Convento da Penha Longa

IPA.00003054
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
 
Arquitectura religiosa, manuelina, maneirista e barroca. Convento hieronimita com igreja de planta em cruz latina, de transepto e ábside curtas, com nave única provida de coro-alto e coberta de abóbadas de berço, aresta e lunetas. Claustro quadrangular a S. de 2 pisos, circundado pelas dependências conventuais.
Número IPA Antigo: PT031111120004
 
Registo visualizado 3343 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro masculino  

Descrição

Complexo monacal de planta irregular, composta por igreja em cruz latina com endo-nartex rectangular e ábside curta, a que se adossam a N. capelas laterais rectangulares e 2 corpos de planta quadrangular ligados por pórtico; a S. Claustro, quadrangular, em redor do qual se dispõem: a O. a denominada Sala de Armas, rectangular e a torre sineira, quadrada, um Vestíbulo e a Portaria, quadrangulares; a S. o Refeitório, rectangular; a SE. a Cozinha quadrangular e a E. a Sacristia rectangular; a O., prolongando-se para S., o corpo longitudinal dos Dormitórios. Na cerca há 2 capelinhas quadrangulares, 1 pavilhão de planta trilobada e um corpo rectangular das Hospedarias. Massa de volumes articulados, horizontalista, da qual sobressaem em elevação a torre lanterna, circular, e a torre sineira, quadrangular. Coberturas diferenciadas com telhados de 2 e 3 águas sobre a igreja, capelas, dependências conventuais e anexos, terraço sobre o Claustro e domos semi-esféricos sobre as torres. IGREJA: Fachada principal orientada, com basamento pouco saliente, delimitada por cunhais, com corpos adossados lateralmente; ao centro portal em arco pleno encimado por janelão em arco rebaixado de moldura lateralmente recortada e com pequenas volutas apoiada num parapeito rectangular que assenta em cornija sobre 3 modilhões; remate em frontão triangular sobre arquitave, vazado por óculo circular e rematado por cruz florenciada; à esq. pano da capela lateral vazado no 1º piso por 2 janelas rectangulares e no 2º por outras 2 de sacada com moldura recortada e varandim de ferro; remate em cornija. Fachada S. da igreja: parcialmente adossada ao Claustro e à Sacristia, sendo visível apenas o registo superior onde se abre 1 janela em arco rebaixado e outra circular, rematado em cornija, e o pano do transepto, cego e rematado em frontão angular. Fachada N.: parcialmente adossada a corpos dissemelhantes que incluem as capelas laterais: os 2 primeiros muito destacadas, com embasamento e delimitados por cunhais, cada um com janelão em arco pleno sob cornija curva e remate em frontão angular encimado por pináculo esférico e fogaréus; os 2 corpos são unidos por pórtico de módulo serliano finalizado em platibanda igualmente rematada por pináculos, formando uma galilé que acede a porta encimada por cornija e nicho em arco pleno; à esq. deste conjunto um corpo baixo e corrido, com embasamento e pequeno vão rectangular transversal; superiormente aos corpos laterais é visível parte do pano da igreja marcado por pilastras e por uma janela circular e outra quadrangular; remate em cornija; pano do transepto com embasamento, delimitado por cunhais e rematado por cornija e frontões angulares nos topos; ábside em ressalto igualmente provida de embasamento e cunhais nos 4 ângulos, tendo o pano posterior 2 janelas de moldura rectangular, cegas, e 3 pequenas frestas; remate em frontão angular; o tambor da torre lanterna é vazado por 8 janelões rectangulares e, sobre o domo, uma imagem de vulto de S. Miguel Arcanjo empunhando uma espada e um escudo com inscrição Q. U. D. (= Quis ut Deus) sobre pedestal. Fachada E. das dependências conventuais: pano da Sacristia, reentrante, com 1 porta e 2 janelas rectangulares, rematado em beiral; 1º pano da Cozinha, saliente, com porta quadrangular e janela rectangular, cego a N., rematado em