Ermida de São Caetano / Ermida de Nossa Senhora da Represa

IPA.00000976
Portugal, Beja, Cuba, Vila Ruiva
 
Arquitectura religiosa, manuelina, mudéjar, maneirista, barroca. A planimetria, a estrutura arquitectónica, a pia de água benta, as mísulas e chaves em cantaria e o pilar do púlpito constituem elementos característicos do manuelino de nítida feição regional. Do período maneirista datam o retábulo; pinturas murais e azulejaria de cariz barroco. As pinturas murais das abóbadas, de grande qualidade; o revestimento integral das paredes com azulejaria polícroma, com destaque para o frontal do altar-mor. A articulação com a Fonte da Senhora da Represa ( v. 0207040029 ), sublinhando o carácter sagrado que a água assume na cultura local. Centro de peregrinação regional, tendo a imagem do santo milagreiro, São Caetano, sido considerada, no séc. 18, como a mais milagrosa do reino.
Número IPA Antigo: PT040207040010
 
Registo visualizado 1147 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal escalonada, com nártex, nave e capela-mor mais estreita, a que se adossa do lado esquerdo a sacristia, de planta quadrangular. Cobertura diferenciada, sendo a do nártex em terraço, da nave em telhado de duas águas, a da capela-mor, mais baixa, em telhado de três águas, e a da sacristia, em telhado de duas águas. Fachada principal orientada a O., de um pano definido por contrafortes encimados por pináculos piramidais; pináculo central encimado por volutas; campanário no topo da nave, com olhal em arco de volta perfeita, rematado por empena triangular. Acesso ao interior do nártex por arco de volta perfeita com moldura (esquema que se repete nos dois alçados laterais do nártex); portal chanfrado com moldura simples em cantaria, tendo do lado esquerdo uma janela engradada. Alçado S. com nártex, corpo da nave dividido em três panos por contrafortes, com fresta de iluminação no pano central; capela-mor de um pano com contrafortes em escorço na cabeceira e uma fresta. Alçado E. com capela-mor de um pano cego enquadrado por contrafortes em escorço; sacristia de um pano cego, com pináculos piramidais nos ângulos exteriores. Alçado N. com sacristia de um pano com janela engradada, rematado por empena triangular com pináculos piramidais nos acrotérios, ligados por volutas; porta de acesso orientada a O.; corpo da nave com três panos definidos por contrafortes, tendo o primeiro a porta de acesso ao púlpito, precedida por três de graus; volume do nártex com cobertura em abóbada de cruzaria de ogivas e poiais. INTERIOR: nave de três tramos com abóbada de cruzaria de ogivas profusamente decorada por pinturas murais de grutescos, putti, anjos músicos, enquandrado medalhões com os símbolos marianos e uma Adoração do Menino; paredes integralmente revestidas por azulejos de padrão de tapete, azuis e amarelos, com barras. À entrada, do lado do Evangelho, rasga-se uma janela, e do outro lado uma pia de água benta em cantaria; no primeiro tramo, do lado do Evangelho, púlpito assente em coluna oitavada de cantaria, com grade de madeira. Arco triunfal abatido, chanfrado; capela-mor coberta por abóbada de cinco chaves, com chaves e mísulas em cantaria lavrada; altar-mor de cantaria, com frontal com composição azulejar de gosto luso-oriental e retábulo de talha dourada e policromada com três nichos envidraçados separados por colunas; na parede do lado do Evangelho abre-se porta de acesso à sacristia. Sacristia coberta por abóbada de berço, tendo as paredes revestidas por painéis de azulejo de padrão de tapete, azuis e amarelos; na parede do lado O., armário embutido na parede e porta; na parede do lado N., janela e lavabo de cantaria.

Acessos

Estrada Vial Ruiva - Cuba, a 1930m da povoação.

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 121/2013, DR, 2.ª série, n.º 48 de 08 março 2013

Enquadramento

Rural, destacado, isolado, com adro murado de poiais e cruzeiro. A c. de 100m a Fonte da Senhora da Represa (v. PT040207040029). Nas proximidades a Barragem de Nossa Senhora da Represa, datável da ocupação romana (v. PT040207040012).

Descrição Complementar

PINTURAS MURAIS: os medalhões com símbolos marianos apresentam legandas; a decoração pictórica alarga-se às nervuras apresentando uma decoração de carácter vegetalista, padronizado; por entre os vários elementos vegetalistas, divisa-se um rato acabado de capturar, pendente da boca de um gato branco.

Utilização Inicial

Religiosa: ermida

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 16 - construção; séc. 17 - revestimentos de azulejaria e retábulo; 1974 - início do Processo de classificação; 1989, 14 de julho - Envio de elementos ao IPPC pela CM de Cuba para instrução do processo de classificação; 1996, 28 de novembro - Proposta de abertura do processo de classificação peloIPPAR/DRÉvora; 1996, 3 de dezembro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo Vice-Presidente do IPPAR; 2010, 28 de dezembro - Proposta da DRCAlentejo para a classificação como IIP - Imóvel de Interesse Público e de ZEP; 2012, 29 de fevereiro - Parecer favorável à classificação e à ZEP pela SPAA do Conselho Nacional de Cultura; 2012, 6 de março - Despacho do diretor do IGESPAR determinando a classificação como MIP - Monumento de Interesse Público; 2012, 26 setembro - Anúncio n.º 13466/2012 publicado no DR, 2.ª série, n.º 187, de projeto de decisão de classificação como MIP e fixação de ZEP.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma

Materiais

Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas, portal e elementos secundários de cantaria, retábulo de talha dourada e policromada, revestimentos de azulejaria, pinturas murais, pavimento de tijoleira.

Bibliografia

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

IPPAR / OCRE: 2003 - intervenção de restauro das pinturas murais ( em curso )

Observações

Autor e Data

José Falcão e Ricardo Pereira 1996

Actualização

 
 
 
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