Casa da Música

IPA.00021031
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Arquitectura civil cultural, contemporânea. Edifício de grande volumetria, em forma de poliedro de faces irregulares, marcadas pontualmente por grandes aberturas envidraçadas. A Casa da Música é a principal sala de espectáculos do Norte de Portugal e é já considerado um dos edifícios mais emblemáticos da arquitectura contemporânea portuense. Trata-se de um edifício inovador do ponto de vista da arquitectura e da engenharia, configurando-se em termos formais com um poliedro assimétrico. Trata-se de um edifício de betão branco aparente, distanciando-se de qualquer movimento da história da arquitectura. O betão é simultaneamente a estrutura e o acabamento final da obra. È comparado a um diamante multifacetado.
Número IPA Antigo: PT011312040305
 
Registo visualizado 6406 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos    

Descrição

Edifício inovador do ponto de vista da arquitectura e da engenharia, configurando-se em termos formais com um poliedro assimétrico, de dominante horizontal, envolvendo nove pisos. Paramentos e cobertura em placas de betão branco, recortados por grandes aberturas envidraçadas com vidro ondulado ou plano. Entrada principal voltada para a Avenida da Boavista, percebida por escadaria. O espaço exterior circundante, pavimentado com mármore amarelo com veio castanho, confere e acentua a dimensão, dinâmica e beleza, características do edifício, destacando-se de toda a envolvência. No INTERIOR possui dois auditórios principais, um "Grande" localizado no quarto piso, denominado de "sala Suggia" com mil e cem metros quadrados, de formato rectangular, plateia em declive com capacidade para mil duzentos e trinta e oito lugares, podendo este número variar dependendo do evento, e dois balcões laterais. Lateralmente e nas extremidades apresenta zonas envidraçadas que permitem a comunicação visual com várias áreas públicas do edifício e exterior. Na decoração predominam os tons dourados e prateados. O outro auditório, mais pequeno, localiza-se no quinto piso, apresenta uma área de trezentos e vinte metros quadrados, com capacidade para trezentos lugares sentados ou seiscentos de pé, estes números podem variar dependendo do tamanho e da localização do palco ou da colocação das cadeiras e dos equipamentos. Este espaço bastante flexível, apresenta-se decorado em tons de vermelho, com chão preto, plano, sendo desprovido de cadeiras fixas. Para além dos auditórios principais, apresenta ainda outros espaços abertos às mais diversas realizações artísticas, culturais e lúdicas de carácter musical como a sala "Cybermúsica", espaço destinado à instalação de projectos educativos inovadores, localizada no quarto piso, com cento e cinquenta e seis metros quadrados, cujo revestimento de parte das paredes e tecto faz-se através de volumes piramidais que se destacam do plano da parede; a "sala da renascença" localizada no quinto piso, com as paredes e tecto preenchidos por azulejos decorativos azuis, verdes e brancos em escala ampliada; a sala "Vip" situada no sexto piso, trata-se de um espaço multifuncional especialmente vocacionado para acções que envolvam pequenos grupos. As paredes e tecto apresentam-se preenchidos por painéis de azulejos, réplicas pintadas à mão de vários painéis da azulejaria portuguesa existentes em espaços museológicos de Portugal e Holanda. Existem ainda as salas, roxa e laranja localizadas no quinto piso, preferencialmente destinado às crianças. No piso sete localiza-se uma zona ampla dividida em plataformas que se elevam até ao tecto amovível, em vidro, transformando este espaço em terraço, com óptimas vistas que se estendem até ao mar. Esta zona, tem como principal função, servir de apoio a acontecimentos diversos como colóquios, lançamentos, conferências de imprensa, apresentações públicas, recepções entre outras. São várias as salas de ensaio, de dimensões variadas tendo a maior, localizada no piso menos dois, capacidade para grupos com cem elementos. Existem também vários camarotes de tamanhos diversos. Na cobertura situa-se o restaurante com terraço trapezoidal escavado num dos vértices do poliedro, provido de esplanada com vistas sobre a rotunda da Boavista e o Porto. O restaurante tem acesso directo para o auditório principal e expõe um gigantesco castiçal*1 elaborado com centenas de garrafas de champanhe pommery. Ao longo dos 9 pisos, existem ainda vários bares de apoio aos vários auditórios e um bar para artistas situado no rés-do-chão a Este.