beiral, e em empena a N.; 2º pano da Cozinha e Vestíbulo com 2 janelas rectangulares no 2º piso; remate em empena angular. Fachada S. das dependências conventuais, com 2 registos: à dir. pano do Vestíbulo Cozinha com uma porta em arco conopial e 2 janelas rectangulares, no 1º piso, seguindo-se o pano do Refeitório com 4 janelas rectangulares, o pano da entrada da Portaria com duplo vão mainelado em arcos plenos apoiados em coluna com base facetada e capitel vegetalista, dando para um Vestíbulo revestido com silhar de azulejos de padrão azúis e amarelos e coberto com abóbada de nervuras decoradas com frisos de azulejos azúis e brancos sobre mísulas, onde se abrem 3 portas em arco conopial e tendo na parede de fundo uma lápide com inscrição alusiva a uma inundação; para a esq. segue-se pano duma Sala com 2 janelas; o 2º piso totaliza 10 janelas, todas rectangulares. À dir. e perpendiculares ao frontespício da igreja 2 panos formal e altimetricamente diferentes correspondentes à Sala de Armas e aos Dormitórios: o 1º de 2 pisos com uma porta em arco rebaixado e uma janela rectangular de moldura superiormente recortada, rematado em beiral; o 2º de 3 pisos com 3 portas rectangulares no inferior, uma janela quadrangular no 2º e outra rectangular, de capialços profundos, no 3º; remate em empena angular. Fachada O. dos Dormitórios: de 2 pisos com 7 janelas no 1º e 5 no 2º, todas rectangulares. CLAUSTRO: de 3 alas vazadas e uma cega, a N., com 2 pisos separadas por friso e parapeito, de 3 tramos por ala divididos por contrafortes de esbarro, de secção rectangular, providos de gárgulas, entre os quais se abrem, no 1º piso, arcos duplos, mainelados, sobre colunas com capitéis toscanos e vegetalistas, preenchidos com portas envidraçadas, e, no 2º piso, vãos rectos arquitravados, sobre colunas de ordem jónica apoiadas no parapeito, excepto na ala N., entaipada e provida de 2 portas que comunicam com a igreja, ao centro uma pia em forma de concha estriada encimada por uma carranca e os arcos dos tramos extremos preenchidos com painéis de azulejos figurativos azuis e brancos, representando as 4 Estações; remate em platibanda lisa; as galerias do 1º piso são lajeadas e cobertas com abóbadas de aresta providas de nervuras com arcos formeiros quebrados e apoio em mísulas; as paredes são percorridas por rodapés de mármore e revestidas com silhar de azulejos de tipo tapete com padronagem de folha de acanto; na ala S. 3 portas em arco rebaixado comunicam com o Refeitório; a O. acede-se à Sala dos Azulejos e torre por vãos em arco quebrado; a E. à Cozinha por arco quebrado e à Sacristia por vão em arco conopial geminado. No 2º piso os rodapés são de azulejos pombalinos tardios, azúis e brancos, imitando socos de cantaria decoradas com florões; cobertura em abóbada de nervuras cruzadas, de perfil rebaixado, sobre mísulas e com bocetes vegetalistas. INTERIOR: IGREJA: de nave única antecedida por nartex e um vestíbulo estreito e abobadado de cruzaria de ogivas, sobre os quais corre o coro-alto provido de balaustrada e iluminado por janelão, apoiado num arco rebaixado sobre pilastras; a nave é dividida a 2/3 do seu comprimento por balaustrada de mármore branco e rosa e os 5 tramos que a antecedem são marcados por torais plenos sobre pilastras, entre as quais se abrem 4 arcos plenos, o do tramo central de maior altura, correspondentes a outras tantas capelas laterais, comunicantes, da invocação de Nossa Senhora das Necessidades, Santo António, Nossa Senhora da Saúde, São José e Nossa Senhora da Piedade, encimadas por janelas de molduras em arco rebaixado e circulares; no tramo que se segue à teia de balaústres abrem-se lateralmente 2 portas em arco rebaixado sob cornija, seguindo-se um estreitamento dos 2 últimos tramos, igualando a volumetria dos braços do transepto e capela-mor, que formam no seu conjunto uma cruz grega; nave, capelas laterais