Catedral de Évora / Sé de Évora / Catedral de Santa Maria

IPA.00002725
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
 
Arquitectura religiosa, românica, gótica, maneirista, neoclássica. Catedral com vincada feição regional, marcada pela transição das soluções românicas para as do gótico pleno, onde despontam algumas influências arcaicas sem solução de continuidade, oriundas de vários pontos significativos dispostos nas rotas de Santiago. Azulejos de revestimento do coruchéu do torreão N. de fábrica sevilhana quatrocentista; laçarias geométricas dos paramentos do claustro gótico-mouriscas; os capitéis de crochet do pórtico são típicos do ciclo trecentista eborense; molduras do pórtico lateral N. maneiristas; capela-mor em estilo neoclássico joanino adornada com esculturas da escola de Mafra. No período medieval , pré Mosteiro da Batalha, constituia-se como o maior estaleiro de obras do país. O pórtico exibindo aquele que é considerado o mais monumental apostolado da arte medieval portuguesa e no qual trabalhou Telo Garcia que já lavrara o túmulo do Arcebispo bracarense Dom Gonçalo Pereira. O zimbório, elemento que identifica porventura as fontes de influência do primeiro ciclo de edificação do templo, lembrando protótipos que, irradiando de Perigord e Poitou, têm expressão suprema na catedral de Zamora. As rosáceas da frontaria e do braço N. do transepto. A capela-mor talvez a obra mais equilibrada do neoclássico joanino, pesem embora as dificuldades de integração na mole gótica: uma luz equilibradíssima, reflectida e sombreada pela alternância do mármore branco e negro, conferindo a toda a complexa estrutura a monumentalidade das melhores realizações berninianas; destacam-se os seus adornos escultóricos atribuídos ao paduano António Bellini. Saliente-se ainda a vastidão da nave central de pé direito descomunal. O órgão, um dos raros exemplares quinhentistas ainda existentes no país, de Heitor Lobo que construiu igualmente o órgão do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra (v. PT002603170004).
Número IPA Antigo: PT040705210016
 
Registo visualizado 7261 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Catedral  

Descrição

Planta longitudinal, orientada, composta pelo corpo da nave rectangular, torreões laterais da frontaria embebendo o nártex, transepto, ábside, construções térreas, salas capitulares e sacristias envolvendo os braços do transepto e claustro a S. da nave. Fachada principal a SO., de dois registos, defendida por sólidos torreões laterais embebendo, no primeiro registo, o nártex e no segundo o paramento fronteiro da nave; este é rasgado pelo amplo vão de arco quebrado emoldurando composição envasada, de duplo janelão mainelado sobrepujado e enlaçado, na continuidade da inversão da direcção das arcaturas, ampla rosácea com vitrais losangulares; cimalha rematada de renque de rendilhado trilobado e de merlões. nártex, apertado entre os torreões, abrindo ao exterior em amplo vão de arco quebrado e com cobertura em abóbada ogival, de um só tramo; dá acesso a pórtico de sete arquivoltas de arco quebrado a cairem em colunas compósitas, em cujo lanço superior figura monumental Apostolado. Fachadas laterais de dois registos, os inferiores rasgados de arcos em volta perfeita, muito profundos e de chanfradura; os superiores de sete tramos, definidos por contrafortes, rasgados por largos janelões de arco quebrado, emoldurando dupla fresta estreita e amainelada, rasgada por simples óculo circular nos tímpanos; paramentos rematados por renque rendilhado e merlões; nos topos S. e N. dos braços do transepto pórticos laterais. Cruzeiro rematado por zimbório em tambor octagonal, com sólidos contrafortes nas arestas, rasgado por janelas maineladas nas oito faces e rematado por coruchéu compósito, de cone com efeitos escamados rodeado por pináculos de fuste sextavado e coroa de pináculos cónicos. Fachada testeira definida pela projecção da ábside sobre os braços do transepto; estes são cegos apenas com delicadas rosáceas nos topos, com moldura frisada de ordens bem repuxadas e toda a superfície envasada de motivos geométricos polilobados; da cabeceira de planta poligonal, flanqueada de cacho de absidíolos, restam dois pares de colaterais; ábside, em silharia monumental de mármore branco de Estremoz, rectangular arredondada na testeira, com os alçados compostos por dois lanços sobrepostos de ramos apilastrados da ordem jónica, no primeiro rasgados por janelões rectangulares de molduras com parapeitos retabulares e no segundo por aberturas de verga ligeiramente arqueada e profundas molduras esquadriadas; é coroada por balaustrada, com os tramos definidos por pilastras rematadas com pináculos florais. INTERIOR: três naves, a central larga e muito elevada, as laterais baixas e estreitas; sete tramos rectangulares definidos pelos poderosos pilares que levantam os arcos torais sobre os quais repousa a abóbada de berço de arco quebrado; esguias colunas de fuste contínuo, a romperem de simples plintos de duas ordens paralelepipédicas, recebem a descarga em capitéis, com enrolamentos de folha de cardo, e marcam, até metade da altura, os pilares sobre os quais descarregam os amplos arcos quebrados, de duas arquivoltas, dos vãos que se rasgam para as naves laterais; dez colunelos, dois torais e quatro das arquivoltas de cada arco rasgado sobre as laterais, embebem-se então nos pilares, poliedros compósitos de planta octogonal, conseguida pela inscrição de um quadrado sobre dois rectângulos perpendiculares e secantes; trifório contínuo acompanhando os braços do transepto, abrindo-se em varandins de quádruplo mainel e arcos de volta perfeita, com fortes e atarracados colunelos de baixos capitéis fitomórficos; naves laterais de seis tramos, cobertas de abóbadas de arestas de ogivas e arcos torais descarregando nos pilares centrais e em colunelos embebidos nas empenas laterais; estas são rasgadas por amplas e profundas frestas de arco redondo. Cruzeiro com cúpula ogival de marcadas nervuras, circunscrita no torreão quadrangular da lanterna e assente em quatro trompas. Braços do transepto de dois tramos, cobertos por abóbada de berço em arco quebrado, definidos por arcos torais iguais aos da nave; nos topos dois pares de absidíolos, os exteriores menos profundos de um tramo com cobertura ogival, os interiores bem rasgados de dois tramos. Arco triunfal simples em arco quebrado a realizar encontro com as pmbreiras dos vãos do transepto através de finos colunelos com capitéis fitomórficos; capela-mor de três tramos a que se adossa ainda o testeiro de planta semicircular; paramentos retabulados, em mármore branco e negro, e apilastrados rematados por arquitrave; cobertura em abóbada de canhão retabulada, rematada na testeira com semicúpula esférica; embebidas em retábulos, adornos escultóricos rematando cimalhas e pináculos. coro-alto, munido de cadeiral, ocupando os dois primeiros tramos da nave central e carregado ao nível da cimalha das navetas, por dois tramos de abóbada ogival nervurada de arco abatido. Claustro de planta sensivelmente quadrada, mais alongada no eixo E.-O., rematado por pequenos cubelos nos cunhais, simulando castelo.

