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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial
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Descrição
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Planta composta desenvolvida em comprimento integrando dois núcleos básicos: o solar e a capela. SOLAR: de planta rectangular regular, massas dispostas horizontalmente e cobertura homogénea em telhado de 4 águas no solar e de 2 na capela. Fachada principal voltada a E. com seis janelas de guilhotina de verga superior curva e porta central de moldura decorada no andar térreo, e andar nobre ritmado por sete janelas com sacadas de ferro forjado e molduras decoradas. No cunhal das fachadas E. com N. existe brasão. A fachada N. é composta por uma varanda voltada para o jardim. O piso superior intermeia alegretes com jarrões de granito e assenta sobre uma arcada que resguarda o piso de baixo e ao meio da qual se encontra uma escadaria que dá acesso ao jardim. No interior da casa, e a partir de um átrio sobre o qual se abre a porta de entrada, ergue-se uma escadaria que, num patamar intermédio, se divide em dois lanços. Uma estátua de corpo inteiro representando um guerreiro ocupa lugar de destaque neste conjunto onde são dignos de realce a balaustrada, o trabalho de estuque da abóbada que sustenta a clarabóia e a decoração de madeira das portas e dos bancos. No salão nobre encontram-se espadas e fusis pertencentes aos Senhores da Casa do Benfeito a à Brigada de Voluntários Realistas de Barcelos que estes comandavam. No salão nobre existe ainda uma colecção de pintura setecentista portuguesa e uma excelente amostra de louças da Companhia das Indias. CAPELA: localiza-se na fachada E., adossada ao corpo principal do solar. Cunhais apilastrados sobrepostos ao nível das coberturas por pináculos e remate em frontão triangular encimada por cruz. Portal ladeado por dois vãos e encimado por janela com frontão contracurvado. No interior, tem o pavimento de madeira e a parede do altar-mor também revestida de madeira. O tecto em estuque é ricamente trabalhado sobressaindo, ao centro, um fresco. JARDINS: dispõem-se em três níveis de socalco, possuindo uma interessante estatuária barroca, um chafariz da mesma época, um tanque também setecentista e um conjunto de árvores raras. |
Acessos
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Barcelos, Rua do Benfeito, s/n; Rua Trás das Freiras, n.º 30. WGS84 (graus décimais) lat.: 41,535594; long.: -8,621735 |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 204/2013, DR, 2.ª série, n.º 71, de 11 abril 2013 |
Enquadramento
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Urbano, isolado por terras de cultivo da quinta e jardins; delimitado a N. pela fachada da casa; delimitado a E. pela fachada da casa, capela e muro ameado. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: quinta senhorial |
Utilização Actual
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Residencial: quinta senhorial |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1742 - António de Matos de Faria Barbosa manda reedificar a casa e construir a do Benfeito; Séc. 20, década de 60 - a casa do Benfeito esteve alugada às Irmãs Missionárias de Maria que aí tinham um colégio; posteriormente voltou a ser ocupado pela família; 1993, 28 Setembro - Despacho de classificação; 2010, 25 junho - proposta de zona especial de proteção da DRCNorte; 2012, 27 abril - proposta da DRCNorte para a classificação da Casa e Quinta como MIP; 2012, 18 setembro - publicação do projeto de decisão de classificação como Monumento de Interesse Público e fixação da respetiva Zona Especial de Proteção em Anúncio n.º 13431/2012, DR, 2.ª série, n.º 181. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes, estrutura mista. |
Materiais
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Paredes exteriores e interiores em alvenaria de granito rebocado; cunhais e molduras das janelas em granito aparente; caixilharias de madeira e vidro transparente; pavimentos interiores em madeira; tectos com revestimento de madeira e estuque; cobertura em estrutura de madeira revestida a telha de barro. |
Bibliografia
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GAYO, A. Silva, Episódios das Lutas Civis Portuguesas, Lisboa, 1868; SAMPAIO, Mancelos e SUCASAUX, Augusto, Barcelos, resenha histórica, pitoresca e artística, Barcelos, 1927; RIBEIRO, Aquilino, A Casa grande de Romarigães, Amadora, 1959; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1969; BRANCO, Camilo Castelo, Romance de um Homem Rico, 1981; PESTANA, M. Inácio, Fidelidade Miguelista em Barcelos, in Barcellos Revista, vol. 3, nº 2, 1985; AZEREDO, Francisco de, Casas Senhorias Portuguesas, 1986; CAPELA, J. Viriato, A Câmara, a Nobreza e o Povo do Conselho de Barcelos - A Administração do Município nos fins do Antigo Regime, in Barcellos Revista, vol. 3, nº 1, 1986; Guia de Portugal, vol. 4, Entre Douro e Minho, 1986; MAGALHÃES, António Martins, Barcelos, Verde Minho - Guia Turístico 1987, Barcelos, 1987; SILVA, António Lambert Pereira da, Nobres Casas de Portugal, Porto, s.d.; CABITA, Helder e CARDOSO, Homem, Interiores de Portugal, Porto, s.d.; NÓBREGA, Vaz Osório da, Pedras d'armas e pedras tumulares do Distrito de Braga, Braga. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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DGPC: SIPA |
Documentação Administrativa
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IPPAR, Procº Nº DRP-93/15-3(4) |
Intervenção Realizada
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1993 - restauro da biblioteca. |
Observações
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*1 - A casa do Benfeito foi mandada reedificar por António de Matos de Faria Barbosa que também mandou construir a capela. António de Matos de Faria Barbosa foi Superintendente das Coudelarias de Barcelos, Coronel dos Voluntários Realistas de Barcelos, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Fidalgo Cavaleiro da Casa Real. A capela da casa do Benfeito tem a invocação de Sant'Ana. *2 - Escudo assente em cartela decorativa com timbre de MATOS, esquartelado com o II partido, com a seguinte leitura segundo NOBREGA: I MATOS, II partido 1º ALMEIDA, 2º BARBOSA, III picado IV FARIA. * 3 - Reside a título permanente na casa do Benfeito Miguel Nuno Fonseca de Mattos Graça Ayres de Campos, filho mais velho de D. Maria da Paz, casado com D. Júlia Simões Dias Barata de Tovar e pai de Miguel Barata de Tovar Fonseca de Matos Ayres Campos e de Maria Barata de Tovar Fonseca de Mattos Ayres Campos. |
Autor e Data
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João Santos 1996 |
Actualização
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