Igreja Paroquial de Santiago do Cacém / Igreja de São Tiago

IPA.00006493
Portugal, Setúbal, Santiago do Cacém, União das freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra
 
Arquitectura religiosa, gótica, manuelina, barroca, pombalina. Igreja de ordem militar, progressivamente aumentada e alterada, com vestígios de várias épocas: gótico - 4 tramos da nave central e laterais, separados por arcos quebrados sobre pilares octogonais de capitéis cúbicos; Porta do Sol com arquivolta quebrada, inscrita em gablete, e capitéis com animais afrontados, numa decoração naturalista característica da transição do séc. 13 para o Séc.14; alto-relevo no sub-coro; manuelino - estrutura da primitiva cabeceira (hoje incluída no corpo da nave), com abóbada rebaixada de cruzaria de ogivas e estrelada, com fechos decorados, assente em capitéis cónicos com torsais; barroco - fachada cenográfica com remate de linhas ondeantes, com abertura cenográfica para a escadaria fronteira. Altares e púlpito em talha polícroma, pombalina; revestimento azulejar de padronagem seiscentistas no baptistério e altares laterais; azulejos oitocentistas no primitivo absidíolo N. e na Capela do Santíssimo Sacramento estes últimos de inspiração seiscentista. Alteração da orientação da igreja, com construção de nova cabeceira e adaptação da primitiva a coro-alto, associada à abertura cenográfica da actual fachada principal sobre a vila. O monumental alto-relevo figurando Santiago combatendo os mouros. A nível epigráfico destaque para a excelente qualidade gráfica da letra gótica de forma da inscrição nº 1 com realçe para os ornatos dos traços descendentes do"y" ,no antropónimo, e do "p"; o sinal de pontuação em forma de "S", utilizado para separar as palavras, é por três vezes confundido com essa letra pelo "ordinator"; destaque também para certas letras de tipo capital quadrada usadas na inscrição nº 4, nomeadamente o "T" do apelido "TALAGRO".
Número IPA Antigo: PT041509060001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, composta pela justaposição do rectângulo das naves e do rectângulo de menores dimensões da capela-mor, a O., a que se adossam, a N. e S., a sacristia, várias capelas e a torre sineira. Volumes articulados, massas dispostas na vertical, cobertura diferenciada em telhado cerâmico de 2 águas sobre a nave principal e capela-mor, de 1 água sobre sobre as naves e capelas, 4 águas cimentadas sobre a torre sineira. Fachada principal a E., de 3 panos definidos por pilastras e cunhais rematados por fogaréus; 3 registos sendo os inferiores rasgados por portas e janelões de verga curva; ao centro o portal com tímpano contacurvado; remate em cornija arquitravada a que se sobrepõe frontão em arco de carena flanqueado de aletas; no tímpano abre-se grande óculo. Na fachada N. ressalta a torre