Cinema Império / Cine-Teatro Império

IPA.00002546
Portugal, Lisboa, Lisboa, Arroios
 
Arquitectura cultural e recreativa, modernista. O trabalho realizado por Chorão Ramalho no projecto para o Café Império, terminado em 1955, encetou um processo de renovação da arquitectura de interiores em espaços comerciais e de utência pública, que ocorreu a par do trabalho desenvolvido por Francisco Keil do Amaral ou pela equipa formada por Victor Palla e Bento de Almeida.
Número IPA Antigo: PT031106440180
 
Registo visualizado 1182 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos  Cine-teatro  

Descrição

CINEMA: Volume único, ocupa um lote rectangular do qual um dos lados maiores, N., é a sua fachada principal. O remate murário do edifício oculta a sua cobertura diferenciada em telhado a 3 águas (sala) e em terraço (caixa de palco). O alçado principal articula-se com os alçados E. (Av. Almirante Reis) e O. mediante elementos verticais boleados e coroados por esferas armilares em ferro forjado. O acesso à sala efectua-se num recesso da fachada N., após um lanço de escadas, ao qual sucede um grande envidraçado, num 2º registo que marca a totalidade da altura da sala. No interior, correspondem-lhe 3 pisos de corredores de circulação que envolvem e servem a sala de espectáculos (dotada de plateia, 1º e 2º balcões), cujos proscénio e caixa de palco se encontram no topo O do edifício. Uma 2ª e mais pequena sala foi entretanto adaptada, a partir do bar do 2º balcão, com acesso próprio a partir da cota mais baixa, no alçado E.; no piso térreo deste situa-se um restaurante-pastelaria que completava o conjunto e apresenta ainda um painel cerâmico de Jorge Barradas (1894 - 1971). CAFÉ: trata-se de um espaço de configuração quadrangular, articulado em dois pavimentos: o primeiro, desenvolvido ao nível da cota de entrada, é formado por uma galeria definida em "L", suspensa por longos pilotis revestidos a mosaico de vidro, que arrancam do pavimento inferior culminando no tecto; o segundo pavimento, sittuado a uma cota inferior, é acessível mediante uma extensa escadaria, definindo um espaço amplo, cujo pavimento desenha um padrão de enormes losangos brancos, ocres, cinzentos e avermelhados.

Acessos

Alameda D. Afonso Henriques, n.º 35 - 35-C; Avenida Almirante Reis, n.º 205 - 205-E; Rua Quirino da Fonseca, n.º 28 - 28-B

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996 *1 / Incluído na Zona Especial de Proteção da Igreja do Convento de Arroios (v. IPA.00003187)

Enquadramento

Urbano, destacado, adossado

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: cine-teatro

Utilização Actual

Religiosa: igreja protestante / Comercial: estabelecimento de restauração

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: Frederico George; Raul Chorão Ramalho (1955); Cassiano Viriato Branco (1947-1948). CONSTRUTOR: Herculano José Pinheiro (1947-1948). ESCULTOR: Martins Correia (1955). PINTOR: Luís Dourdil (1955).

Cronologia

1947 - licenciamento camarário do projecto (2ª versão), da autoria de Cassiano Viriato Branco (1897-1970); 1948 - início da obra; 1952, 24 de Maio - inauguração da sala de cinema; 1953 - licenciamento definitivo; 1955 - projecto de adaptação do Café Imprério da autoria de Raul Chorão Ramalho (1914-2002); esta adaptação constou da supressão dos acessos directos do café aos foyers do cinema, por indicação da Empresa Cinematográfica Império; contemplou ainda a organização e ampliação dos serviços de cozinha e copa, a supressão de um corredor previsto ao longo da parede sul da cave e modificações determinadas pela introdução das soluções decorativas da autoria de Martins Correia (grupo escultórico) e Luís Dourdil [pintura mural]; 1972 - abertura de uma sala-estúdio, o Satélite, aproveitando o espaço do bar do 1º balcão; 1983, 31 de Dezembro - fim da exploração como sala de cinema.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

CINEMA: Betão armado, alvenaria de tijolo, placagem em cantaria de calcário e de mármore, ferro, vidro. CAFÉ IMPÉRIO: MOSAICO DE VIDRO no revestimento dos pilotis de sustentação da galeria superior; TIJOLEIRA VIDRADA e ripado vertical em MADEIRA no revestimento das paredes; tecto em ESTAFE; embutidos em MÁRMORE e LIOZ no pavimento do vestíbulo e da galeria superior.

Bibliografia

Cine-teatro Império, in A Construção Civil, 1948; PORTAS, Nuno, A Evolução da Arquitectura Moderna em Portugal, in ZEVI, Bruno, História da Arquitectura Moderna, Vol. II, Lisboa, 1973; FRANÇA, José Augusto, A Arte em Portugal no Século XX, 2ª ed., Lisboa, 1985; FERREIRA, Raul Hestnes, SILVA, Fernando Gomes da, Cassiano Branco. Catálogo, Lisboa, 1986; ACCIAIUOLI, Margarida, Os Cinemas de Lisboa, Lisboa, Universidade Nova de Lisboa (tese de Mestrado); BONNEVILLE, Maria do Rosário e OUTROS, (coord. de), Cassiano Branco. Uma Obra Para o Futuro. Catálogo, Lisboa, 1991; MAIA, Maria Augusta Adrego, Cassiano Branco: Um Tempo, Uma Obra. 1897-1970, Lisboa, Universidade Nova de Lisboa (tese de Mestrado); FERNANDES, José Manuel, Arquitectura Modernista em Portugal, Lisboa, 1993; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à actualidade, Porto, Edições Afrontamento, 1994; AAVV, Exposição Raul Chorão Ramalho Arquitecto, Almada, 1997; Arquitectura Moderna Portuguesa. 1920-1970, Lisboa, MC-IPPAR, 2004.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/ Arquivo Pessoal de Frederico George, DGEMN/Arquivo Pessoal Raul Chorão Ramalho

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; CML: Arquivo de Obras, Proc. nº 3506; IGESPAR: IPPAR, Proc. nº 89/3 (76)

Intervenção Realizada

1954 - 55 - obras de alterações do Café Império, tornando-o independente da sala de espectáculos; 1956 - alteração da cobertura da caixa de palco; 1960 - alteração da escada de acesso ao 1º balcão; 1962 - alteração das bilheteiras, do foyer e da escada O.; 1964 - alteração do poço do elevador; 1967 - obras de manutenção geral; 1969 - reparação de cantaria da fachada danificada pelo terramoto deste ano; 1969 - 72 obras de transformação do foyer do 2º balcão em sala-estúdio; 1992 - limpeza das fachadas

Observações

*1 - DOF: Cinema Império, também denominado «Cine-Teatro Império», incluindo todas as obras de arte que integram os seus interiores.

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1993

Actualização

 
 
 
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