Palácio Castelo Melhor / Palácio Foz

IPA.00006527
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 
Arquitectura residencial, setecentista e oitocentista. Palácio de fundação setecentista, de que subsiste a estrutura de planta recta, com profundas alterações nos séc. 19 e 20, que lhe atribuíram características neoclássicas, com planta em U, abrindo para jardim posterior, mas introduzindo esquemas típicos da construção francesa, como o recurso ao telhado alteado de mansarda, com cobertura em ardósia e telha patinada, integrando trapeiras de madeira. A fachada é clássica, simétrica, dividida por vários panos, por duas ordens de pilastras toscanas, com remate em balaustrada, que corre todo o edifício, ornamentada com pináculos e interrompido, nos panos extremos por remates em frontões triangulares com acrotérios de escultura figurativa; evolui em dois pisos, integrando mezanino, o inferior revestido a silharia fendida, dando um ar rústico, possuindo vários vãos rectilíneos, os do piso superior constituindo janelas de sacada, com guardas balaustradas ou em ferro forjado. As fachadas laterais seguem o mesmo esquema, mas as sacadas ou varandins têm guardas de ferro forado, executadas no séc. 20, durante a intervenção dos anos 40. O interior possui vestíbulo e escadaria de aparato com guarda em bronze, que leva a vários salões com pavimentos em parquet e coberturas pintadas ou em estuque, adornadas por elementos de talha, fogões de sala em mármore e sobreportas com telas pintadas. Possui várias salas intercomunicantes, algumas alteradas para se adaptarem às novas funções. A fachada posterior abre para um jardim formal, protegido pelos braços do U e que liga a construção semelhante, efectuada no séc. 20, com o objectivo de instalar diversos organismos e associações estatais. Edifício que marca a praça para onde se abre, apesar da dissonância com os edifícios que foram sendo construídos, mas com plenas afinidades com o gosto francês, clássico e eclético do Hotel Avenida Palace (v. PT031106). Ocupa grande parte da ala E. da praça e terá tido um papel fundamental na definição da estrutura do Passeio Público. Mantém uma fachada clássica, executada no final do séc. 18, com alterações no 19, possuindo mezanino sobre o piso inferior e interessante jogo de panos, onde dois se distinguem pelo tratamento dos ses portais, flanquedos por colunas, que sustentam as sacadas do piso superior e que são marcados visualmente pelos frontões triangulares que os encimam. As fachadas possuem janelas rematadas por friso, flanqueado por mísulas, que sustentam cornija e pequenos frontões ou espaldares recortados, rematados por cornija contracurva, contrastando com o perfil rectilíneo dos vãos. Constitui uma novidade em Portugal, pela sua dimensão, pela criação de dois andares nobres, introduzindo os esquemas romanos em Portugal. Possui uma exuberante decoração em algumas salas do interior, ultrapassando a simplicidade do vestíbulos, uma zona de atendimento, com motivos escultóricos, onde se destaca a escadaria monumental ao gosto Luís XIV, a sala do fogão em estilo renascença, o salão nobre em estilo Luís XVI, e a ornamentação neorocaille, considerada como um exemplo do paradigma do gosto oitocentista. Na zona inferior mantém as salas de um antigo restaurante, que procurou recuperar s ideais neomedievais e neomanuelinos nas salas que recriam um mosteiro, com as celas, um claustro fingido e um amplo refeitório. Nos anos 40 do séc. 20, foi-lhe acrescentado, na fachada posterior, um corpo com características semelhantes, de planta em U, que obrigou à redimensão e reestruturação do jardim, para instalar várias salas e uma biblioteca, bem como nos anos mais recentes, um edifício rectilíneo, de cobertura plana, onde funciona um refeitório.
Número IPA Antigo: PT031106310083
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta em U

