Quartel da Guarda Principal / Paços dos Duques de Bragança / Museu Flaviense / Repartição de Finanças de Chaves

IPA.00009568
Portugal, Vila Real, Chaves, Santa Maria Maior
 
Arquitectura militar, barroca. Antigo quartel setecentista de planta rectangular, com a fachada principal definida por pilastras de silhares fendidos, coroadas por urnas, terminada em friso e cornija, rasgada regularmente com janelas de peitoril, molduradas, em arco abatido, e por portal axial, em arco abatido inserido em moldura de silhares fendidos, ladeada por aletas, orelhas e caras antropomórficas, e lintel denteado com fecho saliente, encimado por frontão de volutas interrompido por decoração fitomórfica, cartela e brasão. Fachadas laterais e posterior terminadas em friso e cornija, simples, rasgadas por portas de verga recta e janelas rectilíneas e de verga abatida. Interior com escadas de pedra ligando os dois pisos e compartimentação organizada a partir de átrios.
Número IPA Antigo: PT011703500068
 
Registo visualizado 444 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Quartel militar    

Descrição

Planta em L, composta por três corpos, de volumes articulados, de sentido horizontal, com coberturas diferenciadas em telhados de três águas. Fachadas de dois pisos rebocadas e pintadas de branco, com embasamento de cantaria, terminadas em friso e cornija, simples, com pilastras de cantaria nos cunhais. Fachada principal voltada a NE., com corpo principal, avançado, definido por pilastras de silharia fendida, coroadas por urnas sobre plintos e terminada em cornija e platibanda plena de cantaria. Axialmente, rasga-se portal em arco abatido, inserido em moldura rectangular, de ombreiras em silharia fendida, decoradas com aletas, orelhas e caras antropomórficas, lintel denteado com remates e pedra de fecho saliente, encimada por frontão de aletas interrompido, tendo no tímpano decoração fitomórfica e cartela ovalada com a data de 1739, ao centro, de onde irrompe o brasão nacional rematado por coroa. O portal é ladeado por três janelas em arco abatido, no primeiro registo, e quatro janelas de verga abatida, no segundo, com peitoril saliente e moldura com ligeiro recorte superior. No prolongamento deste corpo, para NO., desenvolve-se pano recuado, com friso a separar os dois registos, rasgado no primeiro por quatro janelas de verga abatida, com brincos rectos, gradeadas, sobrepondo-se as centrais a janelas rectangulares jacentes e no segundo por seis janelas, semelhantes. Fachada lateral SE. com dois panos marcados por pilastra saliente, coroada por urna, correspondendo o pano direito ao corpo avançado e o pano esquerdo ao segundo braço do L. No primeiro pano abrem-se duas janelas, com forma e disposição igual às da fachada principal e no segundo pano janelas de verga recta em ambos os registos. Fachada lateral NO. rasgada no primeiro registo por porta de verga recta sobrepujada por janela de verga abatida e ladeada por janelo, rectangular e no segundo por janela de verga abatida. Nesta fachada é também visível a lateral do corpo avançado, com uma janela em cada um dos registos. A fachada posterior, voltada à Torre de Menagem, onde é visível a articulação dos diferentes corpos termina em friso e cornija, tendo o corpo principal friso a separar os registos e pilastras definindo seis panos. Nos três panos da esquerda abrem-se três janelas de verga abatida em cada registo. Os panos da direita, assimétricos, apresentam nos extremos uma sequência de porta e janela de verga abatida, no primeiro registo e duas janelas, semelhantes, no segundo e o central porta de verga abatida, no primeiro registo e janela, semelhante, no segundo. A fachada do outro braço do L é rasgada por duas portas de verga recta, nos extremos e quatro janelas rectangulares, no primeiro registo e seis janelas semelhantes, no segundo. A fachada voltada a SO., deste corpo, tem o primeiro piso em cantaria de granito, cego e o segundo piso rasgado por uma janela, quadrangular. INTERIOR de dois pisos, com grande parte das paredes em cantaria aparente, comunicando interiormente por escadas de pedra. Compartimentação organizada a partir de átrios, com ligação às várias dependências. No corpo principal, no primeiro piso, distribuem-se os expositores museológicos com os materiais arqueológicos da região, para além de dependências destinadas às reservas e arrumos. No segundo piso situa-se a sala de pintura Nadir Afonso, diversos gabinetes e casas de banho. No segundo corpo, que prolonga o principal, situam-se diversos serviços camarários relacionados com obras municipais e serviços urbanos. No terceiro corpo situa-se a biblioteca municipal, com as salas de leitura e respectivas arrecadações de livros.

