Igreja Paroquial de Covas do Barroso / Igreja de Santa Maria

IPA.00005943
Portugal, Vila Real, Boticas, Covas do Barroso
 
Igreja paroquial de construção medieval e estilo românico, com nave única e cabeceira de altimetrias quase equiparadas, tendo campanário frontal. No interior possui pinturas murais.
Número IPA Antigo: PT011702080004
 
Registo visualizado 1781 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal composta por dois rectângulos justapostos correspondentes à nave e à cabeceira, mais estreita; de ambos os lados da nave justapõe-se duas capelas quadrangulares e a S. da cabeceira a Sacristia, rectangular. Massa horizontalista de volumes articulados, sendo a cabeceira de altura quase idêntica à nave e separada desta por empena angular que se eleva acima das coberturas; do muro do adro sobressai a torre sineira verticalista. Coberturas diferenciadas de telhados a 2 águas sobre o corpo da igreja e os dois anexos laterais e a 3 águas sobre a cabeceira e a Sacristia. Fachada principal orientada, centrada por portal rectangular encimado por óculo e remate em empena com cruz latina central. Nas fachadas laterais abrem-se duas portas e duas janelas rectangulares, a do lado S. sobre o telhado da capela lateral; remate em cornija com toro torso sobre cachorrada historiada e lisa. A cabeceira, igualmente coroada por cachorrada, possuí lateralmente duas frestas rectangulares e a fachada posterior uma fresta com dois colunelos, de capitéis, impostas e aduelas decoradas, no registo inferior, e, sobre esta, outra fresta, rectangular. Os corpos das capelas laterais são rasgado por duas pequenas janelas e por uma porta. O corpo da Sacristia possui uma fresta na fachada E. e outra mais pequena sobre a porta, na fachada S. INTERIOR: a O. coro-alto; do lado do Evangelho púlpito de balcão de balaústres sobre mísula de cantaria; do lado da Epístola arcosólio em arco quebrado contendo arca tumular com jacente de Afonso Eanes Barroso, escudeiro do 1º duque de Bragança, e, sobre esta a respectiva lápide epigrafada e pintada; a parede E. e todos os arcos são revestidos de pintura mural; pavimento de lajes de granito e tampas de sepultura separadas por guias; a cobertura em tecto de masseira com caixotões pintados. Arco triunfal pleno. Capela-mor integralmente pintada incluindo a abóbada de cruzaria de ogivas, apoiada em quatro mísulas cantonais. Fronteiro à igreja, ergue-se campanário com imagem de Santo Ildefonso num nicho.

Acessos

Covas do Barroso, Rua da Igreja

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967

Enquadramento

Rural. Junto do cemitério e do Passal. Implantada em plataforma sobreelevada em relação à estrada. Circundada por adro de terra batida, com escada e portão de ferro forjado, arborizado e murado, no qual se encaixa a torre sineira com edícula e imagem de Santo Ildefonso a meia altura, marcada por friso, e superiormente vazada por dupla ventana de arcaria plena encimada por cruz entre pináculos.

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: 1. Inscrição funerária gravada, em relevo, numa lápide, cujo canto superior direito está cortado; letras pintadas a preto; sem moldura nem decoração; Tipo de Letra: gótica minúscula de forma com inicial capitular carolino-gótica; Leitura: Aqui Jaz afonso eanes barroso o qual foi muito honrrado escudeiro do duque de bragança fi del rei dom (?) joão e finou-se na Era do senhor de i iiij ix (= 1409) ano[s].