e transsepto são percorridas por rodapé de azulejos do tipo tapete azúis e amarelos; o pavimento da nave é lajeado de mármore e basalto, com um corredor central de ladrilhos formando desenhos geométricos a branco e negro; a cobertura não é uniforme conjugando simetricamente 2 abóbadas de berço, 2 de lunetas e uma de aresta e os 2 últimos tramos são abobadados de berço; cruzeiro coberto com cúpula artesoada fechada por medalhão, encimando um tambor vazado por 8 janelas sobre pendentes; na capela-mor um retábulo de talha dourada e pintada, com duplas colunas e correspondentes arquivoltas torsas unidas por raios, a enquadrar um camarim com trono. SALA à esq. da Portaria: abobadada de aresta sobre mísulas, dá acesso por portas em arco rebaixado a outra SALA com cobertura idêntica, e desta para um corredor pelo qual se chega à torre que assenta em arcos plenos sobre colunas e no pano de muro da escada. No eixo da Portaria a SALA DOS AZULEJOS, rectangular, dá igualmente para o corredor e escada da torre, sendo coberta com abóbada polinervada estrelada, revestida com azulejos do tipo tapete e apoiada em mísulas tronco-cónicas de mármore, sendo as nervuras ornadas com cordões a ladear frisos de azulejos e o próprio bocete central um azulejo figurando um sol. REFEITÓRIO: paralelo à ala S. do Claustro; na parede O. um painel de azulejos figurativos, azuis e brancos e com cercadura de folhagens, em roxo e amarelo, da Fábrica do Rato, representando o Milagre da Multiplicação dos Pães; na parede oposta uma lareira decorada com emblemática de D. Manuel; cobertura em abóbada de aresta. COZINHA: inclui uma dispensa, a divisão da chaminé e um corredor, todos comunicantes por meio de arcos conopiais deprimidos; no meio da Cozinha uma coluna lisa com pedra circular e capitel de anéis e pequenas volutas de onde arrancam 4 arcos plenos; o pavimento é lajeado e as paredes pintadas e revestidas com silhar de azulejos de figura avulsa. SACRISTIA: comunica com o Claustro e a Cozinha por arcos rebaixados havendo ainda 2 arcos cegos (que dariam para o transepto da igreja e para o Claustro); o espaço está dividido em 3 tramos, cobertos por abóbadas polinervadas estreladas sobre mísulas vegetalistas e trompas de ângulo, decoradas com bocetes florais, o tramo que confina com a igreja está em plano mais elevado e separado dos restantes por arco pleno, o mesmo sucedendo separação do 2º e 3º tramos, onde existira uma coluna de mármore; na parede N. inscreve-se um arco pleno e na parede E. há restos de um silhar de azulejos de tipo tapete, azúis e amarelos. ESCADARIA: a O., dá acesso ao 2º piso, torre, Sala de Armas e coro-alto da Igreja; a caixa da escada é revestida por azulejos idênticos ao do Claustro e coberta por abóbada rampante e de cruzaria de ogivas. SALA DE ARMAS: acesso por arco rebaixado; quadrangular, sem janelas, sendo a iluminação feita pela porta da torre e por um arco pleno que abre para o coro-alto da igreja; numa lareira estão colocadas armas de caça; cobertura em abóbada de nervuras sobre mísulas cantonais; Torre: o último piso é iluminado por janelas em arco rebaixado e abobadado de cruzaria de ogivas. JARDIM: fontes denominadas dos Adens, da Porca, de Moisés e do Monge; uma gruta, dita das Lágrimas; 2 capelinhas: uma quadrangular com entrada por arco pleno e rematada em frontão, iluminada por pequena janela em capialço, com uma pia de água benta e coberta por abóbada de nervuras cruzadas sobre mísulas. Pavilhão: com entrada por meio de portal em arco pleno cujos pés-direitos estam revestidos de azulejos no intradorso até á imposta; o espaço interior é circundado por banco corrido revestido de azulejos enxaquetados, o pavimento lajeado e a cobertura em cúpula sobre pendentes centrada por lanternim e circundada por 3 abóbadas de quarto de esfera apoiadas em 4 arcos plenos sobre pilares de secção triangular, irregulares,

