Igreja Paroquial de Barosa / Igreja de São Mateus

IPA.00020727
Portugal, Leiria, Leiria, União das freguesias de Marrazes e Barosa
 
Arquitetura religiosa, do séc. 21. Igreja paroquial de espaço amplo de vãos marcados por vitrais.
Número IPA Antigo: PT021009040105
 
Registo visualizado 719 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta rectangular, composta pela articulação dos vários corpos do templo. Coberturas diferenciadas em telhados planos nas três naves da igreja, no endonartéx e torre do lado esquerda sobre a qual se levanta uma estrutura paralelepipédica marcada por cruz; à direita, torre original da igreja com cobertura piramidal e antiga fachada principal em telhado de duas águas. Fachadas revestidas a placas de cantaria, à excepção da torre sineira e corpo na primitiva fachada principal, rebocadas e pintadas de branco. Remates em platibanda plena na nova construção e em beirada na fachada lateral direita e torre sineira; os vãos de iluminação em todas as fachadas são frestas verticais decoradas com vitrais, que no corpo da nave central, elevada em relação às laterais, apresenta a frente rasgada por vitral com a representação de Cristo Redentor e as laterais com vãos de moldura rectangular igualmente decoradas com vitrais. Fachada principal marcada pelo nartéx, destacado, com paredes rasgadas por portas com quadrículas. No interior do exonartex abrem-se as portas de acesso ao interior do templo.Fachada lateral esquerda com corpo de torre adossada com a parte fronteira de três registos abertos por três vãos de moldura rectagular e de tamanhos diferenciados; restantes panos cegos. Fachada posterior cega com sacristia adossada. Fachada lateral direita de três panos, correspondendo os dois laterais à nova construção e o central, saliente, é o registo da antiga igreja composto pelo portal principal e torre sineira

Acessos

Estrada da Barosa

Protecção

Enquadramento

Urbano, isolado, numa plataforma na vertente E. de uma pequena elevação, rodeada por largo murado com escadaria de um lance situada lateralmente à fachada principal, para acesso à Capela Funerária. No exterior do adro, do lado direito, ergue-se um Cruzeiro dos Centenários, reconstruído; do lado oposto da estrada levanta-se o edifício da Junta de Freguesia da Barosa e o Centro Médico.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Leiria - Fátima)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Camilo Korrodi (1952).