Acessos

Largo Marquês de Marialva; Rua do Cenáculo, junto do cruzamento com a Rua de São Manços; Largo D. Miguel de Portugal

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 10-01-1907, DG n.º 14, de 17 janeiro 1907 / Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910

Enquadramento

Urbano, em encosta virada a NE., quase na cota suprema da colina de Évora, em posição destacada no Núcleo Intramuros (v. IPA.00000064), sobranceira ao casario, arrimada à alcáçova medieval e pretório romano, a descair sobre a escarpa S. Da colina de Évora a cuja forte pendente vai buscar os alicerces. Confinante a N. Com Antigo Paço Arquiepiscopal / Museu de Évora (v. IPA.00010975), a S. Com Colégio dos Moços do Coro / Museu de Arte Sacra da Sé de Évora (v. IPA.00025331). A O. Abre para o Largo Marquês de Marialva, com relação visual com o Palácio Soares/ Palácio Vimioso (v. IPA.00025326), e a E. Para o Largo Mário Chicó, R. Da Freiria de Cima e R. Do Cenáculo. Em termos arqueológicos, está enquadrada numa zona de elevada sensibilidade, nas imediações do Templo Romano / Templo de Diana (v. IPA.0002863), Palácio dos Antigos Condes de Basto / Paço de São Miguel da Freiria / Palácio do Pátio de São Miguel (v. IPA.00004446) e Palácio da Inquisição / Tribunal do Santo Ofício de Évora (v. IPA.00025984).

Descrição Complementar

PÓRTICO: as dez primeiras colunas repousam em delicadíssimos colunelos de mármore, com bases anelares lavradas em crochets florais sobre plintos graníticos e rematados por pequenos bocéis anelares, lisos e sóbrios, que os separam das imagens de vulto dos Apóstolos, carregando «parterres» com simbologia de heráldica hermética; rematam em exóticos capitéis de crochet vegetalista; as quatro últimas colunas, a comporem o jugo do pórtico, repousam reunidas em elegantes impostas prismáticas, com capitéis lavrados no topo fronteiro e a rematarem colunas compósitas com o arranjo das precedentes, mas sobrepujadas com as imagens de São Pedro e São Paulo. PÓRTICOS LATERAIS: a S., no topo do braço do transepto e encaixado entre o claustro e a sala capitular, pórtico colateral, integrado em apertado nártex de cobertura ogival radial e abatida, de três arquivoltas de arco quebrado descarregando em colunelos de mármore de bases anelares sobre plinto de granito e com capitéis graníticos de crochet vegetalista; a N. pórtico colateral rasgado em vão simples de arco quebrado e simples silharia granítica, com moldura e ombreiras apilastradas e entablamento de volutas e pináculos. TORREÕES: torreão S. de empenas contrafortadas nos cunhais e rematado por dez pequenos coruchéus cónicos rodeando um maior; no piso cimeiro, torre sineira, abrem-se frestas geminadas com arcos interiores ligeiramente ultrapassados assentes em colunelos, três na frontaria e dois em cada ilharga, N. e S.; alinhada à cimalha do nártex, janela de duas arquivoltas e arco quebrado, encimada, um pouco lateralmente, por janela mainelada rectangular, de mainel chanfrado; nos paramentos O. e S. abrem-se ao nível do solo arcossólios tumulares de arco quebrado. Torreão N. esguio e alto rematado de coruchéu cónico revestido a azulejos verde irisados; na sua frontaria rasgam-se, desencontradas em axadrezado, cinco janela; as dos três pisos cimeiros em arco de volta perfeita, apenas com moldura saliente a correr as ombreiras e a a verga; no piso sobranceiro ao nártex, par geminado de janelas maineladas, de três arquivoltas, com as vergas a repousarem em colunelos com capitéis de acanto e o tímpano sobre o mainel ornado de quadrifólio envasado; alinhada à cimalha do nártex, janela par da do torreão S.. CLAUSTRO: monumental, rectangular, de oito por sete tramos marcados no exterior por contrafortes e com paramentos rasgados por olheiras circulares con envasados de laçaria geométrica; acastelado, tem os dois cunhais libertos rematados por cubelos e circundado de adarve defendido por merlões; a E. a capela-panteão do Bispo Dom Pedro IV.

Utilização Inicial

Religiosa: catedral

Utilização Actual

Religiosa: catedral

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCAlentejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Séc. 13 / 14 / 15 / 16 / 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: Brás Godinho (séc. 16), Jerónimo de Torres (séc. 16), João Nunes Tinoco (1669), João Frederico Ludovice (séc. 18); José da Cruz Lima (1938), Manuel Pires (séc. 16), Mateus Neto (séc. 16), Miguel de Arruda (c. 1540) e Rui Angelo Couto (1953, 1965); CANTEIROS: António Ecart (séc. 18, 1º quartel), António Ribeiro (1724 -1733), Caetano da Paz (séc. 18), João Baptista Monge (séc. 18, 1º quartel), José Carreira (1735 - 1736), José Correia (1735 - 1736), José de Oliveira (1735), Manuel de Abreu (séc. 18), Manuel Pires (1724-33); CARPINTEIROS: José de Sousa Camarinha (1950) e Pompeu Manuel Augusto (1980); ELETRECISTAS: Empresa de Construções Elétricas, Lda. (1960), Lourenço Borges (1966 - 1968, 1970, 1973, 1975 - 1976), Siemens Companhia de Electriciadde, S.A.R.L. (1946); EMPREITEIROS: Anselmo Costa (1967), António Domingues Esteves (1936, 1939, 1940 - 1941, 1943 - 1945, António Serra (1960, 1963, 1966, 1974, 1985), Delfim Firmino Firmino (1938), J. Freitas Garcia (1952 - 1953, 1958), José da Silva (1938), José Faustino dos Santos (1969), José Vidigal (1946 - 1950), Justino José Ferreira (1977, 1989), Odilom Martins Garcia (1953, 1964, 1966); ENTALHADORES: Agostinho Cabral (1967), António Antunes (1730 -1749), António Bravo (1730 -1749), António de Freitas (1730 -1749), Brás de Freitas (séc. 18), Eugénio da Fonseca (1736 - 1737), Francisco Gomes (1730 -1749), Francisco Paixão (1736 - 1737), Francisco Xavier Borges (1735 - 1737), Francisco Xavier da Costa (séc. 18), João de Almeida (1730 - 1749), João Baptista (1735 - 1737), José Carvalho (1730 - 1749), José de Andrade (1734 - 1735), José de Carvalho (1734 - 1735), José de Sequeira (1736 - 1737), José Ferreira (1736 - 1737), José Frois (1730 -1749), José Lopes (1730 - 1749), José Paixão (1730 -1749), Luis João Botelho (1730 -1749), Manuel de Abreu (1734 - 1735), Manuel do Nascimento (1730 -1749), Manuel Nunes (1736 - 1737), Odilon Martins Garcia (1952), Sebastião Abreu do Ó (1730 -1749) e Silvestre Correia (1734 - 1737); ESCULTORES: Antonio Bellini (séc. 18), Carlos Henrique Harcuria (1726-33), Francisco Xavier Borges (1735) e Telo Garcia (séc. 14); FUNDIDOR: Serafim da Silva Jerónimo & Filhos, Lda.; OURIVES: Tomás Correia (séc. 18); ORGANEIROS: Esteves Pereira (1970), Francisco Cunha (séc. 17), Heitor Lobo (1540), João A. P. Sampaio (1946), João Sampaio & Filhos (1969), Joaquim Maria Morte (1830), Miguel Dias (1670), Pascoal Caetano Oldovini (1762); PEDREIROS: Francisco dos Santos Coelho (1930); PINTORES: Agostinho Masucci (oficina) (1731), António dos Santos (1734), Francisco dos Reis, Francisco Nunes (Séc. 16), Francisco Pereira, Francisco Vieira Lusitano (1735), José Xavier (1733), Manuel Pereira, Manuel Rodrigues (1733); PINTOR DE VITRAL - Ricardo Leone (1948); SERRALHEIRO: João Pereira (1725) e Manuel Mendes.