sineira, a seguir à porta lateral. Na fachada S. rasga-se a Porta do Sol, apresentando decoração zoomórfica ( pavões afrontados, pequenas aves, felinos ) e zoo-fitomórfica ( pássaros, fohas de hera, videira, etc. ), inscrita em gablete triangular, vão em arco quebrado enquadrado por uma arquivolta assente em colunas cilíndricas. INTERIOR: três naves, de 9 tramos, a central, com abóbada de berço sobre sanca envolvente, comunicando com as laterais, cobertas por abóbada de berço rebaixada amparada por arcos aviajados assentes em mísulas esculpidas, por 4 arcos quebrados assentes em pilares octogonais e 1 arco redondo de maior vão. A E., no prolongamento das naves, abrindo-se por arcos quebrados, o corpo mais baixo da primitiva cabeceira, com ábside (na qual se inscreve hoje o coro-alto) e absidíolos intercomunicantes, de 2 tramos cobertos por abóbada de nervuras e abóbada estrelada, com chaves decoradas de elementos heráldicos, vegetalistas e cristocêntricos; no espaço da antiga capela-mor, adossado à parede S. do sub-coro, monumental alto-relevo ( 1,65m x 2,47m ) figurando "Santiago combatendo os Mouros"; o degrau que dá acesso à entrada da igreja é uma tampa sepulcral epigrafada quinhentista reaproveitada. Na nave lateral N.: o Baptistério ( antiga Capela do Santo Lenho ), sob a torre sineira, revestido a azulejos de tapete, polícromos, com cercadura; o altar do Santo Lenho, onde se destaca relicário de 3 chaves e uma tela figurando "Santa Helena Segurando a Vera Cruz"; o altar de Nossa Senhora da Conceição, com retábulo de mármores fingidos, policromados em verde, azul e rosa, no pavimento uma tampa sepulcra armoriada e com inscrição cercada por uma estrutura de ferro solta que a protege; a Sacristia, no prolongamento do corredor de acesso à escadaria do campanário. Na nave lateral S.: o altar de Nossa Senhora do Carmo; a Capela do Santíssimo Sacramento ( antiga Capela de Santo Estevão ) onde se encontra tela figurando "A Última Ceia" e silhar de azulejos de produção industrial de motivos geométricos e fitomórficos; o altar de Nossa Senhora do Rosário; a Capela de Nossa Senhora da Conceição ( que serve de casa de arrumos ) onde se encontra uma pintura mural encoberta pelo reboco; junto à Porta do Sol, no pavimento, a servir de degrau uma tampa sepulcral. Os espaços entre os altares e capelas, bem como na abóbada do 1º tramo da nave lateral direita ( primitivo absídiolo ), são preenchidos por silhar de azulejos de tapete e cercadura, azuis e amarelos, onde se repete o motivo floral da rosa. Púlpito de talha. Capela-mor com abóbada de lunetas à mesma altura da nave central, com ela comunicando por arco triunfal pleno sobre pilastras; retábulo-mor de talha. Fenestração: 3 janelões e óculo a E., janelas no tramo junto à capela-mor, também rasgada por lunetas *1.

