Casa de Joaquim Pires Mendes / Edifício na Rua Ocidental ao Campo Grande, n.º 101 a 103

IPA.00003197
Portugal, Lisboa, Lisboa, Alvalade
 
Palacete ecléctico. Elegante e luxuoso onde se misturam elementos clássicos, barrocos, românticos e Arte Nova (porta principal emoldurada por folhas entrelaçadas, ladeada por janelas decoradas a ferro por motivos ondulantes). Na fachada principal acentuam-se 3 eixos de simetria, o corpo central e o pano central dos corpos flanqueantes. O registo de azulejos da fachada principal tem como motivo várias alegorias: o central representa o comércio e a indústria, os laterais, representam as 4 estações do ano.
Número IPA Antigo: PT031106090187
 
Registo visualizado 3112 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Palacete  

Descrição

Planta longitudinal rectangular de volumetria paralelepipédida, coberta por telhado de 2 águas. Cave e 2 pisos. A fachada principal, muito extensa, é composta por um corpo central flanqueado por 2 corpos laterais subdivididos em 3 partes. Esta divisão é marcada por pilastras em cantaria, decoradas por motivos florais e coroadas por jarrões acima da cornija. No 1º piso a fachada é em aparelho de cantaria, no 2º em alvenaria rebocada e pintada, correndo na parte superior um registo de azulejos. O 1º piso é rasgado por várias janelas emolduradas em cantaria e por 2 portas, uma no lado direito, simples, de verga curva, e outra no eixo central, a porta principal, em madeira almofadada, encimada por uma bandeira em ferro com motivos que se entrelaçam. A porta principal é ladeada por 2 janelas fresta, também com os vãos em ferro, sendo o conjunto encimado por um arco abatido em cantaria trabalhada com folhas entrelaçadas. Deste arco arrancam 2 mísulas, muito decoradas, ladeadas por outras 2 que sustentam a varanda em balaustrada do 2º piso, avançando da caixa murária. 3 janelas inscritas em arco pleno dão acesso à varanda. Esta é inscrita em arco abatido, sobrepujado por um frontão coroado por cabeça de mulher, tímpano revestido a azulejos e assente em colunas que partem dos vértices da varanda. O 2º piso é, também, rasgado por várias janelas sendo umas de peito com guardas de ferro e outras de varanda corrida, sobre mísulas. Estas janelas são emolduradas em cantaria, com vários tratamentos decorativos. Um registo de azulejos policromados com motivos alegóricos (puttis, cisnes e flores) corre em toda a fachada, acima das vergas dos vãos. Este é sobrepujado por entablamento e cornija que, nas partes laterais dos corpos laterais sobe, em frontão curvo, coroado por cabeça de leão. Entre os vários jarrões que encimam os pilares, sobre a cornija, corre uma platibanda. No interior, os seus compartimentos organizam-se de um e outro lado de um corredor de distribuição paralelo à fachada, gerado a partir do átrio central, sendo os compartimentos de uso social localizados no piso térreo. A escada principal, em 3 lanços rectos formando U, situa-se em posição assimétrica, a N. do átrio e junto à fachada.

Acessos

Rua Ocidental do Campo Grande, n.º 101 a 103

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 6 março 1996 *1 / Parcialmente incluído na Zona de Proteção da Biblioteca Nacional de Portugal (v. 00007085)

Enquadramento

Urbano, adossado aos edifícios contíguos, destacando-se pelas sua decoração e volumes, fazendo frente urbana de uma extensa propriedade.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: José Coelho (1911-1913). CONSTRUTOR: Tomé da Silva Coelho (1911-1913). ESCULTOR: Oficinas de Marcolino Cesário dos Santos (1911-1913); Raul de Castro (1911-1913). PINTOR de AZULEJOS: Benvindo Ceia (1911-1913).

Cronologia

1911 - 1913 - reconstrução, segundo projecto do arquitecto José Coelho, do palacete unifamiliar ao Campo Grande, antiga casa de quinta, (completa reconstrução do interior, mantendo-se o perímetro murário externo, embora com aposição de cantarias e elementos decorativos, aproveitando-se o anexo destinado a celeiro e a adega); construção a cargo de Tomé da Silva Coelho; execução das esculturas na Oficina de Marcolino Cesário dos Santos, conforme desenho de Raul de Castro; pintura dos azulejos por Benvindo Ceia; 1937 - expropriação parcial da quinta para áreas afectas à futura Cidade; 1990, década - venda de parte do terreno ao Colégio Moderno; 1998, Novembro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN; 2007, 14 fevereiro - proposta de definição de Zona Especial de Proteção pela DRLisboa; 19 março - parecer favorável do Conselho Consultivo do IPPAR; 2008, 28 janeiro - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pela Ministra da Cultura.

Dados Técnicos

Sistemas estruturais - paredes autoportantes.

Materiais

Alvenaria rebocada e pintada, cantaria, azulejo, ferro, madeira e telha.

Bibliografia

COLLARES, Nunes (dir.), Architectura Portuguesa, Ano VI, nº 5, Lisboa, 1931; AA VV, Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; FERNANDES, José Manuel, JANEIRO, Maria de Lurdes, TOSTÕES, Ana Cristina, CÂMARA, Fernanda, A Arquitectura do Princípio do Século em Lisboa (1900-1925), Lisboa, 1991; http://arqpapel.fa.utl.pt/jumpbox/node/74?proj=Casa+Joaquim+Pina+Mendes+da+Silva, 16 Setembro 2011.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; CML: Processo de Obras nº 42047, Direcção dos Serviços Centrais e Culturais, 5ª Repartição, (Arquivo de Obras)

Intervenção Realizada

1912 - Construção de capoeiras e de casa do caseiro; 1916 - Obras de limpeza e pinturas; 1933 - Obras gerais de beneficiação e manutenção; 1942 - vedação de parte da quinta, a título precário; 1949 - Limpezas gerais; 1957 - Obras de limpeza e beneficiação geral; 1963 / 1964 - Obras exteriores de pintura; 1941 - Obras de beneficiação periódica; 1967 - Reparação e pintura nas traseiras; 1969 - reparação e pintura do portão principal e outros vãos; 1987 - obras gerais de manutenção.

Observações

*1 - DOF: Edifício na Rua Ocidental ao Campo Grande (primitiva casa de Joaquim Pires Mendes).

Autor e Data

João Silva 1992 / Teresa Vale e Carlos Gomes 1996

Actualização

Lobo de Carvalho 1998
 
 
 
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