Bairro de Casas Económicas de Paranhos / Bairro de Paranhos

IPA.00026848
Portugal, Porto, Porto, Paranhos
 
Setor urbano. Conjunto de habitação económica de promoção pública estatal, construído no âmbito do programa de "habitação económica" desenvolvido pelo governo. O bairro de Casas Económicas de Paranhos apresenta grandes afinidades formais, tanto à escala do urbanismo como à dos objectos arquitectónicos, com o Bairro de Casas Económicas do Ilhéu (v. PT011312030442), da Azenha (v. PT011312100464), de Ramalde (v. PT011312110445), das Condominhas (v. PT011312060446) e do Amial (v. PT011312100106).
Número IPA Antigo: PT011312100438
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Setor urbano  Unidade morfológica  Contemporânea / Habitação económica  Casas Económicas  Promoção pública estatal (DGEMN)

Descrição

Bairro de planta retangular, de traçado retilíneo, rasgado por duas ruas principais longitudinais, a Rua do Guadiana e a Rua do Dr. Manuel Laranjeira, por catorze ruas secundárias, transversais e longitudinais, a rua do Baça, do Mondego, do Vez, do Neiva, do Zêzere, do Tejo, do Sado, do Lis, do Vouga, do Tâmega, do Corgo, do Tua, do Côa e do Águeda, e por uma praça, a Praça do Cávado. É definido por um agrupamento de moradias económicas de unidade tipológica, da Classe A e B, do tipo um, dois e três, de um e dois pisos, em banda e geminadas duas a duas, com logradouro junto do alçado posterior, jardim fronteiro e alpendre a anteceder a porta principal. Foi objeto de duas fases construídas, distintas. Na primeira fase foram construídas cento e cinquenta casas, térreas, da classe A, sendo dezoito do tipo I, noventa e duas do tipo II e quarenta do tipo III; na segunda fase construíram-se mais trinta casas, com dois pisos, sendo doze da classe A e dezoito da classe B. Estas últimas encontram-se localizadas na rua do Dr. Manuel Laranjeira.

Acessos

Rua do Doutor Manuel Pereira da Silva; Rua do Actor Ferreira da Silva; Rua do Doutor Roberto Frias e Rua Dr. Manuel Laranjeira

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Periurbano, implantado a N. da Via de Cintura Interna. Eencontra-se delimitado a O. pela Rua do Guadiana, a S. pela Rua do Mondego, a E. pela Rua do Doutor Manuel Laranjeira, e a N. pela rua do Actor Ferreira da Silva e pelo cemitério de Paranhos. Faz parte do equipamento de apoio ao bairro a escola primária (v. IPA.00026865) localizada na Rua do Tâmega. A NE., partilhando três quarteirões, implanta-se o Bairro do Outeiro (v. IPA.00024030). Nas proximidades encontram-se a Igreja Paroquial de Paranhos (v. IPA.00005564) e a Colónia Dr. Manuel Laranjeira (v. IPA.00026967).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Privada

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETURA: Luís Amoroso Lopes *1; EMPREITEIROS: Abílio da Silva Ferreira Alves (bairro); Serafim da Silva Lopes (escola).

Cronologia

1933, 23 setembro - o decreto n.º 23052 estabelece as condições segundo as quais o governo participa na construção de casas económicas, das classes A e B, em colaboração com as câmaras municipais, corporações administrativas e organismos corporativos (art.º 1.º); as Casas Económicas, como passam a ser designadas, são habitações independentes de que os moradores se tornam proprietários ao fim de determinado número de anos (propriedade resolúvel), mediante o pagamento de prestação mensal que engloba seguros de vida, de invalidez, de doença, de desemprego e de incêndio (art.º 2º); as atribuições do governo em matéria de casas económicas são partilhadas pelo Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC) e o Subsecretariado das Corporações e Previdência Social (art.º 3.º); ao MOPC compete a supervisão da construção de casas económicas (aprovação de projetos e orçamentos, escolha de terrenos e sua urbanização, promoção e fiscalização das obras, administração das verbas cabimentadas e fiscalização de obras de conservação e benfeitorias) (art.º 4.º); é criada a Secção de Casas Económicas na Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) (art.º 4.º); 1934 - expropriação dos terrenos; 1935 - arrematação da obra de pedreiro; 1937 - construção dos muros de suporte e vedações dos quintais; terraplanagens das ruas e quintais; saneamento; urbanização; 1938 - colocação de cancelas; 1939 - instalação de água e eletricidade; inauguração do bairro; arrematação da empreitada de construção da escola primária *2, tipo - Douro, quatro salas; 1940 - diversas obras de reparação, melhoramentos em várias moradias; urbanização da zona ampliada do bairro; 1941 - ampliação do bairro, construção de mais 12 moradias da Classe A e 18 da Classe B *3;

