Fábrica de Massarelos

IPA.00006161
Portugal, Porto, Porto, Bonfim
 
Arquitectura industrial. Fornos tipo garrafa, designados em Inglaterra por "Bottle-Ovens". Elemento em tijolo aparente cintado por ferro. Peça considerada de arqueologia industrial pela sua raridade e pertencer a uma unidade fabril dos finais do séc. 19 e inícios do 20. Os fornos quase que são os únicos elementos que restaram da Fábrica de Massarelos. Nas traseiras da actual bomba de gasolina ainda resta a chaminé e um parte muito reduzida das instalações da Fábrica.
Número IPA Antigo: PT011312020143
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Extração, produção e transformação  Fábrica    

Descrição

Fornos em tijolo de planta circular cujo corpo na base é de forma cilíndrica prolongando-se por uma superfície cónica. A rematar estas superfícies cónicas, numa zona de diâmetro mais reduzido, alguns frisos em tijolo saliente. A cintar a base dos fornos algumas cintas metálicas. Ambos possuem acesso ao interior na zona cilíndrica. O seu interior é extremamente semelhante, possuindo um pavimento em tijolo, com distribuição radial com orifícios no mesmo. Em redor deste espaço circular as costas salientes das fornalhas voltadas para o exterior. A cobrir um tecto em tijolo com um orifício central que se relaciona com o nível da zona de forma cónica. Ambos os fornos têm uma abertura no exterior ao nível desta zona.

Acessos

Avenida Paiva Couceiro

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolados. Implantam-se muma plataforma elevada relativamente à Av. Paiva Couceiro e ao Rio Douro. O acesso a esta plataforma faz-se através de rampas ou de escadas encostadas a muros de suporte de granito aparente encimadas por guardas de aço. Na continuidade destes muros para E. implanta-se uma bomba de gasolina da CEPSA. Para O. desenvolve-se a Ponte de São João.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Extração, produção e transformação: fábrica

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada: pessoa colectiva

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1766 - fundação da Fábrica de Massarelos; 1829/1844 - a fábrica esteve alugada a Francisco da Rocha Soares Filho; 1844 - é adquirida por João da Rocha e Sousa; 1845/1873 - a fábrica (possuindo apenas um forno) foi uma das que introduziu a técnica do "transfer-prints" na decoração do azulejo; 1882 - a fábrica de Massarelos e a do Carvalhinho recebem em ex-aequeo um prémio na modalidade "azulejo" na Exposição de Cerâmica realizada no Porto; 1886/1895 - grandes melhoramentos nas instalações e construção da nova fachada sobre o rio; 1888 - as torres e frontaria da Igreja de Lordelo do Ouro são forradas com 13000 azulejos da Fábrica de Massarelos; 1889/1892 - constrói três novos fornos; 1895 / 1900 - período em que esteve encerrada; 1900/1920 - a fábrica, segundo Vasco Valente, utilizava uma "pasta composta de barro inglês, caolino inglês, stone (de Cornwall) e pederneira de Dieppe, moída em Inglaterra. A firma Chambers & Wall empregou depois: barro de Barracão (Leiria), caolino da Senhora da Hora e areia belga"; 1912 - passa a ser explorada por uma nova sociedade Chambers & Wall; obras na fábrica, rasgando-se novas janelas; 1920 - incêndio na antiga fábrica e construção da uma nova; 1913, 10 Março - é solicitado o alvará para laboração pela nova Firma; anos 20 - é adquirida uma fábrica já existente situada nas proximidades da Ponte D. Maria (onde se localizam os actuais fornos); 1933 - desfeita a sociedade proprietária da fábrica; 1936, 29 Fev. - data da escritura da venda da fábrica de Massarelos à Companhia das Fábricas Cerâmica Lusitânia que labora até meados dos anos 70; 1984 - era proprietário o Sr. António Ferreira Pais residente na R. Rei Ramiro, nºs 1217 / 1235, em Vila Nova de Gaia; expropriação da fábrica pelo Gabinete da Ponte Ferroviária do Douro; destruição parcial da mesma decorrente da construção da Ponte de São João; 1 Outubro - Despacho de abertura do processo de instrução relativo à eventual classificação do imóvel; anos 90 - construção da bomba de gasolina e arranjos exteriores envolventes dos fornos; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes de tijolo.

Materiais

Paredes exteriores e pavimentos de alvenaria de tijolo maciço, cintadas por elementos metálicos.

Bibliografia

SANDÃO, Arthur de, Faiança Portuguesa, Sécs. XVIII, XIX, Barcelos, 1976; O Comércio do Porto, 29 - 8 - 84; O Primeiro de Janeiro, 31 - 8 - 84; VASCONCELOS, Flórido, Uma operação de salvamento, O Tripeiro, Porto, 1985; CORDEIRO, José Manuel, As fábricas portuenses e a produção de azulejos de fachada (Sécs. XIX - XX), in Azulejos no Porto, Catálogo da Exposição Temporária - Mercado Ferreira Borges, Porto, 1996.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN / DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Anos 90 - Arranjos exteriores envolventes aos fornos; consolidação dos fornos.

Observações

A fábrica de Massarelos era a única fábrica do Porto com o título de Real. O depósito da fábrica era na Rua da Restauração, nº 110. A Companhia das Fábricas Cerâmica Lusitânia produzia louças, azulejos, ladrilhos e grés refractário.

Autor e Data

Isabel Sereno 1996

Actualização

 
 
 
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