Mosteiro de São Bento da Saúde / Palácio de São Bento / Palácio das Cortes / Assembleia da República

IPA.00004305
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela
 
Arquitetura religiosa, maneirista e barroca. Mosteiro beneditino.
Número IPA Antigo: PT031106170254
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro masculino  Ordem de São Bento - Beneditinos

Descrição

Planta quadrangular, de volumetria sensivelmente cúbica, com cobertura efetuada por telhados a 2 e 3 águas. O edifício apresenta-se estruturado em 4 andares apresentando pano de muro em cantaria, ritmado por pilastras e janelas, sendo as do último piso em sacada com balaústres exibindo alternadamente frontões angulares e curvos. A S. o alçado principal organiza-se em 3 corpos, destacando-se em planta e alçado o corpo central, ao qual se acede por escadaria monumental, e que apresenta no piso térreo 4 estátuas sobre pedestal e 5 arcos de volta perfeita em cantaria, com chave decorada a folhas de acanto. Num 2.º nível, e a formar um nártex, existência, sobre pedestais intercalados com balaústres e com capitéis coríntios, de colunata rematada por frontão triangular, ornado com baixo-relevo. A galeria com tetos em caixotões de estuque, exibe pilastras rematadas por capitéis coríntios a intercalar 5 janelas tripartidas com bandeira segmentar e com emolduramento superior em arquivoltas, sobrepujado por friso ornamentado com métopas e triglifos, e painéis com guirlandas. Os corpos laterais em simetria, apresentam piso parcialmente enterrado e a acompanhar o declive do terreno, com cantaria aparelhada em almofada e pequenas janelas quadrangulares emparelhadas. Nos 2 pisos seguintes, ao mesmo nível que o piso térreo do corpo central, observam-se 2 níveis de janelas de peito, todas com bandeira. Separado por cornija, o último andar apresenta janelas no alinhamento das inferiores, destacando-se as janelas dos extremos dos 2 corpos laterais, sendo as do exterior com bandeira segmentar em arquivoltas, e as do interior, com bandeira retangular e lintel em painel com molduras e perlados. Fachada superiormente rematada por friso com métopas e triglifos e platibanda em balaustrada. Os alçados laterais, a E. e O., exibem o mesmo tipo de estruturação utilizada nos corpos laterais da fachada principal, apenas com algumas variações (como a existência de diferentes sequências ao nível da disposição dos frontões nas janelas do piso superior), especialmente no alçado a O. que no piso térreo apresenta óculos e 3 portas ao centro. No último andar, janelas em arco de volta perfeita, ao centro. A porta principal, delimitada por colunas rematadas por frontão triangular, inscreve-se num arco em asa de cesto, conduzindo a um átrio com escadaria de honra, que conduz por meio de 3 lanços desdobrados, ao piso da galeria. Destacam-se no interior, a Sala das Sessões da Câmara dos Deputados em hemiciclo, e ainda a Sala dos Passos Perdidos, a antiga Sala do Senado, o Salão Nobre e o Museu Histórico-Bibliográfico, entre outras salas.

Acessos

Rua Correia de Garção; Largo de São Bento; Rua de São Bento; Calçada da Estrela

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B. n.º 42 de 19 fevereiro 2002 *1 / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811)

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado por terreiro e escadório, em posição altimétrica dominante, a S., e por jardim murado, a N. e O., confinante com a Residência Oficial do Primeiro Ministro (v. IPA.00023170). Na Praça, a escultura de José Estêvão Coelho de Magalhães (1809-1869), oficial de artilharia e professor.

Descrição Complementar

Sobre a fachada principal, as estátuas a representae a Prudência, a Justiça, a Força e a Temperança. O baixo-relevo que decora o frontão exibe a inscrição "OMNA PRO PATRIA". No interior, a escadaria de acesso ostenta em cada um dos ângulos duas portas sobrepujadas de motivos escultóricos e nos vãos de cada uma das faces, dois trípticos, representando as Cortes de Leiria convocadas por D. Afonso III e as corporações do séc. 15. A sala em hemiciclo, de cobertura metálica e com vidros chemillés de ouro, divide-se em 3 vãos elípticos, com 2 ordens de galerias sobrepostas e sustentadas por colunas e capitéis de mármore, com decoração escultórica e cúpula pintada com alegorias. Sobre a mesa da Presidência, presença de um quadro e da estátua da República. Decoram ainda a sala 6 estátuas em gesso sobre pedestais, representando a Constituição, a Diplomacia, a Lei, a Justiça, a Jurisprudência e a Eloquência. A Sala dos Passos Perdidos, é toda revestida de mármore, contendo 6 óleos, representando estadistas e homens de leis, apresenta ainda decorações no teto e nos ângulos. Quanto à antiga Sala do Senado, nela pode observar-se o quadro A Pátria e uma estátua da República, apresentando nas sobreportas grupos escultóricos. No Salão Nobre, tetos pintados representando cenas da época dos Descobrimentos.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro masculino da Ordem de São Bento (Beneditinos)

