Igreja Paroquial de Vilar de Ossos / Igreja de São Cipriano

IPA.00021555
Portugal, Bragança, Vinhais, Vilar de Ossos
 
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Igreja paroquial de planta longitudinal com nave, capela-mor mais estreita e sacristias adossadas, com coberturas interiores em falsas abóbadas de berço de madeira e iluminada uniformemente por janelas rectilíneas, rasgadas nas fachadas principal e laterais. Fachada principal de sabor maneirista com remate em frontão interrompido por campanário de dupla ventana, rasgada por portal axial de verga recta, encimado por frontão triangular, ladeado superiormente por janelas. Fachadas rematadas em friso e cornija, as laterais rasgadas por portas travessas de verga recta, confrontantes. Interior com baptistério no lado do Evangelho, púlpitos confrontantes e confessionários embutidos no muro, com retábulos de talha barroca, do estilo nacional.
Número IPA Antigo: PT010412320027
 
Registo visualizado 234 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Igreja de planta longitudinal, composta por nave e capela-mor mais estreita, ambas rectangulares, com sacristia adossada à fachada lateral esquerda, e, na oposta, passadiço de ligação à Casa Grande, em cujo interior se estrutura outra sacristia, de volumes articulados e coberturas diferenciadas em telhados de duas águas na igreja e no passadiço e de uma água na sacristia e no campanário. Fachadas de alvenaria rebocada e pintada de branco, percorrida por faixa pintada de amarelo, rematadas por friso e cornija, excepto na sacristia, em beiral. Fachada principal orientada, enquadrada por cunhais apilastrados, sobre os quais corre, a toda a largura, a cornija encimada, em cada extremo, por pináculos piramidais com bola, que flanqueiam frontão triangular truncado pelo campanário de duas ventanas de arco peraltado, assentes em impostas salientes, rematado por cornija e sobrepujado por pináculos de bola ladeando cruz latina sobre pedestal; no tímpano do frontão, relógio circular com mostrador electrónico; é rasgada por portal de verga recta ladeado por pilastras de fuste almofadado e friso também almofadado, onde se rasga fresta de arejamento; é encimado por frontão triangular, com cruz latina no vértice e dois pináculos de bola embebidos, a três quartos da sua empena; a cornija inferior do frontão prolonga-se lateralmente em pequeno ressalto sustentado por consolas, sobre as quais evoluem duas janelas rectilíneas de varandim com guarda em ponta de diamante; nas vergas das janelas, surgem as inscrições "ANO D" e "1699". Fachada lateral esquerda virada a S., rasgada, na nave, por porta de verga recta e janela rectilínea, ambas com molduras de cantaria, surgindo, na capela-mor, uma segunda janela semelhante à anterior. No corpo da sacristia, janela rectangular com moldura simples e protegida por grades. Fachada lateral direita virada a N., cortada pelo passadiço que apresenta passagem térrea em forma de arco de volta perfeita, sendo rasgada na nave por porta de verga recta e, na capela-mor, janela rectilínea, ambas com moldura simples de cantaria. Fachada posterior em frontão triangular com cruz latina no vértice. INTERIOR rebocado e pintado de branco, rematadas por cornija de estuque pintado de cinza, com pavimento em estrado de madeira exótica e cobertura em falsa abóbada de berço, com três tirantes de ferro, e pintada de branco. Coro-alto de madeira protegido por guarda balaustrada, ao qual se acede por escada de lanços perpendiculares com patamar ao meio, no lado da Epístola, que, por seu turno permite o acesso à sineira. No lado oposto do sub-coro, baptistério resguardado por teia balaustrada e pia baptismal gomada de pé cilíndrico em posição central, sobre pavimento de granito. As portas travessas são servidas por pias de água benta encastradas na parede e com decoração relevada de listas apontadas; púlpitos confrontantes sobre bacia de pedra e mísula em folha de acanto, o do lado do Evangelho tendo subjacente confessionário de madeira com ralo e resguardo de madeira, pintado e decorado com balaustrada fingida e com motivos vegetais de talha dourada, que se prolonga à escada de acesso ao púlpito, de um só lanço paralelo à parede. Arco triunfal de volta perfeita assente em impostas molduradas, totalmente revestido a talha dourada, rodeado por dois retábulos colaterais, dedicados a Nossa Senhora da Assunção e ao Sagrado Coração de Jesus, e por painel, que os une superiormente, de talha dourada, cobertos por dossel formado por três caixotões com motivos pictóricos, nomeadamente de Nossa Senhora da Assunção, no do lado do Evangelho, da Visitação, no central, e da Imaculada Conceição, no do lado da Epístola. Capela-mor com pavimento granítico e cobertura em falsa abóbada de berço de madeira de castanho, pintada de branco e com a imagem de São Cipriano, o padroeiro, ao centro. Retábulo-mor de talha dourada, de planta côncava e três eixos divididos por colunas torsas decoradas com pâmpanos e "putti", quatro delas prolongando-se em arquivoltas definindo um ático com a imagem relevada do Padre Eterno com globo na mão esquerda; o eixo central tem trono rematado por resplendor quadrilobado e radiado, na cabeceira. Nas paredes laterais, portas de verga recta de acesso às sacristias de cada um dos lados e larga tribuna rectangular, gradeada, por cima da sacristia do lado N..