Cronologia

1231 - os Mosteiros de Santa Cruz de Coimbra e de Alcobaça possuíam aí herdades; 1257 - data da primeira referência documental da Barosa no testamentode Mestre Gil, rico médico leirinse; 1376 - também o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra possuía herdades nesta freguesia (*1); 1527 - a aldeia da Barosa com o sítio do Pisão contava com 20 fogos, o que poderá indicar uma população entre 60 a 80 pessoas; a área da Barosa começou por prttencer à jurisdição de Santiago de Leiria, mas integrou-se em data desconhecida , na freguesia de São Pedro de Leiria (com sede dentro das muralhas citadinas de Leiria); 1609 - data da construção de uma ermida dedicada ao Santo Padrorito São Mateus; 1657, c. de - existiam nesta povoação três confrarias; a de defuntos, (anterior a 1542), a de São Mateus e a do Santíssimo Sacramento; 1713 - determinou-se que um dos párocos da São Pedro de Leiria fosse residir para junto de Nossa Senhora do Rosário de Parceiros, ficando com a assistência religiosa da "Repartição da Barosa"; 28 de Dezembro - o Bispo D. Álvaro Abranches e Noronha elevou a povoação à categoria de sede de freguesia sob a invocação de São Mateus; 1714 - licença da erecção da freguesia efectuada pelos paroquianos; 1721 - "Notícia da Vintena da Barosa enviada por Brás Raposo da Fonseca, provedor da Comarca de Leiria, à Academia Real da História: Tem esta Vintena, que fica para a parte do Norte, 45 vizinhos. A aldeia dos Morgados, á parte do Norte, com 6 vizinhos. Logar de Arrabalde, á parte Sul, com 14 vizinhos. Logar do Pé da Costa, ao Sul, com 13 vizinhos. Logar de Moinhos, à parte Sul, com 17 vizinhos. Logar de Vale de Frade, ao Sul, com 8 vizinhos. Logar de Pinheiros, ao Poente, com 4 vizinhos. Tem esta igreja cujo orago é de S. Matheus, e tem as Confrarias se São Sacramento, de Nossa Senhora do Rosário e de Santo António. E no logar dos Moinhos tem uma ermida de Nossa Senhora da Guia"; 1751- no Diccionario Geografico publicado pelo Padre Luís Cardoso refere a "Barosa como Freguesia na Provincia da Estremadura, Bispado, Comarca e Termo da cidade de Leiria. Paga o oitavo de linhos e vinhos à Serenissima Casa do Infantado. Tinha 150 vizinhos. A paroquia está dentro no lugar, com o seu adro murado, em hum rocio plano. Tem uma sò nave e tres altares: no mayor está a imagem de São Matheus, orago da casa; no meyo está o Sacrario e da parte esquerda huma imagem da Senhora do Rosario, que se costuma levar nas procissões; nos altares colaterais da parte da Epístola está a imagem da Senhora do Rosário, cujo patrocinio tem estr povo experimentado muitos prodigios, como dão a conhecer os paineis e offertas, pendentes pela parede, junto do mesmo altar; da parte do Evangelho está o de Santo António. Nestes altares há cinco confrarias, a saber, o Santissimo Sacramento, São Mateus, Nossa Senhora do Rosario, Santo Antonio e das Almas. O paroco é cura; tem de congrua setenta mil reis em pão, que lhe dão os paroquianos, e eles mesmos o apresentam e por eles foi erecta a Freguesia com licença do ordinario no ano de 1714 (...) Pertence a esta freguesia d ermida de Nossa Senhora da Guis, muito venerada pelos povos circunvizinhos. (...) junto à igreja, para a parte do Sul, está uma fonte, celebre pela abundancia de agua que dispende(...)" 1756, 3 de Abril - segundo o pároco Manuel de Souza, nas Memórias Paroquiais, não foram causadas ruinas algumas pelo terramoto de 1755, a igreja não teve nada; 1758, 15 de Abril - segundo o padre José Ferreira dos Santos, na Memória paroquial de São Mateus da Barosa: "Esta igreja é antiga, enquanto a ser capela do seu orago São Mateus(...) a sua freguesia foi erecta pelos paroquianos que não se sujeitaram à vontade dos prelados a serem fregueses dos Parceiros,(...) ficando tudo à sua custa, (...) ficando obrigados ao sustento do cura. (...) E ainda que seja pequena, como era capela, é toda por cima bem pintada no seu apainelado"; a Capela de Nossa Senhora da Guia pertencia à casa de uns nobres de nome Gregório da Cunha, seu irmão José da Cunha e três irmãs; enquanto foram vivos tinham capelão a quem pagavam, e ouviam missa dentro de casa; depois da morte da família, que não deixou descendência; estando as construções perto da ribeira da barosa, junto do moinho, que c. de 1750, numa enchente, arrazou a capela sem lhe ficar rasto nem alicerce; 1952 - intervenção geral, tendo sido retiradas as talhas existentes, conforme intervenção de Camilo Korrodi; 1995, 04 setembro - o edifício surge proposto como Valor Concelhio pelo PDM de Leiria, DR n.º 204; 1999 - projecto de construção de um novo templo.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autónomas.

Materiais

Estrututa em alvenaria de pedra e tijolo; paredes forradas a chapa de calcário; paredes rebocadas e pintadas de branco; madeira, vidro, vitral.

Bibliografia

GOMES, Saul António, Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas - 8. Leiria, Coimbra, 2009.

Documentação Gráfica

PT-ADLRA-EKO/2/6/26//211; cota:piso - I IV 8-C-2

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1952 - obras de beneficiação da igreja; séc. 20, década 90 - total reconversão do edifício; arranjo exterior.

Observações

EM ESTUDO. *1 - A fertelidade das terras ribeirinhas da Barosa justifica a diversidade de tão importantes proprietários em plana Idade Média, nomeadamente o Rei.

Autor e Data

Cecília Matias 2004

Actualização

 
 
 
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