Cronologia

Séc. 04 / 06 - provável construção de uma Sé pelo bispo Panecio (FRANCO, 1945); 1186 - início da construção da Sé, sob a égide do bispo D. Paio; 1283 - remodelação e ampliação da Catedral de Santa Maria, sob a égide do bispo Durando Pais, segundo data em lápide na Capela do Santíssimo alusiva à consagração do presbitério; 1295 - legado de um cavaleiro e sua mulher refere que deveriam ser sepultados na Sé quando as obras tivessem terminado; 1301 - testamento de Mem Soares e sua mulher determina que sejam sepultados no altar que ficar mais perto dos seus túmulos a ser ainda construído; documento refere Domingos Pires como Mestre da Obra; 1308 - sagração da nova Catedral, com o bispo D. Fernando Martins; 1305 - o clérigo Abril Pais deixa vultuoso testamento à Sé determinando que se fixem as torres e se abra uma comunicação para o quintal (provavelmente o local do futuro claustro); Séc. 14 - continuação da construção, sobretudo durante o pontificado do sucessor de Dom Durando, Dom Fernando Martins que dota a fábrica do templo de lautas rendas pessoais; 1317 / 1340 - edificação do claustro tumular do Bispo D. Pedro IV; 1320 - conclusão da igreja; 1334 - o Mestre de Obras Martim Pires ainda é vivo; 1340 - finalizadas as obras do claustro gótico e conclusão das obras da fachada, nomeadamente as esculturas do apostolado e o janelão axial; séc. 14, 1º quartel - construção da Capela do Fundador; séc. 14, finais / séc. 15, inícios - documentação do cartório capitular atesta a exiguidade da primitiva cabeceira; construção do nártex; séc. 15 - provável fatura das imagens do pórtico principal figurando São Paulo e São Pedro; 1462 - construção da Livraria Capitular e definição da Sala do Cabido, por documento lavrado por D. Afonso V; 1485-1522 - construção do Batistério na banda do Evangelho, com pia batismal de estilo manuelino; Séc. 16, início - execução do coro-alto por Diogo de Arruda e do pórtico colateral N.; 1470 ducados do rendimento da diocese pertenciam ao padroado da Companhia de Jesus, do Colégio do Espírito Santo de Évora; 1500, c. - definição da grande abóbada da galilé; 1522 / 1525 - campanha de obras; 1528 - o rei manda fazer ornamentos para a Sé; 1544, c. de - construção do órgão por Heitor Lobo; 1529-1530, c. - início da construção da Capela de Nossa Senhora da Piedade ou do Esporão; 1537 - referência à Capela de São Lourenço; 1562 - execução do órgão do coro e cadeiral; 1570 - construção do presbitério no pilar SE. da torre lanterna; 1586, 27 janeiro - violento temporal derruba a imagem da Virgem na torre sobre a capela-mor; 1611/1633 - construção da Sacristia; 1622 - reforma da Capela de São Manços; 1635 - o cartório do cabido instala-se na casa do Capítulo; 1669 - João Nunes Tinoco planifica uma primeira tentativa de reedificação da ábside; 1690, c. - construção altar de Nossa Senhora da Encarnação, com destaque para o trabalho em talha dourada; séc. 17, final - reforma da Capela de São Lourenço; 1669 - revestimento do corpo das naves, pilares e abóbadas com argamassa, sob direção de João Nunes Tinoco; 1718 - apeamento da abside primitiva; 1721 - abside de João Frederico Ludovice; 1724/1733 - feitura balaústres capela-mor; 1735 - quase concluída a nova abside; 1734/1735 - fim trabalhos no coreto do órgão e tribuna real da abside; 1736, setembro - colocação dos painéis da Natividade, Nossa Senhora da Conceição, Adoração dos Pastores e Coroação da Virgem na abside; 1736, 1 dezembro - estragos parciais no zimbório da Sé provocados por tempestade; 1746 - sagração da àbside de Ludovice; 1750 - construção da Vestiaria sacrificando-se 5 arcossólios tumulares nos socos da Torre S.; 1758 - 1762 - feitura dos órgãos da capela-mor por Pascoal Caetano Oldovini; 1808, julho - durante os assédios das tropas francesas, a população refugia-se nas naves; 1810 - colocação do relógio de sol em mármore branco no terraço; 1814 - sacrificados 2 lanços do claustro para a construção de salas e vestiarias dos bacharéis; 1859 - coroamento do zimbório com agulha esguia de globo e catavento; 1930, 14 maio - Dec. n.º 18.324 criando o Museu de Arte Sacra que será instalado na Sala do Arquivo Capitular; neste ano têm lugar os primeiros ajustes particulares da campanha de obras de restauro da DGEMN; 1932, 21 abril - António do Couto refere a descoberta de janela geminada entaipada pelos arcazes e armários de madeira e pelos lambris das paredes da sala capitular *1; 16 junho - em sessão plenária, o Conselho Superior de Belas-Artes examina as 3 soluções apontadas para a sala capitular: entaipamento da janela; remoção do cartório (solução que considera arriscada e custosa); conservar o cartório destapando a janela (o preferível); 30 junho - o Ministro da Instrução Pública determina a adoção da 3.ª solução devendo para o efeito deslocar-se um pouco para a frente o armarete e apoia-lo num embasamento a construir no mesmo estilo; 1936 - arranque das grandes obras de restauro da DGEMN sendo as obras do claustro dirigida pelo Dr. António Joaquim Lopes da Silva, então diretor da BPE; 1938, 31 dezembro - aprovada a proposta do Arq. José da Cruz Lima de elaboração do estudo de restauração completa da Sé, a par da de São Bento de Cástris (v. IPA.00006511) e Santa Maria Olivais em Tomar (v. IPA.00006537); 1939 - durante as obras restauro são desmantelados os altares de talha e retábulos das capelas laterais * 2 bem como uma porta gradeada do vestíbulo, que transitou para o Arcebispado; descoberta a escultura trecentista de terracota de Santo André que é levada para as instalações da DGEMN na Torre do Salvador para futura exposição no museu da Sé; 23 dezembro - refere-se o apeamento de 7 quadros existentes na Sé e São Francisco (v. IPA.00002724) a fim de seguirem para a Exposição do Mundo Português; 1940, 16 maio - cedida à CMÉvora a pedra de alvenaria proveniente das demolições em curso em dependências da sé; 1941, 25 julho - refere-se necessidade do levantamento da calçada Rua de São Manços junto das obras para sondagens no terreno a fim de procurar o limite dos degraus de acesso; 1942, 6 janeiro - o Grupo Pro Evora solicita nova sepultura condigna para os restos mortais de Severim de Faria e de André de Resende; 1944, 14 dezembro - o Cabido refere que as obras estão suspensas há c. de 3 meses; 1946, 23 maio - o organeiro João A. P. Sampaio desloca-se à Sé para examinar o órgão da tribuna lateral do altar-mor e elabora relatório do restauro que pretende executar *3; 17 outubro - telegrama do organeiro José Ramos Sampaio informando a DGEMN de que o órgão está pronto tendo neste dia tocado durante a missa pontifical celebrada pelo Cardeal Patriarca no âmbito do Congresso Mariano; 1949, 15 fevereiro - o Cabido solicita autorização para colocação de lápide comemorativa da cerimónia de colocação imagem de Nossa Senhora de Fátima solicitando conselho quanto ao local onde colocar a mesma *4; 21 dezembro - a DGEMN informa o MOP que entre 2 colunas da nave central, junto à parede da Epístola, se encontrava indevidamente um coreto de madeira, sem valor artístico, bastante descaído e em perigo de desmoronamento, tendo-se determinado o seu apeamento e guardando-se as peças numa arrecadação do Seminário; 1950, abril - o Arcebispo diz ter sido informado de que quando foram retiradas as capelas laterais lhe fora dito que os confessionários que neles