Utilização Actual

Político-administrativa: parlamento

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 16 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: Afonso Álvares (1571); Adolfo António Marques da Silva (1899, 1920, 1937); António do Couto; António Lino da Silva (1936); Baltazar Álvares (1598); Carlos Rebelo de Andrade (1877 - 1971); Fernando Távora (1994-1999); Francesco Borromini (1636-1638); Jean-François Gilles Colson (1863 - 1867); Joaquim de Oliveira (1791); Joaquim Possidónio Narciso da Silva (1834); Luís Cristino da Silva (1938); Miguel Ventura Terra (1895 - 1903); Porfírio Pardal Monteiro; Rosendo Garcia de Araújo Carvalheira (1905). ENGENHEIRO: Jaime Larcher; Pedro Arnaut de Menezes (1898); ENTALHADOR: Frederico Augusto Ribeiro (1901-1902). ESCULTORES: Anatole Calmels; Artur Gaspar Anjos Teixeira (1916); Barata Feio (1941); Costa Mota Sobrinho (1920, 1941); Costa Mota Tio; Francisco dos Santos (1920); Joaquim Martins Correia (1983); Joaquim Martins Baganha (1901-1902); José Neto (1924); Júlio Vaz Júnior (1920); Leopoldo de Almeida (1920, 1949); Maximiliano Alves (1920, 1941); Moreira Rato (1901-1902); Raul Xavier (1941); Simões de Almeida Sobrinho (1903, 1920, 1923); Teixeira Lopes (1901-1902); Vítor Bastos (1870-1878). PINTORES: Alves Cardoso (1901-1902); Benvindo Ceia (1920-1924); Carlos Reis; Columbano Bordalo Pinheiro (1924); Costa Rebocho; Domingos Rebelo; Jaime Martins Barata (1943); João Vaz (1898, 1924); Sousa Lopes; Veloso Salgado (1920); Vincenzo Baccherelli (séc. 18). SERRALHEIRO: Fábrica Promitente (1900); Jacob Lopes da Silva (1901-1902)

