Capela de São Vítor-o-Velho

IPA.00015572
Portugal, Braga, Braga, Braga (São Vítor)
 
Arquitectura religiosa, barroca e neoclássica. Capela de planta longitudinal, de nave única, com sacristia trapezoidal, adossada lateralmente. Fachada principal em empena, rasgada por portal em arco pleno encimado por grande óculo circular. Interior com cobertura em abóbada de berço de madeira pintada, com retábulo lateral pétreo de estilo barroco nacional e retábulo-mor neoclássico.
Número IPA Antigo: PT010303510134
 
Registo visualizado 678 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal de nave única rectangular, com capela-mor marcada interiormente, e sacristia, trapezoidal, adossada lateralmente a N.. Volumes escalonados de dominante horizontal, com coberturas diferenciadas em telhados de uma e duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria na nave, e pintado na sacristia, cunhais apilastrados e remates em cornija sob beiral na nave e em beiral na sacristia. Fachada principal orientada, com cruz sobre acrotério no remate da empena, rasgada por portal em arco pleno, com motivo decorativo na pedra de fecho, sobrepujado por grande óculo circular. Fachada lateral S. com porta entaipada, ladeada por dois janelões rectangulares. Fachada lateral N., parcialmente oculta pela sacristia, rasgada, na nave, por janelão rectangular que ostenta a inscrição. Sacristia com duas janelas rectangulares na fachada voltada a N. e porta rectangular voltada a O., com inscrição gravada na verga, rematada por sineira em arco pleno de duas ventanas, com diferentes tamanhos, com acesso por escada de ferro, posteriormente. INTERIOR rebocado e pintado de branco, com lambril pintado de amarelo. Cobertura em abóbada de berço de madeira pintada de azul, sobre cornija de pedra. Pavimento em soalho. Coro-alto em arco abatido, debruado por moldura de madeira envernizada, sobre duas mísulas, com balaustrada de madeira e vão rectangular com escada para acesso do lado da Epístola. Sub-coro com guarda-vento de madeira. A nave apresenta, do lado do Evangelho, púlpito de base pétrea quadrangular, escalonada inferiormente, com guarda plena de talha policroma a branco, verde e dourado, com vão rectangular de acesso pela sacristia. É ladeado por mísula de talha, moldurada por painel policromo a azul sobrepujado por sanefa e retábulo lateral pétreo, da invocação de São Vítor, encimado pela pedra de armas do Arcebispo D. Agostinho de Jesus. Do lado da Epístola, encontra-se inscrito em vão de verga recta, correspondendo à porta entaipada, o altar de São Vitor, com esquife guardando a imagem do santo morto. Este altar é ladeado por peanha com imaginária, igual à do lado oposto, e altar de Nossa Senhora Auxiliadora, inscrito em nicho de arco pleno, com altar formado por consola. Arco triunfal pleno, a delimitar o espaço da capela-mor, sobre pilastras dóricas, revestido por sanefa de talha policroma a azul, branco e dourado. Capela-mor sobrelevada, com dois degraus de pedra, rebocada e pintada de branco, com silhar de azulejos industriais, policromos com estampilha azul, amarela e branca. Cobertura em abóbada de berço de madeira e pavimento em granito. Do lado do Evangelho, porta de acesso à sacristia. Parede testeira integralmente preenchida pelo retábulo-mor, de talha policroma a verde, branco e decoração pontuada a dourado. Planta recta, de três eixos, com o central, rematado por entablamento e cornija, formando falso frontão coroado por acanto. Possui tribuna recortada, com trono encimado pelo Crucificado delimitada por coluna coríntia, demarcada no terço inferior e pilastra moldurada coríntia. Eixos laterais definidos por portas de acesso à tribuna, encimadas por pequenas peanhas com imaginaria, enquadradas por painel coroado por concheado. Sacristia com pavimento de tijoleira e tecto de madeira, com arcaz e dois compartimentos, para arrumos e casa de banho.

