Chalet da Família Oriol Pena / Câmara Municipal de Alcobaça

IPA.00016216
Portugal, Leiria, Alcobaça, União das freguesias de Alcobaça e Vestiaria
 
Chalet romântico, construído e influenciado pela tipologia Suíça, com telhados de águas fortemente inclinados e aproveitamento das trapeiras De referir que o corpo central ressaltado, quer na fachada principal quer na posterior, possui águas-furtadas, cujo telhado se eleva em relação ao principal, o que reforça o dinamismo da cobertura e que atenua a presença do telhado de duas águas. Arquitectura civil privada romântica, revivalista. Chalé romântico, com elementos de tipologia revivalista gótico-renascentista, pela assimetria, pelos alongamentos das formas, vãos altos, uso dos arcos quebrados apontados, torre com remate em coruchéu; um neoclassicismo demonstrado no uso das pilastras de pedra rusticada. Denota-se ainda influência da arquitectura do Norte da Europa, nas águas fortemente inclinadas e aproveitamento das trapeiras. Ressaltam ainda elementos de Modernismo no uso do ferro fundido para ornamentação de vãos e de arquitectura vernacular mais visível na parte posterior do edifício na disposição volumétrica das massas, na sua cobertura, na exiguidade de vãos de aberturas rasgadas, e na cimalha trabalhada.
Número IPA Antigo: PT031001010072
 
Registo visualizado 562 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa  Chalet  

Descrição

Planta rectangular, irregular, de três pisos, composta pela articulação dos corpos, de disposição verticalista das massas. Coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, e cónica na estrutura circular; águas furtadas decoradas nos beirais por lambrequins, que igualmente decora as cumeeiras. Fachadas rebocadas e pintadas de cor de rosa, percorridas por embasamento saliente em cantaria, delimitadas por cunhais apilastrados e remates em empena angular com aba saliente, revestida de madeira, suportada por mísulas de madeira pintadas de branco. Pisos divididos por friso lítico ressaltado. Todas as fenestrações apresentam molduras rectilíneas de pedra calcária, de ombreiras recortadas e lintéis marcados por chaves salientes, guardas em ferro. Todas as janelas e portas, com excepção da janela da trapeira do vão rectilíneo e saliente, são articuladas num eixo vertical que marca cada vão e num eixo horizontal que marca cada piso. Fachada principal, voltada a S., possui cinco panos, sendo o central mais saliente, delimitados por cunhais lisos, à excepção do corpo circular que se ergue no cunhal direito da fachada. O soco revestido em cantaria é rasgado por cinco janelas, de pequenas dimensões e protegidas por gradeamento férreo branco, que permitem a iluminação da cave. O rés-do-chão apresenta seis janelas de sacada e uma porta, com acesso através escadaria de um lanço, em pedra, com guarda de ferro pintado de branco. Sobre a porta ergue-se uma estrutura em ferro que suporta placa em vidro. As janelas possuem a mesma morfologia, com excepção das janelas do vão que separa a estrutura cónica do corpo ressaltado, uma vez que apresentam uma largura superior às restantes. O 1.º piso apresenta sete janelas que, tal como as do piso inferior, possuem gradeamento de ferro vazado e pintado de branco. As três trapeiras do piso superior ostentam janelas de batentes, com jambas e lintel com as características anteriormente referidas, mas cujo peitoril possui avental pétreo decorado motivos geométricos. O corpo cónico apresenta três janelas olho de Boi, de lintel ressaltado, rasgadas no telhado. Fachada lateral direita, voltada a E., de dois corpos (?) panos (?); embasamento aberto por 3 janelas; no rés-do-chão e no 1.º andar 2 janelas, piso superior 1 de avental decorado com motivos geométricos; torreão rasgado por uma janela em cada piso. Neste alçado é visível uma chaminé de corpo poligonal. A fachada lateral esquerda, voltada a O., possui dois panos, um dos quais se apresenta desprovido de janelas, possuindo apenas uma porta no embasamento, o outro ostenta aberturas nos três pisos superiores. Uma escadaria com gradeamento de ferro possibilita o acesso a uma loggia, composta por quatro janelas e uma porta, molduradas por quatro pilastras, cujos pedestais elevados molduram quadros relevados. Uma verga ressaltada e uma cornija delimitam friso decorado com elementos vegetalistas serpenteantes. Possui um gradeamento de ferro branco que funciona como varandim da janela do 1.º piso. A abertura do último piso possui avental decorado com motivos geométricos. A fachada posterior, voltada a N., (de 3 panos, apresenta o mesmo ritmo da fachada principal, tem no pano central escadaria de um lanço, com patim, dando acesso a duas portas); o pano lateral direito tem varandim assente em mísulas, com guarda em ferro). Nos três pisos possui 15 janelas, 5 janelas em cada pano. INTERIOR - O acesso ao interior do edifício processa-se através de escadaria colocada no frontispício. O hall, onde se encontra instalada a portaria, possui estuques ressaltados de morfologia geométrica. Este espaço possibilita o acesso a duas divisões e, passando por um guarda vento de vidros e madeira trabalhada, a um corredor. Além das já referidas divisões, este piso possui mais seis compartimentos, uma das quais possui um fogão de sala, muito provavelmente original. O rés-do-chão possibilita o acesso à cave, que é composta por duas instalações sanitárias, uma para homens e outra para mulheres, e quatro divisões, uma das quais com dimensões muito superiores em relação às restantes. Uma escadaria, com degraus de madeira e protecção de ferro pintado a verde, une os três pisos superiores. O 1.º piso apresenta um corredor e 10 divisões, entre as quais se destaca o gabinete do Presidente da Câmara e o Salão Nobre. O piso superior, e último, possui 17 salas, de dimensões muito dispares, entre as quais uma instalação sanitária.

