Câmara Municipal de Ponta Delgada

IPA.00008199
Portugal, Ilha de São Miguel (Açores), Ponta Delgada, Ponta Delgada (São Sebastião)
 
Arquitetura político-administrativa, seiscentista e setecentista. Paços do concelho de planta trapezoidal irregular com torre sineira adossada, esquema semelhante ao existente nos Paços do Concelho da Praia da Vitória (v. PT071905080001), da Ribeira Grande (v. PT072105090004), de Vila Franca do Campo (v. PT072106030015) e o que tinha o edifício seiscentista de Angra do Heroísmo (v. PT071901160037). Apresenta o típico contraste micaelense entre o branco e os elementos estruturais e decorativos em cantaria basáltica. Fachadas evoluindo em três pisos, com cunhais apilastrados, rematadas em friso e cornija e rasgadas por vãos retilíneos, com molduras encimadas por friso e cornija. A fachada principal tem balcão central, precedido por escada de dois braços e dois lanços, rasgado no segundo piso por portal entre janelas e no terceiro por janelas de sacada, com guarda em ferro. Fachadas laterais semelhantes, rasgadas regularmente por janelas que, no terceiro piso são de sacada. A torre sineira é mais alta, possuindo acesso individualizado por portal de verga reta encimado por brasão com as armas reais.
Número IPA Antigo: PT072103120081
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Político e administrativo regional e local  Câmara municipal  Casa da câmara, tribunal e cadeia  

Descrição

Planta trapezoidal irregular com ala retangular comprida na fachada lateral esquerda e com torre sineira quadrangular adossada na lateral direita. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas no edifício, rematados em beirada dupla, e em terraço na torre sineira. Fachadas de três pisos, com embasamento de cantaria, cunhais apilastrados e remate em friso, decorado com pontas de diamante, e cornija. Fachada principal virada a NE., precedida por escada de cantaria avançada, de dois braços com dois patamares intermédios e balcão central comum, com guarda de balaústres biselados, em cantaria, ritmados por acrotérios coroados por pináculos. No piso térreo, sob o patamar central, abre-se vão em arco de volta perfeita, sobre pilastras assentes em plintos galbados, interiormente coberto por falsa abóbada de berço e onde se abre portal de verga reta, com moldura terminada em cornija, encimada por silhar com aletas e coronel. No segundo piso rasgam-se três vãos, correspondendo a portal entre duas janelas de peitoril, com pano de peito em cantaria, todos de verga reta e moldura encimada por friso decorado com duas pontas de diamante e cornija. No terceiro piso abrem-se quatro janelas de sacada, com a mesma modinatura e guarda em ferro, existindo ao centro brasão com as armas reais. Fachada lateral esquerda de dois panos, definidos por pilastra, rasgados regularmente, o da esquerda por seis eixos de vãos e o da direita por dois, todos retilíneos e moldurados a cantaria; correspondem no piso térreo a portas e janelas de peitoril, com molduras terminadas em cornija, no segundo a janelas de peitoril com pano de peito de cantaria e moldura encimada por friso com losangos e cornija reta e no terceiro a janelas de sacada com a mesma modinatura e guardas em ferro. Fachada lateral direita rasgada por dois eixos de vãos, com esquema igual à fachada oposta, abrindo-se ainda no segundo fresta e no terceiro, apenas com uma janela de sacada, um óculo circular. Torre sineira longilínea, com cunhais em alvenaria de pedra com as juntas pintadas de branco, de dois registos, separados por friso e cornija e terminada em friso e cornija encimada por balaústres biselados com acrotérios nos cunhais, coroados por pináculos. A torre tem alto embasamento de cantaria rasgado por portal de verga reta, côncavo, encimado por brasão com as armas reais inscritas com a data de 1724 e, superiormente, abrem-se seis vãos retangulares dispostos dois a dois; no segundo registo abre-se, em cada uma das faces, sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras albergando sino. INTERIOR com salão nobre ao nível do terceiro piso.

