Edifício no Largo do Intendente, n.º 23 a 27 / Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego

IPA.00003137
Portugal, Lisboa, Lisboa, Arroios
 
Fábrica de cerâmica de meados do séc. 19 que, à semelhança do que anteriormente acontecera no Brasil e no Porto, usa o azulejo no revestimento de fachadas. Trata-se de azulejos de corrente ingénua e romântica que enriquece fachada, de linhas arquitectónicas muito simples. A fachada de azulejos, feitos por Ferreira das tabuletas constitui quase que um catálogo da loja. Há também uma carga anedótica, com almofadas de mármore e arbustos que sobem pela fachada, o macaco a comer, uma gaiola com pássaros, etc. A Fábrica viúva Lamego pertence ao grupo das poucas representativas da arte popular que, da louça vermelha passou à faiança, e desta à Indústria Artística, por força da evolução dos gostos e dos processos. Muitas das suas obras, sobretudo, de reconstituição encontram-se hoje em Palácios públicos e particulares.
Número IPA Antigo: PT031106060110
 
Registo visualizado 1282 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Extração, produção e transformação  Fábrica  Fábrica de cerâmica  

Descrição

Planta disposta em dois registos. Fachada principal de três registos, os inferiores rasgados por duas janelas ladeando porta, a do registo superior possuindo varanda; terceiro registo com remate em empena vazada por óculo; revestimento total a azulejos figurativos, polícromos, dispostos em painéis aproveitando espaço arquitectónico, e figurando: no registo inferior dois orientais apresentando a fábrica e outras duas figuras de feição clássica; no segundo registo, sobre varandim, jarrões de flores e arbustos; na empena o óculo lé adeado por grinaldas e figuras angélicas segurando filactéria com inscrição ano 1865. Por baixo do imóvel existe uma mina de água *2.

Acessos

Largo do Intendente, n.º 23 - 27. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,721092, long.: -9,135050

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978 *1

Enquadramento

Urbano, adossado, com fachada principal voltada ao Largo do Intendente.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Extração, produção e transformação: fábrica

Utilização Actual

Extração, produção e transformação: fábrica

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1849 - construída por António da Costa Lamego; 1865 - revestiu-se a fachada principal com azulejos; Iniciou-se também a produção de cerâmica; por morte do proprietário, a fábrica passou à viúva; seu filho, António da Costa Lamego, vendeu-a ao cunhado, João Garcia Gerpe, casado com uma filha do fundador; séc. 19, finais - aquando da construção da Avenida, que cortou os terrenos da fábrica, esta perdeu em superfície o que ganhou em volume, elevando-se o prédio e melhoram-se as instalações; 1998, Outubro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.

Dados Técnicos

Materiais

Estrutura de alvenaria rebocada. Azulejos revestindo fachada principal. Cantaria nos cunhais e emolduramentos e almofadas das janelas e portas. Cobertura de telha e duas águas.

Bibliografia

ALMEIDA, J. A. Ferreira, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, Selecções Reader's Digest, 1982; MELO, José, Breve História do Azulejo em Portugal. Curso Orientado, Lisboa, Museu da Cidade, 1987.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Intervenção Realizada

Observações

*1 - DOF: Prédio com os n.os 24-26 no Largo do Intendente, Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego. *2 - mina de água, que abastecia o chafariz do Desterro (v. PT031106310126), actualmente existente na Avenida Almirante Reis, e que se encontrava originalmente ao lado do edifício, no Largo do Intendente.

Autor e Data

Paula Noé 1990

Actualização

Lobo de Carvalho e Laura Figueirinhas 1998
 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login