Acessos

Praça João de Deus Ramos

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado. Destacado no centro do Parque Municipal, antiga Quinta da Gafa. Nas imediações do tribunal (v. PT031001010081), do Jardim de Deus, do Parque de Campismo, dos Campos de Ténis, do parque infantil e do Mercado Municipal.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Política e administrativa: câmara municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Gerard Van Kricken (atr., séc. 19). CONSTRUTOR: Alberto Rodrigues Aurélio (1933).

Cronologia

Séc. 19, década 90 - encontra-se em construção o palacete da família Oriol Pena, provavelmente da traça de Gerard Van Kricken, na quinta da Gafa; 1931, 20 setembro - a Câmara Municipal de Alcobaça compra a Quinta da Gafa, onde se inclui o Challet, por 670 000$00 aos Herdeiros de Francisco Oriol Pena; 1932, 22 abril - o Engenheiro Miguel Jacobetty é incumbido, pela Câmara Municipal de Alcobaça, de efectuar uma planta geral da Quinta da Gafa; Junho - são efectuadas as escrituras que oficializam a compra da Quinta Gafa aos Herdeiros de Francisco Oriol Pena; 1933 - terão sido realizadas obras de reparação no Chalet Oriol Pena por Alberto Rodrigues Aurélio; 1947, 2 junho - a Câmara Municipal de Alcobaça resolveu proceder à divisão da cave do Chalet, para que os futuros compartimentos sejam posteriormente arrendados; 1948 - adaptado a paços do Concelho; 1949 - durante este ano realizaram-se obras no Chalet; 1951 - encontra-se instalado no Palacete a Câmara Municipal de Alcobaça, o Serviços Municipalizados, o Posto de Turismo e o Posto da Polícia; 1954 - demolição do antigo Portão da Quinta da Gafa; 1997, 25 outubro - publicação do Inventário Municipal do Património, onde o imóvel se encontra arrolado, no DR, Resolução do Conselho de Ministros n.º 177/97.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Telha; pedra calcária; Madeira; estuque; alumínio; vidro; ferro; azulejo.

Bibliografia

As Pedras e As Gentes, Alcobaça, 1980; Câmara Municipal de Alcobaça. Relatório da Sua Gerência no Ano Económico de 1931-1932, Alcobaça, 1933; Descobrir o Concelho de Alcobaça. Roteiro Turístico. Guia das Actividades Económicas, Alcobaça, 2003; Pastas Temáticas III da Biblioteca Municipal de Alcobaça, caixa 108, 2002; Relatório da Actividade e das Contas da Câmara Municipal de Alcobaça Relativamente Aos Anos de 1953 a 1960, Alcobaça, 1961; VILLA NOVA, Bernardo, O Progresso Urbano da Vila de Alcobaça. Algumas Outras Notas, Alcobaça, 1941; VILLA NOVA, Bernardo, Novo Guia de Alcobaça, Alcobaça, 1951; VILLA NOVA, Bernardo, VILLA NOVA, Silvino, Breve História de Alcobaça, Alcobaça, 1995.

Documentação Gráfica

CMAlcobaça

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMAlcobaça

Documentação Administrativa

CMAlcobaça: Livros de Actas (n.º 36, fls. 169, 190 e 193, n.º 37, fls. 17, 23, 31, 86, 98, 103, 110, 117, 164, 165, 171, 174, 176, 180 e 185, n.º 38, fls. 2, 10, 32 e 99, n.º 45, fls. 178, 180 e 187), Livros de Notas para Actos Entre Vivos (n.º 29, fls. 24 e 25, n.º 30, fls. 1-5)

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1933 - terão sido realizadas obras de reparação no Chalett Oriol Pena por Alberto Rodrigues Aurélio; 1949 - durante este ano realizaram-se obras no Chalé; 1960 - obras de recuperação e pintura do edíficio; 1999 / 2000 / 2001 / 2002 - intervenção realizada no Chalé e no espaço envolvente.

Observações

*1 - após a compra da Quinta da Gafa a Câmara Municipal de Alcobaça denominou de Parque Municipal a zona verde que envolvia o Palacete, designação que manteve até 1939, altura em que foi alterada para Parque General Carmona. *2 - aquando da compra o Município enumerou os seguintes projectos para a Quinta da Gafa: "Construção de Arruamentos, Construção do Mercado Fechado, instalação da Escola Oficial do Sexo Feminino, Construção de um estábulo municipal, instalação da Escola de Educação Física, Museu Municipal, arrecadações da Câmara Municipal de Alcobaça e Instalação de Serviços de Utilidade Pública. *2 - no projeto de remodelação (1998) pretendia-se que o Arquivo Municipal funcionasse na Cave, o que não veio a acontecer uma vez que este foi instalado num espaço pertencente à Cooperativa de Alcobaça, entretanto adquirida pelo Município. O público acede ao interior do edifício através de escada colocada na fachada principal, no entanto o Palacete possui outras duas escadas, uma localizada na fachada oeste, que actualmente não é utilizada, e a outra na fachada norte, que funciona como escada de serviço.

Autor e Data

Sónia Vazão 2003

Actualização

 
 
 
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