Cronologia

1570-1590 - a Ordem de São Bento funda um edifício em Lisboa, onde pudessem ficar os monges quando se deslocavam à capital para tratar qualquer assunto (Convento de Nossa Senhora da Estrela, v. IPA.00011277); 1598 - fundação e início da construção de um novo complexo, que ficasse mais próximo da cidade, por diligências de Frei Pedro Quaresma; tem projeto de Baltazar Álvares; torna-se padroeiro da igreja o Conde de Castelo Melhor; 1615 - a edificação do convento está concluída; 1636-1638 - desenho da cripta dos Moura para a capela-mor da igreja, por Francesco Borromini; séc. 18 - pintura de um teto perspectivado por Vincenzo Baccherelli (1672-1745), desaparecido; 1707 - o acesso à igreja é feito por terreiro, fechado por duas portas, uma fronteira e outra no lado S., a que se sucedem dois grupos de escadas; a fachada possui três portas, óculos e janelas, marcada por pilastras, frisos e cornijas; está ladeada pelos corpos da zona regral, rasgada por janelas; a nave tem teto de madeira pintada e para ela abrem, por arcos de volta perfeita, quatro capelas de cada lado, estando a capela-mor em construção; o cruzeiro liga à ante-sacristia, revestida a azulejo e com nicho com imagem; a sacristia tem janelas de um dos lados e fingidas no lado oposto, com cobertura apainelada, com molduras de pedraria e revestimento a azulejo, estando o arcaz em construção; liga a uma capela com retábulo antigo; sobre a sacristia, a livraria, ligando a uma tribuna que liga à capela; as estantes são em angelim e assentam em quarteirões de calcário vermelho; ao centro, um bufete de madeira do Brasil; um dormitório desenvolve-se para S., ainda por terminar, com as celas individuais, tendo tetos de madeira, sendo os corredores cobertos a falsas abóbadas de madeira, com as paredes ostentando silhares altos de azulejo; no lado oposto, o teto do dormitório é de pedraria, por ter ardido o primitivo de madeira; de cada lado da igreja, portas de acesso ao coro-alto, com duas ordens de cadeiras de angelim, as primeiras com espaldares ornados por painéis pintados, divididos por colunas torsas; tem dois órgãos e uma estante de madeira; a escada regral é de cantaria, ornadas por azulejo; tem dois claustros, estando previstos mais dois; tem hospedaria, a portaria com abóbada com pintura ao centro, com assentos e um painel de azulejo da Imaculada; 1755, 1 novembro - o terramoto não causa danos significativos à construção; 1757, 19 agosto - concessão das dependências fronteiras ao Mosteiro para instalação do Tombo do Reino, proveniente do Castelo de São Jorge; parte das casas serviam para instalar a Academia Militar; 1791, 03 fevereiro - termo de arrendamento de umas casas ao abade, por 120$000, para a instalação do Cartório do Registo das Mercês, sendo a adaptação feita pelo arquiteto Joaquim de Oliveira; 1834 - por decreto de D. Pedro IV, as Cortes (Câmaras dos Pares e dos Deputados) passam a funcionar no edifício, entretanto desocupado pela expulsão das ordens religiosas, após obras de adaptação na Sala das Sessões, conforme projeto de Joaquim Possidónio Narciso da Silva (1806 - 1896); 1835 - início de obras de remodelação interna para adaptação às novas funções, sendo criadas as duas Salas de Sessões; 1856 - projeto de remodelação do imóvel da autoria de Jean-François Gilles Colson (1833-1903), não levado a cabo por falta de verbas; 1863-1867 - obras na Sala das Sessões do Pariato da autoria de Jean-François Gilles Colson; 1870 - feitura da escultura de José Estêvão Coelho de Magalhães por Vítor Bastos; 1878 - inauguração da escultura no Largo das Cortes; 1895, 17 junho - durante obras na cobertura, deflagrou um incêndio, que destruiu por completo a Câmara dos Deputados; os deputados são instalados, provisoriamente, na Academia das Ciências; sucedem-se dois projetos de reconstrução, um da autoria de Domingos Parente da Silva e outro de Miguel Ventura Terra (1866-1919): ambos privilegiavam soluções práticas e económicas, aproveitando, ao máximo, as dependências monásticas, com a Câmara dos Deputados em anfiteatro, com mesa para a Presidência e bancadas para os deputados, rodeado de tribuna para a Família Real e galerias para o público; ambos apresentavam soluções para a finalização da fachada posterior; a Direção Especial de Edifícios Públicos e Faróis deu parecer positivo ao primeiro projeto, mas o Ministério das Obras Púbicas não o aprovou; 24 julho - concurso para a remodelação do edifício das Cortes, que previa manter o máximo dos materiais e dependências dos padres, ter em conta o antigo projeto de Jean-François Gilles Colson e os desenhos para as fachadas do engenheiro António Joaquim