Palacete Falcarreira

IPA.00017558
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 
Palacete eclético, de planta compacta em L pouco pronunciado, apresenta duas frentes animadas pela abertura de vãos a ritmo regular, sendo o alçado principal compartimentado em três panos pela presença de pilastras de cantaria, dos quais se destaca o central encimado por frontão triangular.Interior, organizado por caixa de escada encimada por clarabóia, com um fogo por piso.
Número IPA Antigo: PT031106460741
 
Registo visualizado 1404 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

De planta em L pouco pronunciado, volumetria paralelepipédica, cobertura efectuada por telhados a 3 águas, perfurados por janelas trapeiras e clarabóia. De 4 pisos (um deles ao nível da cobertura), o edifício exibe cunhais em cantaria e superfície murária em reboco pintado animada pela abertura de vãos de verga recta com bandeira e emolduramento de cantaria, a ritmo regular. Alçado principal, com piso térreo revestido com placagem de cantaria e separado por friso de cantaria e a ... composto por 3 corpos separados por pilastras de cantaria, dos quais se demarca o axial, constituído como eixo de simetria da restante fachada e de remate diferenciado: este exibe piso térreo rasgado, a eixo, por portal de verga ligeiramente curva, ladeado por 2 vãos (*1), sendo o conjunto encimado, ao nível do 1º andar, por 3 janelas de sacada de verga recta destacada suportada por consolas - interrompida ao centro por cabeças humanas inscritas em semicírculos - e servidas por varanda comum, com base em cantaria (suportada por mísulas) e guarda, em ferro fundido. No 2º piso registam-se janelas de peito e verga destacada com remate análogo às do andar nobre, protegidas com guarda metálica. Os corpos colaterais, idênticos entre si, e similares ao central, apresentam janelas do andar nobre articuladas com guarda metálica. Este alçado articula-se por meio de ângulo boleado, com alçado lateral, com o andar térreo separado por friso de cantaria e os 3 pisos rasgados por janelas de peito com emolduramento simples de cantaria. Alçado posterior, composto por 2 corpos, um deles destacado em planta, com os 2 andares superiores animados, cada um, por 3 janelas de sacada com varanda comum; articula-se com pátio e jardim de planta rectangular. O edifício é superiormente rematado por cornija sobrepujada por platibanda em balaustrada ritmada por plintos e interrompida, ao nível do corpo central do alçado principal, por frontão triangular com tímpano animado por composição escultórica de temática vegetalista. INTERIOR: vestíbulo de planta rectangular separado, da caixa da escadaria, por guarda-vento inscrito em arco de volta perfeita em cantaria. A escadaria, desenvolvida ao longo dos alçados, em 3 registos, e iluminada por clarabóia. Pisos superiores - com 1 fogo por piso - com compartimentação disposta ao longo dos 4 alçados, à qual se acede através de corredores dispostos em redor da caixa da escadaria. Destaca-se o salão do andar nobre, contíguo ao alçado principal e com 3 tectos distintos.

Acessos

Rua do Salitre, n.º 134 a 138; Rua Vale do Pereiro, n.º 1

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente

Enquadramento

Urbano, em zona plana, com frente para dois eixos viários, com os quais forma gaveto. Nas proximidades do palacete do Instituto Cultural Italiano (v. PT031106460746)

Descrição Complementar

ESTUQUE: tecto do vestíbulo e da escadaria bem como em alguns compartimentos, especialmente o do salão do andar nobre do 1º andar, de gosto oitocentista.

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Serviços: edifício de escritórios / Cultural e recreativa: associação cultural e recreativa / Comercial: estabelecimento de restauração

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 19, último quartel - provável construção do edifício, habitado por um conde de Carnide e depois pelo visconde da Falcarreira, Pompílio Augusto Gonçalves de Azevedo Franco (n. 1836 - m. ?), súbdito brasileiro, irmão do marquês de Franco e Almodôvar, Emílio Ernesto Franco (n. em São Luís do Maranhão em 1835 e que edificara um palacete no Príncipe Real); 1877 - é proprietário do imóvel António d'Oliveira Guimarães; 1929 - o edifício é propriedade da firma Meira & Laginha Lda.; 1931 - é proprietário do palacete António Enes da Lage; 1939 - o 1º andar encontra-se arrendado ao Istituto Italiano di Cultura in Portogallo; 1945 - a Casa do Ribatejo já se encontrava instalada no 1º andar do imóvel; 1957 - são proprietárias do palacete Maria Luiza Enes da Lage Raposo e Maria Cáceres Enes da Lage Raposo, herdeiras de António Enes da Lage; século 20, década de 80-90 - o 2º andar esteve, até à primeira metade da década de 90 alugado à BBDO, uma agência de publicidade.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro, azulejos.

Bibliografia

CONSIGLIERI, Carlos, RIBEIRO, Filomena, VARGAS, José M., ABEL, Marília, Pelas Freguesias de Lisboa. De Campo de Ourique à Avenida, Lisboa, 1995 ; FRANÇA, José-Augusto, Monte Olivete Minha Aldeia, Lisboa, 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CML: Arquivo de Obras

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CML: Arquivo de Obras, Procº nº 15.288

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1877 - obras de remodelação da fachada principal; 1930 - obras de conservação e beneficiação geral; 1931 - obras de conservação e beneficiação geral (canalizações); 1932 - obras de conservação e beneficiação geral, alterações interiores ano r/c; 1939 - obras de conservação e beneficiação geral (aplicação de estuque e pinturas interiores), sobretudo no 1º andar; 1941 - obras de conservação e beneficiação geral (pinturas interiores, reparação de pavimentos); 1943 - obras de conservação e beneficiação geral no 3º andar; 1957 - obras de conservação e beneficiação geral; 1967 / 1968 - obras de conservação e beneficiação geral; 1978 - obras de conservação e beneficiação geral, sobretudo ao nível da cobertura (que no ano anterior se encontrava em mau estado de conservação); década de 80 - obras de alteração do vestíbulo com vista à instalação de um café ( a janela de peito do lado esquerdo foi convertida em porta e o vestíbulo dividido ao meio); 1995 - obras de conservação e beneficiação geral.

Observações

*1 - primitivamente correspondiam a 2 janelas; contudo, na sequência das obras de trasnformação da entrada, decorridas durante a década de 80, a janela do lado esquerdo foi convertida em porta.

Autor e Data

Teresa Vale e Maria Ferreira 2002

Actualização

 
 
 
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