Descrição

Edifício principal de planta em U, abrindo os braços para um pequeno jardim na fachada posterior, de massas simples e horizontalizantes, com coberturas diferenciadas em telhados de três águas, em lousa, com cobertura do tipo mansarda holandesa nos extremos, possuindo águas-furtadas, iluminadas por cinco janelas rectilíneas, rematadas por frontão semicircular. O edifício evolui em dois pisos, separado por mezzanino no braço mais largo, tendo nas alas, o mezzanino sobre o piso superior. Fachadas percorridas por embasamento em cantaria de calcário, circunscritas por cunhais apilastrados da ordem colossal e rematadas em friso e cornija, a principal com platibanda, ritmada pelo aparecimento de balaustradas, sobrepujadas por pináculo cónicos. Fachada principal virada a E., com o piso inferior e o mezzanino em silharia fendida, imitando rusticado, sendo o superior rebocado e pintado de rosa. A fachada é simétrica, possuindo um largo corpo central e dois corpos laterais, exactamente iguais, divididos em três panos por pilastras colossais, rematadas por pináculos bolbosos, o central com frontão triangular, com os tímpanos ornados pelas armas dos Marqueses de Foz, ladeadas por acantos enrolados, com acrotério formado por grupo escultórico alegórico. O corpo central é rasgado por onze vãos, correspondendo a três portas em arco de volta perfeita e janelas rectilíneas, algumas transformadas em montras. O mezzanino possui onze janelas de peitoril rectangulares, com caixilharia de madeira e, no superior o mesmo número de janelas de sacada em cantaria com guarda balaustrada ou em ferro forjado. Os corpos laterais são divididos em três panos, o central rasgado por amplo portal, que invade o mezzanino, em arco de volta perfeita, com fecho saliente e volutado, flanqueado por colunas toscanas, assentes em altos plintos, e rematadas por friso dórico, formando a sacada da janela do piso superior, com guarda balaustrada, tendo, nos ângulos, pináculos bolbosos; o vão é rectilíneo e flanqueada por pilastras, no topo das quais surgem duas consolas que sustentam o frontão semicircular do remate. O portal é flanqueado por janelas ou portas rectilíneas, surgindo, no mezzanino, duas janelas de peitoril rectilíneas e com molduras simples, sobrepujadas por duas janelas de sacada em cantaria, com guarda em ferro forjado vazado, formando um feixe de elementos volutados, que se espraiam a partir do centro, e para onde abre janela rectilínea, com moldura simples e rematada por friso, com consola que suporta a cornija, sobre a qual evolui olho de boi. Os panos laterais repetem este esquema, com um eixo de vãos, composto por duas janelas rectilíneas sobrepostas, surgindo, no piso superior, janela de sacada. Fachada lateral esquerda, virada a S., evoluindo em três panos divididos por pilastras toscanas colossais, o do lado esquerdo com dois pisos, estando encimado pelo terraço que forma o jardim na fachada posterior, protegido por grade de madeira pintada de verde, e os demais com três pisos. No lado esquerdo, surgem duas portas de verga recta que centram janela de peitoril com o mesmo perfil, encimada por três janelas de varandim em arco de volta perfeita, todos com molduras de cantaria; o pano intermédio possui duas amplas janelas em arco abatido e protegidas por gradeamento no piso inferior, encimadas por três janelas de peitoril e por três de varandim, com guardas em fero forjado pintado de verde, sendo as portas janelas rectilíneas, rematadas por friso, ladeado por mísulas, e cornija; o pano do extremo direito possui janela de peitoril em arco abatido e moldura simples, encimado por três janelas de peitoril rectilíneas e por três de varandim, semelhantes às anteriores. A fachada lateral direita, virada a N., adapta-se ao forte declive do terreno, encontrando-se dividida em três panos por pilastras toscanas colossais, o do lado esquerdo de dois pisos e remate em entablamento e cornija saliente, rasgado por porta de verga recta e duas janelas rectilíneas, encimadas por três janelas de varandim semelhantes às da fachada oposta, com remate em cornija; no pano intermédio, bastante amplo, uma porta e quatro janelas rectilíneas no piso inferior, surgindo, no intermédio, sete janelas de varandim, semelhantes às anteriores, encimadas por outras sete de sacadas com bacias de cantaria, sustentadas por mísulas e com guardas em ferro forjado pintado de verde, para onde abrem portas-janelas rectilíneas e com molduras simples; no último piso, sete janelas de peitoril rectilíneas; o pano do extremo direito possui uma porta e duas ordens de janelas de varandim. Fachada posterior formando U, composta por cinco panos simétricos, evoluindo em dois pisos, com fachadas circunscritas por cunhais apilastrados e rematadas a platibanda plena, com almofadados, divididos por acrotérios de cantaria; as coberturas são vazadas por trapeiras ovaladas e com molduras volutadas. O pano central tem, no piso inferior, um ressalto hemisférico, onde se rasga ampla porta em arco abatido com moldura em silharia fendida, flanqueado por quatro portas rectilíneas com molduras recortadas; no piso superior, sacada corrida, com barriga central e guarda em ferro forjado, formando elementos enrolados, para onde abrem cinco portas-janelas, as laterais rectilíneas e com molduras recortadas, centrando uma de dupla moldura, rematada por frontão semicircular, assente em mísulas, encimado por troféu e as armas portuguesas. Os panos intermédios têm, no piso inferior, três portas com arcos abatidos e molduras em silharia fendida, sobre os quais se desenvolve uma sacada corrida, com guarda semelhante à do pano central, para onde abrem três portas-janelas rectilíneas com molduras recortadas e rematadas em cornija. Nos ângulos, surgem duas portas no piso inferior e duas janelas de sacada no superior, semelhantes às anteriormente descritas. O pano do lado direito tem uma janela de sacada em cada piso, surgindo, no lado direito, amplo terraço com guarda semelhante às das sacadas e acrotérios de cantaria, para onde abre amplo vão rectilíneo; sob este, um corpo com várias janelas e portas rectilíneas. O jardim é formado por dois canteiros recortados, com o espaço entre eles pavimentado a calçada, tendo, no lado oposto ao edifício, uma escadaria que leva a um pátio amplo, onde surge um corpo em U, rasgado uniformemente por janelas rectilíneas, com pátio coberto por floreiras que liga a um edifício de feitura recente, que forma o refeitório, com planta rectangular e rasgado por vãos simples rectilíneos. INTERIOR com vestíbulo revestido com painéis de azulejo. Deste parte a escadaria que liga ao segundo piso, evoluindo em três lanços, com degraus baixos de cantaria, tendo guarda vazada, em bronze fosco e dourado e aço polido, constituindo acantos enrolados, interrompidos pelas armas dos Marqueses da Foz. No patim, surge um baixo-relevo mitológico, com cenas bacantes, em mármore negro. No patamar, que cria uma galeria rectangular, onde surgem, a sustentar a cobertura, colunas e pilastras com os fustes lisos de mármore branco e capitéis coríntios dourados com bronze patinado de ouro, sustentados por plintos, entre os quais surge a guarda semelhante à das escadas, possuindo alguns panos convexos, ritmando a galeria. A SALA DO FOGÃO é de pequenas dimensões, rectangular, com lambril e cobertura em talha em branco, de madeira de carvalho, o tecto formando apainelados em losango e rectilíneos, criando almofadados, sendo mais rico o lambrim, dividido em painéis por pilastras decoradas por elementos fitomórficos, assentes em plintos com decoração variada, rematando em friso, formando, ao centro, arcos de volta perfeita, assentes em pilastras, com tímpano decorado por acantos, que formam toda a moldura, que envolvem rectângulo dividido em quatro painéis, possuindo, ao centro, uma carranca. O fogão é rectangular, assente em pilastras e encimado por friso e cornija, tudo em embutidos calcários, formando acantos enrolados, sobrepujado por duas cariátides de talha dourada, que sustentam um baldaquino do mesmo material. A SALA DOS ESPELHOS reflecte a influência de Queluz, rasgada por várias portas em arco abatido, com as sobreportas de forma ovalada, ostentando pintura e molduras de talha dourada, todas elas espelhadas, flanqueadas por 16 pilastras espelhadas e estípides de madeira, pintada de branco, permitindo reflectir a luz que entra pelas janelas. As portas centrais estão decoradas por troféus com elementos militares. O pavimento é em parquet, de madeiras de tonalidades distintas, formando um jogo geométrico, com tecto côncavo e ovalado, pintado com tema alegórico, representando Vénus, Baco e os 4 amores *1 e envolvido por decoração de estuque dourado, com motivos fitomórficos vários, com festões, plumas e pequenos enrolamentos, sobre sanca com painéis pintados, envolvidos por motivos ou apainelados fitomórficos. SALA LUÍS XVI é rectangular, com as paredes formando apainelados, forrados a papel, rasgado por várias portas e janelas, todas encimadas por pintura. Tecto plano pintado sobre sanca curva, com pequenas estrelas e figuras femininas desnudas, em estuque dourado, que flanqueiam painéis oitavados, pintados com amorinos. Pavimento em parquet e, no tecto, lustre em cristal de Veneza. A SALA DOS PAINÉIS é rectangular e possui, dois grandes painéis a representar "O vendedor de Peixe" e a "Vendedora de fruta", com uma riqueza no tratamento das naturezas mortas. Na sanca medalhões pintados, a representar os Quatro Elementos, sendo iluminada por um lustre de feitura inglesa, de cristal e bronze. A SALA DE JANTAR possui tecto plano, decorado com pendentes e florões de estuque branco, com sanca curva, decorada com apainelados e festões, possuindo pavimento em parquet simples. É formada por apainelados e, num dos lados, possui quatro colunas de fuste liso, em mármore colorido, com capitéis coríntios, assentes em altos plintos paralelepipédicos, sendo iluminada por três lustres de cristal de Veneza. A GALERIA DOS BUSTOS constitui um estreito corredor, intensamente iluminado por portas-janelas rectilíneas, em frente das quais surgem portas que ligam a várias dependências, possuindo pavimento em enxaquetado e tecto em estuque, formando caixotões almofadados. Nos nembos, apresenta estípides em mármore verde, onde repousas vários bustos clássicos. A SALA DE JANTAR tinha uma bow-window, sobre o jardim, onde existe um lavabo em mármore branco. A BIBLIOTECA tem dois pisos, com armários simples de madeira, encerrando duas aquisições, a Livraria Duarte de Sousa e a Biblioteca Dulce Ferrão, com 26 mil volumes de Literatura e História de Portugal. Na cave subsistem elementos do restaurante Abadia, dividida em três dependências, identificadas por dísticos, uma o CLAUSTRUM, com um botequim onde se provavam vinhos, procurava reconstituir um claustro conventual, com planta quadrangular, constituindo um dos acessos, com um falso poço, a imitação de um pombal, onde várias mísulas sustentavam estruturas arquitectónicas, com figuras exóticas, como cabeças de elefante. O REFECTORIUM, uma ampla sala, inspirada nos refeitórios dos mosteiros medievais, com colunas duplas, com capitéis de colchete e com cenas inspiradas nas fábulas de La Fontaine, e as CELAS, pequenas dependências reservadas, existentes no segundo piso do claustrum, onde dominam arcos apontados, colunas de fuste lisos e capitéis bolbosos e arcos canopiais, de inspiração manuelina. Na fachada posterior, surge um CORPO construído na década de 40, de planta em U e com coberturas diferenciadas em telhados de, que se liga ao braço N. do principal através de uma torre de cinco pisos, rasgado, uniformemente por janelas rectilíneas. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas, com tectos de estuque, alguns com filetes dourados e pavimentos em madeira, excepto na BIBLIOTECA e SALÃO, onde o pavimento é de parquet e o tratamento dos tectos mais cuidado.