Pereira; concorreram José Emílio dos Santos Silva, Luís Caetano Pedro de Ávila e Miguel Ventura Terra; 23 dezembro - relatório sobre os projetos da Comissão avaliadora, composta por Bento Fortunato de Moura Coutinho de Mendonça, José Joaquim de Paiva Cabral Couceiro, Manuel Raimundo Valadas, José António Gaspar e José Luís Monteiro, resultando na escolha do projeto de Miguel Ventura Terra; 1896, 11 janeiro - início oficial das obras de remodelação, dirigidas pelo próprio Ventura Terra, adaptando e alterando o projeto quando necessário; iniciou-se no piso térreo, com construção de amplo átrio alpendrado e transformação do espaço da antiga igreja em vestíbulo de acesso às escadas que levavam ao segundo piso, onde se situavam as Câmara dos Pares e à Câmara dos Deputados; as capelas laterais foram transformadas em nichos de iluminação; demolição do claustro E., para criar a base de sustentação da Sala das Sessões; 1897, abril - início da obra da Câmara dos Deputados e da dos Pares; setembro - entrega de um projeto de remodelações à Comissão avaliadora, não acompanhada de peças desenhadas, que foram exigidas; 1898 - entrega das correções à Comissão; maio - a Comissão não concorda com a solução da fachada posterior, reprovando a forma da torre; solicita que os Passos Perdidos recebessem pavimento de madeira em vez de cantaria; cálculo dos vigamentos de sustentação da Sala das Sessões pelo engenheiro Pedro Arnaut de Menezes; convite ao pintor João Vaz para apresentar um projeto para a decoração da Sala das Sessões; uma restrição orçamental inviabilizou a alteração das fachadas laterais e a construção da escadaria de acesso, servindo a monástica; 1899 - obras nos Passos Perdidos, com a colaboração do arquiteto Adolfo António Marques da Silva (1876 - 1939); maio - entrega de parte do projeto definitivo; 25 novembro - suspensão da conclusão da fachada posterior; estudo da solução para a cobertura da Sala das Sessões; 1900 - encomenda da cobertura metálica à fábrica Promitente; agosto - fica definida a altura da cobertura da Sala em 19 metros, com estudos de Costa Lima; a cobertura dos Passos Perdidos passou a ser em abóbada de berço, com ossatura de ferro e abertura de luz; 1901 - debate sobre a decoração da Sala das Sessões pelo Ministro das Obras Públicas, havendo uma preferência por temas alegóricos, defendidos por Ramalho Ortigão e Cabral Metelo, surgindo Costa Lima e Augusto Fuschini como adeptos dos temas historiados; 1901-1902 - feitura das esculturas de D. Carlos para o nicho da Presidência e as cabeças dos leões por Teixeira Lopes (1866-1942), o qual esculpiu as alegorias à Justiça e à Lei, ajudado por Moreira Rato (1860-1937); as armas reais foram esculpidas por Joaquim Martins Baganha; construção da mesa da Presidência, entalhada por Frederico Augusto Ribeiro e feitura de dois candeeiros em bronze pelo serralheiro Jacob Lopes da Silva, ambos desenhados por Ventura Terra; pinturas alegóricas de Alves Cardoso (1833-1930); 1902 - terminam as obras na Sala das Sessões e nos Passos Perdidos, regressando os deputados; continuavam obras nas zonas de secretaria; pedido de um projeto de remodelação da Câmara dos Pares, que não se chegou a concretizar; 1903, 2 janeiro - é oficialmente inaugurada a Sala das Sessões; 03 janeiro - colocação na Sala das Sessões a figura da Constituição de Simões de Almeida Sobrinho (1880-1950); 1905 - remodelação de uma ala para instalação do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, conforme projeto de Rosendo Garcia de Araújo Carvalheira; 1916 - a escultura de D. Carlos foi substituída pela da República, executada por Artur Gaspar Anjos Teixeira (1880-1935); 1920 - execução das esculturas da balaustrada, em gesso, tendo sido executadas a Constituição por Simões de Almeida Sobrinho, a Justiça e a Jurisprudência por Costa Mota Sobrinho, a Diplomacia por Maximiano Alves (1888-1954), a Lei de Francisco dos Santos (1878-1930) e a Eloquência de Júlio Vaz Júnior (1877-1923); feitura dos relevos das sobreportas do acesso por Leopoldo de Almeida (1898-1975); pintura a óleo das Cortes de 1821 por Veloso Salgado (1864-1945); pintura das armas de Portugal e das Colónias por Benvindo Ceia; 1923 - feitura do tímpano da fachada principal por Simões de Almeida Sobrinho; 1924 - pintura das nervuras com alegorias por Artur Alves Cardoso; decoração dos Passos Perdidos, com colocação de leões em gesso nas sobreportas por José Neto, pintura de seis telas por Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929), pintura de Viriato por Benvindo Ceia e, na escadaria, pintura da Convenção de Évora-monte por João Vaz (1859-1931) e, no teto, alegorias por