Moinho de Vento da Desgraça / Posto de Comando e Observatório da Bateria de Albarquel

IPA.00025037
Portugal, Setúbal, Setúbal, União das freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça)
 
Moinho de vento, de velame vertical (já desaparecido) de planta circular, em tronco de cone quase cilíndrico, de construção popular, de alvenaria insossa, rebocada e caiada de branco, construído com andares de sobrado e soto. Posto de Observação: construção moderna em betão armado, soterrada, com vasto vão horizontal de observação da Barra
Número IPA Antigo: PT031512010145
 
Registo visualizado 1727 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Extração, produção e transformação  Moagem    

Descrição

MOINHO: planta circular, de massa simples, com verticalidade; orientado a N., ergue-se sobre embasamento, composto por dois pisos, com paredes espessas que estreitam ligeiramente para o topo, tomando o formato de tronco de cone quase cilíndrico; no piso térreo abrem-se 2 portas colocadas diametralmente opostas, uma rasgada ao nível do chão e, a outra, no topo de uma escadaria de dois lances afrontados, com patamar, de paramento cheio, que se desenvolve acompanhando em adossamento o abaulado da parede no seu extradorso; abrem-se duas janelas, uma sobre a primeira porta referida e outra a meia-altura da parede; no topo do paramento, rasgadas ao nível do capeado, existem dois janelos com pedra de parapeito saliente para o exterior em poial; a parede a toda a volta remata em capeado, com verga do frexal inserida. INTERIOR: de espaço único, com vestígios dos assentos de um sobrado e de um soto, do arranque de um lanço de escadas, e dos locais onde teriam existido as peças que prenderiam as argolas; sensivelmente a meio do paramento estão as pedras de assentamento do anel de suporte do sobrado. As vergas e ombreiras das portas são de pedra, assim como os peitoris e poiais das janelas. POSTO DE COMANDO e Observatório da Bateria de Albarquel: de planta quadrangular, com o vão de entrada rasgado na horizontal emoldurado, aberto ao nível do terreno. INTERIOR: acede-se por lanço de escada que conduz a uma sala de espaço único, com alçados lisos e cegos com a excepção da parede erguida sobre a aba da serra, dando sobre o estuário do rio, abaulada em barriga, com rasgo horizontal, aberto ao nível da vista, com tecto planos. Posto de Comando da Bateria do Casalinho*1.

Acessos

Serra da Arrábida, EN 10-1 e, a partir da EN 379 - 1, Setúbal - Azeitão, Portinho da Arrábida, 600m depois da entrada para a Praia de Albarquel (primeiro caminho de terra batida à direita) com a indicação de Casalinho, Estrada do Farol da Amêijoa; acesso também pelo PM 28 - Setúbal, Estrada de Serventia da Bateria do Casalinho, estrada militar que tem origem na saída O. de Setúbal, sobe em direcção do Castelo de São Filipe e atravessa a Bateria do Casalinho.

Protecção

Incluído no Parque Natural da Arrábida

Enquadramento

Moinho (de vento) e 2 Postos de Comando: rural, na crista da Serra do Viso, isolados, em terreno de mato e arvoredo, a 400 m da Bateria do Casalinho (v. PT031512010146), não muito afastado do Forte de Albarquel (v. PT031512010095) e da Bateria de Albarquel (v. PT031512010144), confrontam em todo o perímetro com terrenos do Ministério da Defesa Nacional. O Moinho da Desgraça é constituído por uma parcela de terreno de 8 000 m2, onde se encontram um Moinho de Vento, com área adjacente, uma construção que era o Observatório Militar, e 2 Postos de Comando (posto de vigia) das Baterias de Albarquel, e do Casalinho*1 (integrando, do ponte de vista físico este PM 39).