Acessos

Praça dos Restauradores, n.º 25 - 45

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 516/71, DG, 1.ª série, n.º 274 de 22 novembro 1971 / ZEP, Portaria n.º 529/96, DR, 1.ª Série-B, n.º 228 de 01 outubro 1996 *1 / Incluído na classificação da Avenida da Liberdade (v. IPA.00005972) e na classificação do Ascensor da Glória (IPA.00003986)

Enquadramento

Urbano, destacado, com fachada principal voltada à Praça dos Restauradores, flanqueado a N. com o Elevador da Glória (v. PT031106150376), na Calçada da Glória, e a S. com o Eden Teatro (v. PT031106310129) e próximo do Hotel Avenida Palace (v. PT031106310093), no extremo S. da praça. No extremo poente, o Palácio Foz confronta com terrenos da Estação do Rossio (v. PT031106310080).

Descrição Complementar

As armas dos Marqueses da Foz constituem um escudo esquartelado, cuja leitura heráldica é a seguinte: no primeiro campo, as armas dos Guedes, compondo cinco flores-de-lis, postas em santor, no segundo, os Queirós, esquartelado de leões rampantes e seis crescentes colocadas em duas palas, no terceiro, a dos Correias, com seis correias fretadas em banda e contrabanda, e, no quarto, a dos Castelo Branco com leão rampante.

Utilização Inicial

Residencial: paço senhorial

Utilização Actual

Política e administrativa: política e administração central / Comercial: loja / Comercial e turística: posto de turismo / Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Presidência do Conselho de Ministros

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: António Francisco da Rosa (séc. 18 - 19); Francisco Xavier Fabri (1792-1807), Giuseppe Cinatti (1856); Joaquim Marcos de Abreu (séc. 18 - 19); José António Gaspar (1889); Luís Benavente (1941); Manuel Caetano da Silva Gayão (séc. 18 - 19); Martinho José Peixoto (séc. 18 - 19); Pedro António de Araújo (séc. 18 - 19); Rosendo Carvalheira (1917). CANTEIROS: Domingos Costa (1917); Emílio Campos (1917); Jesus Peres Mora (1917). DESENHADOR: António Camilo do Nascimento (1941); Viriato da Silva (1917). EMPREITEIROS: Fernando Branco de Almeida (1941); Reinaldo Pereira dos Santos (1940). ENTALHADOR: Leandro da Sousa Braga (1889). ESCULTOR: Costa Mota (1917); José Neto (1917); José Simões de Almeida (1889); Leopoldo de Almeida (1949). ESTUCADOR: Domingos Meira (1889). FORJADOR: José Onofre (1889). FUNDIDOR: Oficina Jacob Lopes da Silva & Companhia (1917); Oficinas Moreau (1889). PINTORES: Abel Moura (1947); António Francisco Baeta (1889); Columbano Bordalo Pinheiro (1889-1896); Domingos Costa (1917); Francisco Vilaça (1889); José Bazaliza (1917); José Malhoa (1~889); Luigi Manini (1889); Luís Borges (1917). PINTOR de AZULEJOS: Rafael Bordalo Pinheiro (1889).