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Fundações em alvenaria de pedra com argamassa de cimento e areia; paredes exteriores em alvenaria de perpianho de pedra com argamassa de cimento e areia; peitoris de cantaria; vergas das janelas guarnecidas com argamassa; portas exteriores, caixilhos e portadas de janelas de madeira; janelas de vidro de fabrico nacional; grades de ferro; armação do telhado em madeira de pinho e cobertura de telha "marselha; chaminés de tijolo, rebocadas e pintadas, forrada a mosaico vermelho hidráulico no fundo e dos lados forradas a azulejos brancos; paredes interiores de tijolo e blocos de betão; escadas, corrimão e pavimentos de madeira com exceção das cozinhas e casas de banho que são de mosaico.

Bibliografia

ALMEIDA, Paulo - Bairros Económicos do Porto: a casa como arma política. http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10715.pdf, [consultado em 27-05-2014]; BAPTISTA, Luís Vicente - Cidade e Habitação Social. O Estado Novo e o Programa das Casas Económicas. Oeiras: Celta, 1999; Casas Económicas. Lisboa: Secretariado da Propaganda Nacional, 1943; Casas Económicas. Lisboa: Ministério das Corporações e Previdência Social, Direcção-Geral da Previdência e Habitação Económica, 1966; GROS, Marielle Cristine - O Alojamento Social Sob o Fascismo. Porto: Afrontamento, 1982; IDEM - "Pequena História do Alojamento Social em Portugal". Sociedade e Território, 1994, pp. 80-90; HOWEL, Margarida Sousa Lobo - Casas Económicas. Um Programa Emblemático da Politica Habitacional do Estado Novo, Caminhos do Património - 1929-1999, DGEMN, 1999, pp.151-158; LOUREIRO, Fátima de Matos - A Habitação no Grande Porto: uma perspetiva geográfica da evolução do mercado e da qualidade habitacional desde finais do séc. XIX até ao final do milénio. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Letras, 2001; Mais Melhoramentos, Mais Trabalho, 1928-1953, Vinte e Cinco de Valorização Regional. Lisboa: Ministério da Obras Públicas, Comissariado do Desemprego, 1953, vol. II; Quinze Anos de Obras Públicas, 1932-1947, Exposição e Congressos de Engenharia e de Arquitectura. Lisboa, 1949, 2.º volume, pp. 148-153; PIMENTA, Manuel; FERREIRA, José António; FERREIRA, Leonor Vasconcelos - Estudo Socioeconómico da Habitação Social. Porto: Câmara Municipal do Porto, Pelouro da Habitação e Acção Social, 2001; RESENDE, Feliciano Tomás de - Habitações Económicas, Legislação atualizada coordenada e anotada. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1961; TRINDADE, Cachulo da - Casas Económicas. Casas de Renda Económica, Casas de Renda Limitada e Casas para Famílias Pobres. Legislação Anotada. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1951.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DENN - Secção de Construção de Casas Económicas: cotas - 106/1-3,543/19-35, 544/1-34, 545/1-7, 643/4, 644/1-4, 645/4-6, 745, 844/15-17; CMP - Divisão de Obras

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DREMN; IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN, cotas - 106/1-3,543/19-35, 544/1-34, 545/1-7, 643/4, 644/1-4, 645/4-6, 745, 844/15-17, DGEMN/DSARH - Pessoal - 0045/20; CMP -Divisão de Obras

Intervenção Realizada

1939 - Modificação da instalação elétrica, entradas e pérgulas; 1956 - obras de reparação da moradia n.º 16; 1958 - ampliação da moradia nº 79, de A I para A III; 1959 - obras de reparação na moradia nº 12; obras de reparação no Centro de Recreio Popular, moradias nº 50, na rua do Vez *4; 1967 - reparação da moradia nº 55.

Observações

Para construção do Bairro, foram expropriadas duas parcelas de terreno a José Ferreira da Silva Barros, umas dessas parcelas tinha servidão por caminho que confrontava com Rua do Dr. Manuel Laranjeira, vedado por portão. *1 - O arquiteto Luís Amoroso Lopes prestou serviço na Secção de Estudos e Projetos de 1937 a 1945. Trabalharam ainda na elaboração dos projetos - tipo, para construção de bairros de casas económicas, arquitetos como: Raul Lino, Rebelo de Andrade, Couto Martins, Alberto Cruz e Rogério de Azevedo. *2 - A escola foi adjudicada pela importância de 78 000$00. *3 - A ampliação do bairro foi arrematada por 684 480$00. *4 - Destruída com a abertura da Via de Cintura Interna.

Autor e Data

Ana Filipe 2008

Actualização

 
 
 
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