existiam seriam reconstruídos por forma semelhante ao que se verifica na Sé velha de Coimbra; 1951, 10 outubro - o Cabido relembra que foi prometida a transferência do túmulo do Arcebispo D. Augusto Eduardo Nunes *5; 1952 - transferência do túmulo do Arcebispo D. Augusto Eduardo Nunes da cripta da sacristia para o claustro (inicialmente prevista para o cruzeiro, sob o pavimento); 26 março - o Cabido solicita o ajardinamento claustro; 9 outubro - tendo reunido com o Cabido, o Arcebispado comunica que acertaram que a solução proposta para o túmulo do Arcebispo não é adequada pois este ficaria oculto do público; propõem a sua acomodação no claustro ou numa das capelas do transepto num "lóculo ou arco-sólio" aberto na parede; posterior visita da DGEMN com o Deão da Sé para acordar sobre a mudança túmulo tendo acertado que ficaria na capela do claustro onde já se encontra o túmulo do bispo fundador; 6 novembro - em reunião capitular a proposta da DGEMN é aceite a par da transformação das janelas do coro "noutro sentido arquitetónico"; 29 dezembro - aquisição de 4 tocheiros para o museu; 1953, setembro - o Arq. Rui Angelo Couto examina o andamento das obras; 1955, agosto - pedido do comissariado da Exposição de Arte Portuguesa em Londres para ser retirada a mísula da capela de São Pedro do claustro para figurar no evento *6; 1956, 21 setembro - o presidente do Cabido informa que as c. de 20 tábuas primitivas *7, provenientes das demolidas capelas laterais, e as coleções de paramentos setecentistas e outros objetos necessitam de local para serem expostos; propõe adaptar a vasta nave desocupada do lado da sacristia e as salas da torre norte e por cima da sacristia para as novas instalações do museu; 1960, 23 março - o Cabido informa a DGEMN do estado da Sé: estando as obras paralisadas há vários anos, é urgente a reparação da instalação elétrica sobretudo no Arquivo capitular (no qual ocorrem infiltrações pluviais nas paredes) e a substituição do soalho da nave central, em grande parte apodrecido; 2 maio - a Fundação C. Gulbenkian informa a DGEMN de que a CMÉvora e o Cabido solicitaram auxílio para o restauro urgente de 3 velhos órgãos; o restauro deve ser feito na Holanda sendo as caixas reparadas em Portugal; junho - setembro - a DGEMN concorda, desde que o transporte e devolução dos maquinismos dos órgãos fique a cargo da FCG não devendo as caixas ser retiradas do local; quanto à necessidade do restauro ser feito na Holanda sugere seja primeiro consultada a firma de João Sampaio para dar o seu parecer; 1962, junho - refere-se a necessidade de restauro do painel figurando a Descida da Cruz, na capela do Esporão, constituído por 6 pranchas e "com pintura a saltar em vários pontos" devendo o restauro ser feito na oficina da Junta Nacional de Educação; 3 setembro - determina-se o restauro da tábua; 1964, 13 fevereiro - a FCG concede verba para execução vitrines do museu segundo as especificações propostas pelo seu Serviço de Belas-Artes; 1965, 28 março - a FCG solicita encontro de um técnico da DGEMN com o organeiro Flentrop, da Firma Flentorp Orgelbouw, em Zaandam, na Holanda, que estará em Lisboa no dia 31, para estudo do restauro do órgão; a DGEMN argumenta que ainda não se fez a consulta à firma de João Sampaio como estabelecido; 12 abril - a FCG responde que, da consulta a vários técnicos especialistas resulta não estarem a firma Sampaio e o Eng. José Ramos Sampaio à altura do restauro e só no estrangeiro este pode ser feito; 22 abril - a DGEMN concorda e recomenda o total aproveitamento e recuperação de todas as peças do equipamento mecânico evitando-se a substituição de elementos originais por modernos, aspetos estes que devem constar no contrato *8; 11 junho - M. A. Vente *9 concorda com as condições da DGEMN que irá comunicar a Flentrop; 1966, 14 abril - a FCG solicita 2 técnicos da DGEMN para acompanharem Vente e Flentrop e decidirem o que deve ser feito com a caixa e tribuna do órgão; 18 abril - o órgão começa a ser desmontado para seguir para a Holanda *10; 28 abril - Vente elabora lista das peças do mecanismo do órgão que foram para reparação (TXT.06847441); o Eng Cruz Azevedo, o organeiro Esteves Pereira e o Eng. José Sampaio vistoriam o desmonte dos tubos; 10 junho - Vente envia a Esteves Pereira o relatório do restauro que pretende realizar (TXT.01117227), informando que o órgão ainda não chegou; 1967, 23 fevereiro - o restaurado mecanismo do órgão é despachado por barco para Lisboa; 4 maio - lista das peças restauradas pelos fiscais da obra (TXT. 06847462 a 64); 29 maio - prevista a chegada a Lisboa dos técnicos da casa holandesa para procederem à instalação do órgão *11; 26 junho - Flentorpo comunica que o restauro está concluído e envia relatório do mesmo (TXT.01117291 a 01117294 e 00206320); 15 setembro - a Secção de Eletrotecnia da DGEMN informa que falta tecido amortecedor entre o teclado e os batentes do mesmo (TXT.00206308) bem como a instalação do automático de proteção ao motor, a instalação elétrica até ao mesmo e a iluminação dos teclados; 6 fevereiro - Vente informa que o órgão não carece de tecido amortecedor (TXT.01117310 e 01117311); 1969, 26 fevereiro - estragos provocados pelo sismo: fendas nas cantarias do zimbório, em coberturas de terraços, telhados e em caixilhos; 25 junho - Vente solicita fotos antigas da Sé as quais provam que a Sé possuía 2 orgãos "at the west end of the nave just in front of the Coro-Alto" (TXT.00206348); 1970, 29 fevereiro - Esteves Pereira verifica a conclusão trabalhos beneficiação do órgão da tribuna por João Sampaio & Filhos; 1974, 15 abril - a Arquidiocese solicita a cedência da escultura de Santo André, encontrada em 1939, que ainda se acha na DREMS, num nicho ao cimo da escada de acesso ao 2.º piso da Torre do Salvador; 16 agosto - a escultura é entregue à Vigararia-Geral; 1980, 12 setembro - na sequência de uma tentativa de assalto, arrombadas a porta exterior do cruzeiro e a da sala do Tesouro *12; 1983, maio - o chantre José Filipe Mendeiros, conservador do museu, informa que tenciona inaugurar as novas instalações no dia 22, pelo que solicita a devolução das peças guardadas no Cofre da Agencia do Banco de Portugal; 1984 - o órgão da capela-mor do lado da Epístola, apeado durante as obras de 1966 - 1967, vendido a um milionário do Texas, encontra-se na Universidade Metodista de Dallas; 1988, 8 setembro - o Cabido informa que 3 sinos se encontram rachados e os cabeçotes podres e pretende a sua substituição, indo os antigos para o museu; 1990 - a DREMS refere o estado de degradação do granito em paramentos exteriores, que nalgumas zonas "desfaz-se em flocos, produto presumível das grandes variações térmicas e higrométricas" (TXT. 00206487);1992, 01 junho - Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126, de afetação ao IPPAR; 2000, 26 Junho - assinado, entre a Arquidiocese e o IPPAR, protocolo de colaboração para a salvaguarda e valorização do património cultural da Igreja no Alto Alentejo; 2011, 13 setembro - publicado no DR, nº 176, 2ª Série, Declaração de retificação de anúncio n.º 281/2011, alterando o prazo para apresentação de propostas relativo ao concurso público Empreitada de Intervenção no Espaço Público da Acrópole de Évora e Área Envolvente - Acrópole XXI.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes; estrutura mista