Acessos

Linhó, Estrada da Lagoa Azul (EN 9-1, ao Km 2,5), Quinta da Penha Longa. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,762637; long.: -9,397972

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 (igreja) / Incluído na Área Protegida de Sintra - Cascais (v. PT031111050264)

Enquadramento

Rural, isolado e destacado, implantado numa depressão topográfica plana, a S. do sopé da Serra de Sintra, circundado por áreas arborizadas e relvadas, com arruamentos calcetados e de terra batida, onde sobressaem alguns maciços rochosos, entre os quais uma pedra ou "penha" alta e alongada, que deu origem ao topónimo. Defronte da fachada S. um lago.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro masculino

Utilização Actual

Comercial e turística: hotel

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: João Nunes Tinoco (séc. 18). PEDREIRO: João Luís (séc. 16).

Cronologia

1355 - Frei Vasco Martins funda uma ermida no lugar de "Pera Longa"; 1373 - Bula de Gregório XI fundando a Ordem de São Jerónimo; 1389 - Bonifácio IX emite uma Bula que cria a Ordem de São Jerónimo em Portugal, separada da Província espanhola; 1390 - o acréscimo da comunidade de ermitas levou à necessidade de compra da quinta da Penha Longa formada por terreno baldio com casas, azenhas, vinhas, pomares e matas, mas dada a pobreza dos mesmos recorreram à Coroa, tendo D. João I adquirido a propriedade por 3.500 libras (escritura de 5 de Ag.) e feito doação aos eremitas; 1400, 1 Abril - Bula do Papa Bonifácio IX autorizando a fundação canónica e jurídica do mosteiro jerónimo da Penha Longa, que se tornou a primeira casa e Sede desta Ordem em Portugal, nomeando seu Prior Frei Fernando João; séc. 15 - refundação e construção do convento por D. Isabel, Duquesa de Borgonha; D. João I disponibiliza várias verbas para a construção do mosteiro; 1423 - Carta de D. João I isentando os mosteiro do pagamento de sisa e dízimo, confirmada por D. Afonso V em 1439 que lhes doou herdades no valor de 500 coroas; 1431, 25 Janeiro - autorização para os frades poderem adquirir bens de raiz até ao valor de 500 coroa de ouro; 1439, 11 Agosto - este privilégio é confirmado por D. Afonso V; 1452 - Compromisso dos religiosos em celebrar missas por alma dos reis de Portugal; 1448 - o Papa Nicolau V elevou o então Prior de Penha Longa e confessor de D. Isabel de Borgonha, Frei João de Santa Maria, a Geral dos mosteiros da Ordem de São Jerónimo em Portugal, passando este mosteiro para cabeça da Ordem; 1456 - Calisto III confirma a ordem do antecessor; 1501, 22 Agosto - carta de mercê de juiz privativo ao mosteiro de penha Longa; 1517 - por morte da rainha D. Maria, o convento recebe por legado testamentário 30.000 réis; Bula do Papa Leão X transferindo para Santa Maria de Belém a sede da Ordem de São Jerónimo em Portugal, passando o prior - mor deste mosteiro a ser o seu provincial; 1519 - D. Manuel manda erguer as denominadas "hospedarias" ou "paços reais", emitindo um alvará para Afonso Monteiro dar a madeira necessária para as obras de Penha Longa e do Paço de Sintra, tomadas do paço da madeira; 1535 - torna-se a sede de um colégio, criado por D. João III, que se obriga a manter os religiosos e os mestres; 1537 - o colégio foi transferido para Santa Marinha da Costa, em Guimarães; 1540 - D. João III promove obras no claustro e no jardim; 1542 - escritura de concessão da capela-mor para sepultura do 3º conde de Monsanto, D. Pedro de Castro, e seus sucessores; 1543 - D. João III recolhe-se no Convento após a morte do príncipe D. Filipe; séc. 16, 2.