Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Valadares

IPA.00006195
Portugal, Viana do Castelo, Monção, União das freguesias de Messegães, Valadares e Sá
 
Igreja da misericórdia, maneirista, de planta poligonal composta por nave única e capela-mor mais baixa e estreita, seguindo o modelo desenvolvido pela Igreja bracarense de São Vitor, com frontispício em frontão triangular sobre entablamento metopado sobre pilastras toscanas e portal de arco quebrado enquadrado por pilastras estriadas suportando entablamento metopado e frontão curvo. No interior, tectos de madeira, formando caixotões, pintados, coro-alto rectangular sobre arco em asa de cesto, púlpito no lado do Evangelho, retábulos de talha dourada barrocos, sendo os da nave joaninos e o mor de estilo nacional.
Número IPA Antigo: PT011604320026
 
Registo visualizado 1310 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja de Confraria / Irmandade  Misericórdia

Descrição

Planta poligonal composta por nave única e capela-mor rectangulares, com torre quadrangular, sacristia rectangular e anexo poligonal *1, adossados à direita. Volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas e uma águas. Fachadas rebocadas e caiadas, percorridas por embasamento avançado e cornija saliente, com pilastras nos cunhais, sobrepujados por pináculos, rematadas por cruzes nas empenas. Fachada principal com entablamento pujante, metopado, sobreposto por frontão triangular, com edícula no tímpano albergando a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia. Portal em arco pleno, assente em capitéis toscanos, enquadrado por moldura definida por pilastras toscanas, de fuste estriado, que suportam frontão curvo, sobre entablamento metopado. Ladeiam o frontão duas janelas quadrangulares. Torre sineira de quatro registos, com porta rectangular, no primeiro, janela rectangular, fresta e relógio de pedra, no terceiro, e sineira de quatro ventanas em arco pleno, no último, marcado por faixa de pedra e rematado por cornija recta, com cúpula sobrepujada por pináculos. Fachada N. rasgada por duas janelas rectangulares na nave e capela-mor. Fachada S. com porta e duas janelas rectangulares na nave. Sacristia com porta rectangular, no primeiro registo, e porta rectangular ladeada por janela idêntica e sineira em ferro, no segundo, do lado O., possui no alçado S. duas janelas rectangulares. Fachada posterior com janela rectangular, entaipada, na capela-mor e porta, entaipada, e janela rectangular no anexo. Interior rebocado e caiado. Coro-alto assente em arco abatido sobre mísulas de pedra, com balaustrada de madeira e porta de acesso à direita. Sub-coro com guarda-vento em madeira, apresentando à entrada as armas da Santa Casa da Misericórdia, tendo pia baptismal à esquerda. Colateralmente, porta ladeada por pia de água benta, no lado da Epístola, e púlpito quadrangular sobre mísula de pedra e balaustrada de madeira, do lado oposto; no topo da nave, dois altares com retábulos de talha dourada, protegidos por grade de ferro, albergando imagem do Sagrado Coração de Jesus, do lado do Evangelho, e Nossa Senhora de Fátima, no da Epístola, este ladeado por Cadeiral dos Mesários. Pavimentos em taburnos de madeiras entre guias pétreas; e tecto de perfil anguloso, com caixotões de madeira, pintados com cenas da vida da Virgem, na fiada central, cenas da vida de Cristo, nas duas fiadas laterais, e, nas extremas, anjos com símbolos relativos ao martírio de Cristo. Arco triunfal, pleno, com sanefa de talha dourada. Capela-mor com dois armários e dois nichos laterais, confrontantes, com moldura de pedra e remates em frontão curvo, com retábulo de talha dourada. Retábulo-mor de talha dourada, com sacrário envolto por anjos, a que se sobrepõe trono com a Sagrada Eucaristia. Pavimento soalhado e lajeado, com tecto de perfil curvo, em madeira, sobre cornija saliente, pintada, com caixotões de madeira pintados com figurações de exemplos bíblicos do Velho testamento, os Padres da Igreja Ortodoxa e os da Igreja Católica, as três Virtudes Cardeais, os dois pilares da Igreja Católica ( São Pedro e São Paulo ), a cena da Adoração e Santos do Hagiólogo Católico. Sacristia de paredes rebocadas e pintadas de branco, com pavimento em soalho e tecto em madeira envernizada. Arcaz de grande simplicidade encimado por oratório, em talha policroma a branco e dourado, de arco abatido, truncado pelo tecto, com colunas atarracadas, de terço inferior decorado por motivos fitomórficos e capitéis coríntios, decorado na arquivolta por conchas e, no intradorso, almofadas geométricas; no interior, de fundo pintado com firmamento, alberga imagem encimada por relevo do Deus Pai. As paredes laterais têm armários embutidos e lavabo, de espaldar rectangular, com bica carranca, terminado em cornija e reservat´roio em arco abatido, com bacia gomeada sobre mísula.