Cronologia

1711 - os Marqueses de Castelo Melhor adquirem aos herdeiros do fundador uma capela que se erguia junto à Calçada da Glória, construída no final do séc.16 por Manuel de Castro e renovada em 1692; foi-lhe construído nessa data um passadiço de ligação directa da capela ao paço; 1755, 1 Novembro - o Palácio dos Condes de Castelo Melhor, localizado no local ficou muito danificado com o terramoto, tendo-se dado início às obras de um novo edifício, num outro local, mais próximo do Passeio Público que se construía, em terreno herdado no séc. 18, apesar da olissipografia avançar tradicionalmente a data de 1777; 1769, a morte do 1.º Marquês de Castelo Melhor terá provocado uma paragem nas obras que decorreriam; 1776 - habitava no palácio local o 2.º Marquês de Castelo Melhor, os irmãos, seis criados e vários escravos; 1792 - início da campanha de obras, dirigida pelo arquitecto Francisco Xavier Fabri (1761-1807), chamado a Portugal pelo bispo D. Francisco Gomes de Avelar para trabalhos no Algarve e contratado pelo 2º Marquês de Castelo Melhor, D. António José de Vasconcelos e Sousa, numa fase inicial dos trabalhos de construção do palácio, talvez seguindo um desenho anterior, concebido por arquitecto desconhecido e de que existe desenho no MNAA; este idealizou um edifício de dois andares, com um enorme zimbório e com dois torreões nos extremos; séc. 18 - 19 - obras no palácio pelo Marquês de Foz, onde trabalharam António Francisco da Rosa, Joaquim Marcos de Abreu, Manuel Caetano da Silva Gayão, Martinho José Peixoto e Pedro António de Araújo; 1801 - morte do 2º Marquês de Castelo Melhor; 1805 - é referenciada pela primeira vez nos Livros da Décima da freguesia de São José a "Propriedade do Exmo. Marquês de Castelo Melhor que se está edificando"; 1806 - segundo os livros da Décima, o palácio é habitado pelo Marquês de Castelo Melhor, "35 criados, 9 parelhas, 4 bestas de carga, e no quarto baixo" ocupado por Luís de Vasconcelos e Sousa "mais 6 criados e 3 parelhas"; 1807 - como se observa na planta de Lisboa de Duarte Fava, grande parte do palácio já se encontra construído, apresentando um grande L compacto; com a morte do arquitecto Francisco Fabri e as Invasões Francesas, ocorre a paragem das obras; 1845 - recomeço das obras, por iniciativa do 4º Marquês de Castelo Melhor e recomendação da Câmara Municipal de Lisboa; 1856, 6 março - é aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa o prospecto para o acabamento do palácio do lado da Calçada da Glória, da autoria de Giuseppe Cinatti, que previa o acrescento de um segundo piso da fachada N. e a poente a elevação de uma sineira rematada por cúpula pouco saliente, que denunciava a localização da capela palatina, cuja autoria é atribuída também a Cinatti, tendo sido demolida a Capela da Calçada da Glória; 1858 - conclusão das obras sendo o resultado final bastante diferente do projecto de Fabri; 27 Junho - são transladadas para a capela palatina as imagens e o Santíssimo Sacramento da antiga capela dos marqueses, com invocação de Nossa Senhora da Pureza do Amor de Deus *5; 1889 - a 6ª Marquesa de Castelo Melhor vende o palácio a Tristão Guedes de Queirós Correia Castelo Branco, 1º Marquês da Foz, que empreende uma significativa campanha de obras e redecoração, recorrendo a conceituados artistas, sendo as obras dirigidas pelo arquitecto José António Gaspar (1842 - 1909), com pinturas de Luigi Manini no átrio e com grotescos e "ferronerie" de António Francisco Baeta; tectos e sobreportas de José Malhoa, a quem se atribuem as pinturas da Sala dos Painéis, de Columbano Bordalo Pinheiro, também responsável pela Sala dos Espelhos ou de Baile, em composições de "putti", e Francisco Vilaça, que pinta as salas Luís XV, nos aposentos da marquesa; carpintaria e talha de Leandro Braga, o qual concebeu a estrutura da galeria que encima a escadaria, a que se juntava uma excelente colecção de pintura de cavalete e escultura *2, sendo a escultura executada de raiz da autoria de José Simões de Almeida, que executou um grupo escultórico para o portal principal; os estuques devem-se a Domingos Meira, de Afife e os azulejos dos salões das salas de Rafael Bordalo Pinheiro; execução da escadaria com guardas metálicas executadas pelas oficinas Moreau, de Paris, tendo importado em 42:000$000; feitura das colunas do patamar com os capitéis executados pelo forjador José Onofre; do palácio dos Condes de Castelo Melhor manteve-se pouco mais do que a capela; na biblioteca é instalado um magnífico tecto de madeira que fora da Sala dos Reis do mosteiro de Santa Maria de Belém; colocação de um lambrim proveniente de um palácio de Bruxelas, painéis da Fábrica de Pólvora de Alcântara e mobiliário que pertencera a Luís XVI e a Maria Antonieta; 1890 - chegam ao palácio azulejos adquiridos na antiga Fábrica da Pólvora, em Alcântara, executados, provavelmente por volta de 1730, e aplicados no vestíbulo; 1896 - pintura da Sala de Baile por Columbano Bordalo Pinheiro; 1901 - o Marquês da Foz manda desmantelar a capela, visando a construção de um novo vestíbulo e escadaria nobre, cujas colunas se encontram integradas na fachada S. no Museu de Artilharia (Museu Militar), indo a imagem para a Igreja de São Lourenço; o palácio foi alugado a Manuel José da Silva, proprietário do "Anuário Comercial"; venda dos bens em hasta pública, que durou sete dias; 1902 - construção do vestíbulo e escadas nobres; 1908 - hipoteca do palácio ao Crédito Predial; 1910 - aquisição do imóvel pelo 1.