Casa na Rua Nova da Trindade, n.º 18
| IPA.00024818 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior |
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Casa oitocentista localizda em antigo convento, revivalista, de planta rectangular, com cobertura a duas águas, articulado com pátio fechado de planta quadrangular, construído sob o antigo claustro do convento da Trindade e algumas dependências, inserindo-se na política de urbanização dessa área pós extinção e expropriação das ordens religiosas. O prédio, originalmente pensado como casa nobre, apresenta fachada principal em três registos, rebocados e pintados, excepto o primeiro revestido a cantaria, os vãos, a ritmo regular, são maioritariamente de sacada, variando entre o perfil em arco quebrado e a volta-perfeita, numa aposta deliberada, mas pouco estruturada no ecletismo. A marcação do portal principal, dentro das soluções pombalinas, e do eixo central pela introdução de sacadas corridas avançadas, criam uma expressão modesta de palacete burguês. O interior de quatro pisos, tem acesso por átrio, de onde parte a caixa de escadas central que permite a comunicação entre todos os pisos. |
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Número IPA Antigo: PT031106271182 |
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Registo visualizado 641 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa
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Descrição
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Planta rectangular, de massa simples, disposta horizontalmente, com cobertura a telhado de duas águas, a O. chaminé de volume cilíndrico e clarabóia quadrangular e a E. chaminé de perfil volume paralelepipédico. Fachadas rebocadas e pintadas de rosa claro, rematadas por cornija de cantaria aparente e beiral, com fenestração a ritmo regular. Fachada principal voltada a O., enquadrada lateralmente por pilastras de cantaria, organiza-se em três registos, divididos por frisos de cantaria e rasgados por sete vãos maioritariamente de sacada, emoldurados a cantaria. Primeiro piso com embasamento ligeiramente saliente e revestimento a cantaria de calcário regular, com portal em eixo, de volta-perfeita, com arco emoldurado lançado sobre pilastras de capitel liso, com marcação de pedra de fecho e rematado por cornija recta alteada. É ladeado por janelas de peitoril em arco quebrado recortadas à face resguardadas por gradeamento em ferro forjado, seguindo-se uma porta em arco abatido á face, e uma porta em arco quebrado também á face. Segundo registo, correspondente ao andar nobre, de sacadas em arco quebrado, com marcação do fecho ornada por esgrafitados, com balcões em cantaria sobre consolas e guardas em ferro forjado, sendo as três centrais servidas por sacada comum, avançada em eixo. Terceiro registo semelhante ao anterior, mas com sacadas em volta-perfeita. Fachada posterior articulada com pátio de planta quadrangular ocupado, quase integralmente, por armazém de alvenaria com coberturas diferenciadas de duas e uma águas, e rasgado a O. por três janelões de perfil ligeiramente abatido. A fachada, enquadrada por pilastras de cantaria aparente, é de quatro registos, com sete vãos de perfil recto cada um. O primeiro com portas e os seguintes com peitoris, os do último registo de menores dimensões, estando alguns transformados em marquises. INTERIOR: de quatro pisos, com acesso por portal axial para átrio de perfil quadrangular, com pavimento em mármore róseo e negro, formando losango. A E. abrem-se três arcos, lançados sobre pilastras de capitel saliente, os exteriores de menores dimensões, em cantaria de calcário, com marcação simples de fecho, recebem portas, enquanto o central, em cantaria de mármores róseo, com marcação de fecho semelhante à dos vãos exteriores, marca o arranque da caixa de escadas. Esta, de perfil quadrangular, iluminada por clarabóia, de lanços e patamares rectos, com escadaria de degraus de cantaria de calcário até ao primeiro lanço e madeira nos seguintes, com guarda em ferro forjado e corrimão em madeira. Primeiro piso ocupado por instalações de oficina tipográfica, e no terceiro piso as instalações da Academia de Amadores de Musica. |
Acessos
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Rua Nova da Trindade, n.º 18 |
Protecção
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Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) / Incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811), na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) e na Zona de Proteção da Casa do Ferreira das Tabuletas (v. IPA.00003190) |