Acessos

Lugar da Vila

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, no centro da vila, no local onde se realizava a feira, cujos feirantes pagavam imposto pela ocupação do espaço da confraria. Insere-se em adro, sobrelevado em relação à rua, lajeado e cerrado por muro, corrido por bancos de pedra, interrompido por escadarias laterais, ladeadas por pináculos rematados por esferas, sendo o arranque do parapeito em dupla espiral.

Descrição Complementar

Nos caixotões do tecto da nave figuram, na fiada central, com leitura cronológica do coro-alto para o arco triunfal, cenas alusivas à vida da Virgem: São joaquim, Santa Ana e a Virgem; Santa Ana ensina a Virgem a ler; Anunciação; Visitação; Fuga para o Egipto; Mater Omnium; Esponsais da Virgem; Assunção da Virgem; Coroação da Virgem; e Cristo Redentor. Nas duas fiadas laterais representam-se, entre outras, cenas da vida de Cristo; na do lado direito, com leitura do arco triunfal para o coro, surge São Lucas (?); São João Evangelista; anjo com coluna; Última Ceia; Cristo no horto; beijo de Judas; Cristo perante Pilatos; Cristo atado à coluna; colocação da coroa de espinhos; e Ecce Homo; na do lado esquerdo, com leitura do coro para o arco figuram: Cristo inicia o caminho do Calvário; Simão de Cirene carregando a cruz; Jesus falando às mulheres de Jerusalém; Crucificação; exalçamento da cruz; Calvário; Descida da cruz; anjo com cruz; São Marcos; e São Mateus (?). Nas duas fiadas extremas, figuram anjos com atributos alusivos ao martírio de Cristo: cravos; coroa de espinhos; azorrague; dados; espada; candeia; Sudário de Verónica; mão; lança; archote; chibata; cana verde; cálice; galo; bolsa das 30 moedas; bandeira com S.P.Q.R.; e inscrição.

Utilização Inicial

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 (conjectural) / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Domingos Gonçalves (1687). CARPINTEIROS: Jerónimo Fernandes (1688), João Fernandes (1688). ENTALHADOR: Alexandre da Costa (1689), Manuel Fernandes Oliveira. ESCULTOR: Pedro Serrapio (1689). FERREIRO: Domingos Dias Gaitas (1689). MESTRE: Manuel Duarte (1689); PEDREIROS: Domingos Vicente do Carvalhal (1689), Francisco Gonçalves (1688), João do Cano (1749). PINTOR: Luís Peixoto (1741), Silvestre de Abreu (1689). PINTOR / DOURADOR: António Gandra (1748), Silvestre de Abreu (1689).

