Pelourinho de Lisboa

IPA.00003023
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitectura político-administrativa e judicial, tardo-barroca. Pelourinho de pinha cónica embolada, com soco octogonal de cinco degraus, onde assente base galbada e fuste de torso enrolado, com torcidos separados e modulados em espiral, com remate em tabuleiro e elemento circular e ornado de acantos, sobrepujado por esfera armilar. Pelourinho construído na época barroca, de construção tardia, influenciado pelos modelos de pelourinhos quinhentistas, mas adaptado a um novo estilo e gramática decorativa, com um carácter mais ornamental que funcional, integrando-se no centro da praça, composto por um fuste torso monolítico, em mármore, contrastando com as restantes peças, em calcário lioz. A base é galbada e apresenta decoração tipicamente rococó, com elementos concheados a evoluir em cascata, assentes em elementos volutados. O topo apresenta friso de acantos com capitel estriado, que sustenta tabuleiro assente em friso de óvulos e dardos; a "pinha" do remate é em forma de campânula invertida, ornada por acantos clássicos.
Número IPA Antigo: PT031106480032
 
Registo visualizado 1806 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Judicial  Pelourinho  Jurisdição régia  Tipo pinha

Descrição

Estrutura em cantaria de calcário, composta por soco octogonal de cinco degraus, com focinho saliente, onde assenta base paralelepipédica, de planta quadrangular, com os ângulos côncavos, sobre o qual assenta um friso semelhante e um segundo em toro e escócia, sustentando o plinto, com a zona inferior galbada e facetada, ornada por elementos fitomórficos e concheados em cascata, terminando em volutas, com um anel e a zona superior lisa e octogonal. Sobre este, um tabuleiro oitavado, onde assenta a base do fuste, composta por duplo toro, encimados por folhas de acantos enroladas, de onde evolui um fuste espiralado monolítico, composto por três elementos torsos; o fuste remata em anel, envolvido por folhas de acanto, formado por cesto em forma de estrias sinuosas, encimadas por um duplo friso, o inferior de contas e o superior de óvulos e dardos, onde assenta o tabuleiro de remate, encimado por plinto oitavado, com as faces ornadas por acantos à clássica, onde assenta uma esfera armilar metálica.

Acessos

Praça do Município

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 / Incluído na classificação da Lisboa Pombalina (v. IPA.00005966) e na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128)

Enquadramento

Urbano, isolado, inserido na malha urbana pombalina, implantado no centro de uma praça quadrangular, composta por ampla plataforma pavimentada a calçada portuguesa, formando elementos geométricos (triângulos), rodeada por quatro vias públicas, e rodeado por edifícios pombalinos, a O. e N., pela Câmara Municipal de Lisboa (v. PT031106480871) e a Igreja de São Julião (v. PT031106480709), a E., tendo o Arsenal da Marinha (v. PT031106480335), a S..

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Judicial: pelourinho

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Eugénio dos Santos (1783).

Cronologia

1470, 31 Agosto - Ordenação Régia refere que os éditos eram afixados no Pelourinho; 1481 - surge referido no Livro II do Rei D. João II, como estando junto à porta da Alfândega; séc. 16 - localização do primitivo pelourinho na Praça do Pelourinho, junto à Rua Bela da Rainha, actual Rua da Prata; 1619 - provável construção do pelourinho novo, na Praça do Pelourinho Novo, junto à Ribeira; 1650 - as Praças do Pelourinho Velho e do Novo vêm assinaladas na planta de João Nunes Tinoco; 1633, 8 Abril - a Câmara pensa construir uma fonte na Praça do Pelourinho Velho, para melhorar o abastecimento de água à cidade; séc. 17 - demolição do Pelourinho pelo Senado; 1690 - a Câmara estava autorizada pelo monarca para efectuar a construção de casas no local de onde saíra o Pelourinho, na Ribeira; 1700, 22 Outubro - consulta da Câmara ao rei, afixada na Praça do Pelourinho Velho; 1705, 16 Dezembro - D. Luís Baltazar da Silveira slicita autorização para que lhe fosse aforado o chão de onde fora removido o Pelourinho, na Ribeira, para aí construir uma casa, pelo que oferecia um pagamento anual de 50$000 e um donativo à cidade de 600$000; 1706 - 4 Fevereiro - o rei dá parecer favorável ao arrendamento a D. Luís Baltazar da Silveira; 1738, 20 Novembro - consulta da Câmara ao rei, afixada no Pelourinho, na Ribeira, Terreiro do Paço, Remolares, Boavista e Confeitaria, os locais usuais para o efeito; 1755, 1 Novembro - o terramoto destruíu o pelourinho e respectiva Praça; 1783 - integrando a reconstrução de Lisboa, é executado o Largo do Pelourinho, no antigo Largo da Tanoaria, delineado por Eugénio dos Santos; construção do pelourinho, talvez delineado pelo mesmo arquitecto; 1790 - teve lugar a única execução no local, de um cadete, que assassinou o irmão; 1808 - foi salvo da cobiça de Junot, que pretendeu levá-lo; 1834 - foram arrancados os ganchos de ferro em forma de cruzeta, distintivo da picota, que ainda figuram numa gravura de 1832; pouco depois foi construída uma grade de ferro à volta do monumento; 1886, 24 Março - o largo passou a denominar-se Praça do Município; 1968 - estudo da zona de protecção do Pelourinho e estabelecimento da mesma; 2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa para definição de Zona Especial de Proteção conjunta do castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente; 2011, 10 outubro - o Conselho Nacional de Cultura propõe o arquivamento de definição de Zona Especial de Proteção; 18 outubro - Despacho do diretor do IGESPAR a concordar com o parecer e a pedir novas definições de Zona Especial de Proteção.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónoma.

Materiais

Estrutura em cantaria de calcário lioz, com o fuste em mármore; no topo, surgem gatos de ferro; esfera armilar metálica.

Bibliografia

CHAVES, Luís, Os Pelourinhos, Lisboa, 1938; LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno..., vol. 4, Lisboa, Livraria Editora de Matos Moreira & Companhia, 1874; LEITE, Ana Cristina, Os pelourinhos, in História da Arte Portuguesa, vol. 2, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp. 82 - 90; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; OLIVEIRA, Eduardo Freire, Elementos para a História do Municipio de Lisboa, 17 vols., Lisboa, Typographia Universal, 1882-1911; Pelourinhos do Distrito de Lisboa, in Boletim da DGEMN, n.º 23, Lisboa, 1966; SILVA, Augusto Vieira da, Dispersos, vol. I, Lisboa, 1966.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, 2.ª metade - limpeza da estrutura e consolidação da mesma com gatos de ferro.

Observações

Autor e Data

João Silva 1992 / Paula Figueiredo 2007

Actualização

 
 
 
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