João Vaz e Benvindo Ceia; 1933 - 1942 - nova campanha de obras interiores e exteriores, com a monumentalização da zona envolvente, colocando em 1941 as 4 estátuas à entrada, incluindo ainda a demolição do mercado de São Bento; 1936 - inauguração da Escadaria Nobre, da autoria do arquiteto António Lino da Silva (1909 - 1961); 1937 - foi batizado com o nome de Assembleia Nacional; Raul Lino elabora projetos para para mobilar algumas salas do andar nobre do edifício; 1938 - conclusão da fachada principal, a S., conforme projeto do arquiteto Marques da Silva; 1938 - conclusão da escadaria exterior principal com projeto do arquiteto Luís Cristino da Silva (1897 - 1976); 1941 - feitura das esculturas representando a Prudência de Raul Xavier (1894-1964), a Temperança, por Barata Feio (n. 1902), a Força de Costa Mota Sobrinho e a Justiça de Maximiano Alves; feitura de dois leões de pedra por Raul Xavier; 1943 - Jaime Martins Barata pinta as "Cortes Medievais" na Escadaria Nobre; 1947 – a DGEMN solicita à CAM informação sobre o mobiliário necessário para o Salão Nobre, para o que é pedido o parecer de Joaquim Leitão , anterior secretário da Assembleia Nacional ; 1948 – Costa Brochado, Secretário Geral da Assembleia Nacional, comunica à CAM o parecer concordante de Joaquim Leitão em relação ao inicialmente previsto: “longos bancos delicados, a marfim e oiro, com estofo carmesim”, uma mesa “em talha doirada e tampo de mármore”, pequenos sofás ou credencias douradas e espelhos para as cabeceiras do salão ; 1949 – Luís Benavente é encarregue de estudar o assunto, na sua opinião sala poderia estar pronta para a próxima cerimónia de tomada de posse do Chefe de Estado ; 1949 – são fornecidos os móveis e os cortinados para o salão nobre da Assembleia Nacional, adjudicados a Móveis Olaio, empresa que se propusera a fornecer: credencias com tampo de mármore, cadeiras e bancos estofados e em madeira dourada ; 1949 - feitura da escultura em pedra a representar a Família por Leopoldo de Almeida, colocada no Largo do edifício; 1954, 16 de outubro – tem lugar um concurso limitado para o fornecimento de diverso mobiliário destinado à Junta de Energia Nuclear, provisoriamente instalada no edifício da Assembleia Nacional; o serviço fica a cargo do decorador Moser (CAM) para auxiliar a fazer o programa de mobiliário, sendo adquirido mobiliário corrente de secretaria inicialmente destinado à Junta de Crédito Público; 1961 – é adjudicado o fornecimento de mobiliário para o átrio da Presidência do Conselho, no Palácio de São Bento, a Joachim Mitnitzky ; 1961-1962 - é adjudicado o fornecimento para o Gabinete do Ministro do Estado, Correia de Oliveira, a Joachim Mitnitzky; 1964 – é adjudicado o fornecimento de mobiliário e outros artigos, destinados à Sala de Espera do Gabinete do Presidente do Conselho, adjudicado a Joachim Mitnitzky; é adjudicado o fornecimento de mobiliário e outros artigos para o Gabinete do Ministro de Estado, no Palácio da Assembleia Nacional, a Joachim Mitnitzky ; 1969 – decorre o concurso limitado para o fornecimento de uma mesa para a Sala de Reuniões da Presidência do Conselho, no Palácio da Assembleia Nacional, adjudicado a Anselmo Costa ; 1969 – decorre o concurso limitado para o fornecimento de uma mesa em U para a Sala de Reuniões do Conselho de Ministros, no Palácio da Assembleia Nacional, adjudicado a Alcobia ; 1972-1973 – é adjudicado Fornecimento de estantes, vitrines e bancos a Raúl Azevedo; 1975 - passa a chamar-se Assembleia da República; 1983 - colocação no átrio de um busto de António José de Almeida da autoria de Joaquim Martins Correia; 1984 - transferência da estátua de José Estêvão Coelho de Magalhães, entretanto colocada no átrio do Palácio na Praça exterior; 1990 - saída do Arquivo Nacional da Torre do Tombo para novas instalações, desocupando a cave e parte da ala E.; 1994-1997 - construção de nova ala, junto à fachada lateral direita do edifício, da autoria do arquiteto Fernando Távora, destinada à residência oficial do Presidente da Assembleia da República e a gabinetes para os deputados; 1997, 22 maio - despacho de abertura de processo de classificação pelo Ministro da Cultura; 2012, 03 dezembro - abertura do concurso para adjudicação da obra de recuperação do frontão e cobertura contígua; 2013, 25 outubro - abertura de concurso da empreitada de beneficiação das coberturas da Escadaria Nobre e dos Passos Perdidos, publicada em Anúncio de procedimento n.º 5264/2013, DR, 2.ª série, n.º 207.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Alvenaria mista e de tijolo, cantaria de calcário, mármore, madeira ferro forjado e fundido e estuque pintado