Cronologia

1535 - Irmandade solicita a D. Filipe I a confirmação do Compromisso; 1687 - encomenda do projecto ao mestre Domingos Gonçalves, que "fes a planta para ella" por 3$500; 1688 - Misericórdia decide construir uma nova casa; o pedreiro Francisco Gonçalves, da freguesia de Ceivães, acompanhado pelo seu fiador Francisco da Costa, solicita à Misericórdia algum dinheiro, para irem correndo com as obras da Santa Casa "pera as coais lhe contamos sasenta mill he duzentos e sincoenta"; uma das vezes, ordenou-se ao tesoureiro André Gomes para lhe dar de imediato 148$000, que era o que tinham em cofre; 1689 - Misericórdia compra uma casa a Manuel Monteiro, da vila, junto à Misericórdia velha, por 57$700, para a construção; nas obras trabalhavam o ferreiro Domingos Dias Gaitas, de Braga, os carpinteiros João Fernandes e Jerónimo Fernandes, vindos de Arcos de Valdevez; depois de pronta, a caiação foi feita pelo mestre Manuel Duarte, do termo de Monção, e a pintura das portas, janelas, frontais dos altares colaterais, púlpito e nicho da frontaria foi feita por Silvestre de Abreu, de Melgaço; as duas pias de água benta foram feitas pelo pedreiro Domingos Vicente do Carvalhal e a imagem pétrea da Virgem na frontaria pelo escultor Pedro Serrapio; os frontais de altar dos retábulos colaterais foram feitos por Alexandre da Costa; nas obras dispendem-se: 1.692$528 com os pedreiros, 248$880 com carpinteiros, 17$900 com o pintor, 5$000 com o escultor, 25$050 com o caiador, 57$359 com o ferreiro, 3$000 com o canteiro, 40$965 com outros mestres, 138$191 em materiais, 3$550 com as pias de água benta e 5$500 com os frontais para os altares colaterais; 1736 - decide-se fazer obras no altar-mor e nos dois colaterais, com a promessa de uma esmola de 30$000 do irmão Domingos Domingues Ramos; 1738 - A Misericórdia tinha 11 sacerdotes ao seu serviço para cumprimento das missas das disposições testamentárias; 1739 - Câmara notificou os tendeiros a pagarem o imposto não à Misericórdia, mas à edilidade, o que desagradou à Irmandade, que enviou o seu escrivão ao Município "para que não impeça a posse que tem a dita Santa Casa"; 1741 - legado do Deão da Baía à Misericórdia para que esta, entre outras obrigações, mandasse celebrar 500 missas pelas almas do Purgatório; início da obra, que foi adjudicada ao pintor Luis Peixoto, de Arcos de Valdevez, por 386$500; como não havia dinheiro suficiente para a obra, a confraria decidiu contrair empréstimo de 300$000; 1748 - abertura de concurso para o douramento dos altares colaterais, tendo sido adjudicados a António Gandra, da vila de Monção, por 81$000; os irmãos decidem abrir uma porta e uma janela na tribuna que desse acessso ao exterior; porém, o capitão-mor João Manuel de Araújo Azevedo e Andrade embargou a obra, alegando que a sua casa tinha acesso por esse local; para pôr término ao conflito, os confrades resolveram entregar-lhe uma chave da igreja para aceder aos ofícios divinos sempre que desejasse; pouco tempo depois, uma nova Mesa decidiu retirar a chave ao capitão por questões de segurança; 1749 - arranjo exterior, incluindo o pátio e bancos, pelo pedreiro João do Cano, por 68$500, que desceu o preço por três vezes; desceu tanto o preço que, no fim da obra, dirigiu-se à Mesa solicitando um aumento, por considerar ter tido muito prejuízo; os irmãos anuiram ao pedido, visto considerarem a obra bem feita, com "primor e satisfação", embora subtraissem os 8 alqueires de milho que lhe tinham sido prometidos; o procurador da Confraria das Almas, solicita a comparticipação dos irmãos da Misericórdia para a realização de algumas obras de remodelação no seu altar que, segundo diz, estava indecente e as madeiras expostas a grande prejuízo, mas não tinha capacidade para o fazer sózinho, e já tinha garantia da confraria de São Pedro, também existente na igreja; pedia assim 30$000 para dourar o retábulo; a Misericórdia ofereceu 20$000; 1750 - o povo da vila solicita autorização à Mesa para colocar um altar com a imagem de Cristo Crucificado na capela-mor; os irmãos consentiram, mas com a condição de ver tudo com a decência devida e eles não se assenhorearem de nada e ficando o altar "sendo da Misericórdia, sem que em nada lhe possa prejudicar"; os devotos foram autorizados a realizarem algumas cerimónias religiosas no altar, festas e outras cerimónias, desde que não colidissem com as da Misericórdia; o padre Manuel de Sousa, em nome dos devotos do Senhor Jesus da Boa Morte, solicitou à Mesa autorização para colocar um altar desta invocação na igreja, garantindo que todas as depesas ficariam a cargo dos devotos; a Mesa aceitou desde que "em nada prejudicasse as regalias da Santa Caza" e estabeleceram que o altar ficaria localizado abaixo do arco; 1752, Setembro - os confrades afrontaram a Câmara ao exigir-lhe que mostrasse os livros onde constava o seu direito ao pagamento da instalação dos tendeiros; os irmãos aconselham a reforma do acórdão onde estava consignado esse direito, mas recorrem ao rei "para dar a cada hum sua força nova"; 1753 - Misericórdia decide riscar os irmãos que consentissem com as práticas dos tendeiros que, para armar as tendas, onde colocavam louças e outros bens para venda, ocupavam o espaço da confraria, serviam-se da torre da igreja para os prender e levavam os bancos da igreja para seu uso; obrigados a recuar, os mercadores recuaram um pouco as suas tendas, solicitando à Irmandade que lhes alugasse o espaço à frente da Misericórdia Velha; os confrades consentiram no aluguer, mas determinaram que em nenhuma situação o adro fosse ocupado; 1764 - confrades solicitam autorização real para fazerem um Tombo, visto que as propriedades que possuiam "não se achavam tombadas, nem demarcadas", mas antes muitas delas usurpadas, e até com quem demarcam e confrontam e contra tempo padeceram grande detrimento"; pelo Tombo, sabe-se que a nova a igreja "fazia esquina" a E. com a "Misericórdia Velha", e "os rocios da Santa Casa" ficavam a E. da dita Misericórdia Velha e a O. da "Misericórdia Nova"; 1765 - as receitas da Misericórdia orçavam em 324$861 e as despesas em 302$000; 1804 - envio de queixa à Coroa dando conta da grave situação financeira em que se encontrava a Santa Casa; os novos mesários acusavam os anteriores de não cobrarem as rendas, visto os rendeiros serem "pessoas pedrozas", de terem recebido em si os dinheiros pertencentes à Santa Casa, de nunca terem dado cumprimento ao legado de José de Araújo Pereira, falecido no Rio de Janeiro em 1787, de terem ficado com os 4 000 cruzados desta benfeitoria para eles e nunca os terem posto a juro como mandara o legatário, e de terem tomado dinheiro a juro da Santa Casa em proveito próprio e nunca o terem pago; o princípe regente ordenou ao provedor da comarca de Viana uma fiscalização à Santa Casa; 1807 - início da auditoria às contas da Misericórdia; o provedor de 1787, Bento Manuel Machado de Araújo, explicou que ele levara a juro 1.200$000 do dito legado, embora tivesse feito escrituras e tivesse dado todos os seus bens como hipoteca; afirmou que o legado se chegou a cumprir durante os ¾ primeiros anos e que em 1804 tinha diligenciado junto dos mesários para lhe darem continuidade; como não existia no arquivo da confraria prova das escrituras, acordou-se que Bento Manuel Machado de Araújo as renovasse e desse fiadores abonados e hipotecas desembargadas; quanto aos juros, a Misericórdia considerava-se paga desde que o devedor entregasse o montante correspondente ao hospital de Braga; a análise das contas entre 1774 e 1804 revelou uma dívida de 1.789$869 proveniente da acção dos procuradores; a Misericórdia tinha um total de 11.553$949 para receber; 1838 - o Administrador Geral do Distrito de Viana do Castelo afirma que a maioria das Misericórdias estavam muito mal administradas, o que originava a perda de muitas dívidas e foros, em resultado do desleixo e pouco zelo das Misericórdias; 1839 - o Administrador envia um comissário contabilista para reformar todas a sua escrituração e examinar os erros de liquidação e desleixo; 1848 - abertura de concurso para arranjo exterior, tendo concorrido vários pedreiros da região; 1855 - extinção do concelho de Valadares, prolongando a Misericórdia a sua actividade ao longo do século seguinte; 1863 - a Misericórdia tinha 12 933$013 rs de fundos, sendo 400$000 em domínios directos, 50$000 em prédios rústicos e urbanos, 11 883$013 em capitais mutuados e 600$000 em alfaias, jóias e móveis; tinha 614$150 rs em receitas ordinárias, sendo 18$240 em géneros, 1$760 em dinheiro e 594$150 em juros de capitais mutuados; e tinha ainda como despesas obrigatórias 577$540 rs, sendo 363$250 em encargos pios e 214$290 em encargos profanos; séc. 19, último quartel - construção da sanefa do arco triunfal e retábulos colaterais da capela-mor; 1931, 3 Agosto - através de alvará, a Mesa administrativa da Misericórdia de Valadares passava a ser gerida por uma comissão administrativa; 1955, 28 Fevereiro - realização da última sessão da Mesa da Confraria da Misericórdia, onde se aprovou as contas do ano transacto.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em cantaria, com paramentos rebocados e pintados com vãos e cunhais em cantaria, cobertura em madeira telhada, sineira em ferro, altares em madeira, grade de ferro, coro-alto em madeira, armários com portas de madeira, Cadeiral dos Mesários em madeira, cadeira-confessionário em madeira, pavimentos em lajes graníticas e soalhado, portas de madeira, janelas gradeadas e envidraçadas.