Acessos

Avenida da Boavista, 604 - 610

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado. Implantado numa ampla praça pavimentada, ondulada em duas extremidades opostas sob as quais se criaram espaços que complementam a actividade da casa. Situa-se junto de um dos principais eixos de tráfego da cidade, a rotunda da Boavista, zona de confluência de várias ruas e avenidas. Encontra-se delimitado a E. pela Praça Mouzinho de Albuquerque (Rotunda da Boavista), espaço de grandes dimensões, relvado e arborizado, com o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular (v. PT011312040176) ao centro, a N. pela rua 5 de Outubro, a S. pela Avenida da Boavista e a O. pela Rua Ofélia Diogo da Costa.

Descrição Complementar

Nada a assinalar

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: casa de espetáculos

Utilização Actual

Cultural e recreativa: casa de espetáculos

Propriedade

Pública: Estatal

Afectação

Fundação Casa da Música, DL 18/2006, de 26 de Janeiro

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Rem Koolhaas*2; OBRA DE ENGENHARIA: Ove Arup, Londres e Afassociados, Porto; ACÚSTICA: Renz Van Luxemburg

Cronologia

1998, 1 Setembro - O Ministro da cultura anuncia a construção da Casa da Música, no âmbito do Porto 2001, Capital Europeia da Cultura; 1999, 8 Março - é determinada a sua localização num terreno municipal da Boavista e é iniciada a sua construção; 2005, 14 Abril - abertura ao público; 15 Abril - inauguração oficial; 2005, 5 Novembro - abertura do procedimento administrativo relativo à classificação como IIP, com carácter de urgência; 2006, 26 Janeiro - é instituída a Fundação Casa da Música através do DL 16/2006*3; 2011, 15 de Março - arquivamento do procedimento de classificação.

Dados Técnicos

Estrutura mista. São peça fundamental desta estrutura duas grandes paredes longitudinais, laterais ao auditório principal, que sobem desde as fundações à cobertura. A elas se prendem, através de complicado processo de vigas e pilares, orientadas em eixos diversos, as paredes exteriores.

Materiais

Espaço exterior circundante revestido com placas de mármore da Jordânia; Paredes exteriores e interiores em betão armado branco, placas de vidro e caixilharias de alumínio; algumas paredes interiores revestidas com chapas de alumínio lisas ou perfuradas, tecido, azulejos, aglomerado de madeira ou poliestireno; escadas revestidas a alumínio; pavimentos de betão à vista ou revestidos a alumínio, alcatifa, mosaico ou madeira; tectos de betão aparente ou revestidos a pexiglas, azulejos ou alumínio; loiças cerâmicas.

Bibliografia

FERNANDES, Fátima e CANNATÁ, Michele, Guia da Arquitectura Moderna, Porto1925 - 2002, 2002; WWW.casadamusica.com; www.ordemengenheiros.pt.

Documentação Gráfica

CMP: Arquivo de Obras

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMP: Arquivo de Obras

Documentação Administrativa

CMP: Arquivo de Obras

Intervenção Realizada

Nada a assinalar

Observações

A casa da música foi construída no âmbito do evento cultural "Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura". O espaço onde se encontra implementado o edifício, era usado para recolha e reparação dos carros eléctricos que circulavam pela cidade. *1 - A obra de arte que se encontra no restaurante da Casa da Música é da autoria de Joana Vasconcelos, artista plástica contemporânea, considerada uma das mais marcantes da última década. Nasceu em Paris em 1971, formou-se no Ar.Co. - Centro de Arte & Comunicação Visual em 1996, trabalha com escultura e instalação. A sua obra tornou-se mais conhecida do público português a partir de 2005, quando apresentou "A Noiva", um lustre feito com vinte mil tampões femininos e que foi escolhida como peça principal da Bienal de Veneza. *2 - Rem Koolhaas, arquitecto holandês, iniciou a sua carreira profissional como jornalista e argumentista, tendo estudado arquitectura em Londres e Nova Iorque. Fundou em 1975, o mundialmente conhecido "Office for Metropolitan Architecture", gabinete do qual saiu o projecto vencedor do concurso internacional para construção da Casa da Música. Ganhou o prémio de arquitectura "Pritzker" atribuído pela Fundação Hyatt sediada em Chicago, o mais importante prémio de arquitectura do mundo, e o "Prémio de Arquitectura da União Europeia Mies Van Der Roche" em 2005, pelo edifício da Embaixada da Holanda em Berlim. *3 - Trata-se de uma instituição de direito privado e utilidade pública, dotada de personalidade jurídica, com duração por tempo ilimitado.

Autor e Data

Ana Filipe e João Ferreira 2008

Actualização

Ana Filipe 2011
 
 
 
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