Monumento equestre de D. José / Estátua de D. José

IPA.00027896
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitectura comemorativa, setecentista. Estátua equestre.
Número IPA Antigo: PT031106481532
 
Registo visualizado 1480 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Comemorativo  Monumento escultórico    

Descrição

Monumento composto por um pedestal em calcário liós, que sustenta um grupo escultórico em bronze. O pedestal tem acesso por plataforma ovalada, com escadas viradas aos pontos cardeais, ladeadas por bases de cantaria, totalmente encimada por gradeamento em bronze, ornado por folhas de acanto, interrompidas por acrotérios de cantaria a que se fixam, em forma de pilares, alguns de fuste almofadado, encimados por urnas ornadas por acantos. O pedestal é curvo e irregular… No lado esquerdo, um grupo escultórico alegórico, representando o Triunfo, na forma de um jovem alado, que segura a palma da vitória e as rédeas de um ginete que pisa um homem caído; inferiormente, uma peça de canhão e estandartes, uma trompa e um elmo. No lado oposto, a figura da Fama, que toca uma trombeta, parcialmente desaparecida, em bronze; junto à figura, um elefante espezinha um homem agrilhoado. Na face frontal do pedestal, surge. No lado oposto, um baixo-relevo representando a Generosidade Régia, tendo, no lado esquerdo, um guerreiro romano que sustenta uma figura feminina desfalecida, alegoria à cidade de Lisboa, cujo escudo sustenta nas mãos; surge ao lado de um menino alado com coroas de louros, que liga à figura central, coroada e segurando os planos de construção da cidade; aos pés, o Comércio, na figura de um homem que oferece um cofre aberto, tendo atrás, a Providência, na forma de figura feminina com espigas de trigo e chaves na mão, ao lado da Arquitectura, segurando um compasso e um esquadro e o projecto da cidade de Lisboa. O pano de fundo é formado por fragmentos de estruturas arquitectónicas. Sobre o pedestal, cuja base é preenchida por cabeças de serpente, a figura régia de D. José I surge montado num cavalo de sela, em pose de Piaffer, sobre uma sela portuguesa, de costas direitas e cabeça erguida. A figura surge com armadura de ferro em peças móveis, com mãos desnudas, sendo visíveis os punhos de renda, a direita segurando o ceptro real, ornado por folhas de acanto e encimado por uma estrela, e a cabeça protegida por capacete emplumado; no lado esquerdo, embainhada, uma espada típica do séc. 15. A face foi retratada ao vivo, correspondendo às reais feições do monarca. O cavalo possui cabeça pequena e orelhas direitas, de pelo curto, com as veias bem visíveis, tendo as jaezes muito ornadas.

Acessos

Praça do Comércio

Protecção

Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) e na classificação da Praça do Comércio (v. IPA.00006491)

Enquadramento

Urbano, isolado.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Comemorativa: monumento escultórico

Utilização Actual

Comemorativa: monumento escultórico

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Reinaldo Manuel dos Santos (1764). ENGENHEIROS: Bartolomeu da Costa (1772-1775); Eugénio dos Santos (17). ESCULTORES: Alexandre Gomes (1772-1775); António Machado (1772-1775); João José Elvéni (1772-1775); Joaquim Machado de Castro (1771-1775); José Joaquim Leitão (1772-1775); Leal Garcia (1772-1775); Manuel Lourenço (1772-1775); Nicolau Vilela (1772-1775); Valentim dos Santos Carvalho (1772-1775).

Cronologia

Séc. 18, 2.ª metade - nos planos da reconstrução de Lisboa, desenhadas por Eugénio dos Santos, estava proposta a construção de uma estátua equestre, cujo pedestal e estátua também projectou; 1764 - feitura do pedestal para a estátua de D. José pelo arquiteto Reinaldo Manuel dos Santos; 1770, 19 Outubro - Domingos da Silva Raposo, ajudante de arquitectura da Casa do Risco, convida Machado de Castro a concorrer à feitura do conjunto escultórico; Novembro - o escultor abandona Mafra, dirigindo-se a Lisboa, onde Reinaldo Manuel dos Santos lhe apresenta gravuras do pretendido; 1771, 21 Março - é chamado ao Paço, com o outro concorrente, para que o monarca escolhesse o que pretendia; o monarca escolhe os planos de Machado de Castro; 22 Março - Junho - estudo dos desenhos e execução de um modelo em cera; execução de um modelo em barro do grupo escultórico, alterando significativamente o desenho de Eugénio dos Santos; para tal, observou e desenhou o cavalo Gentil, de raça hispano-portuguesa, disponibilizado pelo Marquês Estribeiro-Mor; 10 Julho - o escultor recebe ordens para fazer um modelo maior, feito a partir de um módulo em gesso, feito a partir do modelo de barro; 16 Outubro - concluído o esqueleto, começou a ser preenchido com gesso; 1772, 10 Março - termina a feitura do modelo de gesso, entregue ao engenheiro Bartolomeu da Costa para fundição; 19 Junho - 1775, Abril - feitura dos medalhões de calcário por canteiros e delineados as esculturas por oficiais da escola do mestre, João José Elvéni, Alexandre Gomes, Leal Garcia, José Joaquim Leitão, Nicolau Vilela, António Machado, Valentim dos Santos Carvalho e Manuel Lourenço; 1773, 11 Outubro - estava concluído o esqueleto em ferro, iniciando-se o retoque das peças; 18 Dezembro - o retoque das peças termina; 1774, 5 Setembro - início do desbaste da pedra para a execução do baixo-relevo; 14 Outubro - termina a fundição do bronze; 1775, 15 Maio - visita dos monarcas e infantes à Casa de Fundição, onde se fazia a escultura; 16 Maio - todas os nobres podiam visitar o espaço onde se ultimava a estrutura; 22 Maio - 25 Maio - transporte da escultura para a Praça do Comércio, puxada por cerca de mil homens; 16 Junho - inauguração do grupo escultórico; 1794, 14 Julho - o escultor Machado de Castro recebe ordens para terminar o baixo-relevo, então apenas desbastado; 1795, Março - termina a escultura do baixo-relevo.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma.

Materiais

Bibliografia

PEDREIRINHO, José Manuel - Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à atualidade. Porto: Edições Afrontamento, 1994; VALENTE, António José da Silva - A estátua equestre de D. José I de Machado de Castro 1775. Lisboa: s.n., 1998, 2 vols. Texto policopiado. Dissertação de Mestrado em História da Arte apresentada à Universidade Lusíada. VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904, vol. I.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DRMLisboa

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2009

Actualização

 
 
 
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