Materiais

Alvenaria mista de granito e tijolo com revestimento a imitar a estratigrafia da pedra (paredes exteriores e interiores, cobertura) e alvenaria hidráulica; cantarias de granito (molduras, mísulas, pilares, pavimento de escadas, contrafortes, pavimento, zimbório, merlões, capitéis, gárgulas); mármore (capitéis, colunas, janelas da capela-mor, Apostolado) e mármores policromos (capela-mor, pórtico da Capela do Esporão); azulejo (revestimento do pináculo da torre S.); betão e betão armado; ferro e ferro forjado; madeira; telha; tijoleira (cobertura); vidro.

Bibliografia

ADRIANO, P. e SANTOS SILVA, A., Caracterização de argamassas antigas da Igreja de Santa Maria de Évora - Sé Catedral de Évora, Relatório LNEC 59/06-NMM, 2006; ADRIANO, P. et. alt. - «Microscopic characterisation of old mortars from the Santa Maria Church in Évora» in 11 th Euroseminar on Microscopy Applied to Building Materials. Porto: Faculdade de Ciências da Universidade, Junho de 2007; ANUNCIADA, Dom João da - Descripção da Cathedral de Évora. Lisboa: [s.n], 1844; AZEVEDO, Martim Cardoso de - Historia das antiguidades de Evora. Evora: Na Officina da Universidade, anno de 1739; BAPTISTA, Júlio César - «A Catedral de Évora». A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1974 1974, nº 57; BARATA, António Francisco - Memória Histórica sobre a Fundação da Sé de Évora e suas antiguidades. Évora: Minerva Commercial, 1903; BEIRANTE, Ângela - Évora na Idade Média. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian - Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, 1995; CARVALHO, Afonso de - Da Toponímia de Évora. Lisboa: Edições Colibri, 2004, I volume; CHICÓ, Mário Tavares - A Arquitectura Gótica em Portugal. 3ª edição, Lisboa: Livros Horizonte, 1981; CHICÓ, Mário Tavares - A Catedral na Idade Média. Évora: Edições Nazareth, 1946; COSTA, D., RODRIGUES, J.D. - Estado de conservação e alteração da pedra da Sé Catedral de Évora (texto policopiado). Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Relatório nº 67/00 - DG/GERO, 2000; ESPANCA, Túlio - «Fundação da nova capela-mor da Sé de Évora». A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1951, ano VIII, nº 23-24; ESPANCA, Túlio - «Monumentos de Évora. Sé - Pórtico dos Apóstolos, S. Francisco e Espinheiro». A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1943, ano 1, nº 3; ESPANCA, Túlio - Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1966, 2 volumes; FRANCO, António - Évora Ilustrada. Évora: Edições Nazareth, 1945; GUERREIRO, Jerónimo de Alcântara - «A Sé de Évora do século XII ao fim do século XVII». A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1944, ano II, nº 6; GUERREIRO, Jerónimo de Alcântara - «A Sé de Évora do século XII ao fim do século XVII». A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1944, ano II, nº 7 - 8; JORGE, Virgolino Ferreira - Der Dom von Évora (tese de doutoramento apresentada à Universidade de Friburgo, texto policopiado) Freiburg: Universidade de Friburgo, 1984; LAMBERT, Élie - «A Catedral de Évora». A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1949, ano VI, nº 19 - 20; IDEM, «A Catedral de Évora». A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1949, nº 7; LOURO, Henrique da Silva - «Sepulturas da Sé de Évora e pessoas que nelas jazem dos séculos XIII - XV» A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1965 - 1967, ano XXII - XXIV, nº 48-50; IDEM - «O Livro mais Antigo da Sé de Évora». A Cidade de Évora, Évora: Câmara Municipal de Évora, 1968 -1969, Ano XXV - XXVI, nº 51-52, 1970, Ano XXVII - XVIII, nº 53-54; SANTOS, Reynaldo dos - A Escultura em Portugal. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1948; SIMPLÍCIO, Maria Domingas V. M. - Evolução e morfologia do espaço urbano de Évora (Dissertação de doutoramento apresentada na Universidade de Évora, texto policopiado). Évora: Universidade de Évora, 1997; SIMPLÍCIO, Maria Domingas V. M. - O espaço urbano de Évora. Contributo para melhor conhecimento do sector intramuros. Évora: Universidade de Évora, 1991; TAVARES, M.L., VEIGA, M.R., MAGALHÃES, A.C., AGUIAR, J. - Conservação dos revestimentos interiores da Sé de Évora (texto policopiado). Lisboa: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Relatório 272/05 - NRI, 2005; TÁVORA, Luís Gonzaga de Lancastre e - «Uma joia do Renascimento português: a capela do Esporão na Sé de Évora : alguns elementos para a sua história». Revista Armas e Troféus, 1971, T. 12, n.º 3; VALENÇA, Manuel (Padre) - O órgão na História e na Arte. Braga, 1990, 2 volumes; VAL-FLORES, Gustavo, SANTOS, João; A Carta de Sensibilidade Arqueológica do Centro Histórico de Évora (texto policopiado). Évora: Câmara Municipal de Évora, 2007; VILAR, Hermínia Vasconcelos - As dimensões de um Poder. A Diocese de Évora na Idade Média. Lisboa: Editorial Estampa, 1999.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; DRCALEN: Proc. nº 331/GPP 2.00.001. Loc. 7

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; CME: Arquivo Fotográfico

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS; DRCALEN: Proc.º nº 331/GPP 2.00.001. Loc. 7; DGLAB/TT: Corpo Cronológico, Parte I, m. 39, doc. 68; Parte II, m. 101, doc. 94, m. 102, doc. 5, m. 105, doc. 43, m. 107, doc. 40 e m. 129, doc. 244.