ª metade - nomeação do mestre João Luís para as obras do mosteiro, por D. Sebastião; década de 70 - D. Luís, pai de D. Sebastião, e este mesmo mandarm executar obras de reforma e construiram novos edifícios necessários à comunidade; 1576 - O Cardeal D. Henrique foi o último rei a fazer deste convento residência real; remodelou o Refeitório e criou o denominado Jardim do Cardeal; 1620 - O Prior do Mosteiro requere à Coroa dinheiro para mandar consertar as casas, hospedarias e fontes; 1627, 1 Dezembro - data inscrita numa lápide no Vestíbulo do Convento assinalando a altura a que chegaram as águas duma inundação que o danificou, atingindo sobretudo as dependências conventuais e a cerca e causou alguns estragos no interior; 1629 - Os monges voltam a reclamar a ajuda da Coroa para reparação dos estragos; séc. 17, último quartel - D. Pedro II promove algumas obras de beneficência e reparações na zona das hospedarias, mantendo as armas reais e duas esferas armilares a decorar a porta; séc. 18 - feitura do retábulo-mor, segundo desenho de João Nunes Tinoco, embora, segundo algumas opiniões seja de João Antunes (SERRÃO, 2003); 1727 / 1730 - D. João V visita o convento, da 2º vez acompanhado pela princesa D. Mariana Vitória; a suas expensas reconstroem-se várias estruturas de fresco e lazer; 1755 - Danos causados pelo terramoto e posterior reparação; 1758 - O cónego Gaspar Leitão de Figueiredo, falecido em Maio, não pôde ser enterrado na igreja por esta ainda se encontrar entulhada em consequência do terramoto, tendo sido sepultado no cemitério da comunidade no Claustro; 1834, 7 Julho - Na sequência da extinção das ordens religiosas, o Juíz de Fora e do Cível de Sintra, acompanhado de um fiscal, tomou posse do Convento e enviou à Fazenda Pública o rol dos seus bens; 1835, 15 Abril - é tornada pública a decisão de venda do Convento e seus bens, com a publicação do respectivo Decreto; 1836, 29 Março - uma Portaria exclui de venda a igreja "por ali se conterem objectos de arte notáveis"; 13 Abril - é publicada na folha oficial a lista dos bens vendáveis com o respectivo valos e nessa mesma data a propriedade foi arrematada em hasta pública por João Carlos de Saldanha de Oliveira e Daun, 1º conde, marquês e duque de Saldanha; 1842 - passa à posse da firma C.D. & A.H. Lindenberg, que, por portaria de 9 de Set,. consegue que o Estado lhe venda a igreja do Convento; 1848 - arrematada em hasta pública pela firma Bessones e Barbosas, que empreende diversas obras, nomeadamente reconstrução da igreja; 1879 - Sebastião Pinto Leite arremata a propriedade, hipotecada desde 1873, transformando-a numa exploração agro-pecuária; 1884 - a Propriedade era pertença de Sebastião Pinto Leite, visconde da Gandarinha, mais tarde conde de Penha Longa; 1905 - aquisição da propriedade pelo Dr. Luís Soromenho, que a mantém até à 4ª década do séc. 20; 1963 - o Convento entra na posse do Dr. Francisco Correia de Campos.