Acessos

Bairro do Outeiro, no Largo Fernão Pinto Bacelar (1655-1940)

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, num outeiro, isolado, encravado no conjunto construído da família Pinto de Morais Bacelar, nomeadamente entre a Casa Grande / Solar de Vilar de Ossos (v. PT010412320026), a N., e dependências de trabalho, a O. e a S., onde também se localiza a antiga residência do caseiro, num adro sobrelevado, assim definido nos três lados enunciados e com muro de alvenaria, rebocado e capeado com lajes de xisto, na frente da igreja. O acesso ao adro, que não é pavimentado e tem nos lados S. e O. sebes de buxo, bem como pequenos canteiros, também com banquetas de buxo, nos recantos formados pelas fachadas das sacristias e pelas fachadas laterais do corpo da igreja e da ousia, pode fazer-se por vão axial rasgado no muro, a que se acede por escada de seis degraus, ou por vãos laterais, também servidos por degraus. A igreja e o solar estão ligados por passadiço *1.

Descrição Complementar

Retábulos colaterais são semelhantes, de planta recta e um eixo, com mísulas enquadradas por colunas torsas, com altares em forma de urna, decorados com flores de lis. Pia de água benta de granito sobre coluna sextavada do mesmo material, actualmente caiada exteriormente. Em cada sacristia, arcaz de madeira de castanho com gavetões almofadados e, na parede do lado S., lavabo com depósito e bacia.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Bragança - Miranda)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1699 - data da fundação, registada em inscrição, em terreno doado pela família Pinto de Morais Bacelar, a qual recebeu privilégio concedido por Breve da Santa Sé, de assistir ao actos litúrgicos a partir da tribuna na capela-mor, ficado os doadores com reserva de duas sepulturas na capela-mor e com a fábrica do altar de Nossa Senhora da Assunção; séc. 18, início - segundo o visitador, na igreja da freguesia existia uma imagem de Nosso Senhor Jesus Crispo e outra de São Cipriano que, por indecentes, já não estavam expostas à veneração pública, pelo que manda ao pároco, no prazo de um mês, as remeter pelo juiz da igreja ou por quem melhor lhe parecer ao cemitério da igreja de Castro de Avelãs ou as faça enterrar numa das duas sacristias da igreja, num local cómodo e decente; 1889 - data do sino da ventana N. do campanário; séc. 20, 1ª metade - substituição da cobertura exterior, obra custeada pelos condes de Alpendurada; 1993 - substituição do soalho de castanho por estrado de madeira exótica; 1999 - data do sino da ventana S. do campanário.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes..

Materiais

Paredes de alvenaria rebocada e campanário, cunhais, cornijas e guarnição dos vãos de cantaria de granito; coberturas exteriores de telha cerâmica de aba e canal; coberturas interiores de estuque; pavimento em estrado de madeira exótica na nave, de soalho de castanho nas sacristias e de granito no baptistério e na capela-mor; arco triunfal de granito; forro da cobertura interior da capela-mor, coro-alto, baptistério, escadas e parapeito do púlpito, confessionário, retábulos, portas e cabanal do campanário de madeira; tirantes de ferro.

Bibliografia

RODRIGUES, Luís Alexandre, A Reforma iconográfica e o apelo aos sentidos. A talha em Bragança: reflexões sobre alguns exemplares maneiristas e de estilo nacional, in Páginas da História da Diocese de Bragança-Miranda, Congresso Histórico 450 Anos da Fundação, Actas, Bragança, 1997, pp. 107-144; AFONSO, Francisco José, Tricentenário da Igreja de Vilar de Ossos, Vinhais Património, n.º 2, Vinhais, 1999 (2000).

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20, 1.ª metade - substituição da cobertura exterior; 1993 - substituição do soalho de castanho por estrado de madeira exótica; 1999 - instalação de sino na ventana S. do campanário.

Observações

*1 - Está implantada no local da antiga capela de Nossa Senhora da Assunção, pertencente ao solar dos Pinto de Morais Bacelar (Afonso 1999, p. 8); o passadiço que liga a igreja e o solar serve para acesso desta família à tribuna da capela-mor, a partir da qual é possível assistir aos ofícios litúrgicos.

Autor e Data

Armando Redentor e Miguel Rodrigues 2001

Actualização

 
 
 
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