Casa e Quinta da Revolta

IPA.00003878
Portugal, Porto, Porto, Campanhã
 
Arquitectura residencial, barroca. Casa agrícola barroca, de planta em L com capela adossada e volumetricamente distinta em torno de um terreiro com jardim ao centro. Localização da construção num ponto alto, com fortes relações visuais para a paisagem. Capela com talha neoclássica.
Número IPA Antigo: PT011312030151
 
Registo visualizado 806 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Quinta    

Descrição

Casa de planta em L, de dois pisos envolvendo um terreiro com um jardim de "buxo anão" em torno de um tanque circular de granito. Volumes articulados, e coberturas diferenciadas em telhados de três águas na casa e de duas águas na Capela. A capela é adossada a uma das alas da Casa na extremidade E.. A fachada principal orientada a S. é marcada numa extremidade pela Capela. No piso inferior e alinhadas com as aberturas do piso superior localizam-se seis pequenas aberturas rectangulares engradadas com moldura em granito e uma porta. No piso superior cinco janelas e duas portas com varanda de verga curva. A capela é marcada por um portal de verga curva encimado por um frontão curvo interrompido por um janelão de forma irregular. Empena triangular, com entablamento em granito, cruz ao centro e pináculos no extremo. A fachada orientada a E., apresenta dois tipos de abertura: três janelas de verga curva à semelhança das da fachada principal alinhadas no piso inferior por janelas rectangulares engradadas e na sua extensão para N. sete aberturas rectangulares de verga recta não ritmadas no piso superior em composição com minúsculas aberturas no piso inferior. Exceptuando-se a fachada posterior à fachada principal, de desenho compositivo ritmado, as restantes fachadas voltadas para o pátio apresentam aberturas de vários tipos sem ordem aparente. A fachada posterior da capela, voltada para o terreiro é cega, encaixada entre pilastras, donde se ergue no centro uma sineira ladeada por coruchéus. O interior da casa, já remodelado e sucessivamente acrescentado é marcado por uma sucessão de salas desprovidas de riqueza decorativa. Na capela destaca-se o lambril de azulejos polícromo (verde, branco e sangue de boi), onde à direita se insere um nicho em granito. O retábulo do altar é pintado e dourado de linhas rectas e sóbrias.

Acessos

Calçada de S. Pedro

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 207/2013, DR, 2.ª série, n.º 71, de 11 abril 2013

Enquadramento

Rural, isolado, implantado numa plataforma elevada numa relação de destaque com a área verde envolvente. Para E. confronta com a Cç. de S. Pedro, a O. o Ribeiro de Rio Tinto, a N. com a Quinta das Cavadas e a S. com a R. do Freixo. A área incluída na quinta e murada possui três entradas, uma com um portão em ferro na R. do Freixo, e duas junto à Cç. de S. Pedro, uma com portal brasonado e outra de acesso a um espaço gradeado a antecer a Capela.

Descrição Complementar

A entrada nobre do terreiro faz-se por um portal brasonado, rematado por um frontão interrompido definido por duas volutas, onde se encaixa uma pedra d'armas de três famílias: Alvo, leão rompante com barra sobreposta com três rosas; Brandão, cinco brandões acesos; Azevedo, águia. A rematar a pedra de armas um coronel vasado delicadamente trabalhado. A flanquear este conjunto dois coruchéus. A Capela é precedida por um espaço de entrada no exterior gradeado.

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: quinta

Utilização Actual

Agrícola e florestal: quinta

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1661, 18 Maio - Pantaleão Alvo Godinho deixou a seu filho Alvo Godinho em testamento a Quinta de Campanhã; 1672 - Alvo Godinho faz uma troca de terrenos com um lavrador de Campanhã; 1758 - As Memórias Paroquiais referem que a Capela de Nossa Senhora da Conceição da Quinta da Revolta é de Bernarda Brandão Perestrelo de Azevedo; 1851, 28 Jul. - Os 4ºs. Viscondes de Balsemão fazem uma escritura de subemprazamento da Quinta da Revolta a José Alvo Pinto de Sousa Coutinho de Balsemão (irmão do Visconde); 1866 - A Quinta da Revolta é vendida por seis contos de reis a José Duarte de Oliveira, comerciante do Porto; 1880 - José D. de Oliveira compra por oitenta e cinco mil reis, o foro da Quinta da Revolta, à 4ª. Condessa de Balsemão; 1919, 12 Set. - É feita a promessa de venda por oito contos a Alfredo Moreira da Silva, horticultor do Porto, a José Duarte Oliveira; 1921, 8 Mar. - É lavrada a escritura de quitação; 1936 - Falecimento de Alfredo Moreira da Silva (trisavô); Anos 50 / 58 - Alfredo Moreira da Silva vive na Quinta da Revolta; Anos 58 / 85 - Abandonada; 1995, 7 Novembro - Despacho de abertura do processo de instrução relativo à eventual classificação do imóvel; 2009, 25 de junho - proposta da DRCNorte para a classificação como IIP e a definição da respetiva ZEP; 15 de julho - parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.; 2010, 29 de setembro - parecer da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor a classificação como MIP; 2012, 24 outubro - publicação do projeto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção em Anúncio n.º 13617/2012, DR, 2.ª série, n.º 206.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocadas pelo lado interior e exterior; Cobertura em estrutura de madeira revestida a telha de barro; Caixilharias exteriores e interiores em madeira; Tectos com acabamento em estuque e em masseira em madeira; Pavimentos em soalho de madeira ou mosaico cerâmico.

Bibliografia

LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, vol. 2, Lisboa, 1874; Nobreza de Portugal, vol. 2, Lisboa, 1960; SILVA, António Lambert Pereira, Nobres Casas de Portugal, Porto; REIS, Catarina, Quinta da Revolta (Achegas para a sua história), Porto, 1995.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1986 / 1987 - Obras de conservação e restauro na ala principal (substituição da cobertura, rebocos exteriores e interiores e pinturas, Arq. Adalberto Dias); 1994 - Obras de conservação e restauro da autoria do mesmo arquitecto.

Observações

A origem do nome desta Casa tem segundo uns a ver com o facto de se ter dado uma revolta na época das Invasões Francesas ou então durante o tempo de D. Maria I. A Casa pertenceu aos Viscondes de Balsemão, assim como a Casa da Praça Carlos Alberto, possuidora de uma torre triangular. Segundo Américo Costa, esta Casa pertenceu à família dos Alvos, Godinhos, Brandões e Perestrelo e, por aliança, aos Viscondes de Balsemão. Há pessoas que referem a possibilidade de Nasoni ter intervido em alguns trabalhos nesta Casa, especialmente nas peças com mais exuberância decorativa, atendendo à proximidade da Quinta da Bonjóia e do Palácio do Freixo.

Autor e Data

Isabel Sereno 1996

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login