º Conde de Sucena, tendo funcionado, no local, dependências do Eden-Teatro, o salão cinematográfico Central; 1914 - na sala de música foi instalado um teatro (o Salão Foz), com teatros de revista e variedades, sendo a zona superior alugada sucessivamente; 1917 - inauguração do restaurante A Abadia, tendo um anexo, a Pastelaria Foz, propriedade da firma Leitão & Companhia, o primeiro desenvolvendo-se na cave, segundo projecto do arquitecto Rosendo Carvalheira, segundo o esquema neo-gótico, onde trabalharam os escultores Costa Mota e José Neto e os pintores Domingos Costa, Luís Borges e José Bazalista; a Pastelaria Foz ocupava grande parte do piso térreo, tendo acesso por três portas, decoradas por cantaria e ferragens, segundo estilo Arte Nova, também projectado por Rosendo Carvalheira, executadas por Domingos Costa, Jesus Peres Mora, Emílio Campos e Oficina Jacob Lopes da Silva & Companhia; o interior seguia um esquema rococó, concebido por Viriato da Silva, com a colaboração do escultor José Neto; 1929, 29 Janeiro - o Salão Foz ardeu completamente; séc. 20, década de 30 - o edifício foi hipotecado pela Caixa Geral de Depósitos; 1932 - o restaurante Abadia ainda se encontrava aberto ao público; 1939 - aquisição do palácio pela Caixa Geral de Depósitos; 1940 - aquisição do edifício pelo Estado; os inquilinos são notificados para despejo *3; 29 Fevereiro - pedido da Câmara Municipal à DGEMN para limpar a fachada do edifício, tendo em conta a aproximação dos festejos dos Centenários; 8 Março - existência de infiltrações na zona em que estavam instaladas as gráficas do "Anuário Comercial"; 15 Março - as infiltrações devem-se às obras a decorrer na Estação do Rossio, que desaparecerão quando estas terminarem; 15 Abril - pede-se uma avaliação dos móveis existentes no Club-Maxim's, para verificar a viabilidade de os utilizar para a decoração do interior do edifício; 22 Abril - feito o inventário das peças que interessavam manter, pelo arquitecto Raul Lino *4; 1940, 13 Dezembro - definição da instituição que ocuparia o espaço, Secretariado da Propaganda Nacional, definindo-se o tipo de salas necessárias para a mesma, tendo em vista a elaboração de um projecto de instalação da mesma; 1941, 17 Abril - Duarte Pacheco deseja instalar no local a Inspecção de Espectáculos; Maio - levantamento das plantas do Palácio por António Camilo do Nascimento; recuperação do edifício, conforme projecto de Luís Benavente (1902 - 1993), para instalar o Secretariado de Propaganda Nacional e para a Inspecção-Geral dos Espectáculos; restauro das salas do piso nobre, no piso térreo, remodelação do vestíbulo e escadaria; a escadaria da fachada posterior e o Pátio exterior foram refeitos, dando acesso à Galeria de Exposições; 1943 - verifica-se a necessidade de restaurar as salas e escadaria para a Exposição Cultural do Estado Novo; 1944 - projecto de um acesso directo do cais da Estação do Rossio para o Palácio, destinado ao Chefe de Estado, que não seria realizado; 1945 - instalado no palácio o Secretariado Nacional da Informação e Cultura Popular; 1949 - aquisição de estátuas, executadas por Leopoldo de Almeida; 1950 - obras profundas de restauro no imóvel, com a execução, na zona dos antigos jardins, da Sala de Conferências, concerto e cinema, pela Direcção Regional dos Edifícios de Lisboa; o edifício estava afecto ao Ministério da Presidência do Conselho; aquisição de Equipamento e mobiliário pela Comissão para a Aquisição de Mobiliário; colocação, na Sala dos Painéis, de duas telas de grandes dimensões, da escola flamenga, do séc. 17, atribuídas a Sneyders; 1951 - António Ferro dota o palácio com colecção de obras modernistas; aquisição pelo Estado da Livraria Duarte de Sousa, depositada na biblioteca do edifício, constituída por 2500 obras dos sécs. 16 a 20; através da Comissão para a Aquisição de Mobiliário, sob o estudo de Luís Benavente, procedeu-se ao fornecimento de iluminação para o átrio da Sala de Espectáculos (uma lanterna de latão fornecida pela firma Antiquária de Portugal) e de mobiliário para a Inspecção Geral de Espectáculos (fornecida pela casa Duarte & Duarte, Lda.); 1956 - solicitação da devolução de uma lanterna do Palácio, colocada no Palácio Burnay; 1961, Novembro - a exposição itinerante "As Obras Públicas no Combate ao Desemprego Rural e na Valorização do Alentejo", esteve patente ao público no Palácio, sede do Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo; 1974 - extinção do Secretariado Nacional de Informação e Cultura Popular, instalando-se, no local, o Instituto da Comunicação Social, Inspecção-Geral das Actividades Culturais, Sala de Imprensa de Jornalistas Estrangeiros, Gabinete da Alta Comissária para a Igualdade e Família, Turismo, Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas, Biblioteca e Fototeca, Posto de Turismo da PSP e Refeitório dos Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros; relatório sobre a estabilidade do Palácio; 1996-1997 - recuperação e pintura do edifício; 1999 - construção de um novo refeitório para os Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros; 8 Junho - elaboração de levantamento da zona do antigo café "Abadia" pela DGEMN; 2001, Março - instalação (prevista até Março/Abril de 2002) da Cinemateca Portuguesa, para projecções, no Salão Foz.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de calcário e betão (nos corpos da fachada posterior), rebocada e pintada; pilastras, colunas, balaustradas, sacadas, cornijas, frontões, acrotérios, em cantaria de calcário; pavimentos interiores em mármore; tectos em estuque; tectos em betão e com vigas de ferro; mansardas e tectos com estruturas de madeira; portas, lambris, filetes, pavimentos em madeira; guardas em ferro fundido e forjado ou em bronze; coberturas em telhas cerâmicas patinadas e vidradas, revestido, nas zonas laterais por ardósia; coberturas das mansardas em chapa de zinco; algerozes de zinco.