Acessos

Praça de Camões

Protecção

Incluído na Zona de Protecção do Castelo de Chaves (v. IPA.00005693)

Enquadramento

Urbano, isolado, integrado na malha urbana, intra-muros, em terreno plano. Fachada principal voltada para a Pç. de Camões, defronte da Capela de Nossa Senhora do Loreto / Capela da Santa Cabeça (v. PT011703500055) e de um interessante conjunto de casas de habitação setecentistas e oitocentistas. À direita ergue-se a Igreja da Misericórdia (v. PT011703500088) e a Igreja de Santa Maria Maior / Igreja Matriz de Chaves (v. PT011703500021) e à esquerda a Câmara Municipal (v. PT011703500121). Nas traseiras do edifício ergue-se a Torre de Menagem (V. PT011703500004), um dos últimos vestígios do antigo castelo da urbe. Na praça, sobressai a estátua em bronze de D. Afonso, 1º Duque de Bragança.

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: a ladear o portal principal do edifício, surge cartela rectangular com a inscrição MUSEU / DA REGIÃO / FLAVIENSE; no átrio do Museu existem as seguintes inscrições: 1 - MUSEU DA REGIÃO FLAVIENSE / REFORMULAÇÃO / ACTO INAUGURAL OCORRIDO A / 28 DE NOVEMBRO DE 1997, SENDO / PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL / DR. ALEXANDRE ALVES CHAVES; 2 - DR. FRANCISCO GONÇALVES CARNEIRO / ERUDITO HISTORIOGRAFO E PUBLICISTA / GRANDE AMIGO DE CHAVES / E IMPULSIONADOR DESTE MUSEU / HOMENAGEM DOS SEUS CONTERRÃNEOS / 1975.

Utilização Inicial

Militar: quartel

Utilização Actual

Cultural e recreativa: museu / Cultural e recreativa: biblioteca / Política e administrativa: repartições públicas

