Ruínas Romanas da Raposeira

IPA.00003683
Portugal, Viseu, Mangualde, União das freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta
 
Estalagem romana que integra casa de habitação com banhos privados, provavelmente integrada numa citânia de planície, de características rurais-agrícolas, com alguns vestígios de arquitectura toscana (blocos de entablamento).
Número IPA Antigo: PT021806100014
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Comercial      

Descrição

Conjunto que inclui área habitacional com o corpo principal a SO., de planta rectangular, com parede mestra ao meio e divisões para ambos os lados, pátios interiores, cozinha, latrina e uma rede de condutas para aproveitamento de água que se prolonga para E.. Segue-se a zona dos banhos com três salas: hipocausto, caldário e tepidário, e novamente um recinto rectangular dividido em pequenos cubículos, que constituía o celeiro, a que se ligam vários anexos, prováveis arrecadações e dependências para pessoal e animais. Os pavimentos são de tijoleira reaproveitada e lascas de pedra. Na altura da descoberta uma das paredes dos banhos ainda possuía pequenos desenhos geométricos de estuque.

Acessos

Avenida Senhora do Castelo, km 0,600, caminho à esq., 150m

Protecção

Categoria: SIP - Sítio de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 645/2014, DR, 2.ª série, n.º 148, de 4 agosto 2014

Enquadramento

Rural. Em amplo vale ligeiramente inclinado para S., no sopé O. do monte da Senhora do Castelo, circundada por quintas e pinhais e adossada a caminho público murado, a SO..

Descrição Complementar

O muro do caminho público foi construido sobre o muro romano.

Utilização Inicial

Comercial: estalagem

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Época Construção

Época romana

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 01 a.c. - início da ocupação e construções que foram sendo modificadas e reformuladas ao longo do tempo; séc. 06 - data provável do fim da ocupação; 1889 - José Alberto Osório de Castro e Martins Sarmento procederam a sondagens e às primeiras explorações nos locais denominados Quinta das Campas, Quinta da Raposeira e Quinta da Fonte do Púcaro, numa área de cerca de 1 km. de comprimento, tendo imediatamente posto a descoberto vários vestígios de construções luso-romanas: grande secção de muro circular, hipocausto, cunhal de habitação, edifício dividido em cubículos, encanamentos, calçadas de pedra; assim como vários objectos *1. A descoberta de um púcaro de barro preto cheio de moedas desencadeou o alvoroço da população que invadiu o local da escavação, destruindo-o parcialmente na ânsia de encontrar outros tesouros. A exploração parou e permaneceu abandonada, sem qualquer protecção; 1984 - 1985 - campanhas de escavações, sob a direcção da Dra. Maria Clara Matias, as quais têm tido uma periodicidade anual ininterrupta *2; 1990, 4 abril - despacho de homologação do Secretário de Estado da Cultura.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes; estruturas mistas.

Materiais

Estruturas de granito; material cerâmico de cobertura e pavimento.

Bibliografia

SILVA, Valentim da, Concelho de Mangualde ( Antigo Concelho de Azurara da Beira ), Porto, 1945; Vestígios Romanos em Mangualde, Mais uma Campanha Arqueológica, in Notícias da Beira, 16 de Setembro de 1994, p. 6; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74528 [consultado em 28 dezembro 2016].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

SIPA: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 Na campanha de 1889 descobriram-se os seguintes objectos: telhas romanas ou de rebordo, fragmentos de louça, atafonas de pedra, mármores sacaróides, asas de ânforas, rebordos de vasos, vidros coloridos, adobes, pedras de edificações, blocos de entablamento com restos de estuque verde, púcaro fino de barro preto com moedas de cobre e prata dos Antoninos, desde Nerva a Trajano e Adriano, pedra azul com engaste e alguns ossos humanos. Este espólio foi remetido para os Museus Alberto Sampaio, de Guimarães, e Nacional de Arqueologia, de Lisboa. *2 Nas actuais campanhas descobriram-se moedas da época de Claudio, fíbulas, sigilatas, potes, mós manuárias, pesos de balança e tear, chocalhos de cabras, instrumentos de ferro, de pedreira e de corte de madeira, tégulas. Estes objectos estão em análise e reconstituição no Museu de Conímbriga e no Instituto Arqueológico de Coimbra. Todo o material irá fazer parte do futuro Museu Municipal de Mangualde.

Autor e Data

Lina Marques 1995

Actualização

 
 
 
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