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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta longitudinal composta de nave única, quadrangular, capela-mor e sacristia adossada ao lado SO.; sem diferenciação entre interior e exterior; 2 volumes, com massas dispostas horizontalmente; telhados de 2 águas na igreja, de 1 só água na sacristia e uma superfície de empena, em L, de 1 água no corpo adossado. Frontispício voltado a SO., de embasamento proeminente, terminando numa cornija contracurvada em chaveta, aberta por um óculo, encimada por 1 cruz e flanqueada por 2 fogaréus. Portal de verga recta com frontão circular, aberto por 1 óculo e sobrepujado por uma janela jacente; flanqueado por pilastras duplas adossadas. Frontispício da sacristia de embasamento proeminente, com 4 janelas, 2 de sacada, no 1º andar, e de peitoril nas restantes. O acesso à sacristia é feito pela fachada Oeste, com uma janela de sacada no andar superior. INTERIOR: de espaço diferenciado, com capela-mor separada da nave por um arco triunfal, sobre pilastras, e 1 degrau de acesso ao altar.Nave coberta em cúpula de pendentes, com medalhão no fecho representando a Eucaristia; na capela-mor abóbada de arestas; retábulo, em talha dourada, flanqueado por duas colunas; urna adossada ao altar-mor, onde existe um Cristo deposto ; duas portas, com cantarias, colocadas simetricamente nas paredes laterais da capela-mor, em que a da esquerda faz o acesso à sacristia, e depois para a porta do camarim, e a da direita permite igualmente o acesso ao altar-mor, ambas por escadas, sendo que a da esquerda está actualmente obstruída; o camarim está igualmente obstruído. Coro alto, a S. do altar, assenta em 2 colunas e com balaustrada em madeira; acesso ao coro pelo andar superior. Púlpito na parede O., todo em madeira, sendo o seu acesso feito pela sacristia, com escadas de madeira e amovíveis. A iluminação da ermida é feita pelas aberturas existentes na fachada. Escadaria de acesso ao 1º andar com lambril de azulejos setecentistas, de padrão, restando pouco dos possíveis azulejos originais, uma vez que os espaços vazios foram preenchidos posteriormente, com outro tipo de azulejos. Na sala de despacho há também lambris de azulejos setecentistas, com albarradas como motivo; armário de madeira embutido na parede N. da sala; porta de acesso ao coro-alto, a S.. |
Acessos
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Rua do Museu da Artilharia |
Protecção
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Incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa (v. IPA.00003128) |
Enquadramento
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Urbano, adossado a casas da R. do Jardim do Tabaco, parcialmente oculta pela rampa da R. do Museu da Artilharia, onde se insere o adro. O corpo adossado tem uma entrada pelo Beco do Belo. As frentes urbanas envolventes são constituídas a S. pelo Edifício da Associação de 1ª Infância (arquitecto Ventura Terra) (v. PT031106360495), a E. pelo Museu Militar (v. PT03110636072 ) e a O. pelo edifício da Alfândega do Trigo (v. PT031106361030) e Arquivo Geral. Os edifícios envolventes são de ocupação mista. |
Descrição Complementar
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A escadaria que dá acesso à sala do despacho e sotão, hoje transformado numa sala de convívio. Escadaria tem lambris de azulejos de padrão seiscentistas e setecentistas de motivos decorativos distintos. |
Utilização Inicial
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Religiosa: ermida |
Utilização Actual
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Assistencial: centro de dia |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Irmandade de Santo Estevão |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Ângelo Silveira (1999-2001); Júlio Grilo (1999-2001); Manuel da Costa Negreiros (1744-1748). CONSTRUTOR: Oliveira & Augusta, Lda. (1999-2001). ENGENHEIROS: Albertina Rodrigues (1999-2001); Manuel Passos de Almeida (1999-2001). |
Cronologia