Bibliografia

A Pastelaria Foz e o seu anexo A Abadia, A Construção Moderna, nº 16, Ano XVII, Lisboa, 25 Agosto 1917; ALMEIDA, Fialho de, Vida Errante, Lisboa, 1925; ANACLETO, Regina, Neoclassicismo e Romantismo, in História da Arte em Portugal, vol. 10, Lisboa, 1986; ANACLETO, Maria Regina Dias Baptista Teixeira, Arquitectura Neomedieval Portuguesa, Lisboa, 1997; ATAÍDE, Carlos Schmeberger, Palácio Foz, Lisboa, 1984; CERDEIRA, António, BESSA PINTO, João Manuel, CORTESÃO, Luísa, Intervenções recentes da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, in Monumentos, n.º 11, Lisboa, DGEMN, 1999; CORREIA, João Pancada, DRÉ, Giovanna, Intervenção de conservação e restauro em pinturas decorativas do Palácio, in Monumentos, n.º 11, Lisboa, DGEMN, 1999; FERNANDES, José Manuel, Luís Benavente e o Palácio Foz, in Monumentos, n.º 11, Lisboa, DGEMN, 1999; FRANÇA, José-Augusto, Palácios Palacetes e Solares, in A Arte em Portugal no séc. XIX, vol. I, Lisboa, 1966; FRANÇA, José-Augusto, O Palácio Castelo Melhor ao Passeio Público, in Monumentos, n,º 11, Lisboa, DGEMN, 1999; GANDRA, Manuel J., A Abadia, in Monumentos, n.º 11, Lisboa, DGEMN, 1999; GONÇALVES, Carlos Manuel Ferreira, Conservação e recuperação de edifícios: Palácio Foz de Lisboa, [relatório de estágio], Lisboa, CESE - Curso de Estudos Superiores Especializados, 1994; GIL, Júlio, Os Mais Belos Palácios de Portugal, Lisboa, 1992; LEAL, Augusto S. B. Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1879; LEAL, Joana da Cunha, Guiseppe Cinatti (1808-1879), Percurso e Obra, (dissertação de mestrado em História da Arte Contemporânea, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), Lisboa, 1966, pp. 144-148; LINO, Raul (dir.) Palácios Portugueses, Lisboa, 1972; MATOS, José Sarmento de, O Palácio Castelo Melhor, in Monumentos, nº 11, Lisboa, DGEMN, 1999; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1951, Lisboa, 1952; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961, 2 º Vol, Lisboa, 1962; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Triénio de 1947 a 1949, Lisboa, 1950; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1950, Lisboa, 1951; Monumentos, n.º 10 e n.º 12, n.º 16-17, Lisboa, DGEMN, 1999-2000, 2002; O Incêndio no Salão Foz, O Notícias Ilustrado, nº 34, Lisboa, 3 Fevereiro 1929; Palácio Foz: Sala de Jantar, Ocidente, vol. 24, pp. 122, 123 e 125, Lisboa, 1901; Palácio Foz: Sala Luís XV, Ocidente, Vol. 24, pp. 108-109, Lisboa, 1901; PEREIRA, Nuno Teotónio, Uma côr para o Palácio Foz, in Monumentos, n.º 11, Lisboa, DGEMN, 1999; RIBEIRO, M. Félix, Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa, Lisboa, 1978; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo (dir.), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1994; SILVA, Augusto Vieira da, O Palácio Foz: hoje Palácio Sucena, Lisboa: história, descripções, crónicas e projectos, vol. 2, p. 17; SILVA, Augusto Vieira da, O Palácio Foz foi adquirido pela Caixa Geral de Depósitos, Lisboa: história, descripções, crónicas e projectos, vol. 9, p. 33; SILVA, Augusto Vieira da, O Palácio Foz foi adquirido pelo Estado para nele se instalar o Secretariado da Propaganda Nacional, Lisboa: história, descripções, crónicas e projectos, vol. 9, p.126; SILVA, Raquel Henriques da, O Palácio Castelo Melhor: Contexto e Projecto Inicial, in Monumentos, nº 11, Lisboa, DGEMN,1999; VALE, Teresa Leonor M., Da Sumptuosidade e da Ostentação. Os interiores do Palácio Foz nos últimos anos de Oitocentos, in Monumentos, n.º 11, Lisboa, DGEMN, 1999; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vols. II e III.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSARH, DGEMN/DSPI/CAM, DGEMN/DRELisboa/DIE/DRC/DO/DEM; MNAA; ANBA

Documentação Fotográfica

IHRU: SIPA, DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DSC, DGEMN/CAM-0021/4 e 0021/5; CML: Arquivo de Obras, processo n.º 5236

