Castelo Velho de Alcoutim

IPA.00005641
Portugal, Faro, Alcoutim, União das freguesias de Alcoutim e Pereiro
 
Arquitectura militar, medieval. Castelo que se desenvolve em redutos circulares de duas linhas defensivas; primeiro reduto de planta rectangular, irregular; torres quadrangulares; possui no seu perímetro interior restos de paredes de vários edifícios; os da 1ª fase afastados das muralhas e os da 2ª fase adossados à muralha e cortando completamente os anteriores. Do período califal existem ainda vestígios de um edifício rectangular central, cujas paredes se encostam a muros anteriores. O tipo de aparelho aponta para uma tipologia tipicamente omíada, com certas influências sírio-palestinianas e bizantinas.
Número IPA Antigo: PT050802010005
 
Registo visualizado 1675 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo    

Descrição

Desenvolve-se em redutos circulares sendo o primeiro de planta rectangular com várias torres maciças adossadas à muralha e duas portas de acesso ao interior, cisterna com c. de 560cm de comprimento e 250cm de largura, paredes com espessura de 90-70cm e oito compartimentos habitacionais de planta rectangular de alvenaria de xisto; segundo reduto entre os dois corpos de muralhas e segundo corpo também defendido por várias torres de xisto protegendo algumas habitações das quais restam, a O., algumas estruturas habitacionais de planta rectangular de silhares de xisto. Troços de muralha constituídos de blocos de xisto e grauvaque misturados com terra e argila com a espessura de 2m. Arranque de 4 torres maciças de planta irregular duas com cerca de 5m x 5m e duas com cerca de 3m x 3m.

Acessos

Cerro de Santa Bárbara

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 67/97, DR, 1.ª série-B, n.º 301 de 31 dezembro 1997 / Incluído no Plano Sectorial da Rede Natura 2000: Sítio de Interesse Comunitário Guadiana (PTCON0036) e Habitats 5330 (Matos termomediterrânicos pré-desérticos) e 8220 (Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica) e 8220 (Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica).

Enquadramento

Rural, num cabeço, vegetação densa com vários arbustos e alto matagal. Estruturado em relação ao rio Guadiana com boa visibilidade.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: castelo

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 08 / 09 / 10 / 11

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 8 - 9 - construção inicial *1; Séc. 10 - com o estabelecimentodo califado omíada de Córdova, verifica-se a restruturação urbana no Castelo, reparação das muralhas e acrescento de um torreão junto da porta principal; Séc. 11 - abandono do castelo; 1986 / 1993 - escavações arqueológicas conduzidas por Helena Catarino; 1996, 07 Outubro - Despacho de classificação como Imóvel de Interesse Público; Séc. 21, 1ª década - obras de requalificação apoiadas pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espanha e integradas no projeto Guaditer.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Xisto da região; grauvaque; argila; terra

Bibliografia

Carta Arqueológica de Portugal: concelhos de Faro, Olhão, Tavira, Vila Real de Santo António, Castro Marim e Alcoutim, 2, Lisboa, 1995; CATARINO, Helena, Escavações Arqueológicas nos Castelos de Alcoutim in Actas do 4º Congresso Sobre o Algarve, Lisboa, 1984; IDEM, Vestígios Muçulmanos no Nordeste Algarvio e o Castelo Velho de Alcoutim in Actas do 6º Congresso sobre o Algarve, Lisboa, 1986; IDEM, Arqueologia Medieval Islâmica no Algarve - Alcoutim, Salir e Paderne, Boletim Informativo Encontro de Arqueologia do Algarve, Faro, 1990; Castelos Muçulmanos no Algarve in Noventa Séculos entre a Serra e o Mar, Lisboa, 1997; OLIVEIRA, Francisco Xavier D' Athaíde, Monografia do Concelho de Vila Real de Santo António, Algarve, 1908; SANTOS, Maria V. A. dos, Arqueologia Romana do Algarve, vol.1, Lisboa, 1971; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74092 [consultado em 8 agosto 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMA

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

Construção de proteção das muralhas através de guarda-corpos em aço inox integrados na arquitetura das muralhas, permitindo aos visitantes desfrutar da paisagem envolvente; Construção de um passadiço no Núcleo de Arqueologia permitindo a visualização do espaço arqueológico (2011, em curso)

Observações

*1 - o local teve uma possível ocupação pré-histórica, durante a Idade do Bronze, existindo próximos alguns cemitérios de cistas. Contundo, apenas se recolheram alguns pequenos fragmentos de artefactos líticos nos enchimentos dos muros das estruturas habitacionais islâmicas. A partir da Alta Idade Média este local pode ter começado por ser um sítio de refúgio, protegido pelos afloramentos rochosos e por uma muralha grosseira que circundaria a encosta; também para este período nos faltam evidências arqueológicas precisas; contudo, na camada de enchimento da rocha, recolheram-se alguns fragmentos de cerâmica comum grosseira, fabricados a forno lento muito irregular, alguns com restos de decoração aplicada de cordões plásticos digitados, que apontam para cronologias medievais arcaicas (finais do período visigótico - inícios do período muçulmano). A camada 5 corresponde aos derrubes dos edifícios na fase emiral, revelando fragmentos de telhas, de cerâmica e de alguns objectos metálicos, que apontam para cronologias de finais do período emiral; sob o muro de um dos compartimentos do edifício rectangular, construído no centro do castelo na fase do califado, recolheram-se fragmentos de uma taça a verde e manganês. O espólio recolhido na camada 3, embora maioritariamente de características califais, apresenta alguma cerâmica que aponta para cronologias da 1ª metade do Séc. 11, designadamente algumas candeias e vários fragmentos decorados a corda seca parcial.

Autor e Data

Paula Noé 1996 / Francisco Lameira e Dália Paulo 1997

Actualização

 
 
 
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