Descrição Complementar

Nada a assinalar

Utilização Inicial

Extração, produção e transformação: moagem

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 / 20 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 19 - 20 - - provável construção do moinho; 1935, Dezembro - O Ministério da Guerra compra de terrenos a D. Alda Alice Martins Pereira, representada pelo marido, Rodrigo A. de Sousa Pereira, propriedade denominada Moinho da Desgraça, para construção dos Postos de Comando das Baterias de Albarquel e do Casalinho*2 e para constituir um observatório militar por constituir uma das marcas que definiam o enfiamento para demandar a barra do Sado; constava de casa do moinho em ruínas e terrenos*3; o Registo Predial está descrito na Matriz Predial nº 1144 fls. 139 do livro B - 11º; séc. 20, anos 40 - o moinho é ocupado por uma família que aí reside ilegalmente; 1962 - é utente a 3ª Bateria do Regimento de Artilharia de Costa (RAC); 1957 - o Posto de Comando do Grupo Sado é instalado no antigo Posto de Comando da Bateria do Casalinho depois de devidamente adaptado, constando de um edifício de 2 pisos, sendo um enterrado, com paredes e pavimento de betão e cobertura de telha sobre estrutura de madeira; com dependências para o telémetro, radar, central telefónica e TSF, quarto do Comandante, e instalações sanitárias, com o custo de 215880$00; 1964 - a família residente é expulsa; 1979 - o moinho foi atingido por um raio ficando em mau estado de conservação; 1993, 2 de Fevereiro - nota sobre ser desaconselhável a sua alienação enquanto não houver sistema de Armas alternativo para defesa do Porto de Setúbal; o terreno é utilizado para o Exercício de Campo das Baterias da Margem Sul do Tejo, 6ª Bateria da Fonte da Telha, 7ª Bateria do Outão; 1994 - o PM é posto à imediata disponibilidade, para alienação; 1998, 30 de Dezembro - Directiva nº 14/98 do General Governador Militar Lisboa, para se fazer entrega ao Batalhão de Informações e Segurança Militar (BISM*4) do Moinho da Desgraça, terreno anexo, Postos de Comando das Baterias de Albarquel e Casalinho.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Pedra: calcário, entulho; alvenaria mista, rebocada e caiada; betão de cimento armado

Bibliografia

PM 6 - Setúbal, Moinho da Desgraça: Caixa 1, Arquivo da Secção do Património da Repartição de Planeamento e Gestão do Património da Direcção de Defesa - Estrutura / Comando do Logístico do Exército Português; Idem, Arquivo do Centro de Informações e Segurança Militares (CISM).

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CISM; MDN: Repartição de Planeamento e Gestão do Património da Direcção de Defesa - Estrutura / Comando do Logístico do Exército Português: Arquivo da Secção do Património

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CISM; MDN: Repartição de Planeamento e Gestão do Património da Direcção de Defesa - Estrutura / Comando do Logístico do Exército Português: Arquivo da Secção do Património

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; CISM; MDN: Arquivo da Secção do Património da Repartição de Planeamento e Gestão do Património da Direcção de Defesa - Estrutura / Comando do Logístico do Exército Português: PM 6 - Setúbal, Moinho da Desgraça, Caixas 1

Intervenção Realizada

Nada a assinalar

Observações

Designado por PM39 - Setúbal, Moinho da Desgraça - Terrenos anexos e Postos de Comando e de Observação de Albarquel e do Casalinho. *1 Documento do Ministério da Guerra (26 de Dezembro de 1935) descreve o Posto de Comando do Casalinho (a que não tivemos acesso) como estando no flanco esquerdo, e um pouco à frente da bateria da qual dista cerca de 200 metros em linha recta, satisfazendo quer sob o ponto de vista das comunicações quer pela boa visibilidade que se tem do campo de tiro; fica colocado bastante lateralmente para que não seja prejudicado pelo fumo e pela poeira levantada por tiros. *2 Omisso na Conservatória Predial de Setúbal. *3 Registado na Conservatória Predial de Setúbal com nº de Matriz artº 1200b. *4 Desde Julho de 2006 passou a designar-se por Centro de Informações e Segurança Militar (CISM).

Autor e Data

Albertina Belo 2006

Actualização

 
 
 
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