Castelo de Portel / Castelo e cerca urbana de Portel

IPA.00006510
Portugal, Évora, Portel, Portel
 
Arquitectura militar e residencial, medieval e manuelina. Castelo, cerca urbana e paço senhorial. Castelo de planta decagonal irregular, contrafortado nos ângulos por cubelos semicirculares. Integra torre de menagem quadrangular, com três pisos abobadados, adossada pelo exterior, característica que corresponde à estratégia de defesa activa. Cerca urbana medieval com cubelos de secção quadrada. Barbacãs medieval e quinhentista, isolando o castelo da vila extra-muros. Paço tardo-gótico quinhentista com capela e anexos, seguindo os modelos adoptados durante o processo de residencialização dos castelos medievais, ocorrido no século 15 (Casa de Bragança). Capela de planta longitudinal composta por nártex, nave e capela-mor rectangular, com arranques de abóbada e contrafortes da cabeceira manuelinos. Raridade da planta decagonal. Conjugação de duas linhas de barbacã. Apresenta canhoneiras num dos cubelos semi-circulares, troneiras cruzetadas de aspecto ornamental e integra vestígios do primitivo sistema de canalização de águas. Presença de edifícios anexos destinados a armazéns, cavalariças ou celeiro.
Número IPA Antigo: PT040709050001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Castelo e cerca urbana    

Descrição

Conjunto fortificado incluindo castelo, com vestígios dos paços ducais e respectiva capela no seu recinto, e ainda troços das barbacãs medieval e quinhentista, e da cerca urbana. CASTELO: planta decagonal irregular contrafortado por cubelos semicirculares nos ângulos e torre de menagem de base quadrada adossada; muralhas circundadas por adarve e parcialmente providas de merlões paralelepipédicos rasgados por seteiras. Apresenta um reforço a S. composto por três panos de muralha fechados pelo muro do castelo, formando um pequeno recinto quadrangular, protegido por um cubelo quadrangular orientado a SO. Três lanços de escadas com degraus em mármore permitem o acesso ao adarve nos lados NO., N. e S. Acesso principal: a N. da Torre de Menagem, onde se rasga porta de entrada na praça de armas, em arco quebrado pelo exterior e em arco abatido pelo interior. No troço S. abre-se a Porta de Beja em arco abatido com ombreira em mármore. Abertas internamente na espessura dos panos de muralha, observam-se portas térreas de acesso aos cubelos, com arco abatido em tijolo. Torre de menagem: adossada ao paramento exterior no lado E., de planta quadrangular e com 25m de altura, é antecedida por porta em arco quebrado, aberta no início da barbacã medieval, porta que por sua vez é antecedida por troço de muralha isolado rasgado por outra porta, esta em arco rebaixado, à direita da qual se encontra um bloco de pedra epigrafado; a torre possui cunhais em cantaria e é coroada por merlões cúbicos com remates piramidais; no alçado E. rasga-se janela rectangular dupla a que se sobrepõe pequena fresta, dispondo-se sobre esta 5 silhares em losango; a S. e a N. rasgam-se duas frestas; a O. porta em arco de volta perfeita é encimada por fiada de 5 cachorros e por janela em arco quebrado com bandeira decorada por roseta. Interior com dois pisos, ambos com cobertura em abóbada de berço suportada por arcos torais de cantaria, descarregando em mísulas piramidais; no 1º piso existe alçapão de acesso às masmorras; a escada do 2º piso, de acesso ao terraço, é antecedida por lance de 5 degraus em semicírculo. Na praça de armas, junto do pano SO., as ruínas dos paços ducais apresentam os limites dos compartimentos, dois arcos quebrados em tijolo perto do cubelo SO. e vestígios de pavimento cerâmico na zona central; adossadas aos panos E. e S. das muralhas, existem algumas estruturas anexas; a S. situam-se as ruínas da Igreja. PAÇOS DUCAIS: as ruínas apresentam-se paralelamente ao troço SO. da muralha, sendo possível de identificar os restos da frontaria, virada a NE., com a marcação dos vãos e respectivas molduras em cantaria; dos restantes espaços resta apenas o arranque dos muros, das abóbadas e fragmentos de portas em arco quebrado; na espessura dos muros e dispersos pelo terreno, observam-se fragmentos do primitivo sistema de canalização, em cerâmica e cantaria; defronte da fachada principal abre-se espaço rectangular, tendo ao centro estrutura cúbica de acesso à cisterna com um ferro ondulado com gancho em forma de pescoço de ave; a N., situam-se restos de construção de planta rectangular, possívelmente as antigas cavalariças, com dois vãos de arco abatido em tijolo, um deles entaipado; adossados a E. desta construção, existem restos de torreão, com cunhais em cantaria de mármore, rasgado na face O. por janela e por porta; no interior, vestígios de escada de caracol em pedra. A face E. da muralha junto à torre de menagem apresenta ainda a marcação de dois panos, da primitiva estrutura que aí se adossava (possívelmente o antigo celeiro), e da qual resta apenas fragmento de base da coluna marmórea que constituiria o suporte central da cobertura em abóbada. IGREJA: planta longitudinal, composta por nártex, nave e capela-mor rectangular, dos quais restam apenas os arranques dos muros e parte da cabeceira, de pano único, delimitado por botaréus circulares, facetados, rematados por pináculos cónicos inferiormente circundados por anéis torsos; no interior do que subsiste da capela-mor, nos ângulos da parede fundeira, duas mísulas lavradas em mármore com torcidos, que constituíam o arranque da cobertura abobadada, desaparecida; restam ainda parte das bases dos pilares do arco triunfal, de secção lobulada com anéis; adossados às fachadas exteriores da nave e nártex, restos das várias estruturas dos paços ducais. A SE., vestígios de construção circular. No exterior do castelo, encontram-se troços de muro correspondentes às barbacãs e à cerca medieval. Cerca medieval: da zona S. do castelo, parte um muro que se projecta para E. contrafortado por cinco cubelos quadrangulares, existindo também, a N. desse muro e a N. da antiga vila medieval, um troço de muralha mais pequeno, apenas com dois cubelos do mesmo tipo do anterior. Barbacã medieval: pequeno muro que contorna o castelo a O. e N. Barbacã manuelina: troços existentes a E., entre os quais se pode encontrar um cubelo quadrangular.