Bibliografia

VIEIRA, José Augusto, O Minho Pittoresco, 1, Lisboa, 1886, p. 54; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987, p. 176; FONTE, Teodoro Afonso da, As Misericórdias do Alto Minho - perspectiva Histórica e actualidade, in I Congresso das Misericórdias do Alto Minho, Viana do Castelo, 2001, p. 96 - 117; ARAÚJO, Maria Marta Lobo de, A Memória de Santa Casa da Misericórdia de Valadares (séculos XVII - XVIII) in Monção nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, 2003, pp.153-171.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Comissão Fabriqueira: 1995 - reparação de soalhos e limpeza do altar-mor.

Observações

*1 - Todos os que desejavam integrar a Irmandade da Misericórdia de Valadares tinham de pagar uma jóia de entrada, bastante elevada. Na primeira metade do séc. 18, os irmãos de primeira condição pagavam $480 e os irmãos de segunda $300. A composição da Mesa era o principal órgão de gestão da confraria, diferente relativamente à da maioria das Misericórdias. A Mesa era composta pelo provedor, escrivão, procurador, todos de maior condição, tesoureiro e por mais 12 irmãos, estes de menor condição. Havia ainda quatro conselheiros, todos de maior condição e que formavam a Junta. Portanto, a Mesa era formada por 16 elementos, sendo a sua maioria de menor condição. Os confrades, reuniam-se algumas vezes por ano, sempre que consideravam necessário, mas sem calendário fixo. Ocasionalmente, reuniam-se também em "Mesa grande" chamando os conselheiros. Todos os irmãos eleitos para a Junta eram igualmente de maior condição, mas em número reduzido. Os irmãos de condição superior integravam sobretudo clérigos das freguesias vizinhas e alguns militares, pois os mais poderosos e residentes nos solares da região faziam parte, provavelmente, das Misericórdias de Monção ou de Melgaço.

Autor e Data

Paulo Amaral 1999

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login