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 15, 1ª metade - D. Afonso, filho ilegítimo de D. João I, fixa residência em Chaves, após o casamento com a filha de D. Nuno Álvares Pereira, D. Brites, mandando edificar um palácio para sua residência, perto do castelo da urbe; 1461 - morte do duque de Bragança, D. Afonso; séc. 16 - representação do castelo por Duarte de Armas; 1739 - o General Francisco da Veiga Cabral, Governador das Armas da Província de Trás-os-Montes, mandou construir no local onde existira o Paço do Duque de Bragança, um edifício, para aí instalar o Quartel da Guarda Principal e a prisão militar; 1741 - falecimento do General Francisco da Veiga Cabral, sendo sepultado na igreja do Convento de São Francisco; séc. 19, 1ª metade - início da construção de um solar, junto do antigo paço dos Duque de Bragança, para residência do morgado de Vilar de Perdizes, António de Souza Pereira Coutinho; 1861, 8 Fevereiro - a Câmara, presidida por Francisco de Barros Teixeira Homem, aprovou a compra do palacete do morgado de Vilar de Perdizes, ainda em construção, para aí instalar os seus serviços; 1880 - obras de nivelamento e arranjo do largo fronteiro ao edifício; séc. 20 - ampliação do edifício; 1929, 18 Maio - a Câmara Municipal deliberou criar e eleger a Comissão Instaladora do Museu da Região Flaviense; 1930, 19 Junho - arrematação das obras de pedreiro e carpinteiro para adaptação a museu do edifício da antiga igreja do Convento das Freiras; 1937, Outubro - criada a Associação dos Amigos do Museu Regional de Chaves; 1938, Fevereiro - criada a Comissão Municipal de Arte e Arqueologia; 1943 - o edifício onde estava instalado o Museu foi demolido para construção do edifício do novo liceu; 1945 - o museu é transferido para uma casa senhorial do Largo do Anjo; 1946 - nomeado Director do Museu o Dr. Júlio Gomes; 1959, 10 Setembro - proposta da Câmara Municipal de Chaves de permuta do Antigo Paço dos Duques de Bragança, antigo aquartelamento do Batalhão de Caçadores 10, pelo Forte de São Neutel, sua propriedade, para instalar naquele edifício a biblioteca e museu municipais e repartições públicas; 1961, 4 Março - entre a Câmara Municipal de Chaves e o Estado Português foi realizada uma permuta pela qual o Forte de São Neutel passou para propriedade do estado Português em troca do PM-14 / antigo aquartelamento do Batalhão de Caçadores 10, edifício dos antigos Paços dos Duques de Bragança, para instalação da biblioteca e museu municipais; 1961, 29 Agosto - lançado concurso da obra de apeamento do andar superior e construção da cobertura geral do edifício do Museu de Chaves, a executar no prazo de 365 dias; 1962, 20 Fevereiro - adjudicada a Viriato Alves Neiva, pela quantia de 425.000$00 a empreitada "Museu de Chaves (Paço dos Duques) apeamento do andar superior e construção da cobertura geral do edifício; 1963, 15 Julho - início dos trabalhos de remodelação do Museu de Chaves, a cargo de Viriato Alves Neiva; 1960, década - arranjo da praça fronteira ao edifício; 1968, 25 Outubro - aprovada a localização da estátua do Duque de Bragança frente aos Paços do Conselho; 1969 - colocação da estátua de D. Afonso. Duque de Bragança na praça fronteira ao edifício do antigo Paço Ducal; 1978 - o Presidente da República, General Ramalho Eanes visita Chaves e inaugura as novas secções do Museu da Região Flaviense, no edifício dos Paços do Duque de Bragança; 1986 - rectificação e valorização da estátua de D. Afonso, Duque de Bragança, existente na praça; 1993 - criação de uma Comissão de Reformulação do Museu da Região Flaviense; 1997, 28 Novembro - após obras de adaptação inaugurado o Museu da Região Flaviense.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura, pavimento dos átrios e escadarias, pilastras, frisos, cornijas, urnas molduras dos vãos e outros elementos em cantaria de granito; portas, janelas, pavimentos dos pisos superiores e tectos de madeira; vidros simples; cobertura exterior de telha.

Bibliografia

DIONÍSIO, Santana (dir.), Guia de Portugal, 5, Lisboa, 1987, pp. 425 - 426; MACHADO, J. T. Montalvão, Dom Afonso Primeiro Duque de Bragança sua vida e sua obra, Lisboa, 1964; MACHADO, Júlio Montalvão, Crónica da Vila Velha de Chaves, Chaves, 1994, p. 286; Incursões Autárquicas, Revista Aquae Flaviae, 12, 1994, p. 11 - 82.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Intervenção Realizada

DGEMN, 1961 - apeamento do andar superior e construção da cobertura geral; C.M.C., 1997 - obras de renovação e adaptação dos interiores.

Observações

*1 - É normalmente conhecido como Paço dos Duques de Bragança, mas não é correcto, visto que foi construído para quartel. *2 - A estátua, em bronze, fundida na Fundição Sá Lemos, das Devesas, Vila Nova de Gaia, tem a assinatura MCABRA 69 e a seguinte inscrição: DOM AFONSO / 8º CONDE DE BARCELOS / 1º DUQUE DE BRAGANÇA / 1371 - 1464 / VALENTE GUERREIRO / POLITICO EMINENTE / FUNDADOR DA CASA DE BRAGANÇA / GRANDE AMIGO DA / VILA DE CHAVES / 1970.

Autor e Data

António Dinis 2004

Actualização

 
 
 
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