Aqueduto de Vila do Conde / Aqueduto de Santa Clara

IPA.00003904
Portugal, Porto, Vila do Conde, Vila do Conde
 
Arquitetura de infraestruturas de distribuição de água, setecentista. Aqueduto de abastecimento a edifício religioso. É o segundo aqueduto mais extenso de Portugal, sendo que ainda restam vários dos 999 arcos originais.
Número IPA Antigo: PT011316280006
 
Registo visualizado 4179 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de condução  Aqueduto    

Descrição

Canal artificial construído desde o Convento de Santa Clara até à nascente e inicialmente formado por 999 arcos. Do conjunto resta ainda uma grande parte da estrutura inicial, embora já muito fracionada, sendo o troço da Igreja de Santa Clara e até ao limite do Concelho de Vila do Conde o que melhor conservação apresenta, numa extensão de 500 m, num total de cerca de quatro quilómetros. Possui uma arcaria de envergadura e altura decrescente, com arcos quebrados e perfil superior do canal arredondado.

Acessos

Vila do Conde, Póvoa de Varzim

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / Incluído na Zona Especial de Proteção da Igreja de Santa Clara (v. PT011316280004)

Enquadramento

Rural, isolado, adossado, destacado, em elevação. A sua envolvente está pouco cuidada, existindo construções adossadas a alguns tramos, nomeadamente próximo do Convento de Santa Clara (v. PT011316280058) e Convento de Nossa Senhora da Encarnação (v. PT011316280059).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Hidráulica: aqueduto

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: Estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Engenheiros: Manuel Pinho Villa Lobos, Domingos Lopes; Mestres: João Rodrigues, Domingos Moreira, Manuel da Costa, António da Costa, João Moreira.

Cronologia

1626 - a abadessa D. Maria de Meneses, da Casa de Pentieiros, compra terrenos e contrata mestres para construção de um aqueduto que trouxesse águas de uma nascente em Terroso, na Póvoa de Varzim, para abastecimento do convento; 1636 - durante o abadessado de D. Catarina Lima, interrupção das obras devido à descoberta de um desnivelamento, tornando assim inútil todo o trabalho realizado anteriormente; 1705, 19 Dezembro - reinício das obras, durante o abadessado de D. Bárbara Micaela de Ataíde, da Casa de Honra e Barbosa, em Penafiel, sendo encarregues das obras o Capitão Domingos Lopes, do Porto e o Tenente-General de Artilharia Manuel de Villa Lobos; D. Bárbara de Ataíde, juntamente com as suas irmãs D. Maria Ângela e D. Maria António, conseguem com a ajuda do irmão D. Manuel de Azevedo de Ataíde, Governador de armas da Província do Minho, que o rei consentisse a nomeação de um juiz privativo e a isenção do serviço militar, os homens que trabalhassem na construção do aqueduto; a obra é adjudicada a João Rodrigues, de Ponte de Lima, que acaba por falir; a obra é então dada por 4400$00 réis a Domingos Moreira, de Moreira da Maia; 1714, 20 Outubro - chegada da água ao chafariz do claustro; 1739, 2 Outubro - a Congregação dos Ritos confirma a excomunhão, decretada pelo Papa, a quem furtasse água ao aqueduto; 1794, 10 Junho - um temporal terá deitado cerca de 46 arcos abaixo, em Casal do Monte; 1929 / 1932 - derrube intencional de cinco arcos, aquando das obras de restauro da Igreja de Santa Clara, para melhor visualização da ábside; 2004, Janeiro - data do concurso de adjudicação para obras de conservação e consolidação do imóvel - 4ª fase; 2006, 25 Novembro - a requalificação do espaço público envolvente do aqueduto, entre o Mosteiro de Santa Clara e a Rua da Lada, da autoria do Arquitecto Manuel Maia Gomes recebe o Prémio Nacional de Arquitectura "Alexandre Herculano" atribuído pela Associação Portuguesa dos Municípios (APMCH).

Dados Técnicos

Estrutura autoportante.

Materiais

Granito aparente.

Bibliografia

VIEIRA, José Augusto, O Minho Pitoresco, tomo II, Lisboa, 1887; MAIA, Luis, O Aqueduto do Mosteiro in Ilustração Vilacondense, Ano I, Vila do Conde, 1910; FERREIRA, Monsº J. Augusto, Vila do Conde e seu Alfoz. Origens e Monumentos, Porto, 1923; GONÇALVES, Flávio, Dois Monumentos in Brotéria, vol. XLVII, nº 5, Lisboa, 1948; BASTO, A. de Magalhães, Falam Velhos Manuscritos ... A construção do famoso Aqueduto do Real Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde, O Primeiro de Janeiro, Porto, 30 de Dezembro de 1949; FREITAS, Eugénio de Andrea da Cunha e, O Aqueduto de Santa Clara de Vila do Conde in Boletim Vila do Conde, nº 2, Barcelos, 1961; BASTO, A. de Magalhães, Apontamentos para um Dicionário de Artistas, Porto, 1961; NEVES, joaquim Pacheco, Vila do Conde, Vila do Conde, 1991; MARQUES, Ângelo Teixeira, Aqueduto em risco de ruína, Público, 15 Jan. 1997; MARQUES, Ana Trocado, Notícias com rosto in Jornal de Noticias, 25 Novembro 2006.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN: DSID, IHRU: DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DREMN

Intervenção Realizada

DGEMN: 1929 / 1930 / 1931 / 1932 - Demolição de cinco arcos, junto à abside da Igreja de Santa Clara; 1995 - conservação e consolidação do tramo do aqueduto fronteiro à Rua das Mós, incluindo o tratamento dos paramentos e muros de travação; 1996 - continuação dos trabalhos de conservação e consolidação do aqueduto em cerca de 500 metros, na continuação do tramo objecto de intervenção no ano anterior; 1997 - obras de beneficiação de 80 arcos e 13 pilares frente ao campo de futebol até ao limite do Concelho de Vila do Conde; 2000 - obras de beneficiação num troço compreendido entre um campo de cultivo na freguesia de Calves e a rua que atravessa a freguesia de Beiriz de Baixo, com a consolidação de arcos, tímpano e pilares e a reconstituição de 4 arcos; 2001 / 2002 - obras de conservação e consolidação geral do imóvel no troço localizado na freguesia de Calves.

Observações

*1 - Desde o início que existiam dificuldades no abastecimento de água ao convento. Ao princípio, as freiras remediavam-se com uma cisterna; depois contrataram serviços de aguadeiros; e mais tarde, recorreram a uma grande arca de água, fábrica da fundação do Convento, e que descia por dilatados degraus de pedraria. *2 - Os tramos do aqueduto compreendidos no concelho de Póvoa de Varzim encontram-se em pior estado de conservação visto não terem ainda recebido obras de conservação. Por exemplo, na freguesia de Argivai, restam apenas as aduelas dos antigos arcos dentro de uma propriedade; na freguesia de Beiriz já cairam oito arcos e outros, devido à sua inclinação e desgaste, ameaçam ruir.

Autor e Data

Isabel Sereno 1994

Actualização

Paula Noé 1997
 
 
 
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