Dados Técnicos

Estruturas autoportantes e mistas.

Materiais

Cantarias de calcário, alvenaria mista rebocada e pintada, mármore. azulejos, ladrilhos, ferro, telhas

Bibliografia

ALMEIDA, Fortunato de, História da Igreja em Portugal, vol. I, Porto, 1967; ALMEIDA, José António Ferreira de, (dir. de), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Vol. II, Lisboa, 1963; BARBOSA, Inácio Vilhena, Valle da Penha Longa e Mosteiro da Ordem de São Jerónimo, in Annuario do Archivo Pittoresco, Vol. VI, 1863; BARBOSA, Inácio Vilhena, Notícia Histórica sobre a Celebrada Imagem de Nossa Senhora da Saúde da Penha Longa, Lisboa, s.d.; CAETANO, Joaquim, SALDANHA, Nuno, A Quinta da Penha Longa, s.l., 1989; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatório da intervenção na zona do banco do retábulo principal da igreja, Cacém, 1996; HAUPT, Albrecht, A Arquitectura do Renascimento em Portugal, Lisboa, 1986; JORDAM, Francisco de Almeida, Relação do Castelo e Serra de Cintra e do que há a Ver em Toda Ella, Lisboa, 1874; JUROMENHA, Visconde de, Cintra Pinturesca, Lisboa, 1848; LEAL, Alfredo, História de Sintra, s.l., s.d.; LOPES, Flávio, (coord. de), Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado. Distrito de Lisboa, Lisboa, 1993; PEREIRA, A. de Silva, Cintra, Collares e Seus Arredores, Lisboa, 1988; PEREIRA, Artur, CARDOSO, Filipa Espírito Santo, CORREIA, Fernando C., Sintra e Suas Quintas, Lisboa, 1983; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924; SANTOS, Cândido dos, Os Jerónimos em Portugal. Das origens aos fins do Século XVIII, Porto, 1980; SANTOS, Cândido dos, Os Monges de São Jerónimo em Portugal na Época do Renascimento, Lisboa, 1984; SERRÃO, Vítor, Sintra, Lisboa, 1989; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003; SIGUENÇA, Frei José de, História de la Orden de São Geronimo, vol. I, Madrid, 1600; SOUSA, Tude Martins, Mosteiro e Quinta da Penha Longa na Serra de Sintra, Sintra, 1947; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. II.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DRMLisboa; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRL; DGA/TT: Mosteiro da Penha Longa, Maço 1, nº 30; idem, Maço 2, nº 35, Chancelaria de D. Afonso V, Liv. 18, fl. 109v, Liv. 19, fl. 94; Liv. 31, fl. 101, Colecção Especial, M. 1, nº 34, Corpo Cronológico, Parte I, maço 16, doc. 37; maço 25, Doc. 31, Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, Conventos de Frades; ACB de Vila Viçosa, Ms. 753, fls. 179 - 183v; AHU, Conselho da Fazenda, Cod. 32, fl. 26; Cod. 38, fl. 126, Papéis Avulsos (Sintra, Júlio Mattiazi, Obras na Penha Longa, Séc. 19); AHCMS, Núcleo C, Data da Espécie: 1625 - 1675; Frei João dos Anjos, Livro das Propriedades, terras e foros do Mosteiro de Penha Longa, 1625; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Documentação Administrativa

Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Intervenção Realizada

Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 1996 - intervenção na zona do banco do retábulo principal, com limpeza, fixação de elementos destacados e dos que estavam em falta, após a sua manufactura; desinfestação e consolidação pontual, reintegração cromática e acabamento com cera de fixação.

Observações

* 1 - a igreja conventual teve inicialmente a invocação de Nossa Senhora da Vitória, passando posteriormente o seu orago a ser Nossa Senhora da Saúde.

Autor e Data

Paula Noé 1991 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1995 / Lina Oliveira 2004

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login