Bibliografia

AA.VV. - Guia da Arquitetura de Lisboa, 1948-2013. Lisboa: A+A Books, 2013, p. 76; ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em Lisboa. Lisboa: s.d., vol. 3; Archivo Pittoresco. Lisboa: 1860, vol. III; ATAÍDE, M. Maia, (dir. de) - Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa. Lisboa - 3. Lisboa: 1988; BARATA, Martins e REBELO, Domingos Maria Xavier - «O Palácio de S. Bento - Assembleia Municipal». Olisipo, Lisboa: 1950, n.º 50; CAEIRO, Baltazar Matos - Os Conventos de Lisboa. Lisboa: 1989; COSTA, António Carvalho da (Padre) - Corografia Portugueza e Descripçam Topográfica do Famoso Reyno de Portugal. Lisboa: 1712, vol. III; FERREIRA, Rafael Laborde e VIEIRA, Victor Manuel Lopes - Estatuária de Lisboa. Lisboa: Amigos do Livro, Lda., 1985; LEITÃO, Joaquim - O Palácio de São Bento. Lisboa: 1945; MESQUITA, Alfredo - Lisboa Ilustrada. Lisboa: 1903; MOREIRA, Maria Assunção Júdice, (dir. de) - Evocar Duarte Pacheco no Cinquentenário da Sua Morte: 1943 - 1993. Lisboa: 1993; Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1972, vol. II; MOURÃO, Cátia - «A intervenção de Ventura Terra no Palácio das Cortes - o incêndio da Sala das Sessões e os primeiros projectos para a sua reconstrução» in Arquitecto Ventura Terra (1866-1919). Lisboa: Assembleia da República, 2009, pp. 161-219; ORTIGÃO, Ramalho - «A Obra de Ventura Terra. A Nova Câmara dos Deputados em Lisboa». A Arte e a Natureza em Portugal. Porto: 1903, vol. III; PASCOAL, Ana Mehnert, Os Palácios da “Representação Nacional”. Identidade e Poder nos edifícios do Governo no Estado Novo, dissertação para doutoramento em História da Arte, FLUL, 2023; PEDREIRINHO, José Manuel - Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à atualidade. Porto: Edições Afrontamento, 1994; Relatório da Actividade do Ministério no Triénio de 1947 a 1949. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1950; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1953; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1954. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1955; Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1962, 1.º vol.; Revista Municipal. Lisboa: Janeiro 1944, n.º especial; SEQUEIRA, Gustavo Matos - Depois do Terramoto. Subsídios para a História dos Bairros Ocidentais de Lisboa. Lisboa 1966, vol. 1; SERRÃO, Vítor - História da Arte em Portugal - o Barroco. Barcarena: Editorial Presença, 2003; VITERBO, Sousa - Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal. Lisboa: Imprensa Nacional, 1904, 3 vols.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML, DGEMN/DSARH, DGEMN/DSPI/CAM, DGEMN/DSEP/DNISP, DGEMN/DREL/DRC/DP/DEM/DIE, Arquivo Pessoal de Porfírio Pardal Monteiro (PPM NT5 UAC79); AHMOP: desenhos Nº 364, 365, 392, 393, 394, 395, 396, 397, 398, 399; BNP: Secção de Iconografia, Desenho Nº 557 (D.23R.)

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH; Bibl.: FCG / RLDA 373.0, RLDA 373.1 e RLDA 373.2; IHRU: DGEMN/DSARH 005/125-3224/04; CAM 0024/04, 0102/12, 0183/13, 0183/14, 0102/14, 0102/16, 0183/16, 0183/17, 0183/20, 0183/21, 0322/04, 0359/08, 0434/01 e 0434/02.

