Casa do Adro / Museu e Biblioteca Municipal de Loures

IPA.00000054
Portugal, Lisboa, Loures, Loures
 
Quinta com casa abastada. Merecem menção as colunas quinhentistas, provavelmente trazidas de um outro edifício, que se observam no alpendre ou mirante.
Número IPA Antigo: PT031107070043
 
Registo visualizado 3519 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Chalet  

Descrição

De planta em V irregular, resultante da articulação de 3 edifícios - também eles de planta irregular, um em V e os outros 2 em L -, o conjunto apresenta volumetria escalonada e cobertura efectuada por telhados a 1, 2 e 3 águas articulados nos ângulos. Fachada principal compõe-se de 3 corpos a diferentes alturas, correspondentes a um átrio de entrada e a 2 dos edifícios. De 2 pisos cada (o que se encontra à direita exibe friso de cantaria a separar os níveis), estes edifícios apresentam abertura de vãos a ritmo regular com emolduramento simples de cantaria, reconhecendo-se no edifício à esquerda 5 alinhamentos de janelas de guilhotina. No edifício da direita observa-se uma porta no piso térreo e janelas também de guilhotina, sendo 3 delas encimadas por janelas de sacada com guarda metálica de varas e anel a meia altura. Destaca-se o ângulo desta edificação, em alpendre suportado por finos colunelos e servido por escadaria do lado posterior. O acesso ao interior efectua-se por portão de verga curva - encimado por pedra de armas (*1) - conducente a pátio rectangular com nora, que articula a ala descrita com o 3º edifício (antiga casa dos caseiros). Sendo parcialmente coberto por telhado a 1 água e murado no alçado de topo, por ele acede-se também a um jardim que desenvolve contiguamente aos alçados posteriores. Os alçados posteriores dos 3 corpos apresentam uniformidade entre si e caracterizam-se pela abertura a ritmo regular de vãos com emolduramento simples de cantaria, correspondentes na maioria a janelas de guilhotina. A compartimentação interna mantém a distribuição original, constatando-se que no edifício mais antigo, os espaços se organizam em função de pátio interno. No edifício que se encontra a si adossado (à direita) e interligado ao nível do 1º piso, observa-se a existência de várias salas - orientadas para o alçado principal - intercomunicantes e servidas por corredor longitudinal a elas contíguo, e pelo qual se acede também ao pátio. Por estes espaços se distribuem salas temáticas de exposições, biblioteca municipal especializada e gabinetes vários.

Acessos

Rua Padre António Vieira. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,832626; long.: -9,179801

Protecção

Categoria: MIM - Monumento de Interesse Municipal, Deliberação da Assembleia Municipal de Loures de 16 setembro 2010, Boletim Municipal de 06 outubro 2010

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado, na proximidade do adro da Igreja Matriz ( v. PT03110707002).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu / Cultural e recreativa: biblioteca

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 (conjectural) / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Ricardo Hartman (1970).

Cronologia

Séc. 17 - construção do edifício mais antigo da então designada Quinta da Igreja; 1824 - campanha de obras de ampliação (construção de corpo em L), promovida pelo proprietário, o político Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato (1779 - 1838); 1955 - a propriedade encontra-se na posse do Sr. Mirandella; 1956 - a parte de provável origem seiscentista da propriedade é adquirida (ao Sr. Mirandella) pelo Dr. Eduardo Brasão, historiador e embaixador de Portugal no Vaticano, que empreende uma campanha de obras sob a orientação do Arquitecto António Lino; 1967 - aquisição da casa contígua pelo Dr. Eduardo Brasão aos descendentes de Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato; 1979 - a propriedade é adquirida pela Câmara Municipal de Loures, com vista à instalação dos seus serviços culturais; 1980 - início das obras de adaptação da Casa do Adro às novas funções a que fora destinada, partindo do projecto do Arquitecto Alfaro Martins, transformado pelo Arquitecto Ricardo Hartman (que o organizou em 3 fases); 1985, 4 Outubro - inauguração do Museu Municipal (após a conclusão da 1ª fase das obras); 1990 - concluída a 3ª fase da campanha de obras de adaptação da antiga Casa do Adro a Museu, Biblioteca e Arquivo municipais; 1996, 20 março - proposta de classificação do edifício pela Câmara Municipal de Loures; 09 abril - Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPAR; 1999, 10 fevereiro - parecer do Conselho Consultivo do IPPAR para classificação como Valor Concelhio; 21 abril - Despacho de homologação pela Secretária de Estado da Cultura; 2011, 02 março - retificação a a alterar a designação de Imóvel de Interesse Público para Monumento de Interesse Municipal e retirou a Zona de Proteção de 50 metros por não estar prevista la Lei para esta categoria de classificação, publicada no Boletim Municipal desta data.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, azulejos.

Bibliografia

MORATO, Francisco Manuel Trigoso de Aragão, Memórias, (edição de Ernesto de Campos deAndrade), Coimbra, 1933; AZEVEDO, Carlos de, GUSMÃO, Adriano, FERRÃO, Julieta, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1963; BRASÃO, Eduardo, A Igreja Matriz de Loures e os Templários, Lisboa, 1975; Casa do Adro Dá Apoio a Actividades Culturais, in A Capital, 12.10.1985; STOOP, Anne de, Quintas e Palácios nos Arredores de Lisboa, Barcelos, 1986; Museu Municipal de Loures 10 Anos 1985 - 1995, Loures, 1995; Rotas de Loures. História e Património, Loures, s.d.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1980 / 1990 - campanha de obras de adaptação a Museu, Biblioteca e Arquivo municipais, tendo-se procedido designadamente a: criação de espaços contíguos e menos compartimentados, instalação de calhas electrificadas, introdução de sistemas de climatização e controle de humidade, instalação de sistema de detecção de incêndios e de alarme contra intrusão.

Observações

*1 - na qual se pode ler o ex-libris do Dr. Eduardo Brazão: Vincit qui se vincit (Vence aquele que se vence).

Autor e Data

Cecília Matias, Teresa Vale e Maria Ferreira 1998

Actualização

 
 
 
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