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1744 - 1748 - construção do monumento por Manuel da Costa Negreiros, depois de autorização régia do mesmo ano; 1775 / 1776 - a ermida foi parcialmente enterrada devido à construção do aterro que permitiu a passagem da estátua equestre de D. José I, originando a Calçada Nova; 1793 - petição da Congregação de Santo Estevão para autorização da demolição de um pardieiro contíguo à ermida, e para a doação do terrenos fronteiro até ao muro Calçada nova; 1826 - intervenções na ermida e na casa de despacho; 1870 - a ermida é administrada por uma irmandade secular com o título de Irmandade Secular da Via Sacra; 1872 - vistoria municipal ao local determinou a remoção de um troço da muralha fernandina; 1916 - extinção da Congregação e consequente abandono da ermida; 1927 - a Irmandade Secular da Via Sacra abandona o edifício, que é entregue à Irmandade de Santo Estêvão; 1928 - a Irmandade pede ajuda a uma irmã benemérita para obras no exterior do edifício; anos 70 - alteamento do telhado do corpo adossado para construção de um centro de convívio; demolição do campanário com duas ventanas e de uma trapeira; construção de novo telhado com colocação de clarabóias; 1999, 7 Outubro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Cantaria, madeira, telha, ferro, mármore, azulejos, tijoleira, talha dourada, estuques, reboco. |
Bibliografia
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BERGER, Francisco José Gentil, Lisboa e os Arquitectos de D. João V. Manuel da Costa Negreiros no Estudo Sistemático do Barroco Joanino na Região de Lisboa, Lisboa, 1994; CALADO, Maria e FERREIRA, Vitor Martins, Lisboa. Freguesia de Santo Estevão (Alfama), Lisboa, 1992; COUTO, Gustavo do, História da Igreja de Santo Estevão, Lisboa, Tipografia do Comércio, 1927; FERREIRA, Gonzaga, Monumentos Sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, 1927; GRILO, Júlio Teles, Ermida do Senhor Jesus da Boa Nova: intervenções recentes, in Monumentos 15, DGEMN, Lisboa, Setembro 2001, pp. 116 a 119; JORGE, Fernando, A Ermida da Boa Nova, 1996; MATOS, José Sarmento e PAULO, Jorge Ferreira, Caminho do Oriente. Guia Histórico, vol. I, Lisboa, 1999; Monumentos, n.º 12 e n.º 13, n.º 15, Lisboa, DGEMN, 2000-2001; Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, 1º tomo, Lisboa, 1973; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Ermida da Boa Nova in OLisipo, nº 52, 1950; SERRÃO, Vítor, História da Arte em Portugal - o Barroco, Barcarena, Editorial Presença, 2003; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. II. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DRMLisboa |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1854 - intervenções de recuperação na pintura, estuque e na talha dourada; 1859 - 1860 - telhados foram refeitos, uma vez que os madeiramentos estavam podres; 1864 - obras no telhado e na sacristia; 1871 - obras de recuperação da pintura do retábulo, camarim, trono da capela e da urna do altar; 1897 - obras de carácter geral; DGEMN/ DRML: 1999 / 2000 - desmontagem das coberturas, limpeza e recolocação da telha; recuperação das fachadas; limpeza das cantarias; reparação de caixilharias, ferragens e gradeamentos; 2001 - limpeza interior da igreja: remoção de entulhos, recuperação de paredes, tectos, carpintaria e serralharia; substituição de elementos de madeira em falta, na cúpula, arranjo do coro-alto e das portas da capela-mor e posterior pintura a tinta de óleo; revisão da instalação eléctrica e colocação de focos na nave e capela-mor (a recuperação esteve a cargo dos arquitectos Júlio Grilo e Ângelo Silveira, da Engenheira Albertina Rodrigues e Engenheiro Manuel Passos de Almeida, sendo a empresa responsável pela obra "Oliveira & Augusta, Lda."). |
Observações
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Ocupações anteriores - bar e jardim de infância; Para a construção da sala de convívio, alteou-se o telhado original. |
Autor e Data
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Sofia Diniz 1999 |
Actualização
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Júlio Grilo 2001 |
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