Intervenção Realizada

DGEMN: 1952 / 1954 - obras de reparação no vestiário e salas do P.B.X., pintura e eletrificação para transferência da estação dos CTT no Palácio da Assembleia Nacional, obras em diversas salas e corredores, canalização e rede de esgotos na casa da caldeira, reconstrução de pavimentos de tijolo junto á Sala das Sessões, adaptação do antigo Gabinete do Presidente da Câmara Corporativa a Sala de Conselho de Ministros do Comércio Externo, fornecimento e assentamento de alcatifas no mesmo Gabinete, diversos trabalhos de caixilharias, portas, e vidros, pavimentação, alvenaria e cantaria, obras diversas no rés-do-chão e da Biblioteca, reparação dos telhados e de iluminação; 1955 / 1959 - reparação e substituição da instalação de som na Sala de Sessões do Palácio, construção de teto falso no vestiário do pessoal, montagem de para-raios, reconstrução dos jardins renascença e do claustro, conclusão das obras na Biblioteca, montagem de estantes metálicas e instalação do monta-livros; 1960 - remodelação do átrio da entrada para a Presidência do Conselho, instalação sanitárias para o posto da GNR, reparação da instalação de sinalização, obras de adaptação de uma casa de pessoal para a instalação do Almoxarifado, arranjo do Gabinete do Presidente do Conselho, obras de adaptação para a instalação de ascensor cabine telefónica, remoção de cantarias do arco de S. Bento para o depósito de Belém e consideração sobre a reconstrução do mesmo noutro local; 1961- instalação de uma garagem junto ao Arquivo da Torre do Tombo; 1962 - obras gerais e instalação de ar condicionado em alguns gabinetes, reparação de telhados e corredores, restauro da Galeria sobre o Claustro; 1963 - arranjo de telhados e Galeria do último piso, colocação de lanternim de corredor e instalação elétrica no Gabinete do Sub-secretário de Estado do Conselho; 1994-1997 - construção de nova ala, com 5 pisos, junto à fachada lateral direita do edifício, da autoria do arquiteto Fernando Távora; 2002 - remodelação do sistema AVAC e beneficiação geral das instalações CINF e galerias públicas e reservadas; beneficiação das instalações da GNR; obras de beneficiação e pintura da Divisão de Edições; beneficiação das paredes do vestíbulo de acesso; limpeza dos algerozes; revisão dos telhados; reparação e pintura dos nichos do vestíbulo; remoção do pavimento, impermeabilização e revestimento a pedra do terraço da GNR; reconstrução de paredes em alguns gabinetes do novo edifício; alteração do sistema de exaustão das cozinhas; execução de instalação elétrica, telefónica e rede informática na biblioteca; execução de lambril, rodapé e rodatetos em algumas salas do 2.º piso do edifício novo; pintura da sobreloja; impermeabilização da laje do teto da copa do bar; beneficiação das empenas e algerozes no edifício do corpo do Senado; pintura em algumas salas do andar nobre; obras de beneficiação na recepção e zonas de circulação da Casa Amarela; pintura e requalificação das instalações das telefonistas; tratamento das empenas do corpo da comunicação social; adaptação de um espaço a arquivo de suporte de áudio-visuais; beneficiação nos gabinetes do Presidente e nos do secretariado; remodelação de duas instalações sanitárias; construção de um piso intermédio no piso inferior, para um armazém; remodelação da copa de apoio ao Gabinete do Presidente; 2006 - arranjo do tecto da Sala do Senado, com fixação de madeiras e substituição de madeiras deterioradas, reforço da estrutura com chapas de aço; 2007 - desinfestação das madeiras no corredor e gabinetes dos deputados; 2008 / 2009 - remodelação da cozinha e caixa do elevador; remodelação da Sala das Sessões e escada de acesso; arranjo do candeeiro da escadaria; pintura do sistema AVAC; remodelação da Galeria e beneficiação do refeitório dos frades; recuperação da fonte do claustro; reparação das infiltrações entre os vários edifícios; beneficiação e reparação de caleiras; tratamento do estuque e pintura de algumas salas; substituição de cantarias deterioradas; pintura da Sala da Diretora do Arquivo Histórico; reparação de clarabóia; restauro da calçada no parque interior e acesso; reparação da cobertura da Casa da Guarda; substituição de torneiras nas instalações sanitárias; tratamento e limpeza da conduta de águas residuais.

Observações

*1 - DOF: "Palácio de São Bento, escadaria exterior e jardim confinante com a residência do Primeiro-Ministro, na Calçada da Estrela, na Rua de Correia Garção, na Praça de São Bento, e na Rua de São Bento".

Autor e Data

Teresa Vale, Carlos Gomes e João Ferreira 1996

Actualização

Margarida Elias (Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design (CIAUD-FA/UTL)) 2015
 
 
 
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