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1929 - restauro da pintura da galeria das escadas, afectada pelo incêndio que havia deflagrado; DGEMN: 1940 - obras no telhado do edifício e desentupimento de algerozes; reparação da clarabóia e da cumeeira de zinco; reparação do terraço; as obras foram adjudicadas a Reinaldo Pereira dos Santos; 1941 - demolição de alguns anexos do palácio, pela firma de Fernando Branco de Almeida; 1944 - demolição do ginásio do Sporting Club de Portugal, compreendendo o vestiário e instalações sanitárias, de um atelier e do muro divisório do pátio, do corpo da antiga Pensão Lisboa, constituindo uma zona de arrecadação de filmes do Cinema Foz, corpo da Sociedade Matinha, da parede exterior para a Calçada da Glória e do barracão de jogos, corpo do Anuário Comercial e dependências anexas; terraplanagens para rebaixamento dos níveis do pátio; destacar lambris de madeira e azulejos e levantamento dos pavimentos; remoção das coberturas e algerozes; desmontagem de lustres e da instalação eléctrica; revestimento de terraços com telas; execução da estrutura metálica das mansardas; execução de cimalhas, cornijas e pináculos; execução de platibandas; abertura de um portão para a Calçada da Glória; reparação da fachada principal; execução de caixilharias de madeira; execução de guardas das sacadas semelhantes às existentes e substituição dos corrimões de ferro por madeira; colocação de pavimento lajeado no piso inferior e no pátio, sendo em algumas dependências em liós branco e calcário preto e noutras em taco; arranjo dos rebocos e pinturas das sancas e abóbadas; adaptação de uma dependência a instalações sanitárias, com colocação de lambris de calcário; adaptação de uma dependência a cozinha, a qual foi alargada para a fachada posterior; colocação de lambril de madeira e divisória em mogno numa dependência; colocação de portas de madeira de casquinha, sendo duas em mogno; portadas e caixilharias de madeira; colocação de lambris de azulejo, encimados por faixa colorida; restauro da pintura de um dos tectos e desenho para as sancas dos restantes; tratamento de rebocos e pinturas; tratamento das portas exteriores e respectivas ferragens; tratamento de soleiras e ombreiras; colocação de vidros; colocação da cobertura em telha e ardósia; substituição de tectos de abobadilha por tectos planos com pequenas sancas; colocação de ascensores; instalação de sistema de detecção de incêndio; instalação de linhas telefónicas nas dependências dos Serviços de Censura; instalação eléctrica e sistema de aquecimento; recuperação da cobertura do corpo principal; 1944 / 1945 - trabalhos no corpo lateral N. (Corpo Novo), sobre a sala de projecções, com a construção de guarda-ventos de madeira e divisórias do mesmo material; construção de uma escada de madeira com guarda de ferro; nivelamento dos vãos das portas; pintura das paredes a esponjada e colocação de mármores nas instalações sanitárias; assentamento de sistema de escoamento de águas residuais; construção de balcão em nogueira, tapamento de vãos nos patins do elevador; instalação de loiças nos sanitários; 1945 - fornecimento de água quente e gás à cozinha; sistema de ventilação na copa; instalação eléctrica; remoção de terras no jardim superior; arranjo da tabacaria; reparação do pára-raios; 1945 / 1946 / 1947 / 1948 / 1949 - restauro do foyer e cunhal N. no andar nobre; 1946 - conclusão do trabalho na cave e na sala abobadada do primeiro piso; colocação de pavimento em parquet no corpo N.; conclusão da colocação de guardas nas sacadas, escadas e terraços do pátio; execução de um muro sobre a Calçada da Glória; execução da casa das caldeiras do corpo independente; instalação eléctrica; ajardinamento do pátio; reparação da escada de serviço e das mansardas do corpo principal; restauro da sala de jantar, copa anexa e terraço; 1947 - limpeza da fachada principal, com reparação de caixilhos; reparação de peitoris; substituição de portas e assentamento de aros de vãos; construção de montras e colocação de vidraças; tratamento de rebocos e pinturas; limpeza das cantarias; capeamentos de cantaria; assentamento de pilastras, de socos e ombreiras, feitura de pavimento em calcário liós; colocação de ralos e de ventiladores em zinco; construção de tubos de queda em zinco; colocação de guardas semelhantes às da fachada principal; remoção das gelosias das janelas de sacada; restauro de nove telas das sobreportas e de oito telas das sancas do Salão Nobre, de sete telas nas sobreportas e quatro no tecto da Sala Luís XVI e restauro de uma tela da escada nobre, efectuadas por Abel Moura; restauro do fogão, do estuque e das pinturas e lambris do Salão nobre; restauro da talha e estuque, do pavimento em parquet e cantaria, reparação das colunas da escada nobre; restauro do estuque e paredes da Sala Luís XVI; restauro do azulejo, portas e guarda-vento, ferragens, estuque, tecto e paredes do vestíbulo; construção de nicho no vestíbulo; trabalhos de reconstrução da Sala de Exposições; aquisição de um projector à Philips; aquisição de mobiliário e tapeçarias; restauro da sala de projecções; construção da cabine de transformação; substituição do vidro simples por meio-espelhdo no corpo N.; arranjo da biblioteca e da passagem do jardim para a Estação do Rossio; aquisição de mobiliário para a Sala de Exposições e de estantes e armários para as dependências da Inspecção-Geral de Espectáculos; arranjo dos cortinados das montras; 1948 - aquisição de aparelhagem cinematográfica; colocação de estores em algumas dependências; aquisição de um relógio e de dois candelabros de bronze; colocação de mobiliários nas dependências do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo; aquisição de elementos decorativos para as dependências do Clube dos Jornalistas; conclusão das obras na Sala de Jantar; construção de acessos às chaminés para facilitar a sua limpeza; beneficiação e limpeza das bocas de incêndio; instalação eléctrica na biblioteca, anexos e Sala de Exposições; colocação de elementos de cantaria no átrio principal; 1948 / 1949 - reparação do lustre de bronze; 1949 - aquisição de mobiliário para a biblioteca e para a Agência de Turismo, bem como de 12 armários para o Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo; colocação de tapetes nas salas do andar nobre; colocação de reposteiros, candeeiros e gravuras no Clube dos Jornalistas; aquisição de telefonias para o Clube dos Jornalistas e para o Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo; assentamento de tecidos nas salas; recalçamento do muro da Calçada da Glória; equipamento da dependência destinada a vestiário; instalação eléctrica na Sala de Censura de Filmes; beneficiação de um ascensor; 1950 - aquisição de mobiliário, reposteiros, tapeçarias e lustres para as salas de conferências, concertos e cinema; instalação de sistema de ventilação nas salas de conferências, concertos e cinema; trabalhos no jardim; colocação de floreiras interiores; 1951 - colocação de moldura num quadro seiscentista; colocação de uma lanterna de latão na sala de espectáculos; aquisição de lustres; fornecimento de um equipamento de projecção cinematográfico para filmes sonoros; iluminação do átrio, escada e salões; abertura de uma porta e de duas janelas; 1952 - fornecimento de mobiliário para a Inspecção Geral de Espectáculos; alteração do traçado do jardim; reparação da cobertura no lado N.; restauro do parquet da biblioteca; reparação do ascensor; 1953 - fornecimento de assentos e mobiliário para os salões; regularização de terrenos; 1953 / 1954 - trabalhos de conservação nas dependências do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo e arranjo de um arquivo para o mesmo; reparação do parquet da sala destinada ao Presidente da República; 1954 - construção de um muro de suporte de terras; pavimentação betuminosa do jardim; 1955 - reconstrução do muro de suporte de terras; 1956 - arranjo do muro de sporte de terras, junto ao túnel do Rossio; 1958 - execução de um pedestal para a estátua do jardim; 1958 / 1959 - conservação nas dependências do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo; 1959 - reparação da plateia da sala de espectáculos; 1961 - execução de um pavilhão de madeira anexo às instalações do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo; 1962 - arranjo do ascensor; arranjo do espaço entre o Palácio e o Teatro Eden; conserto da biblioteca; 1962 / 1963 - conservação nas dependências do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo; 1963 - reparação do balcão da sala de espectáculos; 1969 - arranjo do ascensor; 1971 - reconstrução de um edifício para a instalação de carpintaria e anexos da Secretaria de Estado de Informação e Turismo; conservação do posto de transformação; 1977 - remodelação da instalação eléctrica; instalação de um sistema de detecção automática de incêndios; 1978 - substituição do ascensor da Secretaria de Estado de Informação e Turismo; instalação de um sistema de detecção automática de incêndios; 1980 - instalação de extintores de incêndio no refeitório; 1985 - instalação eléctrica; 1986 - instalação de um sistema de detecção automática de incêndios; remodelação da instalação eléctrica da sala do Director-Geral da Comunicação Social; 1986 - remodelação da instalação eléctrica e obras de beneficiação; 1987 - remodelação da biblioteca e instalação eléctrica na mesma; 1991 - reparação da fachada; 1992 - instalação de ar condicionado; 1993 - construção de vários quiosques; 1993 / 1994 - reparação geral da cobertura; remodelação das redes eléctricas, de água e de esgotos; 1994 - remodelação do posto de turismo; 1994 / 1995 / 1996 / 1997 - remodelação das instalações em geral; remodelação das instalações eléctricas; remodelação das redes de águas e esgotos, telefones, rede eléctrica, climatização, detecção de incêndios, remoção de estruturas obsoletas; 1995 -instalação do Museu da Rádio; 1996 / 1997 / 1998 - construção de um novo refeitório para os Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros; 1997 / 1998 / 1999 - limpeza de cantarias e pintura exterior; reparação das coberturas, remodelação das fachadas, reparação da decoração das coberturas e dos pavimentos; colocação de drapeados e forro de tecido em algumas dependências; recuperação estrutural da laje da Abadia; 1998 / 1999 / 2000 - demolição do refeitório provisório existente e construção de novo refeitório; 1999 - substituição dos elevadores; restauro das pinturas do tecto da Sala de Jantar e medalhões da Sala dos Painéis; 2000 - recuperação dos elementos decorativos da Abadia; 2001 / 2002 - recuperação da fachada e arranjo exterior junto ao refeitório; 2003 - conservação e restauro dos estuques da Abadia; 2004 - recuperação da sala da Polícia da Segurança Pública; arranjo do sistema de escoamento de resíduos nas instalações sanitárias do primeiro piso; 2005 - nova iluminação da Abadia; adaptação das instalações sanitárias para deficientes; recuperação do foyer.