Enquadramento
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Urbano, incluído em zona nobre da cidade, harmonioso, integrado na frente de lotes contínua E. da Rua Nova da Trindade, é flanqueado por dois prédios de grande interesse, o nº16 e o nº20 onde está instalada a Cervejaria Trindade (v. PT031106270793). A fachada posterior articula-se com pátio murado, comunicante com muros, pátios e saguões dos prédios vizinhos da mesma rua. Nas proximidades do Teatro da Trindade (v. PT031106270520). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Residencial: edifício residencial / Extração, produção e transformação: oficina / Serviços: edifício de escritórios / Educativa: escola de música |
Propriedade
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Privada |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1218 - provável fundação de um Convento no local, por D. Soeiro Viegas; 1289 - 1325 - período de edificação do convento da Santíssima Trindade, com proteção da Rainha Santa Isabel ocupando a área compreendida entre a Rua Nova da Trindade, o Largo Trindade Coelho, a Rua da Misericórdia, o Largo da Trindade e a Rua de Oliveira ao Carmo; 1755, 1 novembro - o terramoto e o incêndio subsequente destroem praticamente por completo o Convento da Trindade; 1834, 4 julho - o Tribunal do Tesouro Público manda tomar posse de tonos os bens dos Trinos; o Governo desiste do projeto de instalar no antigo Convento o Tribunal da Prefeitura da Estremadura, decidindo lotear os terrenos resultantes das demolições já levadas a cabo para essa obra; os lotes de terreno foram comprados por Joaquim Ferreira Bastos, Manuel Alves Martins, e Valentim José Lopes, Joaquim Peres; 1839, maio - informação do arquiteto da Cidade, Malaquias Ferreira Leal, confirmando a aprovação do prospeto do edifício apresentado por António José da Silva; 1840 - termina a edificação; 1884 - fundação da Academia de Amadores de Música; 1915 - pelo menos desde esta data, encontra-se instalada no primeiro piso e pátio a oficina de encadernação da Paulino e Filhos. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura de alvernaria mista rebocada e pintada, revestimento do, primeiro piso, embasamento, molduras de vãos, degraus; frisos e cornijas em cantaria de calcário; ferro forjado em guardas, gradeamentos de vãos e guarda de escadas; caixilharia, corrimão, e portas interiores de madeira. |
Bibliografia
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SILVA, Raquel Henriques da, Lisboa Romântica Urbanismo e Arquitectura (dissertação de doutoramento em História da Arte) (texto policopiado), Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 1997. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CML: Arquivo Intermédio (Processo n.º 16170) |
Intervenção Realizada
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1985, junho - abertura de três janelas na fachada posterior; 1915 - construção de barracão para depósito da oficina de encadernação de Paulino e Filhos no pátio; 1924, novembro - substituição de divisórias por vigas de ferro e transformação de janela em porta no depósito no pátio; 1930, agosto - limpeza de cantarias; 1935 - pinturas; 1939, Fevereiro - reparação de estuques em tetos e paredes, e madeiras nas instalações da Academia de Amadores de Musica; 1940 - obras de limpeza e conservação, pintura exterior da fachada principal, beirados, portas e tardoz; 1942, junho - Limpeza e reparação de mármores na oficina de encadernação no 1º piso; 1946, Janeiro - reparação do telhado; 1948, março - pintura exterior; 1949, abril - reparações de tetos, paredes e pavimentos, caiações e pinturas no 3º esq.; 1950, Março - reparações interiores, montras e portas da oficina de encadernação no 1º piso; 1953, julho - subdivisão da arcaria ao nível do 1º piso; 1954, julho - substituição da cobertura em telha portuguesa por telha lusa; obras no 2º andar; 1960, julho - obras de limpeza geral e pinturas; 1966, outubro - obras de simples conservação; 1986, novembro - obras de conservação e restauro nas instalações da Academia de Amadores de Musica no 2º esquerdo. |
Observações
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Autor e Data
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Inês Pais 2006 |
Actualização
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