Mercado Municipal de Guimarães / Plataforma das Artes e Criatividade

IPA.00027393
Portugal, Braga, Guimarães, União das freguesias de Oliveira, São Paio e São Sebastião
 
Arquitetura comercial, do século 20, Art Déco. Arquitectura de betão armado, modelada segundo as tendências modernas num jogo de volumes articulados, de gosto tendencialmente geometrizante, com um sentido plástico de linguagem art déco. Edifício construído num ponderado equilíbrio, como peça de arquitectura urbana de presença autónoma, bem adaptado, no sentido de continuidade das ruas que integra.
Número IPA Antigo: PT010308600167
 
Registo visualizado 747 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comercial  Mercado    

Descrição

Planta rectangular composta por três corpos justapostos, de massa horizontal e torreões nos ângulos da fachada principal, formando um pátio. Fachada principal virada a NE., de um registo, tendo ao centro, corpo paralelepipédico mais alto, onde rasga vão de verga recta, ladeado por pilastras facetadas de granito polido, com frontão ressaltado e chanfrado, cujo tímpano integra um escudo com as armas da cidade, interrompendo um friso, sobre o qual, estão colocadas os suportes da bandeira, é ainda ladeado por corpos mais baixos, onde se rasgam vários vãos rectilíneos correspondeste ao espaço das lojas, protegidos por amplas palas de betão. Nos ângulos desta fachada, surgem os torreões de secção poligonal encimados por tambores circulares a partir dos quais se elevam relógios, de corpo paralelepipédico, com as quatro faces protegidos por palas horizontais semi-circulares, sobrepujados por outra maior, circular; flanqueados por vãos rectangulares dispostos na vertical, ladeados por pilastras facetadas de granito polido, cujo tímpano integra um escudo, envolto em enrolamentos. A fachada virada a SE., não possui lojas, apenas um portão de acesso ao mercado. Fachada virada a NO. semelhante à da fachada principal, onde se rasgam vãos correspondentes às lojas e uma entrada lateral por portão de ferro forjado, ao nível do piso interior. No INTERIOR do espaço, corre uma galeria que corresponde à fachada virada a NE., de dois pisos, tendo nos extremos duas escadarias que descem ao piso inferior do mercado, onde se dispõem as bancas centrais (fruta e legumes), pontuados por árvores de grande porte, possuindo ao centro uma fonte de planta rectangular; as áreas laterais eram destinadas à venda de carnes. Ao fundo do terreno, localizavam-se as vendas em grosso, com a possibilidade de entrada de carros e de frigoríficos.

Acessos

Avenida Conde Margaride; rua do Paio Galvão, Rua Dr. Avelino da Silva Guimarães.

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Núcleo Urbano da Cidade de Guimarães (v. PT010308340101) e na da Igreja e Claustro de São Domingos (v. PT010308600008)

Enquadramento

Urbano, isolado, constituindo praticamente a totalidade do quarteirão. O terreno onde se ergue apresenta um desnível de cotas entre as ruas de implantação. Na proximidade, surge a Sociedade Martins Sarmento (v. PT010308600130).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comercial: mercado

Utilização Actual

Cultural e recreativa: edifício multiusos

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: José Marques da Silva (1927); Maria José Marques da Silva (1950); David Moreira Marques da Silva (1950); Atelier Pitágoras (2012). ENGENHEIROS: Jorge Bastian; José Magalhães.

Cronologia

1863 - na planta da cidade, aparece uma área (onde viria a implantar-se o mercado municipal) bem definida, conhecida por Praça do Mercado, onde funcionava um mercado levante, misto de mercado e feira; 1925 - o arquitecto Marques da Silva visita a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais, em Paris; 1926 - a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Guimarães convidou o arquitecto Marques da Silva para elaborar o projecto do mercado; 1927, Fevereiro - primeiro projecto do arquitecto José Marques da Silva; 1930, Outubro - início das obras do mercado; 1932 - novo impulso da construção do mercado com a nova Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Guimarães; 1934 - nesta data, estavam construídas as cantarias das fachadas da rua Paio Galvão e iniciadas as escadarias das duas entradas laterais; 1935 - com a necessidade de comparticipação do Governo para desenvolvimento das obras, houve necessidade de submeter o projecto à DGEMN; 1942 - o inspector-chefe da sanidade terrestre reprovou a projecto do pavimento principal; 1946 - aprovação do pavimento principal; 1947 - falecimento do arquitecto Marques da Silva; 1950 - conclusão do mercado pela arquitecta Maria José Marques da Silva (filha) e do arquitecto David Moreira da Silva (genro), que introduziram várias alterações ao projecto inicial, sobretudo ao nível das coberturas; 1954 / 1956 - projectos que propunham a ampliação do mercado, através da definição da organização dos seus diferentes dispositivos espaciais e a resolução de problemas higienistas; 2012, 24 junho - inauguração do Centro Internacional Artes José Guimarães.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autonómas

Materiais

Betão armado, cantaria de granito; granito polido; caixilharias em ferro; vidro simples e martelado; revestimentos cerâmicos.

Bibliografia

MEIRELES, Maria José, A obra do Arquitecto Marques da Silva em Guimarães, Separata da revista Mínia, nº2, 3ª série, Braga, 1994; CARDOSO, António, O Arquitecto José Marques da Silva e a arquitectura no norte do país na primeira metade do séc. XX, FAUP publicações, Porto, 1997; FERRÃO, Bernardo; AFONSO, José Ferrão - A Evolução da Forma Urbana de Guimarães e a criação do seu Património Edificado: http://www.cm-guimaraes.pt/files/1/documentos/470409.pdf, FERRÃO, Bernardo; AFONSO, José Ferrão - Edificações do Centro Histórico e sua Envolvente com Interesse Patrimonial (Fichas): http://www.cm-guimaraes.pt/files/1/documentos/470415.pdf; http://www.guimaraesturismo.com/pages/152?geo_article_id=1254, 17 abril 2013; FERNANDES, José Manuel - "Guimarães: cinco edifícios notáveis dos anos de 1930-1950". Revista Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, outubro 2013, nº 33, pp. 88-101 (e-book).

Documentação Gráfica

Arquivo Municipal Alberto Pimenta (AMAP): M-2126, M-2127 e M2128; Arquivo do Instituto Marques da Silva (IMS)

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Arquivo Municipal Alberto Pimenta (AMAP): M-2126, M-2127 e M2128; Arquivo do Instituto Marques da Silva (IMS)

Intervenção Realizada

CMG: 2010 / 2011 / 2012 - obras de adaptação do imóvel a espaço dedicado à atividade artística e cultural, com projeto do Atelier Pitágoras.

Observações

A Plataforma das Artes e Criatividade é um espaço multifuncional, dedicado à atividade artística, cultural e económico-social que aloja uma série de valências dedicados a três grandes áreas programáticas: o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, que acolhe uma coleção permanente de José de Guimarães, uma área de exposições temporárias, espaço(s) polivalente(s) destinado(s) a atividades complementares de apresentações e pequenos espetáculos. Os Ateliers Emergentes de Apoio à Criatividade serão espaços de trabalho vocacionados para jovens criadores que, em diversas áreas de atividade, pretendam desenvolver projetos de caráter temporário. Os Laboratórios Criativos são gabinetes de apoio empresarial destinados ao acolhimento e instalação de atividades relacionadas com as indústrias criativas, apostando na inovação e em projetos empreendedores. A praça interior do antigo mercado é de usufruto público, proporcionando um espaço de socialização e vivência comunitária.

Autor e Data

Sónia Basto 2009

Actualização

 
 
 
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