Casa Cordovil

IPA.00003843
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
 
Arquitectura residencial, manuelina, mudéjar, neoclássica. Casa típico da arquitectura mudéjar da região de Évora, cujos protótipos se encontram no Palácio dos Condes de Vimioso e na Casa da Sempre Noiva (v. PT04 070503024), em Évora. O edifício ostenta forte personalidade quinhentista em todos os seus elementos como os capitéis vegetalistas típicos do ciclo manuelino - mudéjar. No interior pinturas murais inspiradas no estilo Robert Adam, com influências etruscas e pompeianas. Apresentam paralelos com as pinturas murais que decoram as paredes da Casa nobre na R. de Avis, nº 41 - 47 (v. PT040705210103). Exemplo bem conservado da arquitectura civil manuelina - mudéjar do aro eborense. Pinturas murais no interior no estilo Robert Adam.
Número IPA Antigo: PT040705210044
 
Registo visualizado 1348 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Casa abastada  

Descrição

Planta trapezoidal. No vértice de encontro da fachada N. com a fachada O. mirante com escadaria de acesso ao piso nobre. Fachada N., com quatro janelas de cantaria de granito, de vão rectangular esquadriado e arquitrave profundamente moldurada, com o brasão dos Cordovil, Morgados de Brito; balcão, rematado por coruchéu cónico e coroado de merlões, de três arcadas, uma simples de alta arquitrave retabular e duas de duplo arco mainelado em ferradura, com as vergas denticuladas em rendilhado de tijolo; pelo exterior é contornado por meia-cana de alvenaria, a fazer o requebro para apontar em lanceta; entre esta e o ajimez, ornato floral losangular; finos colunelos, os de cunhal e os de mainel, rematados por exuberantes capitéis vegetalistas e com bases sextavadas de quatro ordens, com passantes nas concavidades. INTERIOR: no primeiro andar, no salão virado a N., pinturas organizadas num esquema decorativo que se repete ao longo das paredes, duas vezes em cada uma; cada unidade decorativa é constituída por pequena composição oval central onde dois putti brincam com instrumentos científicos em alegoria clara às Ciências; estas composições ovais estão, por sua vez, inseridas num rectângulo onde assenta um vaso com flores; a emoldurar o conjunto, na parte superior, sanefa com duas curvas de cujas extremidades pendem ramos de flores com uma composição triangular intercalada onde, num fundo azul claro, estão representadas pequenas figuras. Estas composições que funcionam como os laterais de uma moldura acabam, na sua parte inferior com um cesto de flores, por sua vez apoiado numa figura com tronco de mulher envolta numa túnica e cauda de peixe que se transforma num enrolamento floral, que serve remate horizontal inferior; predominam neste conjunto os verdes e ocres. Em cada um destes módulos, na zona correspondente ao lambrim está representado um mascarão com uma túnica sobre a cabeça que remata em cada um dos cantos superiores com borlas; é uma composição integralmente em tons de castanho e sépia. Por cima dos vãos, portas e janelas existe pequena composição decorativa de folhagens

Acessos

Largo das Portas de Moura, n.º 26

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 8.252, DG, 1.ª série, n.º 138 de 10 julho 1922 (mirante) *1 / Incluído no Centro Histórico da cidade de Évora (v. PT040705050070)

Enquadramento

Urbano,destacado, na vertente S. da colina de Évora, junto a uma das portas da Cerca Velha, numa praça pública, na confluência entre duas ruas.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Residencial: casa

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 16 - construção do imóvel; Séc. 19, finais - execução das pinturas murais; 1990, década de - aquisição de uma parte do imóvel pela Universidade de Évora, obras de restauro no piso térreo da fachada N. põem a descoberto vários elementos de uma loggia quinhentista, posteriormente entaipada *2.

Dados Técnicos

Estrutura mista. Pinturas murais a fresco sobre estuque

Materiais

Cantaria de granito e alvenaria; mármore branco de Estremoz (em elementos secundários)

Bibliografia

PEREIRA, Gabriel, Estudos Diversos, Coimbra, 1934; SANTOS, Reynaldo dos, O Estilo Manuelino, Lisboa, 1952; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal-Distrito de Évora, VI, 1966; HAUPT, Albrecht, A Arquitectura Portuguesa do Renascimento, Lisboa, 1986; MARKL, Dagoberto, História da Arte em Portugal - O Renascimento, Lisboa, 1986; DIAS, Pedro, A Arquitectura Manuelina, Porto, 1988.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMS

Intervenção Realizada

Proprietário: 1990 - obras de restauro no piso térreo da fachada N.; data indeterminada: aplicação de massas nas lacunas e repintes nas pinturas murais.

Observações

EM ESTUDO. *1 - DOF: Mirante do prédio com o n.º 26 de polícia, às Portas de Moura; *2 - o entaipamento da loggia, segundo testemunho dos próprios proprietários, foi por imposição camarária.

Autor e Data

Manuel Branco 1993 / Joaquim Caetano 2005

Actualização

 
 
 
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