Intervenção Realizada

1645 - substituição primitivo pavimento igreja por lajeado marmóreo (a mando do Cabido); 1678 - reparação dos órgãos pelo organeiro Miguel Dias; 1735/1746 - remodelação da Capela do Santíssimo; 1737 - beneficiações no tambor do zimbório; 1740 - reajustamento final do pavimento marmóreo interior; séc. 17, final - conserto dos órgãos pelo organista Francisco Cunha; 1735/1746 - remodelação da capela do Santíssimo e empreitada de obras de remodelação; 1830 - restauro do órgão por Joaquim Maria Morte; DGEMN: 1930 - limpeza e conserto nos telhados à volta da capela-mor e construção de guarda-chapim de cantaria na escada de caracol dos terraços; 1936 - 1939 - no claustro, limpeza de paredes e abóbadas, pavimentação a tijolo e reconstituição de colunas e capitéis mutilados com argamassa; reconstrução de caleiras em cantaria e tijolo; construção e assentamento de ameias de alvenaria iguais às existentes; limpeza dos paramentos de cantaria e substituição de pedras deterioradas no zimbório, na fachada e no interior da igreja em colunas e em tetos das argamassas que os revestem; demolição completa de paredes de alvenaria na entrada lateral nos túmulos; reparação das escadas de cantaria do terraço, da entrada posterior e da torre com substituição de degraus em mau estado; na sacristia e anexos, reconstrução geral pavimentos de tijolo e telhados e reparação de grades de ferro; reparação geral de caixilharias nos anexos e capela-mor e de vitrais nas rosáceas; construção, assentamento e reparação de portas de carvalho e castanho, incluindo substituição ferragens, na torre, terraço, claustro, porta principal, porta do N. e do transepto e em anexos; rebaixamento do pavimento na entrada S. e novo lajeamento e desentaipamento dos arcossólios; demolições de construções para desafrontar as fachadas principal e N., do acrescento sobre a casa do Tesouro, na casa do órgão, no trifório, junto à fachada posterior e de escadas e paredes de alvenaria no claustro superior, sendo neste restaurados dois gigantes mutilados; restauração completa, segundo as existentes, das frestas de cantaria das naves laterais, triforium e transepto e, no claustro, das ameias e cortinas e de algumas rosáceas segundo os vestígios encontrados; colocação de vitrais nas frestas restauradas; adaptação de dependência existente sobre as abóbadas da nave lateral para vestiaria dos cónegos; reparação geral da cobertura de terraços, incluindo construção de canais e gárgulas segundo os existentes; 1939 - apeamento completo de altares de talha embutidos nas paredes das colaterais e junto dos pilares da nave *2; levantamento completo do pavimento de mármore da nave principal, colaterais e transepto; construção de paredes de alvenaria e cantaria apicoada nos vãos provenientes dos altares a demolir; desentaipamento e restauração completa, segundo as existentes, de rosáceas de cantaria no claustro; construção e assentamento de degraus e ombreiras de mármore na capela-mor; impermeabilização de terraços de tijolo; assentamento de lambases de tijolo em pavimento nas galerias do trifório, no claustro superior e sobre o Tesouro e sacristia; reparação geral rebocos em paredes e abóbadas nas naves, trifório e transepto; pintura a óleo em todas as portas, cadeiral do coro e nas grades de ferro do batistério, torre direita, pátio S. e capela-mor; construção e assentamento vitrais na fachada principal e torres; 1940 - 1941 - demolição completa de construções no r/c, de escadas e paredes de alvenaria; construção de paredes de alvenaria e cantaria apicoada em entaipamento de rasgos, degraus, colunas, escadas caracol, gigantes e ameias; apeamento completo de altares de talha *2 e da armação do órgão *14, restauração completa de frestas e rosáceas segundo as existentes e os vestígios encontrados; 1942 - 1945 - demolição de paredes de alvenaria, construção de pombais de tijolo em telhados; na capela-mor, reparação dos terraços superiores para evitar infiltrações sobre o quadro do retábulo e cadeiral, limpeza geral, retirar do teto a corrente pendente que em tempos sustentou lampadário ou lustre desaparecido; 1945 - restauro de todas as frestas de cantaria do lado E. do claustro segundo os indícios primitivos; rebocos e pavimentação da dependência sobre a nave lateral esquerda; completamento de ameias; demolições de cantaria aparelhada em degraus e abóbadas, reparação geral rebocos, construção e assentamento vitrais e aduelas de cantaria molduradas; apeamento do órgão do coro-alto do lado da Epístola; 1946 - restauro do órgão da tribuna lateral do altar-mor: substituição dos 3 foles diagonais por um fole equalizador separado acionado por 2 foles bombas sendo estes acionados por alavanca manual; fornecimento e instalação de ventilador elétrico; reparação dos teclados, registos e mecânica de transmissão e da harmonização e afinação de todos os tubos sonoros incluindo a construção dos em falta; reparação dos tubos da fachada, de teclados e puxadores de registos e substituição dos letreiros por outros em celuloide e reparação de todas as portas de visita e suas fechaduras; iluminação interior da capela-mor; 1947 - 1950 - reboco e caiação abóbada e paredes do arquivo musical; no claustro fornecimento vitrais para as janelas da ala N., construção de ameias e cortinas no terraço, construção e assentamento de 4 portas de castanho e restauro cantaria da porta da escada; consolidação e entaipamento de 2 vãos do altar da colateral esquerda; construção e assentamento de vitrais e porta para o terraço do coro; demolição capelas da nave da epístola e eliminação dos janelões do claustro por cima das mesmas permitindo o restauro das antigas frestas *2; tumulização restos mortais dos chantres Manuel Severim de Faria e D. João de Melo em campas rasas na nave da Epístola; conclusão da galeria sobre a nave do Evangelho, destinada a museu; construção e assentamento de cantaria moldurada e aparelhada em remate de pilares na nave, de cantaria aparelhada a pico fino e moldurada em pilares e capitéis; 1951 - substituição dos confessionários demolidos por outros novos, de castanho e forrar outros a contraplacado de casquinha; assentamento de pedra mármore serrada para pavimento naves sobre massame hidráulico; 1952 - fornecimento para o túmulo do Arcebispo D. Augusto Eduardo Nunes de caixa coberta com tampa de mármore de Estremoz lavrada, semelhante à primitiva; fornecimento e assentamento de portas e caixilhos em madeira de casquinha (acesso ao claustro e capela-mor); pintura de portas, caixilhos e grades de ferro; entaipamento janelas junto ao coro e conclusão da balaustrada do mesmo; reparação rosácea e janelas do coro; fornecimento e assentamento vitrais na rosácea e colateral direita incluindo retirar os caixilhos de madeiras existentes e substitui-los por ferro; forro de cantaria junto às frestas; limpeza e enceramento cadeiral e estante do coro incluindo colagem de pedaços soltos; limpeza e ajardinamento terreiro claustro e modificação escada de acesso ao piso térreo; reparação