Capela de São João dos Azinhais / Capela de Arranas

IPA.00004625
Portugal, Setúbal, Alcácer do Sal, Torrão
 
Arquitectura religiosa, barroca, chã, vernacular. Barroco em arquitectura de estilo chão com distribuição de massas equilibrada, pelo exterior de contrafortes, interior com pinturas murais de folhagens enroladas e cartela com filactera; vernacular no volume maciço, com atarracamento, alçados cegos, exiguidade de vãos de pequenas dimensões e moldurados, beirado corrido com subeira simples. Capela com contrafortes cilíndricos rematados por coruchéus cónicos e pinturas murais do interior.
Número IPA Antigo: PT041501040026
 
Registo visualizado 1021 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal, regular, composta por templo com alpendre e anexo, coincidência exterior - interior, volumes articulados, massas dispostas na horizontal. Cobertura exterior em telhado de 2 águas no corpo da capela, 4 águas no alpendre e domo sobre a capela-mor. Alpendre de 3 arcos: o da frontaria de asa de cesto, assente em imposta entre cunhais de pilastra, e de arco pleno em um dos ladosrestando o aberto a N. assente em imposta, entre cunhais. As fachadas rematam em cornija de coroamento e beiral. Fachada principal orientada a O. de 1 pano e um registo, com arco sineiro, portal moldurado e de verga recta e janela à direita. Fachada a S. de 1 registo e 2 panos: o da nave com 4 gigantes, e o do anexo com cunhal de contraforte diagonal e um gigante. Fachada N. um pano correspondente à nave com 4 gigantes, e pano liso correspondente à capela-mor. Fachada E. entre contrafortes diagonais em tronco de cone, rematados por pináculos em cone. O anexo tem vãos de porta nas fachadas a OE.. INTERIOR: espaço diferenciado em nave e capela-mor. Na entrada, por cima do lintel do portal, buraco que corresponderá a uma grande pedra ou objecto que daí teria sido arrancada. Nave, o resto de parede e tecto revestida de argamassa e cal, pedra com inscrição na ilharga esquerda, cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas que assentam em mísulas. Arco triunfal de volta perfeita assente em impostas. Capela-mor com cobertura em abóbada de aresta, com nervuras arrancando de mísulas angulares de mármore, decorada com pinturas murais de motivos florais e cartela central com filactera, com algumas letras invertidas ( talvez por má gravação ), com as quais se reconstituiu a frase Inter / natus mulierum / non surrexit maior / Ioanne Baptista ( São Mateus, 11, 11 .; na parede fundeira e do lado da Epístola, vestígios de pinturas murais de desenhos geométricos e florais; pavimento completamente revolvido.

Acessos

EN 5-2, a cerca de 5,4Km da Vila do Torrão, a 2Km em linha geodesia, P - 38º 16' 18''; M - 0º 52' 17'', Barragem Trigo de Morais ou de Vale do Gaio, Casa Agrícola Gil, Herdade de Vale Arranas

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 245/2013, DR, 2.ª série, n.º 79, de 23 abril 2013

Enquadramento

Rural, isolado, implantado na Herdade de Vale das Ranas, no cimo de um montículo, na margem direita do rio Xarrana (afluente do Sado), da Albufeira da Barragem Trigo de Morais ou o Vale Gaio, circundado por terreno a de cultivo.

Descrição Complementar

Debaixo do alpendre coluna de mármore fincada no chão, com 1,07m de altura (à vista) e 0,14m de diâmetro, rematando no topo por um disco formando toro no rebordo. Metidos nas paredes há vestígios de fósseis de madeira, fragmentos do que parecem pilastras visigóticas, além de fragmentos dispersos e uma pilastra intacta, e fragmentos de outra ou de outras.

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Época Construção

Séc. 08 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

295 - Nascimento dos irmãos Pastor e Justo em Compluto (Alcalá de Henares); 304, 6 Agosto - execução por decapitação dos irmãos Justo e Pastor, cristãos, ordenada pelo governador da Hispânia, no tempo do Imperador Diocleciano, autor da última grande perseguição aos cristãos; 682 - tempo do rei Ervígio (visigodo), de acordo com uma inscrição visigótica desta época, teria existido no local, um templo dedicado aos santos mártires meninos Justo e Pastor, onde depois se ergueu a capela; 720 - época em que aquela obra teria sido concluída; séc. 17 - construção da capela dedicada a São João Baptista com reaproveitamento de materiais antigos; 1974, antes do 25 de Abril - o Prof. Fernando de Almeida testemunhou a existência, debaixo do alpendre, de uma lápide com inscrição visigótica; do lado do alpendre, metida em uma parede, uma inscrição da época visigótica: Hunc denique edificius Sanctorum / Nomine ceptum Justi et pastoris / Martirum quorum constat esse sacra / tun consummata est oc opus era DCCXX *1; 1992 - processo de classificação iniciado no IPPC; 1993, 14 julho - proposta da Câmara Municipal de Alcácer do Sal para a classificação como Valor Concelhio; 2006, 11 maio - proposta de abertura do processo de classificação da DRÉvora; 25 maio - despacho de abertura do processo de classificação da Vice-Presidente do IPPAR; 2009, 20 novembro - proposta da DRCAlentejo para a classificação como Imóvel de Interesse Público e estabelecimento de Zona Especial de Proteção; 2010, 11 fevereiro - devolução da proposta de definição de Zona Especial de Proteção à DRCAlentejo por despacho do Diretor do IGESPAR, para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206 de 23-10-2009; 25 março - nova proposta de definição de Zona Especial de Proteção da DRCAlentejo; 2011, 11 fevereiro - devolução da proposta de definição de Zona Especial de Proteção à DRCAlentejo por despacho do Director do IGESPAR, para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206 de 23-10-2009; 19 dezembro - parecer da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor a classificação como Monumento de Interesse Público e definição de Zona Especial de Proteção; 2012, 17 setembro - publicação do projeto de decisão de classificar o imóvel como Monumento de Interesse Público e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção, em DR, 2.º série, n.º 180, anúncio n.º 13423/2012.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria, argamassa e cal, cantaria (pedra de São Brissos - calcite), pintura mural

Bibliografia

ALMEIDA, Fernando de e PAIXãO, Judite e António Cavaleiro, Monumentos Arqueológicos e Visigóticos de Arranas (S. João dos Azinhais, Torrão, Alcácer do Sal), Setúbal Arqueológica, 4, Setúbal, 1978; FREIRE, José Geraldes, Autenticidade da Inscrição do Torrão, datada de 682 d.C., Fidedignidade de andré de Resende; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 32, 1935; Alvoradas, 22, 1960; MARQUES, Gustavo e LOPES, Maria José, Património Artístico e Cultural do Concelho de Alcácer do Sal - 2ª fase, Alcácer do Sal, 1983; VASCONCELOS, J. Leite de, Excursão Archeológica ao Sul de Portugal, O Archeólogo Português, 4, Lisboa, 1898; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72002 [consultado em 5 agosto 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMAS

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMAS

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - Foram encontradas outras lápides: uma de sepultura romana com inscrição L. RUBRIUS / PRISCINIUS / ANN XXVI HSE; há referência a grande variedade de achados arqueológicos na zona do templo (VASCONCELOS, 1898; ALMEIDA, 1978): uns encontram-se junto dele, outros na igreja da Misericórdia do Torrão, Igreja de Nossa Senhora da Albergaria, situada no centro da vila, outros na igreja de São Francisco nessa vila, e alguns deles no Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal.

Autor e Data

Albertina Belo 1998

Actualização

 
 
 
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