Acessos

Rua de São Tiago

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910, Decreto nº 8 518, DG, 1.ª série, n.º 248 de 30 novembro 1922 / ZEP, Portaria, DG, 1.ª série, n.º 265 de 15 novembro 1949

Enquadramento

Urbano, montanha, isolado. Sobre o morro que domina a povoação, implantada no ângulo SE. do circuito muralhado do Castelo ( v. PT04150906002 ), ao qual se adossa, com a fachada principal abrindo para um pequeno adro a que se segue escadaria de 2 lanços; cruzeiro

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: 1. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura deslocada do local original e actualmente a servir de degrau na entrada principal da igreja; sem moldura nem decoração; tem encaixado um ferro curvo, de correr a porta, que cortou algumas letras do texto; calcário vermelho; Dimensões: (não são as originais por ter sido cortada quando foi adaptada a degrau) 218,5x118,5; Tipo de Letra: gotica minúscula de forma com inicial em capitular carolino-gótica; Leitura: Esta sepultura é de álvaro mendes de brito cavaleiro de linhagem e para todo(sic) seus herdeiro(sic) a qual mando(sic) fazer joane mendes de brito seu filho e s[eu] neto álvaro mendes de brito aqui principal(?). 2. Inscrição comemorativa da sagração da igreja gravada numa lápide; sem moldura nem decoração; vestígios de tinta preta nas reentrâncias das letras; visíveis linhas auxiliares e de delimitação da caixa do texto; mármore; Dimensões: 50,5x64x1,5; Tipo de Letra: capital actuária com alguns "u" minúsculos cursivos; Leitura: ESTA MATRIZ FOI SAGRADA NO PRIMEIRO DOMINGO DE SETEMBRO DE 1800 E PELO EXCELENTÍSSIMO E REVERENDÍSSIMO SENHOR DOM FREI MANUEL DO CENÁCULO VILAS BOAS BISPO DIOCESANO SENDO O PRIOR E JuÍZ DA ORDEM BONIFÁCIO GOMES DE CARVALHO QUE A REEDIFICOu, E ACRESCENTOu, COMO SE VÊ DO LIVRO DAS VISITAS, EM DECLARAÇÃO DO DITO EXCELENTÍSSIMO SENHOR; 3. Inscrição comemorativa da reedificação da igreja gravada numa lápide presa nos cantos por cravos de metal; sulcos das letras preenchidas com argamassa preta; mármore; Dimensões: 50x64x1,7; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: INCENDIADA EM 9-3-<18>95 REEDIFICADA À CUSTA DO POVO DESTA FREGUESIA EM 1902; 4. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura deslocada do local original e actualmente a servir de degrau na entrada da "porta do sol"; fracturada na base e muito deteriorada nos flancos; calcário; Dimensões:142,5x68; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: SEPULTURA DO PADRE GOMES TALAGRO VARGO E DE SEUS DESCENDENTES FALECEU A 26 DE JUNHO DE 1652; 5. Inscrição funerária gravada nos dois terços inferiores de uma tampa de sepultura em campo epigráfico rebaixado e delimitado por uma moldura simples de cantos convexos; a encimá-la, ocupando o terço superior uma pedra de armas; Descrição Heráldica: escudo de ponta de tipo inglês de azul, com três bordões de ..., postos em pala e alinhados em faixa - Falcão; ornatos exteriores: elmo com colar com insígnias da ordem de Santiago e paquife; timbre: um falcão com um bordão do escudo no bico e no pé direito; protegida por estrutura de ferro solta; sulcos das letras preenchidos com argamassa preta, estando alguma a soltar-se; Dimensões: 202,5x90; moldura: lado esq.: 6,5; lado dir.: 6,8; topos: 6,5; brasão: 99,8x70; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: AQUI JAZ JOÃO FALCÃO MURZELO DE MENDONÇA, E SUA MULHER, DONA FRANCISCA TERESA NOBRE PACHECO, AQUELE FALECIDO EM 11 DE AGOSTO DE 1801, E ESTA EM 23 DE JULHO DE 1833. JACINTO FALCÃO MURZELO DE MENDONÇA SEU FILHO, MANDOU POR-LHE ESTA CAMPA EM RESPEITO, E VENERAÇÃO PELA MEMÓRIA DE AMBOS 1835. 6. Inscrição comemorativa de obras gravada numa lápide encastrada na parede do lado do epístola da capela-mor; Tipo de Letra: capital quadrada; Leitura: SACRO DECURRENTE XIX HUMANI GENERIS REDIMPTIONIS CENTENARIO PRAESULE PACENSIS DIOECESEOS EXCMO AC REVDMO DOMNO IOSEPHO A PATROCINIO DIAS PAROECIAM HANC REGENTE ARCHIDº ANTONIO REBELO DOS ANJOS HOC TEMPLUM SEMEL ATQUE ITERUM SCELESTE SUCCENSUM DENUO RESTAURATUM EXSTAT CURA RECTORIS ET OPE RELIGIOSORUM INCOLARUM HUUIS PRAECLARISSIMI OPPIDI SANCTI IACOBI DE CACEM ANNO DOMINI MCMXXXIII LAUS DEO