Acessos

Ponta Delgada (São Sebastião), Praça do Município, Rua de Santa Luzia, Rua Açoriano Oriental

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adossado pela fachada posterior a outras construções. Ergue-se no topo E. de um quarteirão do Núcleo urbano da cidade de Ponta Delgada (v. PT072103120064), circundado por vias, com passeio separador, desenvolvendo-se frontalmente praça retangular, pavimentada a calçada, formando faixas alternadas a partir do centro, onde se implanta grupo escultórico dedicado a São Miguel, padroeiro da ilha, fonte e taça com flores. A E. desenvolve-se uma outra praça onde se erguem as Portas da Cidade (v. PT072103120004) e a Estátua de Gonçalo Velho Cabral (v. PT072103120054), delimitada por outros imóveis de interesse arquitetónico, e nas imediações a Igreja Matriz de Ponta Delgada / Igreja de São Sebastião (v. PT072103120007).

Descrição Complementar

Na fachada principal, ao centro do terceiro piso, surge silhar decorado com arco canopial sobreposto por coroa, assente em colunas de capitel fitomórfico, prolongadas superiormente em falsos pináculos, interiormente com duas colunas mais baixas, encimadas por esferas armilares, enquadrando brasão real; este é [de prata]; com cinco escudetes [de azul], postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes em cruz [prata], bordadura [de vermelho] carregada de sete torres [de ouro]; superiormente tem coroa estilizada sobreposta por cruz de malta, entre a lua (esquerda) e o sol (direita). Na fachada lateral direita, o portal da torre sineira é encimado por silhar de cantaria com as armas reais [de prata]; com cinco escudetes [de azul], postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes em cruz [prata], bordadura [de vermelho] carregada de sete torres [de ouro]; encimado por coroa. As armas municipais são escudo de vermelho, com sete setas de ouro enfeixadas, com os ferros apontados ao contra-chefe, atadas de prata; em chefe um açor de sua cor voando, tendo uma quina de Portugal nas garras. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a inscrição, a negro: "PONTA DELGADA".

Utilização Inicial

Política e administrativa: câmara municipal

Utilização Actual

Política e administrativa: câmara municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1499 - elevação de Ponta Delgada a vila; 1546, 2 abril - carta régia de D. João III elevando Ponta Delgada a cidade, na sequência da primeira capital da ilha, Vila Franca do Campo, ter sido devastada pelo terramoto de 1522; o primitivo edifício dos paços do concelho ao que parece ficava em frente à igreja matriz; séc. 17, final - construção do atual edifício dos paços do concelho; 1724 - data inscrita no brasão sobre o portal da torre sineira assinalando a sua construção; séc. 20 - o edifício encontrava-se bastante arruinado, tendo uma placa a dizer "para demolir"; séc. 20, meados - o Presidente da Câmara, Alberto Oliveira, manda-o recuperar; fotografias deste período retratam o edifício com janelas de varandim ladeando o portal do segundo piso e o vão sob o balcão das escadas com outra modinatura e fechado à face com vãos apontados, de modinatura oitocentista.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de pedra, rebocada e pintada; embasamentos, pilastras, frisos, cornijas, guarda da escada, pináculos e molduras dos vãos em cantaria basáltica; guardas em ferro; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; cobertura de telha.

Bibliografia

DIAS, Pedro, Arte de Portugal no Mundo - Açores, Lisboa, Público - Comunicação Social S.A., 2008; IDEM, História da Arte Portuguesa no Mundo (1415-1822). O Espaço Atlântico, Navarra, Círculo de Leitores e Autor, 1999; http://cm-pontadelgada.azoresdigital.pt., março 2012; http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_Delgada, março 2012.

Documentação Gráfica

DGEMN:DRML; Câmara Municipal de Ponta Delgada

Documentação Fotográfica

SIPA, DGEMN:DRML

Documentação Administrativa

Câmara Municipal de Ponta Delgada

Intervenção Realizada

CMPonta Delgada: séc. 20, meados - obras de restauro; séc. 20, 2ª metade - obras de adaptação às exigências modernas; instalações especiais.

Observações

Autor e Data

Paula Noé 2012

Actualização

 
 
 
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