Edifício na Avenida da República, n.º 89 a 89A

IPA.00002537
Portugal, Lisboa, Lisboa, Avenidas Novas
 
Edifício de habitação multifamiliar, desenhada por Rodrigues Prieto, conhecedor do trabalho de Gaudí e de Horta. Neste edifício podemos contrapor um certo convencionalismo dos alçados laterais a um certo ritmo ágil dado pelo alçado central. É de salientar o arco abatido do segundo registo, que termina em curva na direcção do pavimento, sendo esta uma característica da arquitectura Arte Nova, bem como o emprego do ferro. O recurso a este tipo de arco reveste-se de particular interesse, de aresta quebrada por um chanfro a 45º, fazendo a transição para a aresta viva através de um relevo inscrito, simples mas de grande originalidade. Não se verificam, no entanto, as assimetrias características da Arte Nova.
Número IPA Antigo: PT031106230095
 
Registo visualizado 728 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial multifamiliar  Edifício  Edifício residencial  

Descrição

Planta rectangular. Alçado de 4 registos (e cave). Fachada de desenho regular, dando a sensação de 3 corpos devido ao afundamento so alçado central. Soco e lambril em cantaria almofadado no 1º Registo e alçados laterais. Alçado central de alvenaria rebocada e pintada em tom cinza azulado. 1º Registo - Alçados Laterais: porta e janela inscritos em arco redondo (imposta e arquivoltas). Alçado Central: 3 janelas com vergas molduradas, tendo a do centro verga curva. 2º Registo - Alçados Laterais: janelas molduradas de verga curva e guardas de ferro. Alçado Central: sacada de 3 portas e gradeamento de ferro, apoiada em mísulas, inscrita em arco abatido. As 2 portas laterais são em arco redondo. 3º Registo - Alçados Laterais: janelas de sacada em ferro, apoiadas em mísulas. Alçado Central: 3 janelas com molduras e guardas de ferro, tendo a do meio verga curva. 4º Registo - Alçados Laterais: janelas de verga curva e guardas de ferro, remata entablamento sem cornija com mísulas. Alçado Central: uma espécie de sacada embutida, em ferro, de 3 portas em arco redondo. Remata entablamento curvo com mísulas sobrepujado de frontão recortado com duas volutas afrontadas e ladeado por acrotérios terminados por elementos estilizados. Cobre o edifício um telhado a 2 águas.

Acessos

Avenida da República, n.º 89 a 89 - A

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977

Enquadramento

Urbano. Situa-se no lado O. da avenida, adossado aos edifícios contíguos de maneira harmónica.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: edifício residencial

Utilização Actual

Residencial: edifício residencial

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

CONSTRUTOR: Rodrigues Prieto (1909)

Cronologia

1909, Julho - Abel José da Cruz pede à CML autorização para construir uma casa em seu terreno; assume a responsabilidade da obra e assina o projecto o construtor Rodrigues Prieto.

Dados Técnicos

Sistemas estruturais - paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria e cantaria de pedra; tijolo; telha cerâmica; ferro.

Bibliografia

DIAS, Marina Tavares, Arte Nova nas Avenidas 1900, in, Diário de Lisboa, 8 Março 1990.

Documentação Gráfica

CML: Direcção dos Serviços Centrais e Culturais, 5ª Repartição (Arquivo de Obras) Procº nº 25 027.

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; CML: Direcção dos Serviços Centrais e Culturais, 5ª Repartição (Arquivo de Obras) Procº nº 25 027

Intervenção Realizada

1931 - reparação e pinturas interiores; 1937 - limpeza e reparação de interiores e exteriores, reparação nos telhados e calhas; 1947 - obras de reparação no 2º andar; 1949 - pintura de toda a caixilharia, aros e escada de serviço; 1954 - obras de beneficiação geral; aproveitamento parcial da cave; obras no r/c: nos pavimentos da casa de banho, da cozinha e da abobadilha da varanda (parte já tinha ruído), tectos da casa de banho; escada de ferro para o logradouro; viga de bordadura da marquise da cozinha (encontrava-se flectida); grades na varanda; 1961 - obras no 1º andar: na cozinha, marquise, nos tectos, e pavimento (a vistoria encontrou infiltrações, humidade, fendas nos estuques das sancas e nas paredes de uma sala); 1969 - obras no telhado; 1980 - a Comissão de Estética Urbana alerta para a degradação progressiva do prédio. 1989 - o edifício é recuperado pela CML, tendo o seu orçamento rondado os 16 mil contos.

Observações

As obras efectuadas à pouco tempo incidiram só nas fachadas, estando o seu interior bastante deteriorado, existindo infiltrações. As escadarias, a porta da entrada e os estuques dos tectos estão em vias de se perderem.

Autor e Data

João Silva 1991

Actualização

 
 
 
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