geral do órgão; ramal de água para a sacristia; 1953 - 1954 - no claustro, reparação do pavimento em lajedo da cobertura em terraço, demolição das instalações sanitárias existentes e sua substituição por outras incluído reparação de paramentos, botaréus e outros elementos que ficaram a descoberto, conclusão do angulo O. rematando a cantaria junto da porta da escada de acesso à torre S., colocação de gárgulas de cantaria existentes, criar porta de ligação com a nave e instalação elétrica da escada de acesso; fornecimento e assentamento de vitrais iguais aos existentes incluindo abertura de óculos; reparação e pintura cabeçotes dos sinos; na igreja, limpeza do arcaz da sacristia incluindo colagem pedaços de talha e douramento a ouro de imitação de motivos de talha e ferragens, pintura de portas e reparação rebocos, restauro de algumas cantarias em 2 pilares e 2 portas; colocação de frade de cantaria que tinha sido arrancado do adro; 1958 - na sala do tesouro reconstrução de telhados e instalação elétrica; reparação cobertura de tijoleira e caleiras sobre a capela-mor, de telhados da sacristia e capelas lado esquerdo do transepto e cobertura em terraço sobre as naves e capela do Fundador; construção cobertura em terraço sobre a entrada do cruzeiro; substituição de vidros partidos; demolição e remoção estrado de madeira da nave central que encobria o de mármore; Cabido: 1963 - renovação da instalação de som; DGEMN: 1963 - reparação caixilhos capela-mor e zimbório, de coberturas em terraço capela-mor e sala capitular; reparação do zimbório; fornecimento e assentamento de vitrais na capela do Fundador; 1965 - 1966 - recolocação na capela do Esporão, após o seu restauro, da tábua figurando a Deposição da Cruz incluindo abertura de caixa na parede e construção de parede de tijolo com caixa-de-ar e iluminação elétrica adequada; DGEMN/FCGulbenkian: 1966/1967 - restauro do órgão da capela-mor do lado da Epístola incluindo a consolidação da sua estrutura e da tribuna, compreendendo substituição de todas as vigas, consolas, sobrado e demais peças em mau estado, o fornecimento e colocação de porta com madeira e de ornatos e molduras que faltam em madeira iguais aos existentes e a limpeza e pintura do interior e exterior do órgão e tribuna; DGEMN: 1966 - 1969 - reparação da cúpula do zimbório, de telhados, terraços, cúpulas, caleiras e gárgulas e de pavimentos e rebocos em capelas junto ao transepto, incluindo levantamento e reassentamento de degraus de granito; reparação instalação elétrica e de som incluindo a fixação de lustre no transepto, restauro de lustre a colocar no coro, eletrificação de lustres da nave central e capela-mor destinados à sacristia e de altares da Epístola e colocação de coluna alimentação do órgão da capela-mor e de quadro de proteção do seu motor; restauro da zona do coro incluindo demolição pavimento em mau estado e construção de novo em tijolo, fornecimento e assentamento no coro-alto de solho de castanho nos degraus do cadeiral e de molduras em falta e de degraus de granito na zona das escadas de caracol de acesso aos terraços; limpeza e enceramento do cadeiral do coro-alto; reparação orgão altar-mor: fole, caixa de eco e de um tubo falso da fachada que se encontrava caído, novos letreiros dos registos em pergaminho fumado, instalação de novo ventilador, beneficiação condutas de ar e das ligações de teclado manual, colocação de peças de pele para amortecer o ruído, afinação de toda a canaria, etc. (TXT. 00206366 e 06847523); 1970, 1973 - 1974, 1976 - fornecimento e montagem de lanternas em ferro forjado no claustro e de meias lanternas para escada acesso ao triforio; reparação e pintura de caixilhos, portas e grade de ferro na fachada N.; reparação de vitrais; 1977 - limpeza e reparação do telhado capela junto à sala do Tesouro; junto ao zimbório, reparação de cantarias das escadas e demolição pavimento de tijoleira em ruína no terraço; recuperação rebocos salitrosos no claustro e sanitários; fornecimento e assentamento de claraboias de vidro armado substituindo as existentes em ruína no pavimento do terraço do claustro junto às frestas da nave lateral; resguardo da janela da capela do Esporão com rede de arame; 1979 - no claustro, tapamento de rombo numa parede, demolição pavimentos em ruína e sua substituição por outros de tijoleira prensada, limpeza e reparação de gárgulas, fornecimento e assentamento grades de ferro forjado de secção quadrada em vãos de portas e janelas e pintura de portas, caixilhos e grades nos sanitários; refechamento de juntas e isolamento no claustro e zimbório e reparação da abóbada deste; reparação terraço de tijoleira da cobertura capela do Fundador e de paredes interiores no cruzeiro; construção e assentamento caixilhos na capela do Esporão; na sacristia, caiação de paredes e da abóbada; fornecimento e assentamento de vidros na sacristia, capela-mor, capela da Boa Morte e Torre N.; fixação de vitrais no coro; reparação de projetores na capela do Santíssimo; colocação de cortinas existentes para janelões da capela-mor; 1980 - reparação e consolidação da porta do cruzeiro; 1981 - reparação de caixilhos e substituição vidros partidos nas torres; tapamento de vão no acesso ao terraço do claustro; reparação da canalização de adução de água; 1983 - reparação coberturas em terraço na nave da Epístola, reparação e limpeza de telhados; fornecimento e assentamento de caixilhos e vidros nas torres, sala capitular, sala de música, capela-mor, sala do órgão da capela-mor e sacristia; 1985 - reparação coberturas terraços das naves laterais e capela-mor, de telhados, de fendas no extradorso do zimbório; pintura da porta e caixilho do zimbório; substituição de porta interior em ruína numa das torres; 1989 - refazer proteções vitrais; reutilização de espaços subaproveitados na ala direita do terraço com a remoção de tabiques e pavimentação nas zonas onde não existam; na sala dos Prelados apeamento de quadros móveis e outros artigos para depósito noutra sala, demolição de 2 paredes tabicadas, reparação de rebocos, caiação da abóbada e remoção de reboco sob pilar em alvenaria de pedra; 1992 - restauro do órgão da capela-mor por António Simões e restauro dos sinos; 1994 - restauro das telas da capela-mor figurando o Nascimento e a Coroação da Virgem; 1995 - 1996 na capela-mor, trabalhos de conservação na cobertura e terraço e reparação dos caixilhos(ver com Gustavo quem fez estas obras) -; IPPAR: DRE / MEPAT / LNEC: 1997 - 2000 - estudo dos granitos; 1999 - execução e montagem de gradeamento para as janelas; 2003 - conservação e restauro dos vitrais, levantamento topográfico e arquitetónico dos pavimentos exteriores em mármore dos alçados da cabeceira, restauro do pavimento do claustro e remodelação da instalação sanitária; IPPAR: 2003 - 2005 - restauro e consolidação do zimbório e cobertura do claustro; 2004 - início do restauro da Capela de Nossa Senhora do Ó; 2011 - relatório do estudo da conservação da escultura em pedra na Capela do Fundador e do claustro.