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 13 / 14 / 16 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 13, meados - data provável de construção da primitiva igreja, integrada na muralha do castelo, no ângulo SE., por iniciativa dos templários, a quem é doado o castelo em 1217 *2; séc. 13, final - séc.14, início - reforma atribuída à donatária D. Vataça Lascaris, senhora de Santiago entre 1282 e 1302, ano em que o termo é trocado com o mestre de Santiago, juntamente com Panóias, pela comenda e lugar de Villalar em Espanha, passando então a vila para a posse dos Espatários *3; 1330 - oferta, segundo a tradição, do alto-relevo, hoje no sub-coro, por D. Vataça aos Espatários (PEREIRA, 1989); Séc. 14 - sepultura de Martim Vinagre e sua mulher fundadores da antiga Capela de Santo Estevão; 1530, c. de - obras subsidiadas pelo alcaide-mor, Alonso Peres Pantoja, comendatário da vila: reconstrução da cabeceira orientada e de um coro, em cuja parede existia uma lápide, assinalando as obras; 1589, 07 de Novembro - provisão da Mesa de Consciência confirmando o compromisso da Confraria de Nossa Senhora do Rosário *4; 1632, 18 de Abril - provisão da Mesa de Consciência confirmando o compromisso da Confraria do Santissimo Sacramento; 1652, 26 de Junho - falecimento do Padre Gomes Talagro Vargo que foi sepultado na igreja conforme se lê na sua tampa sepulcral; 1704 - reedificação por requerimento do provedor Gaspar Lopes Machado e provisão de D. Pedro II ordenando o pagamento das obras pela Comenda da vila então nas mãos do Marquês de Fontes; 1724 - data inscrita no lavablo da sacristia; 1755 - profundos danos causados pelo terramoto ( tendo então ruído a lápide colocada na parede do coro que assinalava as obras de reconstrução quinhentista ), que motivaram a transferência da paróquia para a Igreja de Nossa Senhora do Monte onde permaneceu até 1830; 1765, 27 de Abril - provisão confirmando o compromisso da Confraria do Santo Lenho, criada em torno das relíquias oferecidas por D. Vataça Lascaris *5; 1796 - 1830 - obras de reconstrução: reorientação da igreja ( a antiga capela-mor passou a situar-se na porta principal ), com prolongamento das naves em 1 tramo e construção da nova capela-mor, a O.; nova fachada a E., abrindo para a vila por escadaria, inclusão de um coro-alto na ábside primitiva e de uma escada de acesso no absidíolo S., abobadamento das naves, estruturas retabulares dos altares do Santo Lenho, de Nossa Senhora da Conceição, de Nossa Senhora do Carmo, de Nossa Senhora do Rosário, capelas do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora da Conceição; 1800, Setembro - apesar das obras o edifício religioso abriu aos fiéis depois de sagrado pelo Bispo de Beja, D. Frei Manuel do Cenáculo Villas-Boas, sendo prior e juiz da Ordem de Santiago Bonifácio Gomes de Carvalho; 1835 - Jacinto Falcão Murzelo de Mendonça manda executar uma campa sepulcral em memória de seus pais; 1858, 11 de Novembro - terramoto provoca estragos no templo; 1895, 09 de Março - incêndio destroi totalmente os madeiramentos e danifica as cantarias, circunstância que obrigou novamente ao encerramento e mudança da paroquial para a igreja de Nossa Senhora do Monte onde permaneceu até 1902; 1902 - a matriz é reedificada a despensas do povo; 1912, 08 de Julho - incêncio destrói a capela-mor, obrigando de novo à transferência, desta vez para a Igreja da Misericórdia; 1924 - colocação, no arco cruzeiro da capela-mor, do retábulo de talha proveniente da Capela de Santo António (v. PT041509060072) e reabertura ao público; 1933 - restauro da autoria do Arcedíago António Rebelo dos Anjos com renovação total do espaço interior, arranjo das fachadas, espaços circundantes e torre sineira, tendo utilizado materiais alheios à restante composição do templo; DGEMN: 1930, final da década - obras de remodelação no interior do templo com o objectivo de lhe restituir a sua feição quinhentista; foram alteradas as dimensões e aconfiguração do coro-alto que até esta data ocupava o 1º tramo da nave central e parte do seguinte;1969 - estragos provocados pelo sismo; 1988, 23 de Julho - Diário da República II Série, nº 169, publicação do Despacho conjunto afectando a Igreja Matriz à Secretaria de Estado da cultura, através do IPPAR; 1997 - descoberta de pinturas murais góticas ou quinentistas na Capela de Nossa Senhora da Conceição.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Cantaria e alvenaria em paredes, telha cerâmica na cobertura, azulejo, vidro, madeira em elementos secundários, talha.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; FALCÃO, José António e FERREIRA, J. M. Rodrigues, Marcas lapidares da Igreja matriz de Santiago do Cacém, Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, 2ª série, 1º vol., Santiago do Cacém, 1987; Património Edificado de Santiago do Cacém - Breve Inventário, CMSC, Santiago do Cacém, 2001; PEREIRA, Fernando António Baptista e FALCÃO, José António, O Alto Relevo Gótico de Santiago aos mouros, Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, 2ª série, nº 3, 1989; PEREIRA, Esteves e RODRIGUES, Guilherme, Portugal Diccionário, vol.6, Lisboa, 1912; SILVA, António de Macedo e, O Castello de Santiago de Cacém, in O Panorama, 1843; Annaes do Município de Santiago do Cacém, Lisboa, 1896.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo Municipal Santiago do Cacém: Livro de Vereações de 5 de Julho de 1856 a 25 e Maio de 1859, 154 vº.