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 13 (conjectural) / 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 13 - Construção da Igreja; 1457 - falecimento de Afonso Anes Barroso, escudeiro de D. Afonso, 1º Duque de Bragança, padroeiro da igreja; séc. 16 - reforma da igreja, procedendo-se ao entaipamento da fresta da capela-mor e colocação da imagem da Virgem; 1700 - ampliação da igreja; 1721 - Pinturas murais nas paredes da nave, arcos e capela-mor; 1758, 8 Mar. - A Memória Paroquial redigida pelo Pe. Bento de Moura, Abade de Santa Maria de Covas do Barroso, descreve que a igreja com 5 altares: no maior para além do Santísimo e da padroeira havia mais 6 imagens, no do lado de Evangelho o altar do Rosário e o do Menino Deus e do lado oposto o de São Sebastião e o das Almas; a capela-mor era abobadada de pedra e na nave estava a sepultura de Afonso Eanes Barroso num arco na parede S., com figura de vulto e epitáfio gravado, de que faz a leitura, referindo que o mesmo viera para esta freguesia com muito dinheiro, a fazer prazos que, à data, eram da casa de Bragança, e fizera capela para sua sepultura que deu à Paróquia; dos frutos desta abadia retirava-se uma parte para a capela do Paço Real de Vila Viçosa e outra parte para a Basílica Patriarcal; 1771 - data do primeiro registo de casamento documentado; 1782 - vindo a Covas do Barroso o juiz de fora de Montalegre, o Dr. Miguel Pereira de Barros, mostraram-lhe as duas estátuas de guerreiros calaicos que à cerca de cem anos se encontravam no adro da igreja, e que tinham aparecido no Castro de Lezenho; 1784 - data do primeiro registo de baptismos documentado; 1785 - transferência das estátuas dos guerreiros para Braga e, posteriormente, para Lisboa; séc. 18 - segundo o senso joanino, Covas do Barroso tinha 34 moradores; 1816 - data do primeiro registo de óbito documentado; 1839 - judicialmente pertencia à comarca de Chaves; 1852 - pertencia à comarca de Montalegre; 1878 - pertencia ao julgado de Eiró; 2017, 21 novembro - assinatura de protocolo entre a Câmara Municipal de Boticas e a Direção Regional de Cultura do Norte, em representação do Ministério da Cultura, e a Fundação Iberdrola, constituindo uma Adenda ao Protocolo de Cooperação no âmbito da execução do Plano Românico-Atlântico 2015-2018, com vista a proceder à intervenção de conservação e reforço estrutural da igreja; 2019, 03 julho - inauguração da Igreja após a conclusão das obras de recuperação com a presença, entre outros, do presidente da Câmara Municipal de Boticas, Fernando Queiroga, do diretor da Direção Regional de Cultura do Norte, António Ponte, do Presidente da Fundação Iberdrola, Fernando Sânchez, do presidente da Comissão Fabriqueira da Igreja, Monsenhor Silvério Guimarães, e da presidente da Freguesia de Cobas do Barroso, Lúcia Dias Mó.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria de granito; pavimento de granito; tecto de madeira; portas de madeira; cobertura de telha de meia-cana; grades em ferro.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de (org.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 224; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, Boticas nas Memórias Paroquiais de 1758, Boticas, 2001; GUERRA, Luiz de Figueiredo da, Notícia Histórica do Concelho e Villa de Boticas, in PEREIRA, José Pacheco, (Recolha, organização e notas), Notícias Históricas do Concelho e Vila de Boticas, Boticas, 1982, p. 24 - 53; GUERRA, Luís Figueiredo, Notícias Históricas do Concelho e Vila de Boticas, Boticas, 1982; MARIZ, José (Coordenação), Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais, vol. 2 - Norte, s.l., 1994; MARTINS, João Baptista, Concelho de Boticas. A sua História, Boticas, 1992; IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. 3, Lisboa, 1993; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74608 [consultado em 4 janeiro 2017].

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID; Arquivo Distrital de Vila Real: Arquivo Paroquial (datas extremas: 1771 - 1879)

Intervenção Realizada

1987 - Conservação dos telhados; 1988 - reparação das coberturas; CÂMARA MUNICIPAL DE BOTICAS / IBERDROLA: 2018, outubro - 2019, janeiro - obras no interior da igreja, nomeadamente nas pinturas murais e teto da nave, recuperação e restauro do coro-alto, na sequência do protocolo de cooperação entre a Câmara de Boticas, a Fundação Iberdrola e a Direção Regional de Cultura do Norte, no âmbito do Plano Românico-Atlântico 2015-2018.

Observações

Autor e Data

Isabel Sereno e Ricardo Teixeira 1994 / Lina Oliveira e Filipa Avellar 2004

Actualização

 
 
 
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