Penitência para colocação na fachada a Manuel Joaquim Alves Sousa Alão que recebeu 9$000 pela modelação e a Bernardo Moreira que recebeu 96$000 pela execução; 25 setembro - encomenda de um novo orgão com risco de António Pinto de Miranda a Manuel de Sá Couto por 740$000 mais o orgão velho; 1800 - colocação dos painéis nos altares da nave, em dia de Pentecostes; 1800 - 1803 - o pintor Custódio José Teixeira executa as pinturas a fresco nos tetos da igreja e sacristia; 1802, 7 maio - ampliação do cemitério privado da ordem, tendo sido feito o vazamento do pavimento da capela de Santo António para unir o novo cemitério ao antigo, sob a Casa do Despacho; 23 de Maio - oferta das imagens de São Francisco e São Domingos para a capela-mor e duas pias de água benta, vindas de Lisboa; 1805, 19 maio - conclusão das obras e sagração da igreja pelo Bispo D. Frei António de São José e Castro.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Granito, estuque trabalhado e pintado, talha dourada.

Bibliografia

BRANDÃO, Domingos de Pinho, Obra de talha dourada, ensamblagem e pintura na cidade e na Diocese do Porto - Documentação, vol. I (séculos XV a XVI), Porto, Diocese do Porto, 1984; FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime, Aspectos da Actividade Arquitectónica no Porto na Segunda Metade do Séc. XVII in «Revista da Faculdade de Letras - História», II série, vol. II, Porto, 1985; FRANÇA, José-Augusto, A arte em Portugal no século XIX, volume I, Lisboa, 1990; MATTOS, R. Pinto, Memoria Historica e Descriptiva da Ordem Terceira de S. Francisco no Porto, Porto, 1880; SMITH, Robert C., Nicolau Nasoni e a Venerável Ordem Terceira de São Francisco no Porto in «O Tripeiro», VI série, ano V, nº 1, Porto, 1965, pág. 9; SMITH, Robert C., A Capela Primitiva da Venerável Ordem Terceira de São Francisco no Porto, in «O Tripeiro», VI série, ano V, nº 2, Porto, 1965, pág. 36-40; SMITH, Robert C., O Orgão da Venerável Ordem de São Francisco do Porto in «O Tripeiro», VI série, ano V, nº 4, Porto, 1965, pág. 98; VALENÇA, Manuel, A Arte da Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1990.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1651, Agosto - conserto das grades e dos painéis do tecto; 1667 - reforma do retábulo por António de Almeida; 1689 / 1690 - restauro do tecto da igreja, por João da Silva; 1691 / 1692 - restauro dos quadros da igreja; douramento dos caixilhos; 1960 - substituição da instalação eléctrica; 2003 - obras gerais de conservação.

Observações

*1 - Antes foram recusados os projectos do arquitecto Damião Pereira de Azevedo e do arquitecto Theodoro.

Autor e Data

David Ferreira 2004

Actualização

 
 
 
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