Acessos

Rua Nova de Santa Cruz; Rua de S. Vítor-o-Velho

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, em terreno desnivelado, no gaveto da Rua Nova de Santa Cruz com a Rua de São Vítor-o-Velho. A fachada posterior adossa-se a prédios de habitação. Desenvolve, frontalmente, um pequeno adro limitado por murete e pilares de cimento. Voltado a N., um estreito espaço cerrado por cancela de ferro dá acesso à sacristia.

Descrição Complementar

Retábulo lateral de pedra, da invocação São Vítor, de planta recta e um só eixo vertical, rematado por duas arquivoltas, com decoração fitomórfica e de óvalos, com cartela no fecho. Possui painel policromo a azul, castanho, vermelho e verde, representando o martírio de São Vítor, enquadrado por pilastras ricamente decoradas com acantos e putti e colunas salomónicas, decoradas com folhagens. Altar recto ricamente decorado por acantos e volutas.INSCRIÇÕES: Inscrição gravada na verga do janelão da fachada lateral N.; granito; leitura: F. ANO 1884; inscrição gravada na verga da porta exterior de acesso à sacristia; granito; leitura: P. ANO 1876.

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Braga)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Escultor: João Evangelista Araújo Vieira.

Cronologia

Séc. 16, finais / séc. 17, início - O Arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus manda construir uma ermida dedicada a São Vítor, a cerca de 30 m da capela actual, junto da ponte onde o mártir terá sido degolado, por um soldado romano; 1876 - início da construção da nova capela; 1884 - conclusão das obras; 1885 - por provisão do Arcebispo D. António José de Freitas Honorato, foi fundada a Irmandade de São Vitor e da Santíssima Trindade; 1896 - é aberto concurso público para se fazer uma tribuna para a capela; 1904 - a imagem de São Vítor é transferida da Igreja Paroquial de São Vítor (v. PT010303510033) para a nova capela; 1912, Maio - é apresentada ao público a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, oferecida por diversos devotos, sobressaíndo o benemérito daquela devoção José Maria Rodrigues Baía; 1914 - renovação dos estatutos da Irmandade de São Vítor e Santíssima Trindade; 1927 - o escultor João Evangelista Araújo Vieira oferece uma imagem de São Vítor, em atitude de morto, colocada no vão interior da porta entaipada, que dava para a Rua Nova de Santa Cruz.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Estrutura, base do púlpito, retábulo lateral e pavimento da capela-mor em granito; portas, guarda-vento, escada e balaustrada do coro-alto, guardas do púlpito, altares, sanefas e retábulo-mor, pavimento e tecto da nave e tecto da sacristia em madeira; silhar de azulejos industriais na capela-mor; cancela, grades das janelas e escada para a sineira em ferro; cobertura exterior em telha de canudo.

Bibliografia

MORAIS, Padre, III Centenário da Fundação da Igreja de S. Victor, Braga, Braga, 1986, pp. 39 - 41; COSTA, Luís, Braga Roteiro Histórico e Monumental Extra-Muros, Braga, 1998, p. 69; OLIVEIRA, Eduardo Pires de, Arte Religiosa e Artistas em Braga e sua Região (1870 - 1920), Braga, 1999, pp. 78 - 79; Capelas II, Capela de S. Victor-o-Velho ligada à história do mártir, in Diário do Minho, 17 de Abril de 2003, p. 27.

Documentação Gráfica

DGEMN: DSID

Documentação Fotográfica

DGEMN: DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Irmandade de São Vítor e Santíssima Trindade: 1999 - Recuperação interior da sacristia com arranjo do pavimento e tecto, pintura das paredes e construção de anexo e casa de banho; arranjo do pavimento da capela-mor.

Observações

*1 - O retábulo é provavelmente oriundo do primitivo templo mandado construir pelo Arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus (1588 - 1609), cuja pedra de armas encima o retábulo; *2 - a envolvência tem sido descaracterizada, nomeadamente pela construção de uma passagem superior para peões, em metal; as habitações singelas que caracterizavam esta zona tendem a desaparecer para dar lugar a edifícios cuja volumetria altera radicalmente o espaço. A poucos metros a N. foi construída uma torre de habitações com mais de 14 andares.

Autor e Data

António Dinis 2001

Actualização

 
 
 
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