Observações

*1 - Zona Especial de Proteção Conjunta da Avenida da Liberdade e edifícios classificados na área envolvente. *1 - segundo Norberto de Araújo, a pintura dever-se-ia a Weenix, apelido que se aplica a dois pintores, Jean Baptiste e Jean, ambos a trabalhar na primeira metade do séc. 18, não sendo possível a sua intervenção no local em meados do séc. 19. *2 - Tristão Guedes de Queirós Correia Castelo Branco transformou o edifício numa residência de luxo, possuindo pinturas de Sneyders, Rembrandt, Sanches Coelho, Mignard, Sassoferrato, de Lucas Cranach a Herodíada, de Ribera a pintura de São Bento e São Paulo, com esculturas de Puget e Pigalle e panos de rás e gobelines, com as armas dos Montmorency. *3 - foram notificados para despejo Lopes & Rodrigues, António Matos e João Martins, Alberto de Oliveira, Sporting Club de Portugal, J. Gomes dos Santos, Lda., João Pereira Fernandes, Império da Moda, Lda., Café Abadia, Lda., Sociedade Animatográfica, Lda., Joaquim Nunes Ereira. *4 - cadeiras do séc. 18, bufete com pernas torneadas no patamar da escada principal, 4 candeeiros em forma de florão nas escadas, 2 lustres de Veneza, placas de metal e cristais para iluminação; guarda-vento giratório; várias peças para iluminação, radiadores a óleo, fogão de ferro máquina de lavar louça, balcão e ferro, utensílios de cozinha em obre, frigoríficos, jogo de órgão para efeitos de luz, espelhos diversos.

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1994 / Cecília Matias 1999 / Paula Figueiredo 2008

Actualização

Margarida Elias (Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design (CIAUD-FA/UTL)) 2011
 
 
 
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