Acessos

Praça D. Nuno Álvares Pereira

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 63 de 16 março 1954

Enquadramento

Urbano, destacado em ponto elevado da vila (v. PT040709050042), situada num cabeço no limite N.da Serra de Portel, junto à principal via que liga Évora e Beja, dominando vasto horizonte. Antecedido por área relvada, o rodeado por parte da mancha urbana a O., prolongando-se o recinto muralhado da Vila Velha para E., aproveitando a plataforma natural do terreno. A cerca de 50m a N. localizam-se os Paços do Concelho (v. PT040709050028), a Igreja da Misericórdia (v. PT040709050035), a Capela de Santo António (v. PT04070950008) e o antigo edifício dos Açougues Públicos (v. PT040709050023).

Descrição Complementar

A fase final da conclusão da cerca terá sido provavelmente uma iniciativa régia, devido à efemeridada do domínio senhorial na povoação (Trindade, 2009). Cubelo orientado a NO. com três seteiras cruzetadas em mármore que apresentam em relevo o que aparenta ser a letra "T" e a letra "A"; vão de janela em arco abatido fechado por tijolo no paramento O. INSCRIÇÕES: 1. Inscrição de posse gravada num bloco de pedra; mármore. Dimensões: 35x73x13,5. Tipo de letra: capital quadrada do séc. 20. Leitura: PATRIMÓNIO DA FUNDAÇÃO DA CASA DE BRAGANÇA. 2. Inscrição de homenagem ao castelo; mármore. Dimensões: 72x54. Tipo de letra: capital quadrada do séc. 20. Leitura: A HISTÓRIA DESTE CASTELO FOI RECORDADA COM GRATIDÃO PELOS PORTUGUESES DE 1940.

Utilização Inicial

Militar: castelo e cerca urbana

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada: fundação

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 13 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Francisco de Arruda (barbacã manuelina e paços ducais).