Intervenção Realizada

Arcedíago António Rebelo dos Santos: 1933 - obras de renovação de todo o espaço da capela-mor, incluindo o retábulo-mor, azulejos, imaginária e paramentaria, dos altares laterais, fachada principal, torre sineira e adro, tendo-se utilizado materiais como o cimento armado, tijolo furado, azulejo industrial da fábrica Lusitânia; DGEMN: 1930, final da década - obras de remodelação no interior do templo com o objectivo de lhe restituir a sua feição quinhentista; foram alteradas as dimensões e aconfiguração do coro-alto que até esta data ocupava o 1º tramo da nave central e parte do seguinte; 1960 / 1961 - Substituição de telhados e tectos das sacristias; demolição de construção adossada à Porta do Sol, encobrindo parte do portal; demolição do anexo com cobertura de betão, junto à capela-mor; 1969 - trabalhos de consolidação de zonas afectadas pelo sismo: naves laterais, alçado principal e N.; execução de cintas em betão; revisão de coberturas; novos pináculos; rebocos; 1980 - reparação geral de coberturas; sondagens no pavimento, para encontrar o primitivo; 1984 - restauro do muro circundante; 1984 - reconstrução da muralha do Castelo junto ao Palácio do Condinho; 1993 - revisão geral de coberturas e colocação das coberturas das antigas salas do Cabido; reparação das fachadas S. e O.; 1996 - revisão geral das coberturas e reparação das da ala N. (sacristia e acesso à torre); reparação da fachada N., da torre sineira e de vãos e gradeamentos; recuperação dos interiores das salas do Cabido; 1997 - abertura de um vão primitivo e pavimento de tijoleira na Capela de Nossa Senhora da Conceição; 1999 - reparação dos rebocos e caiação da fachada principal e laterais adjacentes ( descoberta de arcosólio ) e respectivas caixilharias e gradeamentos; colocação de tecto em antecâmara da sacristia; 2000 - renovação integral da inst. eléctrica, som, alarme contra intrusão e pára raios, reparação pontual de rebocos e caiação integral do interior, descoberta de fresta interior na capela de Nossa Senhora da Conceição, dreno e pavimentação de pátio posterior, colocação de gradeamentos na porta ao Sul e pátio posterior; 2001 - recuperação do interior da capela de Nossa Senhora da Conceição salvaguardando futura prospecção no arcossólio; impermeabilização do telhado da sacristia; revisão do telhado e drenagens; 2002 - instalação do Tesouro da Colegiada na sacristia e sala do capítulo com abertura ao público; 2006 - impermeabilização da cobertura na sala a N., contígua à sacristia; construção de um guarda vento em vidro numa das portas laterais do imóvel.

Observações

*1 - No Séc. 19 o Padre Macedo e Silva (SILVA, 1866) refere inúmeras sepulturas, entretanto desaparecidas ou destruídas quando "mandou um juiz da Ordem, Braz Ferreira Duarte, fazer em pedaços, para calcar o átrio da Porta do Sol"; entre elas contavam-se a lápide trecentista de Martim Vinagre e mulher, os panteões dos Condes da Calheta e de Castelo-Melhor na Capela de Santo Estevão e uma sepultura junto à porta do Baptistério tendo epigrafada em latim " ANTONII FREI OSSA NOMENQUE / SERVO OPERA ANIMAM"; *2 - alguma da historiografia oitocentista considerou, dadas as arcadas ogivais, uma fundação pagã do templo, interpretação esta completamente ultrapassada; a historiografia mais recente considera, relativamente à construção ducentista, que o primitivo espaço foi transferido - de um edifício ou edícula pré-existente construida junto do alcaçar antes da invasão de Al-Mansor em 1191 - para o local onde se encontra hoje; as obras deste período são datadas por uns de 1218 (SILVA, 1866), de 1234 (FALCÃO e FERREIRA, 1987) outros; *3 - as obras de beneficiação trecentistas teriam sido iniciadas, segundo alguns autores (SILVA, 1866, ANJOS, 1933, FALCÃO E FERREIRA, 1987, DIAS, 1994 ), entre 1314 e 1336, altura em que D. Vataça deteria a Comenda da Vila que teria habitado entre 1317 - 1332; outros autores (TORRES E BOIÇA, 1995) consideram a posse da comenda por D. Vataça entre 1310 - 1336 que teria deixado a vila em 1325 para se estabelecer em Coimbra; *4 - A Confraria de Nossa Senhora do Rosário constituia-se como a mais antiga da igreja; *5 - a Confraria do Santo Lenho saía em procissão quando os agricultores requeriam necessidade de chuva.

Autor e Data

Isabel Mendonça 1992 / Filipa Avellar 2005

Actualização

Ângelo Silveira 2001 / 2002
 
 
 
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