Igreja Paroquial de Marvão / Igreja de Santa Maria / Museu Municipal de Marvão

IPA.00015859
Portugal, Portalegre, Marvão, Santa Maria de Marvão
 
Igreja paroquial de fundação medieval, (re)construída no séc. 14, de que preserva a estrutura e a capela-mor, de perfil curvo, com as frestas e a cobertura em abóbada de nervuras sobre colunas com capitéis de decoração vegetalista. Foi reconstruída no séc. 16, obedecendo a um programa reformista das ordens militares, dando origem a três naves. No séc. 18, a capela lateral, dedicada a Nossa Senhora do Rosário, onde se preserva uma teia de ferro forjado seiscentista foi totalmente renovada do ponto de vista decorativo, sendo revestida a azulejo azule e branco e recebendo nova estrutura retabular. Na capela-mor, possui pintura mural figurando santos.
Número IPA Antigo: PT041210020008
 
Registo visualizado 817 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta poligonal irregular composta por corpo de três naves, sem marcação exterior, capela-mor de perfil curvo, vários corpos adossados às fachadas laterais e torre sineira na do lado direito, de volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas, três e quatro águas, rematadas em beiradas simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, a torre sineira flanqueada por cunhais perpianhos em cantaria, apresentado algumas cruzes latinas embutidas na estrutura. Fachada principal virada a ocidente, rematada em empena com cruz latina no vértice, rasgada por portal de verga reta e moldura recortada, rematado por frontão de lanços, encimado por janelão retilíneo. No lado direito, a torre sineira, rasgada por quatro ventanas de volta perfeita e molduras simples. Fachada lateral esquerda, marcada pelo corpo do batistério, com janela na face virada a ocidente, e pelo corpo da capela lateral, com duas janelas retilíneas, uma na face norte e outra na face ocidental, com sacristia adossada, rasgada por janela na face virada a oriente. Adossado à capela-mor, corpo cego da sacristia. Fachada lateral direita rasgada por porta travessa de verga reta e moldura simples, marcada pelo corpo do anexo, com janela retilínea, sobre o qual se vê janela retilínea da capela-mor. Fachada posterior com o corpo da capela-mor, rasgado por janela no lado direito, surgindo janela retilínea no corpo da sacristia. INTERIOR de três naves definidas por arcadas de volta perfeita, sustentadas por pilares pintados de marmoreados fingidos, com três tramos, tendo as naves coberturas de madeira, a central em masseira e as laterais em aba, com pavimento em soalho. No lado do Evangelho, a capela lateral de Nossa Senhora do Rosário, protegida por teia de ferro forjado, com as paredes revestidas a painéis de azulejos azuis e brancos e cobertura em falsa abóbada de berço pintada de branco, pontuada por pinturas murais vegetalistas, tendo pavimento em ladrilho. Na parede de topo, retábulo de talha pintada. Capela-mor com cobertura em abóbada de nervuras sobre colunas munidas de capitéis vegetalistas. Na parede testeira, pinturas murais.

Acessos

Marvão, Largo de Santa Maria. WGS84 (graus decimais): lat.: 39,394588, long.: -7,378381

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Castelo de Marvão (v. IPA.00003234) / Incluído na Área Protegida da Serra de São Mamede (v. IPA.00028261)

Enquadramento

Urbano, implantado intramuros, no extremo noroeste da vila, na parte mais elevada do aglomerado, tendo no eixo oposto a Igreja Paroquial de São Tiago (v. IPA.00026534). Encontra-se numa zona de forte declive, a que se adapta, com a fachada principal a abrir para a via pública que liga ao Castelo, pavimentada a calçada e a capela-mor assente sobre afloramento granítico. Em cota inferior, de que se separa por muro de alvenaria rebocada e pintada de branco, capeado a cantaria, surge um pequeno jardim com vários canteiros, com arbustos, árvores e planta. Tem adossado à fachada lateral direita, um Passo da Via Sacra.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 14 / 16 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 14 - provável reconstrução da igreja, com possível fundação mais antiga; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja taxada em 220 libras; integra o termo de Marvão e Castelo de Vide e o bispado da Guarda; séc. 16 - várias remodelações incluindo a do portal e a escada da torre sineira; 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra a Diocese da Guarda; séc. 18 - feitura da capela lateral; 1758, 02 maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco da freguesia de Santa Maria, Frei Miguel Viegas Bravo, surge referida a Igreja de Santa Maria como sendo a mais antiga da vila, pertencente à Ordem de Malta, desde que foi dado como rendimento às religiosas do Mosteiro de São João da Penitência de Estremoz, constituindo um priorado com cerca de 500$000 de rendimento anual; a igreja tem três altares, o mor assente em colunas de mármore, com a capela coberta por abóbada e pavimento em lajeado; a nave tem cobertura de madeira e pavimento em taburnos, também de madeira; a capela-mor abre para as sacristias, a do lado do Evangelho da Irmandade do Santíssimo Sacramento e, a do lado oposto, da paróquia; a imagem do orago está no lado do Evangelho do retábulo-mor, surgindo, no lado oposto, São José, e, no meio, um Menino, formando uma Sagrada Família, todas de vulto; sobre o sacrário, um Cristo de marfim; as capelas colaterais são dedicadas ao Anjo Custódio, com as imagens do orago, de Nossa Senhora da Graça e São Sebastião, tendo confraria própria; no lado oposto, a capela do Arcanjo São Miguel, onde está instalada a Irmandade das Almas; tem uma capela abobadada e revestida a azulejo, dedicada a Nossa Senhora do Rosário com nove palmos, ladeada pelas de São João Baptista e de Santa Bárbara; esta está ladeada por uma sacristia, onde surge uma pequena imagem de Nossa Senhora do Rosário; tem irmandade; mais próximo do portal, o batistério, abobadado e, no lado oposto, a porta do sol, virada à vila; o pároco tem coadjutor com a renda de 40$000; 1950 - segundo a DGEMN, a Câmara terá demolido a torre sineira, por risco de colapso, e instalado dormitório para seminaristas no local, para o que rasgou novos vãos; esta entidade pede ajuda à DGEMN para obras de adaptação do edifício a museu municipal; 1958 / 1959 - informação de particulares e da estalagem Ninho de Águias a várias entidades, manifestando preocupação para o facto de o pároco pretender vender os sinos da Igreja, conseguindo-se que estes não sejam fundidos, para serem novamente colocados; 1960 - 1977 - obras de recuperação e adaptação a museu municipal; 1987, 07 novembro - abertura do museu municipal após obras de recuperação e reutilização.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; modinaturas, cruzes, portal axial, abóbada e pavimento da capela-mor em cantaria de granito; coberturas e pavimentos de madeira; teia de ferro forjado; retábulo de talha; cobertura exterior de telha cerâmica.

Bibliografia

SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DREMSul/DM, DGEMN:DSMN/DEO

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN/DSID, DGEMN:DREMSul/DM, SIPA

Documentação Administrativa

DGPC: PT DGEMN:DSARH-010/141-0020, PT DGEMN:DSARH-010/141-0021, PT DGEMN:DSARH-010/141-0022, PT DGEMN:DSARH-010/141-0023; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais, vol. 22, n.º 74, fls. 471-502

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Figueiredo 2019

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login