Observações

*1 - segundo Couto a janela é dos inícios do Séc. 13 e filia-se na transição do românico para o gótico e a implantação desta sala, saindo fora do alinhamento da parede exterior do transepto, repete-se nalgumas catedrais coevas como na de Verdun e Chalons-sur-Marne, sendo destinadas a sacrários, tesouro ou sacristia (TXT.01118630 a 01118632); na sequência desta descoberta, recomenda-se a conservação de toda a obra de marcenaria, arcazes, arquibancos, etc. (TXT. 01118635) e sugere-se deslocar o "armarete dos sacros, colocado face ao mainel" da janela, e instala-lo sobre um plinto ou embasamento, solução contestada por A. Couto que alvitra a sua aplicação nas paredes laterais uma vez que este ainda conserva na parte interior o nome do seu possuidor (Severim de Faria); defende o reentaipamento da janela, após a execução do seu desenho rigoroso, de molde a conservar-se assim a disposição dos armários; *2 - a 7 março de 1945 a DGEMN refere que o Cabido pretende a demolição dos 6 altares laterais da nave direita para completo acabamento das frestas já restauradas na parte superior, incluindo a colocação dos vitrais; também a 21 setembro de 1956 o presidente do Cabido refere que a "recente supressão das capelas laterais seiscentistas restituindo as naves laterais à sua primitiva traça"; o que pode significar que o apeamento dos altares não teve lugar em 1939, pelo menos na sua totalidade; *3 - refere que o órgão possui c. de 900 tubos quase todos de metal e dois defeitos de construção que pretende eliminar: a oitava curta e os foles diagonais (só possui 3 foles diagonais ou em cunha) (TXT.01118616); *4 - a DGEMN sugere a colocação da lápide no transepto, devendo esta ser pequena, sem moldura, de pedra e com carateres clássicos; *5 - "o qual transferido pela 3.ª vez do local onde primitivamente foi erigido por concessão parlamentar, ao lado do fundador e na sua capela do claustro, se verificou a inconveniência da cripta onde atualmente se encontra por motivo das infiltrações que todos os invernos ali se dão e quase a chegam a submergir" (TXT.01117811); *6 - a DGEMN opõe-se argumentando que esta não pode ser retirada sem perigo pois faz parte integrante da construção, existindo desde 1940 uma sua cópia em gesso; *7 - algumas das quais figuraram em várias exposições, nomeadamente na dos Primitivos Portugueses de 1940; *8 - as peças substituídas deverão ser reenviadas para Portugal para exposição no Museu do Conservatório Nacional de Música; *9 - consultor da FGB para o restauro do órgão e curador do Institut of Musicology da Universidade de Utrecht; *10 - o restauro será feito por 2 assistentes do Sr. Flentrop sob a direção de Vente; *11 - a instalação do orgão será supervisionada por Flentrop e Vente que chegam mais tarde; *12 - que não foi roubado por ter entretanto sido retirado para outro local pelo Arcebispado (TXT.00205509); *13 - a composição dos torreões, como de resto todo o edifício, é desigual, tendo todavia as cimalhas alinhadas; *14 - o organeiro João A. P. Sampaio examinou o órgão da tribuna lateral do altar-mor em maio de 1946 pelo que provavelmente este ainda não teria sido apeado.

Autor e Data

Manuel Branco 1993 / Rosário Gordalina e Gustavo Val-Flores 2013

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login