Cronologia

1257, 28 Junho - envio de carta de D. Afonso III dirigida ao concelho de Évora declarando o seu agrado em que D. João Peres de Aboim (entre outros cargos, conselheiro régio e mordomo-mor) se torne vizinho desta cidade, apelando para lhe seja oferecido o melhor herdamento; 1258, Novembro - aceitação pelo concelho de Évora de D. João Peres de Aboim como seu vizinho, concedendo-lhe um herdamento que incluía grande parte da Serra de Portel; 1259 / 1260 - pressão por D. Afonso III dos concelhos de Évora e Beja para procederem à demarcação do herdamento doado a D. João Peres de Aboim; 1261, 12 Outubro - confirmação, por carta régia, dos limites estabelecidos e dos marcos colocados; 1261, 15 Outubro - concessão de carta de couto por D. Afonso III a D. João de Aboim; 1261, 18 Outubro - concessão pelo mesmo monarca a D. João Peres de Aboim de autorização para construir castelo no sítio que melhor entendesse, desde que lá recebesse a moeda do rei; 1262, 1 Dezembro - concessão de carta de foral por D. João Peres de Aboim aos povoadores do castelo de Portel e de seus termos, segundo os foros e costumes da cidade de Évora; séc. 13, 2ª metade - edificação do castelo e início da construção das muralhas que delimitam o núcleo urbano inicial; séc. 14, início - conclusão da cerca muralhada da vila de Portel; 1287 - depois da morte de D. João Peres de Aboim, início da contenda entre os seus filhos, D. Pedro Anes e D. Maria Eanes, pela posse do castelo e vila de Portel, elaborando-se o "Livro dos Bens de D. João de Portel"; 1291 - por intervenção de D. Dinis, Portel ficou na posse da herdeira e de seu esposo, D. João Fernandes de Lima; 1301 - através de escambo, passagem do castelo e da vila de Portel para a posse da Coroa, recebendo D. Maria Eanes e o seu esposo os senhorios de Mafra, Évoramonte e Aguiar de Neiva; 1383 / 1385 - durante a crise dinástica, por intermédio do seu alcaide, D. Gonçalo Rodrigues de Sousa, Portel apoiou o partido de D. Leonor e a causa de Castela; 1385 - tomada do castelo de Portel po D. Nuno Álvares Pereira, recuperando-o para a coroa portuguesa; como recompensa, D. João I ofereceu-lhe a vila, juntamente com outras terras e rendimentos; séc. 15, 1ª metade - a filha do Condestável casou com D. Afonso, filho de D. João I e 1º Duque de Bragança, entrando assim Portel na posse da Casa de Bragança; 1435 - encontro entre o rei D. Duarte e o infante D. Henrique no castelo de Portel para se decidir o destino do infante D. Fernando, cativo em Fez; 1483 - D. João II tomou posse da vila e do castelo de Portel; 1493 - doação da vila e do castelo de Portel a D. Manuel; 1494 - transmissão do senhorio de Portel pelo rei D. Manuel ao seu sobrinho, D. Jaime, entrando assim o castelo definitivamente na posse da Casa de Bragança; séc. 16, início - campanha de obras executadas por ordem régia e com o consentimento do duque de Bragança, sendo mestre de obras Francisco de Arruda, durante a qual foi acrescentado um piso à torre de menagem, construída uma nova barbacã e realizada a edificação dos paços ducais com respectiva capela dedidaca a São Vicente (Trindade, 2009); a reformulação arquitectónica traduziu-se, essencialmente, na edificação dos paços ducais, com a capela de São Vicente e dependências várias de carácter doméstico, na elevação da torre de menagem em mais um piso abobadado, e na construção de uma barbacã que isolava o castelo da vila intra e extra-muros; 1510 - renovação do foral; 1510, 20 Fevereiro - carta de Nuno Velho, visitador das obras da Comarca do Alentejo, dando parte a D. Manuel das obras da fortaleza de Portel; 1510, 14 Março - nova carta de Nuno Velho dirigida ao rei, com informações acerca dos trabalhos no castelo de Portel, na qual contava "que estauam aynda por fazer estas cousas - s - as duas cassa, que se fizeram pera o almazem e mantimentos, estam por cobrir e por solhar e por acabar duas chiminez, que se nellas começaram, e asy por fazer a escada da seruidam destas cassas", "defronte da porta da manajem se fez huua gorita, na quall se haa de fazer duas pontes lleuadiças de madeira: estas estam por fazer. E hasy no decima da dita torre se fez huua cassa, a qual se a decobrir e acabar huua chiminé", "estam por fazer dous portaes no muro da barreyra. E asy alguus boqueirões por çarrar e coussas que nõ relleuam muyto" (Viterbo, 1899); 1549 - data em inscrição no interior do vão de janela do segundo piso da torre de menagem; 1640 - com o início da dinastia régia da casa de Bragança, o castelo entrou num processo de perda de vivência; 1730 - na descrição da vila e do termo de Portel, Francisco de Macedo Pina Patalim lamentou-se pelo estado de degradação em que se encontram os paços ducais: "E dentro do dito castelo está uma igreja de admirável arquitectura com o orago de São Vicente contígua ao palácio e boas casas onde vinham pousar os Sereníssimos Duques de Bragança, de cuja nobreza se mostram hoje unicamente os vestígios, chorando pela glória, em que naquele tempo se viram assistidos."; séc. 19 - encontrava-se completamente em ruína e ao abandono; 1938 - apenas um dos cubelos cilíndricos permanecia com os merlões intactos; 1940 - inclusão do castelo nas comemorações do 3º centenário da Restauração da Independência; 1950 / 1960 - queda do torreão cilíndrico com a escada helicoidal, coruchéu cónico e merlões chanfrados do antigo paço ducal; 1998, 8 de Fevereiro - desmoronamento de troço de muralha situado a E., junto à torre de menagem, parcialmente recontruído nos anos 80; 2005, Novembro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.

