Igreja Paroquial de Freixo de Espada-à-Cinta / Colegiada de Freixo de Espada-à-Cinta / Igreja de São Miguel

IPA.00001070
Portugal, Bragança, Freixo de Espada à Cinta, União das freguesias de Freixo de Espada à Cinta e Mazouco
 
Arquitectura religiosa, manuelina. Igreja paroquial do tipo igreja salão manuelina, com três naves à mesma altura cobertas por abóbada de nervuras, e cabeceira tripla escalonada. Alçados contraportados. Contrafortes diagonais nos cunhais, do tipo da Igreja de Santa Maria de Belém ( Lisboa ) e da Matriz de Arronches. Retábulos de talha dourada, sendo o mor de estilo nacional.
Número IPA Antigo: PT010404020001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta composta por três naves rectangulares, capela-mor, dois absidíolos e sacristia. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de 2 águas. O alçado principal, terminado em empena e formado por três panos, separados por contrafortes, apresenta porta de grande arco abatido com moldura ornamentada, encimado por arco decorativo trilobado ostentando no centro o remate de uma espécie de arco canupial. Estes arcos vão-se embeber em duas pilastras laterais adossadas. O conjunto encimado por dois óculos, é sobrepujado por um janelão de arco pleno, que se repete nos panos laterais. Contrafortes de ângulo encimados por gárgula e pequena pirâmide. O alçado S., construído em aparelho regular, apresenta pequenas janelas de arco pleno do segundo ao quinto tramo e, no terceiro tramo, portal lateral. Duas colunas torsas suportam arco abatido que ostenta alguns cogulhos vegetalistas. No último tramo arranca a sacristia iluminada por duas janelas de arco pleno. O alçado lateral N. é semelhante ao do lado S. com excepção da decoração vegetalista do portal; o absidíolo mostra arco pleno entaipado. O alçado posterior apresenta ábside e absidíolos de menor altura sendo iluminados cada um por sua janela. O interior com as três naves à mesma altura, de cinco tramos. Pavimento lajeado e cobertura em abóbada de nervuras. Destaca-se a presença de coro-alto no primeiro tramo e de púlpito em ferro forjado entre o terceiro e o quarto. O portal lateral N. necessita de escada para compensar o desnível existente. O absidíolo S. dá acesso à sacristia através de porta setecentista encimado por escudo nacional policromado. O outro absidíolo encerra monumento funerário em arcossólio. Tanto a ábside como os absidíolos ostentam ricos retábulos de talha dourada que se enquadram perfeitamente com as pinturas quinhentistas ainda existentes.

Acessos

Praça Jorge Álvares

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 19 de 23 janeiro 1953

Enquadramento

Urbano, isolado, implantação harmónica. O templo está inserido no centro quinhentista da vila. Tem a NE o cemitério e a Torre Heptagonal, à sua frente a Igreja da Misericórdia e a Rua das Eiras de belas casas quinhentistas bem como os antigos Paços.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

EMPREITEIRO: Manuel Joaquim Caldeira (1993). PINTOR: Vasco Fernandes (atr., 1520-1535). RESTAURADOR: Fernado Mardel (1944); Porto Restauro (2012).

Cronologia

1122 - foral concedido por Afonso Henriques; 1258 - é referida nas inquirições de D. Afonso III; 1273 - concedido foral por D. Dinis; provável fundação da igreja por D. Dinis; 1432 - era uma das povoações do arcebispado de Braga que pagava renda mais elevada, cerca de 270 reais; 1512 - D. Manuel outorga foral; séc. 16 - construção; 1520 - 1535 - pintura do retábulo composto por 16 painéis por Vasco Fernandes, segundo Dalila Rodrigues por um discípulo do mestre; séc. 18 - colocação de altares de talha; 1706 - segundo o Padre Carvalho da Costa é uma igreja toda de cantaria e abobadada; é colegiada com obrigação de coro e 3 beneficiados, entre os quais um tesoureiro, dois apresentados pelo rei e um pelo Papa; tem um vigário para administrar sacramentos, apresentado pela Diocese de Braga; 1709, dezembro - douramento do retábulo-mor e colocação das tábuas do primitivo retábulo nas paredes laterais da capela-mor; 1992, 01 Junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 2002 - a Câmara Municipal enviou um relatório ao IPPAR sobre o estado de degradação do imóvel, solicitando obras urgentes; 2004 - colocação dos andaimes e apeamento e acondicionamento das pinturas, para posterior restauro; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Norte, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Granito, argamassa, madeira, barro, cimento e talha.

Bibliografia

ALVES, Alexandre, Artistas e Artífices nas Dioceses de Lamego e Viseu, vol. I, Viseu, 2001, p. 320; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988; AMARAL, Adriana, BRITO, Ana e COSTA, Isabel Dias - «As pinturas da igreja matriz de Freixo de Espada à Cinta. A intervenção» in Invenire Revista de Bens Culturais da Igreja. Lisboa: Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, julho - dezembro 2012, n.º 5, pp. 31-34; CAMPOS, João, Igreja Matriz vai ser recuperada, O Comércio do Porto, 12 Janeiro 2003, p.16; CORDEIRO, Padre Lourenço Feijó, Descrição de Freixo de Espada-à-Cinta, 1758; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza..., Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706, tomo I; DGEMN, Boletim nº 70, Lisboa, 1952; DIAS, Pedro, História da Arte em Portugal. O Manuelino, vol. 5, Lisboa, 1986; GIL, Júlio, As Mais Belas Igrejas de Portugal, vol. I, 1988; IPPAR, Dar Futuro ao Passado, Lisboa, IPPAR, 1993; IPPAR reúne com autarcas, in Mensageiro de Bragança, 11 Maio 2006; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; PIMENTEL, Valentim Varejão, Descrição de Freixo de Espada-à-Cinta, 1721; PINTADO, Francisco António, A Igreja Matriz de Freixo de Espada-à-Cinta - Notas para o seu estudo, Freixo de Espada-à-Cinta, (a publicar).

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Intervenção Realizada

DGEMN: 1938 / 1939 - restauros; 1944 - restauro das pinturas do primitivo retábulo-mor por Fernando Mardel, no da Exposição dos Primitivos Portugueses; 1950 - arranjo do coro, consolidação de cunhal e contraforte do lado S. e conclusão de escada de acesso ao coro; 1952 - reparação de dois altares dos absidíolos e do sacrário e banqueta do altar-mor; 1953 - restauro do órgão; 1954 - transporte, montagem e afinação do órgão; 1955 - restauro de pinturas da capela-mor e instalação de som; 1956 - obras de menor envergadura, pelos Serviços dos Monumentos Nacionais; 1958 / 1969 - lajeamento do adro; 1973 - conservação em zonas interiores e revisão de coberturas; 1978 - trabalhos de conservação; 1979 - reparação de vitrais; 1980 - reparação da instalação eléctrica e conservação das pedras nos portais principal e laterais; IPPAR: 1993 - obras de reconstrução do muro de suporte do adro, pelo empreiteiro Manuel Joaquim Caldeira, por 3 839 600$00; 2003 / 2004 / 2005 - obras de restauro e conservação exteriores e interiores; DRCN: 2012 - restauro das pinturas do antigo retábulo-mor, pela empresa Porto Restauro.

Observações

A CM Freixo de Espada à Cinta pretende criar um roteiro cultural que inclui a Igreja, o Pelourinho, a Torre do Galo, o Centro de Artesanato e a Casa Junqueiro.

Autor e Data

Ernesto Jana 1994

Actualização

 
 
 
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