Dados Técnicos

Estruturas autoportantes e mistas

Materiais

Alvenaria irregular de xisto e granito, com vestígios de reboco (surge em várias zonas dos panos de muralha alvenaria de pedra disposta em espinha); alvenaria mista, rebocada, nas estruturas do interior do recinto; alvenaria de taipa na barbacã medieval; silharia de mármore nas zonas de cunhal da torre e emolduramento dos vãos de portas e janelas; vestígios de pavimentos em tijoleira no interior do recinto. Pavimentos dos pisos da torre e interior dos cubelos em tijoleira. Tijolo em enxalços e ombreiras; madeira; vidro; ferro forjado.

Bibliografia

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Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; CMP: Oficina do Património

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco; CMP: Oficina do Património (colecção de imagens de finais do séc. 19)

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DSARH, DGEMN/DREMS; IAN/TT: Corpo Cronológico, Parte I, maço 8, doc. 98; Gavetas da Torre do Tombo, nº 20, maço 4, nº 14.

Intervenção Realizada

DGEMN: 1938 - demolição de várias barracas, construção de um cunhal de mármore que se encontrava desaprumado, reconstituição da porta ogival da torre de menagem aproveitando as pedras existentes, cintagem armada da torre de menagem, consolidação e restauro de alguns panos de muralha, reparação de rebocos e do pavimento no interior da torre de menagem, conservação das ruínas da capela do castelo, tomada de juntas nas paredes exteriores, construção de portas e caixilhos em castanho, escavação e transporte de terras e entulhos; 1959 - arranjo da entrada do castelo, construção de uma rampa de acesso à porta do castelo e respectivo muro de suporte, reconstrução da soleira da porta de entrada. Câmara Municipal de Portel: 1966 - apeamento de alvenarias, em vários troços, que se encontravam em perigo de ruir, escavação e remoção de terras, de forma a desobstruir-se o pano de muralha, consolidação de panos de muralha e construção de alvenarias em cortinas e ameias na torre de menagem e torreões, limpeza de ervas e refechamento de juntas. Fundação da Casa de Bragança: 1966 - apeamento de postalete de electricidade existente num paramento da torre de menagem, consolidação de um torreão, construção de panos de muralha, parapeitos e ameias. DGEMN: 1974 - arranque de um portado de cantaria na entrada da torre de menagem, assentamento de cinco aduelas de cantaria para conclusão do arco da entrada da torre de menagem, porta de madeira para a entrada da torre, construção de cortinas e merlões da torre de menagem em alvenaria hidráulica, isolamento com tela asfáltica do terraço da torre de menagem e revestimento com tijoleira cerâmica prensada, refechamento de juntas nas quatro faces da torre de menagem, colocação de três gárgulas no terraço da torre de menagem, tapamento de rombos existentes em panos de muralha, colocação de portado-alçapão em madeira no acesso ao terraço da torre de menagem, execução de abobadilha no mesmo acesso, execução de gatos de betão e refechamento de fendas em panos de muralha; 1980 - reconstrução de panos de muralha e tapamento de rombos, empregando pedra rija e argamassa de cimento e areia, arranque de ervas e refechamento de juntas, pintura de portas e caixilharias de janelas, limpeza de vegetação da praça de armas; 1981 - execução de um lintel de betão armado para consolidação de uma torre com a parte superior desaprumada, refechamento de fenda numa outra torre e consolidação com dois gatos de betão armado, consolidação e reparação de panos da muralha; 1982 - apeamento de alvenarias que se encontravam desligadas em panos de muralha, reparação de um merlão da torre de menagem atingido por uma faísca, tapamento de rombos e consolidação de panos de muralha, arranque de ervas e arbustos e refechamento de juntas, recuperação de três troços da muralha, reparação e pintura da porta de entrada do castelo; 1984 - tapamento de rombos e consolidação de troços da muralha, enchimento de panos de muralha com alvenaria hidráulica, construção de cortinas e merlões de panos de muralha, arranque de ervas, arbustos e respectivas raízes com refechamento de juntas nos panos de muralha; 1985 - consolidação de dois troços de muralha em precário estado de conservação devido a temporais, execução de lintéis de betão armado para consolidação e ligação de alvenarias, tapamento de rombos e consolidação de muralhas, execução de cortinas e merlões de forma a preservar a passagem de visitantes pelos adarves e para uma melhor leitura do imóvel, recuperação das escadas de acesso aos adarves das muralhas e nos pavimentos dos referidos adarves, enchimento de panos de muralha com alvenaria de taipa, remoção de terras, entulhos e vegetação na parte interior do castelo, execução de furos em panos de muralha, incluíndo gárgulas de cantaria para escoamento de águas pluviais, pintura da porta e caixilhos da torre de menagem, substituição de vidro em janelas da torre de menagem, colocação de fechadura na porta da torre de menagem; 1986 - consolidação e tapamento de rombos, enchimento de panos de muralha e torres com alvenaria de taipa, construção de pavimentos nos adarves, arranque de ervas, arbustos e respectivas raízes nos paramentos da torre de menagem, reparação de panos de muralha; 1987 - consolidação e tapamento de rombos, enchimento de torres com alvenaria de taipa, construção de pavimentos de adarves e escadas, reparação de fendas numa torre com gatos de betão armado; 1988 - recuperação dos panos de muralha e pavimentos de adarves, desentupimento da caleira na zona baixa, substituição da porta principal, reparação geral de uma porta lateral, construção em encabeçamento dos cubelos de pavimento com pendente para fuga de águas pluviais, construção de patim interior junto à porta principal, construção de tecto em abóbada por cima da porta lateral e consolidação das paredes laterais, recuperação das seteiras existentes no interior da muralha pela consolidação de paredes, tectos e pavimentos com aplicação de tijoleira, remoção de entulhos existentes nas seteiras para vasadouro protegido para posterior análise arqueológica, reconstrução do vão de abertura da entrada para uma das seteiras, colocação de portas na entrada das seteiras, construção de duas escadas de muralha; 1999 - recuperação e reconstrução do pano de muralha aluído: demolição e desmontagem de paredes em alvenaria de pedra na zona do aluimento da muralha e torreão adjacente, execução de fundação da zona afectada, reconstrução do pano de muralha e torreão adjacente, refechamento de juntas com argamassa de cal e areia.

Observações

Segundo Trindade (2009), terá sido devido ao processo de residencialização do castelo no século 16 que o núcleo politico-administrativo foi transferido para o exterior da cerca urbana. *1 Esporadicamente a CMP realiza eventos e espectáculos culturais no castelo.

Autor e Data

Manuel Branco e Castro Nunes 1994 / Ana Pagará, Cláudia Martins e Rosário Gordalina 2001 / Lina Oliveira e Filipa Avellar 2005

Actualização

Ana Gonçalo e Teresa Ferreira 2005 / Margarida Contreiras 2013
 
 
 
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